Brave escrita por IfiniteVitium
Depois que os quatro levaram uma bronca de suas mães, eles já tinham um plano do que iriam fazer. Eles queriam ouvir o que iria acontecer na reunião, Constatina nem tanto, já que essa reunião iria decidir o futuro do reino.
Todos se sentaram no chão gelado em uma rodinha e no meio estava um mapa do castelo, feito pelos meninos quando eram mais novos. Os desenhos não eram nada bons, mas o que importava é que dava para ter uma ideia de onde ficavam cada esconderijo, passagem secreta e cômodos que eles mais gostavam de ficar.
—-O plano é o seguinte... –Hamish começou a falar imitando aquela voz que ele sempre fazia quando começava a falar com o resto dos meninos seus planos e ideias mirabolantes. --...Vamos para esse cômodo, o quarto de hospedes que nós conseguimos fazer as empregas pensarem que é assombrado.
—-Ei! – Constantina interrompeu Hamish –Como assim vocês inventaram? Acredito nisso desde os meus 6 anos! –Ela disse fazendo um bico e cruzando os braços, mesmo assim continuava fofa.
Os meninos riram da cara da menina, e como a risada deles era contagiante ela não conseguiu ficar chateada por muito tempo.
—-O.K. Voltando para o plano. –Hamish tentava voltar para o seu plano infalível, porém Harris não parava de rir.
Hamish e Hubert se entreolharam pensando na mesma coisa. Sem nem avisarem deram um soco no ombro do ruivo descontrolado, que sem nem reclamar voltou a prestar atenção no líder.
—-Então, quando chegarmos lá, tiramos aquele tijolo falso e assim conseguiremos ouvir toda a reunião que vai acontecer no salão principal. –Ele fez uma pausa encarando a todos. –Alguma dúvida?
—-Por que nós paramos para falar sobre isso e não fomos direto para lá? –Hubert perguntou como se tudo aquilo fosse insignificante.
—-Porque sua namorada iria ficar perdida. – Hamish respondeu secamente. –Vamos logo, não quero chegar atrasado.
Enquanto os quatro iam em direção ao quarto, Merida e os Cavaleiros chegaram junto com o entardecer. Pousaram na torre principal, que tinha um alçapão que dava para o telhado. Quase que mecanicamente, um dos cavaleiros abriu a porta de madeira e todos desceram as escadas.
No caminho de irem para o salão alguns guardas do castelo receberam eles, junto com algumas servas que perguntavam se queriam alguma coisa. Todos recusaram, mas uma coisa que a Princesa não conseguia recusar era perguntar o que a deixou curiosa como uma criança pela viagem inteira.
—-Então, os senhores saberiam me dizer quem fez esses tapetes mágicos? – A princesa perguntou sem rodeios
—-Quem fez, não temos certeza. – Respondeu o homem de olhos cinzas.
—-Mas sabemos que o Lider conseguiu de um vendedor andarilho. – Senhor Douglas completou sorridente.
—-Hm... Talvez um dia eu encontre esse homem. – A Princesa pensava que talvez pudessem usar da venda de tecidos para restabelecer a economia do reino, bem isso seria algo para se pensar e muito.
Depois que finalmente chegaram lá, a reunião com os cavaleiros começou. Mas isso era apenas o início, reuniões como essas demoram no mínimo 3 dias, já que além dos cavaleiros o Rei teria que ouvir todos os clãs. E as cartas avisando os clãs ainda estava a caminho, talvez isso fosse demorar ainda mais alguns dias.
Durante o tempo em que os clãs não chegavam, os cavaleiros falavam de suas ideias e a coisa mais fácil a ser feita no momento. Mas apenas algumas coisas chamaram atenção do Rei. Vender matérias primas como carvão e rubis para os outros reinos ou o desenvolvimento da venda de armas escocesas, eram uma dessas ideias. Porém essas coisas iriam demorar para equilibrar a economia que já estava decaindo desde o início da guerra.
Com a chegada dos clãs não teve nenhum tipo de recepção escocesa nem nada parecido, os Reis e os primogênitos de cada clã –junto com alguns nobres – chegaram com as caras fechadas, sabiam que o que seria decidido ali poderia mudar tudo.
Aquela reunião teve muitos problemas, estresses, algumas brigas corporais e o Rei começava a perder cada vez mais a esperança. Quando de repente um nobre que tinha o brasão do clã Macintosh se levantou e chamou atenção dos outros, mas ninguém parecia conhecer muito ele nem as pessoas de seu clã. Esse homem tinha ficado durante os 5 dias daquela reunião apenas observando de longe tudo o que acontecia, estudando todas as pessoas.
—-Por que não usamos o poder energético dos espíritos astrais para criar luz? – Disse o homem de olhos vermelhos, mesmo no meio da confusão sua voz parecia calma e firme.
O rei ficou intrigado com a ideia
—-Como assim criar luz? – Rei Fergus perguntou, porém a Princesa, a Rainha e os Cavaleiros percebiam como aquela ideia era horrível. Os espíritos astrais ajudavam o Reino e existiam bruxas que usavam deles para suas forças magicas, tudo de uma forma harmônica.
—-Querido, você não pode estar pensado... – Porém Elinor nem conseguiu completar sua frase, fora interrompida pelo homem de olhos vermelhos. Algo que ninguém faz.
