Namoro por Aluguel escrita por Zia Jackson


Capítulo 15
Um baile - Parte dois


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa, quero agradecer à:
— Giovannabrigidofic
— Juliet McLaren
— Insano Insone
— Anah Vi XD
— aninhacosta
— Ana Fernandes
Zia ama vocês.



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– Desculpe. – Falei, afastando-me .

– Ana? – Indagou o rapaz em quem eu trombara. Olhei para seu rosto, mesmo sob a pálida luz o reconheci como Pierre, um dos primos de Miguel.

– Pierre, como vai? – Perguntei.

. - Muito bem, obrigada. Mas você está com cara de quem viu um fantasma, deveria ir tomar um ar.

– Na verdade, estava indo ao banheiro. Se me dá licença...

Ele se coloca à minha frente.

. - Meu primo deveria cuidar melhor da namorada, sabe? Deixar uma dama abandonada no meio de um baile não é educado.

Não respondi, apenas cruzei os braços.

– Venha, Ana. – Ele disse. – Vamos procurar Miguel.

– Não precisa, ele volta já.

Pierre encarou-me, dizendo com o olhar que não iria desistir. Tinha cabelos loiros e olhos azuis claros, um porte físico magro.

– É melhor sairmos antes que Enzo nos encontre e comece a falar de academia. – Disse ele.

Recordei-me de que Enzo estava no dia do primeiro jantar.

– Se insiste... Caminhei atrás dele até a parte de fora do salão.

O ar lá fora era puro, lâmpadas esclareciam o local, deixando-o e mais belo. Fitei o jardim à minha frente, corredores altos de plantas faziam com que se parecesse com um labirinto colorido. Quem quer que fosse o jardineiro, merecia palmas.

– Encantada com o jardim? – Indagou Pierre.

– É belíssimo.

– Sim, de fato é. Se você olhar lá longe, conseguira ver uma casa, é a casa do dono do salão, o anfitrião da festa. Reza a lenda que ele fez esse jardim para agradar sua esposa que estava doente, porém ela morreu antes mesmo de vê-lo. Algumas pessoas dizem que às vezes uma mulher de vestido branco vaga pelo jardim, inalando o perfume das flores e se balançando no balanço ao lado da fonte.

– Uma lenda? Achei que histórias assim estivessem fora de moda. – Disse eu.

– Lendas nunca perdem a graça. – Ele disse, sorrindo torto. – Diferente das piadas de Miguel, sempre as mesmas. Como aguenta aquilo?

– Eu o amo, quando uma pessoa ama esquece os defeitos. – Menti

. - Sim, sim. Há algo meio estranho no relacionamento de vocês, sabe? A forma como surgiu rapidamente, ele te abandonar no meio da festa

. - O que está insinuando?

– Nada demais, mas se pararmos para pensar...

– Se parar para pensar, vai pensar parado. – Uma voz atrás de nós retumbou forte. – Qual é o problema em ter um relacionamento relâmpago, priminho?

– Nenhum, Miguel. Mas é estranho.

Miguel caminha até nós, colocando-se no meio.

– Vá procurar Valentina. – Disse ele. – E deixa que eu cuide da minha namorada. Dando de ombros, o rapaz voltou para dentro do salão. Certificando-se de que o rapaz estava lá dentro, Miguel finalmente disse:

– O que eu te disse sobre o primo Pierre na noite do jantar?

– Que era para tomar cuidado e blábláblá

. - Eu disse que ele me vê como um oponente, sempre tenta encontrar falhas e mentiras em minha vida. De todos os primos, ele era o único que queria atenção integral da vovó Zaila. Nem mesmo Valentina, que é filha de Verônica, tentava isso. Vovó sempre cuidou muito de mim,pois sabia o que acontecia na minha casa. Por isso, ele me vê como rival. Agora repita comigo: “Eu, Ana, juro nunca mais seguir o bobão do primo Pierre para fora de uma festa”

– Não vou repetir nada. – Disse eu. – O que acontecia na sua casa?

