Namoro por Aluguel escrita por Zia Jackson


Capítulo 12
A moça de cabelos ruivos tingidos


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente: A FIC RECEBEU A PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1
Sim, Ana Fernandes, você é muito diva.
Muitíssimo obrigada, deixou minha alegria lá em Marte,.
Eu, particularmente, não curti esse cap, mas estou postando, então me perdoem se ficou ruim ;(.
Agradecimentos:
Mrs Stars
insano insone
Ana Fernandes
Allice Faleta
Anah Vi XD
HarukaMeiko
Juliet McLaren
Di Ângelo
a menina radiante.
ZIA AMA VCS !!!



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– Ana, o que faz aqui? – Disse a voz.

Virei-me, reconhecendo imediatamente a pessoa.

– Tobias. – Disse eu, tentando parecer normal e não soar nervosa.

Como nenhuma desgraça vem sozinha, ele não estava só, ao seu lado estava uma mulher, era familiar.

– Como conhece Ana? - Ela perguntou. A conhecia muito bem, era Ângela, uma mulher que havia trabalhado com a minha mãe anos atrás. – E você, Ana, o que faz aqui tão tarde? Pelo oque eu saiba, não mora aqui. Sua mãe sabe que está aqui?

– Vim trabalhar, fazer um bico em uma das casas. Ela sabe que estou aqui. – Respondi, nervosa. Ângela tinha um olhar bravo, sempre parecendo procurar a mentira em nós. – Como conhece Ângela, Tobias?

– Ela trabalha com o meu pai. – Respondeu ele. – Viemos aqui porque um dos colegas de trabalho foi atropelado, veio visitar a namorada e quase morreu.

– Que horror. – Respondi.

– Pois é, mas ele já está no hospital. O médico da ambulância disse que irá sobreviver.

– Tomara que sim.

Ângela, que me olhava de cima a baixo, fez o tão temido comentário.

– Que roupas são essas? Não me parece ser algo com que se trabalhe.

Eu não sabia como responder essa pergunta. Se eu respondesse mal, seria pega no flagra, se não respondesse seria a mesma coisa. “Pense, Ana, pense” Forcei minha mente, porém nada de útil passou por ela.

– Estou esperando a resposta. – Ela disse.

– Eu...é... – Gaguejei. – É uma festa, esse é o uniforme.

– É chique demais para um uniforme. Com o que você está metida,Ana?

Tobias me encarava, juntamente de Ângela.

– Com o trabalho, ora. Agora, se me dão licença, preciso ir.

Antes mesmo que eles pudessem dizer algo, saí andando pela rua.

Eu estava completamente ferrada, disso eu tinha certeza. Só me restava rezar para que minha mãe não me descobrisse e para que Tobias não se afastasse de mim.

Dei mais algumas voltas pelos quarteirões do condomínio, só para ter certeza de que não estavam me seguindo. Quando vi que não, corri até a casa dos pais de Miguel.

Ofegante, tranquei a porta de entrada.

– Peço para ficar sozinho e você some da face da Terra? – Perguntou Miguel. – Você compreende as coisas de forma literal demais, credo.

Eu ia zombar, porém sabia que o rapaz ainda estava magoado por sei lá o que. Só estava usando o seu humor de mau gosto para fugir de si mesmo, ou da família.

– Quando poderei ir embora? – Indaguei

– Em breve, muito em breve.

A camisa que ele usava antes estava toda amassada no corpo, com a maioria dos botões abertos. Os olhos estavam vermelhos e ele cheirava à álcool. O resto da família não estava ali, mas eu conseguia ouvir vozes alteradas no andar de cima, como se fosse uma discussão.

Não pude deixar de ter pena. Uma família que tinha tanta coisa, mas ao mesmo tempo não tinha nada.

Miguel disse que era para subir, e obedeci. O barulho vinha do quarto dos pais dele, e mesmo passando no corredor, pude ouvir a conversa e os vários passos.

Ele só precisa de um pai, Elias, e isso você não é. – Ouvi a mulher mais velha falar. – Ele precisa de uma família. A culpa de ser quem ele é e sua.

– Calem-se! – A voz era de Diane. – Será que não conseguem perceber que isso é culpa dos dois? Penso no que seria de mim se não tivesse feito o intercâmbio. Eu estaria doida, como vocês, como Miguel.

– Ele é só um garoto. – A voz era de Leonardo. – Não podem culpá-lo por todos os problemas da casa. A família não é constituída de uma só pessoa.

Queria ficar ali e ouvir mais da conversa, poder entender o que acontecia ali, mas Miguel acelerou o passo e agarrou o braço de Ana.

Entraram no quarto dele e o rapaz a soltou.