—-Luz como energia. Algo usado para fazer coisas funcionarem sem preciso o uso manual. – Ninguém entendia o que ele estava falando e houve uma agitação.
—-QUEM É ESSE CARA? – Alguém gritou, pela voz devia ser um velho um tanto surdo.
—- QUEM ELE PENSA QUE É PARA INTERROMPER A RAINHA? –Outro gritou, mas esse apenas estava protestando.
—- Foi esse maldito do Macintosh que trouxe esse louco para cá. – Acusou o Lorde Dingwall.
Uma briga estava quase começando.
—-Chega... – Fergus falou baixo, apenas Elinor ouviu. Segurou o braço dele, mas mesmo assim sua tentativa de acalmar seu marido não funcionou. Ele se levantou num impulso e gritou ao mesmo tempo. –CALEM A BOCA! – Todos ficaram em silencio e o Rei Fergus em fim pode falar. – Já está decidido. Senhor, qual quer que seja seu nome, irá conversar comigo em MEU escritório mais tarde, para conversamos mais sobre sua ideia. O resto, pode ir embora. – O Rei saiu da sala sem nem querer ouvir a Princesa e a Rainha. Todos ficaram chocados, nunca o Rei faria esse tipo de escolha tão rápido assim. Não um tipo de escolha que poderia levar o reino a ser amaldiçoado por bruxas.
O homem de olhos vermelhos, foi para o escritório sorrindo de um jeito estranho. E nem reverenciou o Lorde de seu clã, muito menos a Rainha Elinor. O que deixou todos estranhando mais ainda aquele homem estranho.
A Rainha e Merida conversaram sobre o que fariam para fazer o rei mudar de ideia.
—-Ele TEM que mudar de ideia. –Disse Merida. – Eu tenho até uma ideia que pode funcionar...
—-Filha, eu sei que você quer ajudar, mas precisamos de algo que funcione realmente e não que POSSA funcionar. – Respondeu a Rainha secamente. – Teremos que fazer o possível, agora vamos nós despedir dos clãs para que eles não se sintam deixados de lado pelo Rei. Eles e os Cavaleiros do Sol. – Depois da fala de sua Mãe, Merida nem pensou muito, apenas seguiu sua mãe como fazia quando criança.
—-Não acredito! – Hubert falou para seus irmãos enquanto segurava a mão de sua namorada, que estava preocupada. –Eu sabia que papai estava perdendo a cabeça, mas não a esse ponto. – Ele encostou na parede sem muitas esperanças.
—-Talvez, nós devêssemos tentar ajudar. –Harris disse sentindo culpado, já que eles perderam a guerra que levou aquilo.
—-Não. – Hamish respondeu parando de olhar o que acontecia no salão e depois colocando o tijolo falso em seu lugar. – Não podemos fazer mais nada, quem sabe Mamãe e nossa irmã consigam fazer algo. Mas se nós tentarmos ajudar nosso pai agora, só iria deixa-lo mais confuso e nervoso com a situação.
—-Então, apenas podemos rezar para que ele faça uma escolha sabia. – Disse Constantina deixando o clima ainda mais tenso.
Para quebrar aquele clima Harris teve uma ideia de eles invadirem a cozinha e pegarem todos os doces que acharem pela frente. Todos foram por não terem nada melhor para faze. Os quatro foram até a cozinha comer doces da forma mais silenciosa e fria que eles comeram em todas as suas vidas, enquanto isso a Princesa e a Rainha se despediam dos clãs e dos Cavaleiros do Sol.
—-Princesa. – O cavaleiro de olhos cinzas pousou a mão no ombro da ruiva, que se virou para o velho. –Depois que seu pai fizer a decisão dele, tome cuidado com o que irá fazer em seguida. Todos nós sabemos como você é ligada aos espíritos mágicos.
—-Como assim? – A menina perguntou um tanto confusa. – O senhor fala como se ele já tivesse se decidido.
—-A senhorita sabe que ele já se decidiu e sabe também o que isso trará ao seu reino e seu povo. – O velho disse e logo depois foi andando atrás dos Cavaleiros. – Ah... Vamos deixar o seu tapete aqui, é um presente nosso. – Ele disse ainda virado de costas para a Princesa, antes de ir sussurrou um “boa sorte” com sua voz fraca e preocupada.
Depois que todos foram embora Merida foi para o seu quarto, encontrou com os meninos e Constantina correndo pelo corredor.
“Devem estar indo atrás de minha mãe.” Ela pensou, mas pensou errado.
Quando a ruiva chegou em seu quarto se deparou com várias cartas em cima de sua mesa, se sentou na cadeira de madeira rustica e com a vela iluminou as cartas. Rapidamente percebeu que todas tinham o mesmo assunto, príncipes de reinos que ela nunca ouviu falar querendo corteja-la. Isso deixou ela intrigada, mesmo com a economia fraca de seu reino, ainda existiam príncipes idiotas que queriam a sua mão. Ela rolou os olhos e pegou as cartas para jogar fora, porém não o fez, lembrou-se do que o Cavaleiro disse e resolveu colocar as cartas em cima de sua mesa novamente.
A ruiva se sentou na sua cadeira e começou a abrir as cartas, para ler cada uma, durante toda aquela noite, uma noite preocupante para o reino inteiro.
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