Miss Simpatia escrita por Little Queen Bee


Capítulo 27
Noite de Natal


Notas iniciais do capítulo

Oi galera estou repostando o capítulo pois agora que percebi que eu copiei e colei errado do word e acabou faltando uma parte. Bom, aí está. BOA LEITURA!



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POV. Daphne

–What a bright time, it's the right time… - canto.

Uma noite de natal como qualquer outra. Biscoitos de gengibres. Gemada. A enorme árvore na sala de estar com os enfeites mais coloridos. Sinto uma imensa nostalgia, de quando eu ainda era uma pequena menina. Tudo já foi mais fácil, mas confesso que sempre fui um pouco mimada. Sinto saudade desta época de inocência e da pequena felicidade que eu sentia, mas que agora não é mais o suficiente, porque sei que falta algo. Penso se minha pequena sobrinha sente a mesma coisa que eu já senti algum dia.

To rock the night away... – canta Daisy, minha sobrinha. Daisy insistiu para eu cantar, já que ela aprendera a música na escola nesses dias.

Jingle bell time is a swell time… - completo, toco a pontinha do nariz dela, que me recompensa com um sorriso.

To go gliding in a one-horse sleigh… - canta meu irmão mais velho.

Giddy-up jingle horse, pick up your feet Jingle around the clock… - canta Daisy rodando pela sala.

– Mix and a-mingle in the jingling beat That's the jingle bell… – canto com meu irmão. - That's the jingle bell…

That's the jingle bell rock! – completa Daisy. Todos na sala a aplaudem e ela começa a rir, sem graça.

David, meu irmão mais velho e pai de Daisy, pega a mesma no colo e a enche de beijos. Sento-me ao lado de meu pai no sofá. Olho para ele por um instante. Ele não é velho, mas possui algumas rugas por conta do cansaço e do estresse. Imagino como anos atrás meu pai deveria ser bonito. Alguns de meus tios dizem que ele fazia muito sucesso com as garotas.

Porém, não consigo imaginar isso. Meu pai, que sempre fez nossos cafés da manhã para que ela não se cansasse, que toda semana faz algum programa romântico com minha mãe, que beija a mão dela ao caminharem junto, foi um garanhão algum dia.

– Está tudo bem? – pergunta Florian, meu pai, ao perceber que eu estava fitando-o.

– Sim. Só estou com a cabeça nas nuvens.

– Está pensando no seu vizinho? – sussurra meu pai.

Mordo meus lábios e olho em volta. Minha mãe está na sala de jantar, fazendo os últimos preparativos para a ceia. Eu confio em meu pai, mas não quero que ela ouça. Ele parece entender meus pensamentos.

– Vamos dar uma volta lá fora. – diz ele.

Eu o acompanho e vamos para a entrada da casa. Com a venda da casa do Queens e o dinheiro que eles possuíam na poupança, eles conseguiram comprar esta casa aqui em Hamptons, logo após minha entrada na faculdade. Isso não teria ocorrido se eu não houvesse ganhado um desconto na faculdade por conta dos concursos e por conta de uma prova que eu havia feito. Nunca fui uma má aluna.

Poucas foram as vezes que vim para a casa deles. Bela e grande o suficiente para que morasse meus pais, meus irmãos e suas ambas famílias e eu. Mas é claro que eu nunca moraria aqui.

– Agora posso contar para o senhor. – digo, quando vejo que ninguém irá nos ouvir. – Este vizinho... – faço um sinal de aspas. – que minha mãe lhe contou, é na verdade um garoto no qual eu estava namorando.

– Que ótimo, minha filha. – diz ele e posso ver que está mesmo feliz.

– Mais ou menos. – digo e olho para meus pés. Não gosto de falar sobre o assunto, mas talvez meu pai tenha algo para me dizer que vá me ajudar.

– Vocês não estão mais juntos? – pergunta ele e balanço a cabeça. Contraio os lábios e pisco algumas vezes para reprimir as lágrimas. Ainda não me contento em não ser forte. – Daphne... mas o que houve?

– Ah pai, é uma longa história.

– Dispúnhamos de uma noite, querida. – diz ele sentando-se em um banco de madeira do jardim da entrada. Junto-me a ele.

Respiro fundo e conto tudo para ele. Desde como conheci Josh até os motivos que me fizeram deixá-lo ir. Meu pai ouviu atentamente tudo o que eu falei. Ele prestava atenção em cada detalhe. Fechei um pouco mais meu casaco por conta do frio que fazia.