– Você não viu e nem ouviu nada. – Ele disse, sério. – Agora vamos fingir que estamos assistindo um filme, quando ele acabar poderá ir embora.

Apenas assenti, nervosa. Sempre fui curiosa, e isso era um defeito horrível que não conseguia evitar.

Miguel colocou um pen-drive na TV e após mexer em alguma coisa no computador, um filme começou. Era uma comédia romântica, mas nenhum de nós estava prestando a atenção. Ele mexia em um caderno de capa marrom, analisando apenas uma folha, sem nem desviar os olhos. Após um tempo, colocou o caderno em um lugar da cama e saiu do quarto, dizendo que já voltava.

A curiosidade foi maior do que tudo e fui mexer no caderno. Era o tal do “livro de primeiras vezes”, parecia ser muito velho, como algo que o acompanhava desde a infância. Algumas folhas ainda estavam vazias, mas era na penúltima folha que estava o que ele analisava de forma tão atenciosa.

Era uma foto de tamanho normal, colada na folha. Na imagem estava uma garota de cabelos na altura dos ombros, tingidos de ruivo com uma raiz grossa e preta, indicando que a cor natural de seus cabelos é o preto. Ela sorria para a câmera, ou para o fotógrafo, não dava para saber. Os olhos eram castanhos. Procurei por mais informações: Um nome, mais uma foto, porém nada encontrei. Ouvi a porta sendo aberta e praticamente joguei o caderno em cima da cama.

– Parece que gostou mesmo desse filme, parece tão focada. – Miguel disse.

– É. – Falei.

Ele abotoara os botões da camisa, deixando-a ainda mais amassada.

– Creio que eu deveria dar explicações sobre o jantar, mas simplesmente não estou disposto. Além do mais, você é contratada, então nada abalaria o falso relacionamento.

– Não me deve explicações, mas às vezes conversar faz bem.

– Isso é papo furado, conversar apenas faz com que as coisas se tornem fofoca.

– Se você diz...

Ficamos em silêncio até que o filme se encerre, é quando ele me deu o dinheiro e pediu que eu pegasse um táxi. Desci as escadas silenciosamente, na casa não havia barulho algum. Era melhor assim, eu poderia sair de fininho, sem precisar passar por assuntos desagradáveis ou fingir mais uma vez ser alguém que não sou. Além do mais, já estava tarde e eu tinha que ter aula.

– Ana Clara? – Ouvi uma voz.

Como diria minha mãe: “Não cante vitória antes da hora”.

Virei-me para o começo da escada, dando de cara com Carmem. A mulher parecia cansada, e descer até onde eu estava pareceu ser desgastante para ela.

– Creio que hoje as coisas tenham sido um tato quanto desnecessárias. Não sei o quanto você ouviu no jantar, mas quero me explicar.

– Não precisa explicar, Dona Carmem. – Respondi. – As famílias tem disso às vezes, é normal.

– Não é. Estamos passando por um momento conturbado, sabe? Então as coisas saem do controle. Eu, como a mulher da casa, tento contornar as situações, mas tem sido muito difícil. Só quero pedir para que não desista do meu filho, ele só precisa de alguém que o ensine novamente o que é amor.

– Não desistirei, Carmem, pode ficar tranquila. – Menti.

Naquela momento, eu enxerguei uma mulher diferente. Uma mulher que luta pela família, que segura nas costas o peso de uma casa inteira.

Agradeci aos anjos silenciosamente por minha vida e por minha família, poderia ser muito pior.

* * *

– Onze e meia da noite? Isso lá é hora de se chegar em casa? Que tipo de trabalho é esse? – Minha mãe perguntou, na porta de meu quarto.

Quando eu cheguei, corri para o banheiro, tomei banho e fui para meu quarto, lá escondi as roupas chiques no meu armário de brinquedos.

Abri a porta, já de pijama.

– Desculpe, mãe, eu perdi o ônibus.

– Quero que me conte essa história toda, linha por linha, palavra por palavra.

Inventei uma história, que em parte era verdade. Falei que havia uma loja e que eu e Melissa ajudamos a servir os aperitivos antes do prato especial, já que era o dia da inauguração dela.

– Eu nunca mais quero te ver nessas coisas, Ana Clara. Não somos miseráveis, tanto eu quanto seu pai trabalhamos, você já trabalha também.

– Eu sei ,mãe, não irá se repetir.

– Bom mesmo. Agora vá dormir.

Obedecendo-a, dei um boa noite e deitei-me na cama. Antes de cair em sono profundo, ouvi minha Mãe ao telefone.

Oi, Ângela. Por que me ligou? – Disse ela.


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Notas finais do capítulo

As coisas estão duras para nossa Ana...
Até o próximo ;)



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