Detenção escrita por biazacha


Capítulo 1
Um Pedido Problemático


Notas iniciais do capítulo

Lá vou eu cumprir a promessa e fazer esse Jelsa sem Rapunzel vilã criar vida! Confesso que foi complicado, histórias colegiais não são exatamente a minha área, mas está sendo divertido.

Espero que você goste Helena e o mesmo pra todos que lerem! (Ste eu quero meu yuri, não se esqueça) E agradeço as meninas da Família que me aturaram enquanto surtava com as coisas da fic.


Boa leitura!!!



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Elsa suspirou dentro do carro. O pequeno trânsito matinal já era uma rotina, mas continuava incômodo – as desvantagens de morar em um condomínio de luxo, onde todos entravam em seus carros esporte e saiam de casa ao mesmo tempo.

-Estou tãããão animada! – disse sua irmã Anna ao seu lado, provavelmente pela milésima vez.

-Sim Anna, já sabemos. – murmurou ela desanimada.

-Mas sério, hoje é nosso último dia de aula Elsa!

-Pois é. – a mais nova bufou; conhecia a personalidade da irmã e não ia desistir até dobrá-la.

-Sabe o que isso significa? Hein? Hein? Hein?! – provocou.

-Que semana que vem não iremos ao colégio. – murmurou a outra, tentando dar o assunto como encerrado.

-Que ano que vem não serei mais um caloura! – respondeu em evidente alegria – E isso vai ser totalmente demais.

Contendo um sorriso, ela voltou seus olhos para frente, fingindo que estava prestando atenção à movimentação dos carros e assim evitar que mais alguma agitação surgisse.

Desde pequena, Elsa Arendelle era o orgulho dos parentes. Bonita, inteligente, centrada e contida, era a dama ideal para representar aquela família da alta sociedade.

Sua irmã Anna era graciosa, animada e muito simpática, mas não exatamente o melhor exemplo de boas maneiras que você encontraria em um coquetel.

Uma vez fora do condomínio, a viagem que no geral não duraria nem dez minutos foi rápida e elas estavam na porta da escola. Um colégio particular onde você entrava de duas formas: sendo rico ou possuindo bolsa.

O alunos bolsistas no geral eram colocados em um pedestal e serviam de exemplo para os outros. Com o ar confiante, ela se encaminhou a entrada sentindo vários rostos se virarem em sua direção... algo natural, afinal era um dos cultuados casos em que uma garota rica era inteligente o suficiente para ser aceita sem mensalidades para pagar.

Ano que vem ela sem dúvidas seria o símbolo do colégio e portanto tinha lá suas razões para ficar empolgada. Mas jamais sairia dando gritinhos com o fato; Anna podia fazer aquelas coisas sem se importar, mas ela sabia o quão deselegante seria.

-Elsinha! – murmurou uma voz jovial a sua esquerda e ela se virou, se permitindo uma leve careta.

Mavis Drácula era sua melhor amiga desde... bem, desde sempre e a garota era um completo mistério para quem não a conhecia. Se vestia dos pés a cabeça como uma gótica, porém era uma das meninas mais doces que ela conhecia. Ela e Anna inclusive se davam muito bem.

Uma vez disseram pra Elsa que ela tinha “adotado” Mavis na pré-escola para ocupar o buraco que as horas longe da irmãzinha causavam e ela não podia discordar mais. Assim como sua irmã, ela não só era luminosa como um girassol, mas também a entendia só com um olhar.

-Podia por favor não me chamar disso? – pediu com um ar cansado; lutava contra o “Elsinha” há anos sem sucesso.

-Não seja boba e perder uma de minhas marcas registradas? Mas vamos falar de coisas importantes senhorita.

-Jonathan? – perguntou a loira como quem diz o óbvio.

-Ele vai se formar!!!

-Vocês não vão terminar por algo assim Mavis, são grudados demais.

-É, mas ano que vem estarei namorando um u-n-i-v-e-r-s-i-t-á-r-i-o! – sussurrou empolgada, puxando a amiga pelo braço.

-Não precisa cochichar, qualquer um na escola, por mais burro que seja, consegue chegar a essa conclusão sozinho. E quando exatamente pretende contar pro seu pai que seu namoro colegial de dois anos vai var virar um namoro colegial x universitário?

-Não começa Elsinha...

-Estou falando sério, eles precisam se conhecer, isso está ficando ridículo.

-Eu sei, eu sei mas... você sabe. – murmurou cabisbaixa.

E ela sabia; o pai da amiga costumava ser... mais do que super protetor com a menina - algo fácil de entender se considerar que sua mãe morreu no parto – porém quanto mais demorasse pior seria. Eles estavam juntos há tanto tempo que era impossível seu pai não ficar chateado ou pior, ainda mais paranoico.