– A parte boa de ter um contrato é que você não precisa saber da minha vida. Agora respeite-o e volte para dentro junto de mim, somos o casal da festa.

– Que seja. – Respondi.

* * *

– Vocês são bem reservados, não é? - Valentina indagou, balançando os cabelos curtos e encarando-nos com os grandes olhos castanhos destacados pela maquiagem.

– Como assim reservados? – Indaguei.

– Não ficam se agarrando toda hora, nem fica aquela coisinha melosa de “ai amor, te amo” o tempo todo.

– Ana é um pouco tímida, mas só quando estamos entre parentes. Precisava ver essa menina quando estamos a sós. – Miguel disse, sorrindo maliciosamente.

– Pare, está me envergonhando. – Disse eu, tentando parecer constrangida.

– Não por isso, se te serve de consolo, meu último namorada terminou comigo porque disse que eu era muito atirada. – Valentina disse, bebendo champanhe de sua taça. - Odeio essa coisa, vodca e cerveja são bem melhores.

– Eu tenho que discordar, a única coisa que supera champanhe é vinho. – Respondi.

– Você é muito certinha, Miguel deveria te dar tequila. Garanto que iria mudar de opinião.

– Pare de levar minha namorada para o mau caminho, prima.

– Admita Miguel, você e eu somos as ovelhas negras da família.

– Eu sou uma ovelha cinza, logo ficarei branco devido ao amor.

– Não me venha com essas metáforas mal feitas, admita logo que é a ovelha negra. – Valentina disse, revirando os olhos. – Ou está posando de bom moço para a garota? Qual é, priminho, Ana já sabe que você não vale nada, é sua namorada.

– Sou mais velho do que você, portanto não me chame de priminho.

– Ok, avô.

Os dois começaram a discutir, porém eu estava me concentrando para não desabar no chão. Aquele tédio estava me dando sono.

– Ana? – Miguel chamou. – Está viajando para Marte?

– Que foi? – Respondi, bocejando.

– É hora da dança, seria rude se ficássemos parados aqui.

– Que dança?

– A dança principal da noite, é claro. Será que preciso explicar tudo para você?

Contive a vontade de acertar um tapa naquela cara de modelo de Miguel. Valentina não estava mais conosco, pelo canto dos olhos a vi agachada junto de uma criança que parecia chorar. Seus olhos percorriam o salão, como se procurasse por alguém.

Casais estavam indo em direção ao centro da festa, para longe das mesas de comida. Miguel e eu seguimos o fluxo de pessoas, parando longe o suficiente para ficarmos fora de alcance dos olhares.

– Temos um problema. – Sussurrei.

– Seu vestido rasgou?

– Não. Mas não sei dançar.

– Como assim não sabe? Isso não é algo que as mulheres nascem sabendo?

– Claro que não, seu bobo. Eu sei ficar balançando o corpo, fingir que estou dançando. Mas valsar é algo completamente diferente.

– Droga, acho que sairei dessa dança sem meus dedos. Só deixe-me te conduzir e tente não pisar nos meus pés.

– Ok.

– Ok nada, não é você que vai sair daqui sem os pés.

Olhei para Miguel, a pouca luz destacava seus olhos azuis, os cabelos ficavam mais pretos. Isso o deixava mais belo.

– Já disse que vou tentar não pisar nos seus pés.

Ele não respondeu, mas uma música começou a tocar, era calma, o violino e o piano em uma harmoniosa sintonia.

A luz focava no casal do centro do salão, o homem que eu conhecera mais cedo e sua esposa. Dançavam com paixão, beleza, exalando uma juventude invejável. Os outros casais também estavam indo bem, exceto por um homem que dançava com sua filha pequena, já que a menininha estava imitando uma galinha. Contive o sorriso, crianças sempre faziam essas coisas.

