Namoro por Aluguel escrita por Zia Jackson


Capítulo 14
Um baile - Parte um


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, quero agradecer à Anah diva que recomendou a fanfiction.
OBRIGADA SUA DIVA! ZIA AMA VOCÊ.

Agradecimentos: Todos os que comentaram, leram e principalmente à ANAH DIVA QUE RECOMENDOU!
bjus da Zia para vocês.



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Um baile. Essa era a programação de sábado.

Coloquei o vestido, lembrando-me de sexta à noite, quando Miguel escolhera-o.

– Esse vestido é bonito. – Miguel elogiara. – Note que eu disse o vestido, não você.

– Cale a matraca. –Eu tinha dito– Estou sem paciência para provar roupas.

– Esse é o terceiro vestido que prova, deveria estar com muita energia.

– Sou como um zumbi que vive em função de comida.

– Mas eles não vivem tecnicamente, quero dizer, são mortos vivos à procura de cérebros.

– Quem diria, Miguel é nerd.

– Não sou nerd, esse é o tipo de coisa que se aprende jogando videogame.

– Tanto faz. – Falara eu, dando de ombros. – Vou pegar outro vestido.

Dando uma meia volta, havia voltado para o provador.

* * *

Naquela ocasião, a escolha das roupas demorara pouco mais de meia hora, e quando cheguei atrasada em casa, mentira dizendo que fiquei até mais tarde limpando o Mocca Café e que tinha perdido o ônibus. Hoje, eu menti novamente, dizendo que iria ao aniversário de um colega de classe.

Deus do céu, eu estava em uma rede de mentiras sem fim.

– Terminou? – Miguel indagou, apressando-me.

– Só falta fechar o zíper. – Avisei. Fechei-o. – Estou pronta.

Abri a porta do quarto dele, deparando-me com o rapaz encostado à parede.

Os pais não estavam em casa, por isso eu pude me trocar ali mesmo, sem perigos de me verem em roupas de loja de departamento. Miguel fitou-me de cima a baixo, depois disse:

– É, dá para o gasto.

O vestido que eu estava usando era lilás e preto. O tecido lilás ficava coberto por um tule preto, com detalhes de flor na parte do busto. O cabelo, solto com cachos nas pontas e duas mechas para trás, entrelaçando-se. Eu estaria me sentindo poderosa, não fosse os sapatos de salto e o risco de cair de cara no chão.

Miguel trajava um terno de classe, com uma gravata azul escura.Ele retirou o paletó, jogando-o na cama.

– Odeio gravatas. Odeio ternos. E, definitivamente, odeio esses bailes dos amigos do meu pai. – Disse, irritado.

– Se te serve de consolo, também não gosto de bailes.

– Então seremos dois mentirosos fingindo felicidade nessa noite.

Olhei pela janela do quarto. Estava escurecendo, em breve a mãe de Miguel chegaria e iríamos para o baile.

– Não se esqueça da paciência, tem muita falsidade nesse baile. Coisas como “Nossa, você está tão lindo essa noite” ou “Serás um grande homem quando se formar na faculdade, governarás a empresa de seu pai com glória”. – Disse ele, jogando-se na cama.

– Nossa, que droga. – Foi tudo o que consegui dizer.

– Sabe o pior desses bailes? Não tem bebida de verdade.

– Se quiser beber, sugiro um bar, não um baile da alta sociedade.

– Obrigada, Sra. Óbvio.

Bufei, sentando-me na poltrona. Miguel continuava deitado na cama, esparramado igual a uma batata amassada.

O telefone dele tocou, indicando um nome feminino. Ele o estendeu para mim.

– Atenda. – Disse.

– Por que eu deveria? Não é meu celular.

– Essa menina está me enchendo o saco, só atenda e diga que estou no banho, que você é a “outra”.

– Não.

– Sim. Está no contrato.

Deslizei a tela para atender o celular.

– Miguel, você sumiu. – Disse a voz. Era terrivelmente fina, irritante.

– Miguel está no banho. – Eu disse. – Quer deixar recado?

– Quem é você? – Perguntou ela, gritando.

– Por que não me diz quem você é?

– Porque fui eu quem ligou atrás dele.

– Certo, então. Sou... Lídia. – Menti.

– O que faz com Miguel?

– O que as pessoas geralmente fazem quando vão pra a casa de um cara que conheceram na balada, ué. – Disse eu.

– ELE ME TRAIU? – Berrou ela.

– Que eu saiba, ele não namora. – Respondi.

Ela desligou na minha cara.

