Namoro por Aluguel escrita por Zia Jackson


Capítulo 11
Jantar não tão chato assim


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos:
Leitora
Sofia Anjos
insano insone
Ana Fernandes
Di Ângelo
HarukaMeiko
Juliet McLaren
Anah Vi XD
AMO VCS!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595989/chapter/11

Após uma ligação para minha mãe, eu estava sentada no meio fio enquanto esperava Miguel chegar.

Eu menti, disse que iria trabalhar até mais tarde já que tinha pegado um “bico” em alguma outra loja. Ela acreditou, mas ficou um pouco brava.

Miguel atrasara quinze minutos, a rua estava deserta e escura devida à má iluminação, é impressionante o quanto nosso dinheiro dos impostos não faz diferença nenhuma em nosso bem estar.

O carro de Miguel dobrou a esquina, com os faróis altos refletindo luz em meus olhos. Ele parou o carro, abriu o vidro e falou:

– Quanto é o programa?

– Seus dois rins e um par de olhos. – Respondi.

– Caramba, isso é mercado negro ou prostituição?

– Isso é UFC combate.

Ele riu, destravou a porta e mandou-me entrar no carro. Levantei-me, limpando com as mãos a poeira e qualquer sujeira que tenha manchado minhas calças pretas de couro. Miguel me entregara uma sacola com roupas na faculdade, juntamente com uma garrafa de uísque. Utilizei as roupas, que formavam um conjunto muito bonito, porém nem mesmo relei no uísque.

– Essa blusa te deixou com cara de metida. – Comentou Miguel.

Olhei para a blusa cor bordô, as mangas longas até os pulsos, onde era decorada com botões falsos de pérolas.

– Eu achei que me deixou com cara de rica. – Comentei. – Uma rica humilde e gente boa.

– É. Por que não está de salto alto?

– Porque eu não queria.

– Mas eu deixei um na sacola.

– Deixou uma bota também, e convenhamos que a bota é mais confortável e quentinha.

– Quentinha? –Perguntou ele- Quantos anos você tem? 60?

– Sessenta e nove, para ser mais exata.

Ele conferiu uma mensagem no celular e depois desligou a tela do mesmo.

– Vamos logo.

E, ligando o carro, partiu.

* * *

– Você deve ser Ana, não é? – Perguntou um homem, estendendo a mão para um cumprimento. Era baixinho, cabelos castanhos e olhos castanhos. Identifiquei-o como Leonardo, o marido de Diane.

– Sim, e você é Leonardo?

– Decorou meu nome, já simpatizei com a senhorita.

– Digo o mesmo.

Ele, soltando minha mão, sorriu.

– Miguel escolheu bem dessa vez. Eu sempre disse que ele encontraria alguém depois do que aconteceu. – Disse, dessa vez tão baixinho quanto um sussurro.

Contive a vontade de perguntar o que tinha acontecido. Diane chamou o marido, que caminhou apressadamente até onde ela estava. Pelo o que eu havia entendido, o bebê havia chutado novamente.

– Ana, que bom revê-la. Temo que o jantar em família tenha sido um pouco traumatizante. – Elias falou, ajeitando sua camisa. Não usava terno, o que era um pouco diferente da imagem que eu tinha gravado.

– O jantar foi adorável – Menti. – Estou acostumada a lidar com coisas piores.

– Não precisa ser cordial, eu mesmo odeio esses jantares.

– Elias! – Repreendeu a Mãe de Miguel, Carmem.

– Nem pense em me impedir, Carmem, os jantares são uma grande pedra em nossos sapatos.

– Sugiro pare de beber, Elias, está começando a ficar chato com as visitas.

– Bebo uma dose de uísque e já me acha chato? Francamente...

– Pai, Mãe, por favor, tentem passar uma noite sem brigar. – Berrou Diane. – Isso não faz bem para o bebê.

O casal se calou, e eu fiquei constrangida. Ouvi os passos apressados de Miguel descendo as escadas.

– Vamos jantar? – Perguntou.

Todos se reuniram na mesa e sentaram-se. Elias em uma ponta, Carmem em outra. Diane e Leonardo à direita de Elias e Miguel à esquerda, comigo do lado.

Uma empregada colocou a última bandeja sobre a mesa, dando início ao jantar.

Peguei meu prato e servi-me de comida. O cardápio do dia era comida asiática, controlei-me para não enfiar a cara no prato e comer tudo de uma vez.

– Gosta de comida asiática, Ana? – Carmem indagou.

Droga, estou comendo rápido demais” Pensei.

– Aprecio muito. – Falei, limpando a boca com um guardanapo.

– De para perceber.

Rezei para eu não ter corado.

– Amor, que tal subirmos um pouco? – Indagou Miguel.

– Nada disso – Interrompeu Elias. – Deixe-nos conversar, devo conhecer minha nora.

– Não somos casados, ela não é sua nora.

A tensão entre pai e filho era notável.

– Eu a considero...

– Pois vá considerar aquela vadia do seu escritório, aquela que...

Carmem limpou a garanta, apontando para mim.

– Ana,poderia subir antes de mim? – Miguel pediu, mas seus olhos diziam "Pelo amor de Deus,sobe logo”

– Claro. Espero-te no seu quarto.

Subi pelas escadas, indo até o quarto de Miguel. A curiosidade foi maior que tudo e abri um pouco porta, para tentar ouvir o que acontecia lá embaixo, porém só ouvia nomes e gritos sem nexo.

– Que família conturbada... – Murmurei.

Miguel subiu um bom tempo depois, quieto demais, vermelho demais. Estava com raiva, era visível, nem fez piadinha ao entrar no quarto. Apenas se jogou na cama e enterrou a cabeça em meio aos travesseiros.

– Quer ficar sozinho? – Perguntei.

Ele fez que sim com as mãos.

– Quero socar alguém. – Falou.

– Ei, se acalme. – Falei.

– Você não sabe de nada, não dá para me acalmar.

– Ei, não desconte em mim.

Ele se sentou na cama.

– Só me deixe sozinho por um tempo.

Levantei-me e saí em direção à rua, nem olhando para a sala de jantar ao sair. Andei um quarteirão até voltar para casa, mas quando estava na porta ouvi alguém.

– Ana? - Uma voz familiar me achou. Meu sangue gelou e olhei para trás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

quem será que chamou nossa aninha?
Cenas do próximo capitulo...
Bjus



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Namoro por Aluguel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.