– Ele vai embora. E eu tenho que seguir com a minha vida.

– E é isso que você quer?

– Não tenho certeza nem do que eu quero fazer da minha vida, pai. Bom, pelo menos eu acho. Eu queria mesmo ter chance de escrever em alguma coluna de jornal. Pra distrair minha cabeça nessas semanas eu tenho escrito algumas coisas. Tenho tido algumas ideias. – digo.

– Muito bem. Acha que está no caminho certo?

– Sim.

– Vai tentar um emprego como colunista?

– Sim.

– Vai correr atrás de quem você ama?

– Sim... – respondo e arregalo os olhos. Meu pai sorri satisfeito. – Não posso.

– Pelo o que você me disse ainda há tempo, não? – pergunta ele.

– Não sei, pai...

– Vá, querida. Depois que o Natal passar.

– Mas e a mamãe?

– Eu falarei. Já deu isso. Você tem que viver sua vida. Já passou da hora. – diz ele, determinado.

– Obrigada, pai. – digo abraçando-o com força. Meu pai sempre tentou me proteger, ou pelo menos me libertar de minha mãe. Ele sabe o que é certo.

– Vamos entrar. Está começando a nevar. – diz meu pai.

Vejo os flocos de neve caindo em meu braço, engrossando a pequena camada que havia no chão. Retornamos para casa onde todos nos esperávamos para cearmos.

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POV. Daphne

Já se passava da meia-noite. Eu estava deitada ali por cerca de uma hora, mas o sono fugia de mim. Estava ansiosa demais para dormir. Queria ter voltado hoje mesmo para Manhattan, mas os trens pararam de circular às dez. Eu estava apreensiva por finalmente largar essa vida. Não ter mais minha mãe pegando em meu pé, não ter mais dias estressantes, nem nervosismo por não agradar minha mãe.

Eu tenho a consciência de que talvez ele não me aceite de volta, mas preciso compartilhar esta notícia com ele. Eu estou livre!

Fiquei tão apreensiva, que tive que levantar da cama. Meu quarto era o porão reformado da casa, com um imenso sofá-cama, uma televisão antiga e uma parede inteira com troféus.

Subo as escadas que dão para o corredor de entrada da casa, que por sinal estava todo escuro com exceção das pequenas luzes do pisca-pisca. Caminho até a cozinha, mas paro antes de entrar. Fico parada, escondida, ouvindo a conversa de meus pais.

– Você tem que superar isso. Quando Daphne era pequena, eu poderia até achar legal, mas agora passou dos limites! – diz meu pai.

– Não entendo o problema de mostrar o meu sonho para minha filha. – diz minha mãe.

– Você está sufocando-a, Margareth! – vejo que meu pai está se controlando para não gritar. - Não é só porque você não pode realizar seu sonho, que você tem que impedir nossa filha de realizar o dela.

– A culpa disso tudo é sua. – diz minha mãe.

– Ah, realmente, mil desculpas por ter lhe engravidado e ter dado um dos três maiores presentes da nossa vida. Mil desculpas, Margareth. – diz Florian

– Não tire palavras da minha boca, Florian! Mas eu poderia muito bem ter ganho o concurso de Miss Estados Unidos. – diz Margareth, minha mãe.

– Eu não agüento mais discutir sobre isso com você. Deixe a Daphne em paz. Ela tem vinte e quatro anos, ela tem que viver a vida dela. Ter um emprego direito, ter planos para construir uma família. – diz meu pai. – Quer saber? Não vale mais a pena discutir com você. Cansei!

Ouço passos e corro de volta para o porão. Deito-me e cubro-me. Fecho os olhos tentando fingir que estou dormindo para que meu pai não saiba que eu estava escutando.

Este é o motivo de tudo isto? Minha mãe concorria para o concurso de Miss Estados Unidos, mas perdeu ao engravidar de David? Que tipo de pessoa minha mãe é? Sinto-me enojada. Não sabia se me sentia triste por tudo o que ela falou ou feliz por me livrar. Tenho vontade de ir embora agora, mas espero até o amanhecer.


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Notas finais do capítulo

LIVRE ESTOU, LIVRE ESTOUUU!!!! E aí?O que acharam? Safada essa mãe da Daphne, né?



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