Foi poupada de responder algo quando o sinal tocou.

Diferente de boa parte das escolas americanas, eles não trocavam de sala em cada matéria e sim permaneciam na mesma classe e os professores iam e viam. Como resultado, a não ser que você participe de clubes, dificilmente conhecia muita gente de fora de sua turma.

Sentadas em seus lugares habituais, ao lado da janela que dava para a pista de atletismo (Anna vivia falando como ela era uma sortada e que seria um desperdício não dar uma espiada no meio das aulas), Elsa e Mavis pegaram seus cadernos; a primeira para fazer anotações, a segunda para rabiscar mesmo.

Como era o último dia, boa parte dos professores se limitou a se despedir, mas havia aqueles que faziam considerações sobre o rendimento dos secundaristas, davam dicas de leituras e outros modos de se prepararem para o temido último ano. A garota estava satisfeita de notar que já cumpria várias requisitos que eles colocavam como essências para entrar em uma boa faculdade.

O clima no geral era de ansiedade; todos pareciam desesperados para o dia acabar e irem embora, no que seriam as últimas férias realmente calmas que teriam – a partir daí seriam aulas mais puxadas, faculdade, emprego... a vida adulta.

Conversas de festas insanas circulavam em bilhetinhos, celulares e cochichos; Mavis estava pela terceira vez na mesma aula tentando convencer Elsa de que ela devia comparecer a alguns desses eventos quando a porta se abriu e a cabeça do Vice-Diretor surgiu.

O silêncio foi instantâneo.

-Pode me emprestar a Srta. Arendelle por alguns instantes? – perguntou ele para o professor de História, que se limitou a assentir e voltar sua atenção para o quadro negro.

Nos últimos tempos ela estava sendo requisitada para diversas atividades. De vice passaria a ser presidente do Grêmio Estudantil, líder do grupo de caridade, conselheira dos calouros do ano que vem, presidente da comissão de formatura e responsável pelo Baile de Primavera do próximo ano, além de estar desenvolvendo o discurso que faria os alunos novos no primeiro dia de aula.

Mavis dizia que ela ia se matar, mas assumir tarefas e posições de liderança nunca havia sido um problema para Elsa, a garota sempre mantivera uma quantidade de projetos acima da média dos demais alunos.

Com seu costumeiro ar de superioridade, que lhe rendera a alcunha de Princesa de Gelo, graciosamente se levantou e seguiu o homem para fora da sala.

O caminho até a Diretoria foi silencioso, a não ser por um ou outro aluno que ocasionalmente passou por eles indo ao banheiro ou voltando da biblioteca. Ela já podia imaginar as fofocas que viriam em seguida; dois dias atrás ouviu um “Porque não dão a coroa de Rainha do Baile do ano que vem adiantado pra Arendelle de uma vez?” vindo de alguém que não conseguiu identificar.

O Diretor estava sorridente e isso era um sinal ruim; no geral quando ele se encontrava com uma carranca ela podia esperar elogios e propostas tentadoras. Mas naquele momento a garota poderia contar todos os seus dentes se quisesse.

-Sente-se. – convidou ele em um tom agradável; ela se limitou a obedecer sem dizer algo - Está aproveitando seu último dia de aula Srta. Arendelle?

-Sim Sr. Diretor, os professores estão nos dando ótimos conselhos. – respondeu cautelosa.

-Ótimo, ótimo... – ele pigarreou antes de continuar, sinal claro de que escolhia as próximas palavras com cuidado – chamei a senhorita aqui para tratar de uma tradição que todo ano fazemos... seu número de atividades programadas para o próximo ano é surpreendente, mas tenho certeza de que vai entender a importância do que vou lhe dizer. E naturalmente, seus pais já foram informados e se mostraram de acordo.

-Perdão... meus pais? – perguntou ela, sinceramente surpresa.

-Sim; seus pais desempenharam essa função quando estudavam nesse colégio, cada um em seu ano, e se mostraram empolgados com sua primogênita seguindo seus passos.

-Entendo. – comentou, mais empolgada com a nova tarefa; se era algo que seus pais haviam feito, ela sem dúvidas iria desempenhá-la com total proficiência.

-Fico feliz de poder contar com sua compreensão. – disse ele, claramente aliviado – Os alunos no geral não sabem, mas todos os anos... – ele começou a explicar e quanto mais falava, mais em pânico Elsa ficava.

Minutos depois saiu da sala, sentindo como se a tivessem mandado para uma guerra da qual não sabia se voltaria inteira.


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Notas finais do capítulo

Sim sem Jack nesse cap, não me odeiam. Como estava muito grande, dividi ele em dois e não sei se ficou estranho... seria legal me dizerem o que acharam.

Até o próximo!!
(*--*)//



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