Miguel pegou-me pela cintura com a mão esquerda, segurando minha mão com a direita, conduzindo-me em movimentos leves e compassados. Tinha de admitir que era um bom dançarino.

Casais deslizavam pelo salão como se o chão fosse de nuvens, como se não houvesse gravidade. Alguns se arriscavam em passos mais complexos, mas eram poucos. Pelo canto dos olhos, enxerguei Elias e Carmem, dançando com certo respeito e distância. Perguntava-me o porquê.

Havia algo de belo naquela dança, a harmonia dos casais, os vestidos das mulheres esvoaçando com movimentos. Fiquei tão impressionada com a beleza que acabei pisando nos pés de Miguel.

– Ai. – Ele disse, cerrando os dentes com uma careta de dor. – Você é péssima com promessas.

– Desculpe.

Ele continuou a dança, e me esforcei para não pisar em seus pés novamente. Miguel dançava comigo com graça, leveza. Muito diferente do que eu estava acostumada a receber dele. Concentrei-me também na música, no ritmo em que meu corpo teria de se mover para acompanha-la. Íamos para esquerda e para a direita, em passos lentos e bem conduzidos. Podia sentir a colônia amadeirada de Miguel, suas mãos nas minhas.

A música acabou, com uma reverência de Miguel. Ele parecia um cavalheiro da era vitoriana, a classe, o respeito.

Algumas pessoas foram mais para o centro do salão, mas a maioria se dispersou, indo para a mesa de comida ou para o banheiro. O homem que estava com a menininha estava ninando-a sentado em uma cadeira, os olhinhos da pequena tremulavam, como se quisesse ficar acordada, mas não conseguisse.

Miguel sinalizou para que saíssemos da área de dança, obedeci. Paramos ao lado de uma mesa afastada.

– Meus pés estão doendo. – Reclamou ele, falando por cima da música alta que tocava.

– Eu só pisei no seu pé uma vez, não exagere.

– Duas vezes. É tão distraída que nem percebeu.

– Distraída ou não ainda posso te acertar um soco no nariz. – Falei, esquecendo-me de que estava interpretando a namorada apaixonada.

Elias chegou, ao lado de um homem ruivo que eu não conhecia.

And this guy is my son, Miguel. – Eu falava inglês razoavelmente, então consegui traduzir como: E esse garoto é meu filho, Miguel. – The girl next to him is Ana, Miguel’s girlfriend.

– Quem é ele, pai? – Miguel indagou.

– Ele é importante, é tudo o que precisa saber.

– Nice to meet you. – Prazer em conhecê-lo. – As my father says, I’m Miguel and this girl is my girlfriend.

Acenei com as mãos.

– I’d love to see you two kissing. – Disse o homem ruivo. – You two looks like a pretty lovely couple.

Aterrorizei-me com aquelas palavras. Ele dissera que queria ver eu e Miguel nos beijando? Aquele cara era doido?

Elias encarava Miguel, como se dissesse “beije-a logo”. O rapaz me encarava, desesperado. Nunca havia pensado nessa situação.

“Não” Tentei transmitir com o olhar. “Dê um jeito de enrolar, de fugir disso”

Mas Miguel já estava indo em minha direção, com os lábios se abrindo.

Algo agarrou minhas pernas, fazendo com que eu me desequilibrasse e Miguel ficar espantado. Agarrei seu ombro para não cair.

– Desculpa. – Disse uma vozinha fina. Era a menininha que antes dançava com o pai. – Achei que fosse minha mamãe.

– Não foi nada, querida. Que tal se formos procura-la? – Sugeri.

Ela sorriu e saí à procura da mãe enquanto ela me dizia como ela era fisicamente. Agradeci aos céus e abençoei até a quarta geração daquela família por terem criado essa menina. Graças a ela não precisei beijar Miguel.

Praticamente devia minha vida à ela.


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Notas finais do capítulo

Eu gostei desse cap :v , não sei se vcs tb.
Bjus, eu tinha algo para falar mas esqueci :(



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