Miss Simpatia escrita por Little Queen Bee


Capítulo 9
Maratona


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por ter demorado para postar. Boa leitura!



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POV. Daphne

Hoje o movimento da loja estava bom. Ritmo frenético. Atender uma, duas, três clientes em menos de um minuto. Mas isso vai ser uma boa recompensa no final do mês. Na hora do almoço, os negócios deram um sossego para nós.

Depois de ter me alimentado fiquei apenas olhando as pessoas passando através da vitrine. Isso me fez lembrar da Maratona de Nova York. Tenho o hábito de correr todo o ano por curtição, mas este seria diferente. Temos uma aposta em jogo. No dia em que conheci Josh ele me disse que já havia tentado aprender a tocar piano, mas por pura obrigação e achava a maior chatice e nunca aprendera nada. Dessa vez se eu chegar antes dele na linha de chegada, ele terá de aprender com a expert aqui no piano.

Mas há também o outro lado, se ele ganhar eu terei de ir a uma de suas festas. Deve ser a maior loucura. Mas isso não vai acontecer, pois sou muito preparada. Corro essa maratona todos os anos.

De: Daphne Campbell

Para: Josh Parker

Assunto: Maratona

Você vai mesmo participar, né?Bom se você ainda estiver com vontade vai ser no dia 23 ás 09:00. A partida será em State Island e a chegada no Central Park. Podíamos marcar de nos encontrarmos para irmos juntos para State Island. Mas e aí? A aposta ainda está de pé?

Mandei o e-mail e voltei ao trabalho. O movimento voltou aos poucos. Trabalhei sem nenhum estresse. Clientes gentis e pacientes. No final do dia já havíamos lucrado muito.

Estava chovendo intensamente quando eu saí da loja e eu não havia levado um único guarda-chuva. Fui com a cara e a coragem até a estação de metrô que era apenas duas quadras da loja. Cheguei em casa encharcada. Fungava até dizer chega. Vou ficar com uma gripe daquelas.

Depois de tomar um banho quente, me enrolar em um edredom e tomar um chocolate quente sem gordura, passei um tempo vendo meu feed no Facebook. Curtir fotos de amigas, Sally e Ian, Josh e... quem? Aff. Era a mesma menina que vi Josh conversando na faculdade. Cara de piranha! Loira oxigenada, com cara podre de maquiagem. Dá pra ver, ela que o marcou na foto. Fico indignada com essas coisas, mas ele também não é nenhum santo. Só deve procurar piranha que se entrega logo de primeira. E o que eu tenho a haver com isso? Ah é, nada. Deixo minha raiva de lado.

– Atchim! – espirro.

Começo a ter um ataque de coceira do nariz. Droga de gripe! Que hora ruim pra você ter caído chuva. Levanto do sofá e vou até a cozinha e preparo uma sopa bem quentinha. Por um instante vou ao banheiro para assoar meu nariz. Olho para minha aparência no espelho. Dou uma risada, se minha mãe pudesse me ver neste momento ela diria: Essa não é uma miss universo.

Tomo a sopa e volto para debaixo de meu edredom. Continuo vendo meu feed, mas pouco antes de ir deitar decido verificar meu e-mail, esperando alguma notícia de minha mãe. Pelo contrário encontro uma resposta de Josh

De: Josh Parker

Para: Daphne Campbell

Assunto: Re: Maratona

É claro que eu topo. A gente marca de se encontrar no metrô da 1ª avenida ás 08:00. E a aposta ainda está sim de pé, quero vê-la em minha festa, Campbell. Beijos

– Essa vai ser uma corrida e tanto. – digo para mim mesma ao terminar de ler o e-mail.

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Dia da Maratona...

POV. Josh

Já eram 07:30 quando eu havia terminado de tomar meu café da manhã em casa. Um grande milagre, pois quase nunca compro coisas para o café. Eu estava bem atrasado. Tinha que me encontrar ás 08:00 no metrô da 1ªavenida com a Daphne. Fui ao banheiro e escovei meus dentes, já estava de banho tomado. Coloquei a carteira e celular em meu bolso e saí de casa. Minha tatuagem estava aparente, pois havia deixado meu IPod em casa. Talvez seja uma surpresa para Daphne, pois ela nunca a viu. Não há nada de mais, apenas uma tatuagem tribal, que dá a volta em meu braço como um bracelete.

Em poucos minutos de caminhada eu já estava no metrô. Até que não cheguei atrasado. Ainda ia dar 08:00. Sentei em um dos bancos e fiquei mexendo em meu celular para esperar Daphne. Dez minutos depois ela chegou com todo seu jeito de esportiva.

– Olá, Campbell. – cumprimentei-a dando um beijo em sua bochecha e abraçando-a. Adoro o cheiro do perfume dela. Tenho vontade de passar um dia inteiro cheirando seu pescoço.