– Uau. – Miguel exclamou, batendo palmas com uma cara de satisfeito. – Preciso te contratar para atender ligações, muito eficiente.

Remexi na pulseira fina e dourada em meu braço.

– Três empregos? Cai fora.

Estendi o celular para ele, que o pegou sem mais delongas. Ouvimos passos no corredor.

– Filho? – Chamou Carmem. – Já está pronto?

Ele se levantou, pegou o paletó e vestiu-o rapidamente. Fez sinal para que eu saísse do quarto, saindo logo atrás.

– Que belo casal. – Exclamou Carmem. Não pude deixar de lembrar do dia do jantar, quando ela disse que Miguel precisava de alguém que o amasse. “Desculpa, Carmem.” Pensei.

A mulher vestia um longo vestido vermelho, com um decote comportado e modelagem que se adaptava aos movimentos de seu corpo. Os cabelos, arrumados em um coque trançado, lhe davam um ar elegante.

Elias subiu as escadas, com um terno preto e gravata verde-musgo.

– Meu filho finalmente está vestido de forma adequada. – Disse. – Parece que o mundo não está completamente perdido.

– Continuo odiando ternos. – Resmungou Miguel, ao meu lado.

– Ternos são clássicos, deveria gostar.

– Onde está Diane? – Perguntei.

– Ela não vai, querida – Respondeu Carmem. – Não está se sentindo bem, fica enjoada com tudo. Mal da gravidez.

– Mas Leonardo irá cuidar dela, não é?

– Sim, ele irá.

– Ainda bem. –Respondi.

– Vamos? – Elias perguntou, soando mais como uma ordem. – Não quero chegar atrasado,seria ruim para os negócios.

Obedecendo-o, nos encaminhamos para o carro.

* * *

O local do baile era enorme, uma escadaria de gesso nos conduzia para o centro da festa, onde muitas pessoas andavam. Entre garçons, vestidos e ternos, tive que ir abrindo caminho para não trombar nas pessoas.

Miguel teve o cuidado de fugir de fotógrafos, afinal, meu pai lia o jornal e eu não queria ter que explicar como saí na parte de eventos.

A festa, pelo o que eu descobrira, era organizada por todos os sócios de um grande empreendimento que seria lançado na cidade em breve, então tivemos que cumprimentar cada um deles com um sorriso no rosto. Sentia-me enjoada, invejando as pessoas que estavam do lado de fora do salão, tomando ar fresco.

– Esse é meu filho, Miguel. – Elias disse, colocado a mão sob o ombro do filho. – O orgulho da família.

Quase engasguei com a saliva. Como ele podia mentir tão descaradamente?

– E essa adorável moça? – Indagou o homem. Tinha cerca de cinquenta anos, gordo, cabelos grisalhos e óculos de grau.

– Essa é Ana Clara, a namorada dele. Uma ótima moça.

– Olá, Senhorita. – O homem disse. Parecia ser amigável.

– Olá. – Disse eu.

Elias começou a conversar sobre negócios com o homem, Carmem fez o mesmo com a esposa do senhor. Miguel fez sinal para que nos afastássemos. O ambiente agora escurecera, com música clássica tocando. Me levou para um canto da festa, onde o barulho não era tanto.

– Por que trouxe aqui? – Indaguei.

– Para fugir daquele meio. Espere-me aqui.

Tentei protestar, mas ele saiu andando depressa.

– Ana! – Valentina, uma das primas de Miguel, me chamou. – Pelo o que vejo,meu primo já te deixou sozinha aqui.

– É. – Respondi.

Ela usava um vestido acima dos joelhos, preto.

– Bom, eu não vou te deixar abandonada nesse tédio de festa. Aceita uma bebida?

– Não. Eu não quero beber.

– Ok. Mas eu vou pegar uma. Espere aqui.

Abandonada duas vezes em menos de dois minutos, essa vai entrar para a história.

Virei-me , procurando por um banheiro.

– A senhorita poderia ceder-me um foto? – Perguntou um fotógrafo, seu crachá indicava que era do jornal que meu pai lia. – Será rápido.

– Não. – Respondi, saindo rapidamente. Ele me encarou, bravo, certamente estava acostumado com pessoas que brigavam para aparecer nas fotos. Falei, sobre os ombros: – Desculpe.

Acabei trombando em uma pessoa no caminho.


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Notas finais do capítulo

Vestido da Ana: http://portuguese.alibaba.com/product-gs/princess-style-oep314-black-lilac-prom-dresses-2012-537062529.html
Bjus



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