– Prepare-se para perder, Parker.

– Prepare-se você para ir à melhor festa de sua vida. - digo

– Acho que não, hein. – disse ela.

– Você verá.

Esperamos por um minuto o metrô chegar a estação, que por sinal estava com bastante gente. Não era tão diferente assim dentro do metrô. Entrei logo e em encontrei um local vazio.

– Daphne, aqui. – chamo-a e ela vem ao meu encontro no meio da multidão. – Sente aqui.

– Obrigada. – agradece ela. Fico a viagem toda em pé. Não é para menos, poucas foram as pessoas que desceram nas estações seguintes. – Acho que todos estão indo para a maratona.

– Pode ser. Nunca tive interesse de participar de uma maratona até agora.

– Eu participo desde que me mudei para cá. Faz três anos. Tenho todas as medalhas guardadas numa caixinha lá em casa. – diz Daphne. – Sou bem preparada, Josh. – ela piscou para mim.

– Eu também, Daphne. – digo e vejo a olhando para meu braço.

– Não sabia que você tem tatuagem.

– Tenho. Você nunca viu porque sempre me pegou com blusa de manga. – explico.

– Eu gostei. – disse ela.

– Valeu.

Ficamos em silêncio, mas em poucos minutos já estávamos em State Island. Todos os passageiros desceram nessa estação, inclusive eu e Daphne. Andamos até o local da corrida. Peguei meu numero da inscrição e colei em minha blusa. Alonguei para me preparar. Enquanto a Campbell fazia o mesmo. Ela estava bem preparada, então eu terei de me esforçar bem nessa maratona, pois faço questão que ela vá a minha festa.

– Digo de antemão que sou muito bem preparada. Fiz ginástica durante toda minha adolescência. – disse ela alongando seus braços. – Prepare-se para aprender piano.

– Se você acha. – falei, piscando para ela.

– Atenção! Todos se preparem na linha de partida! – disse o homem no auto-falante.

Fiquei posicionado ao lado de Daphne. Eram muitas pessoas.

–Sabia que o dinheiro da inscrição vai para a caridade? – ela disse, saltitando.

– Sério? – pergunto, curioso.

– Sim. Além de fazer isso por um hobe, e para manter a forma, eu gosto de fazer uma boa ação.

– Me diz. Como você suporta tocar piano? Eu posso até me amarrar no som, mas cara... eu sou sem o menor. É muita tecla, muita confusão para minha cabeça. – digo e ela ri.

– Como que você gosta de festas? Esse aglomerado de pessoas, dentro da sua própria casa, bebendo e doidas.

– Eu ficava doido também.

– Ta explicado. – disse ela com ironia.

– Começaremos em um minuto a corrida. Por favor! Todos se preparem! – disse o homem no auto-falante. Iniciou-se uma contagem regressiva.

– Preparado? – ele me perguntou.

– Mais que isso. – falei.

Comecei a correr quando ouvi o som da buzina, porém não tão desesperadamente. Mantive um ritmo lento para não me cansar no início. Daphne pelo contrário já estava lá na frente. Enquanto atravessava a ponte, pude ver os raios de Sol daquele domingo de manhã se encontrando com a água do mar e formando pequenos cristais. Ah, Nova York!

Uma hora e meia de corrida. Eu já estava na Ilha de Manhattan, a poucos metros de Daphne que aparentava estar cansada. Acelerei o ritmo até alcançá-la.

– Olá. – falei ao chegar ao lado dela.

Pude ver um espanto em seu rosto e ela começou a correr mais e mais. Porém, para o azar dela, eu estava cheio de gás para esse final da corrida. Corri novamente até alcançá-la. A maratona virou uma espécie de pega-pega. Na última rua, Daphne havia conseguido se afastar consideravelmente de mim, mas quando ela entrou no Central Park eu acelerei e corri como um verdadeiro atleta. Alcancei-a. Estávamos ambos cansados. O suor escorria pelo meu rosto e ao vi a linha de chegada como se fosse uma miragem no meio do deserto. Agora era a hora de ela cumprir a aposta. Estávamos mais apreensivos ainda quando faltavam apenas dez metros. Por segundos de diferença, eu cheguei à frente de Daphne.

– É! – gritei.

Peguei uma garrafa de água que estavam oferecendo. Joguei o líquido em meu rosto para me refrescar. Peguei mais duas garrafas. Uma eu bebi, a outra entreguei para Daphne, que parecia estar indignada. Ela aceitou e bebeu calmamente o líquido.

– Vai cumprir com a sua parte da aposta? – perguntei estendendo-lhe a mão. Ela ponderou por um momento.

– Ok. – ela disse apertando minha mão.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentem o que acharam.



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