Miss Simpatia escrita por Little Queen Bee


Capítulo 20
Indo para Montauk


Notas iniciais do capítulo

Olá. Me desculpem, sei que demorei muito pra postar. Acabei enrolando, gostaria de agradecer a Grind por seu comentário



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POV. Daphne

De: Josh Parker

Para: Daphne Campbell

Assunto: Dia de Ação de Graças

Sairei da revista ás 12:00, irei para casa fazer minha mala. Passarei na sua casa para irmos juntos a estação. Esteja pronta às 13:30.

Chego em casa e só tenho tempo de tomar um banho. Coloco um casaco bege de lã, junto de um par de botas. Ponho a única mala que levarei para a sala. Foi um sacrifício reduzir as roupas e os sapatos.

O interfone toca e vou atender. Não esqueço de verificar se tudo está arrumado. Ajeito as almofadas e deixo tudo perfeito.

– Estou aqui. Desça. – diz Josh, pelo interfone.

– Ok, já estou descendo. – digo e desligo.

Pego minha mala e minha bolsa e saio de casa. Entro no táxi que Josh estava me esperando. Em poucos minutos estamos na Estação Central, que por sinal estava lotada. Havia muitas pessoas saindo da cidade para o feriado.

Damos nossos tickets ao locomotor e subimos a bordo do trem. Sentamos em uma mesa no qual dividimos com outro casal. Guardamos nossas malas em um compartimento para bagagens. O trem ainda nem saiu da estação e nossos companheiros de viagem já estão se pegando, bem em nossa frente.

Josh e eu ficamos desconfortáveis, as pessoas da mesa ao nosso lado também. Pego meu celular para não precisar presenciar esta cena. Coloco meus fones e ouço um pouco de música. Sinto o trem se locomovendo e vejo que estamos saindo da estação.

Seria uma longa viagem de duas horas, com esses dois se pegando, para chegar até Montauk. Meu celular vibra com a chegada de uma mensagem. Desbloqueio-o para visualizá-la.

Josh: Dá para acreditar nisso? É quase um filme pornô ao vivo e em cores.

Daphne: Engraçado, você! Prefiro ficar vendo esta paisagem linda da janela.

Josh: Sério? Eu prefiro ficar olhando para você. Te acho mais linda.

Daphne: Você gosta de quebrar as regras do jogo!

Josh: Adoro! Pra que serviriam as regras se elas não fossem quebradas?

Daphne: Faz sentido. Sabe qual o filme eu estava vendo ontem com a Eliza?

Josh: Não. Qual?

Daphne: A Culpa é das Estrelas.

Josh: Odeio esse filme.

Daphne: Por quê? É lindo! Eu chorei muito.

Josh: Pra você ter chorado o filme não deve ser tão bom assim.

Daphne: Aff! Isso não significa nada. Quero dizer a história é boa. Uma história boa não precisa de finais felizes.

Josh: Eu prefiro finais felizes. Acho que nós devíamos acreditar que tudo há de dar certo algum dia.

Daphne: Sim... Mas me diga: Por que nós estamos falando por aqui se estamos um do lado do outro

Josh: É legal. E assim não atrapalhamos nossos amigos aqui na frente.

Josh: Okay?

Daphne: Okay.

Josh: Ai meu Deus! Pare de me paquerar Daphne Campbell!

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Descemos do trem e espero em um banco da Estação de Montauk. Josh falava no celular com seus pais. Eu olhava em volta com curiosidade. Nunca havia vindo em Montauk. Tudo era calmo. Poucas pessoas circulavam pela estação. Havia muito mais árvores que em Manhattan.

O casal, que estava sentado na mesma mesa que nós, tiveram que sair do vagão. Um homem, que trabalhava na companhia da locomotiva, convido-os a se retirarem do vagão. Ao saírem grande parte dos passageiros aplaudiram. Muitos estavam incomodados.

– Ele ta o que? – perguntou Josh, ao falar com sua mãe, no telefone. – Como vocês deixam uma criança dirigir uma estrada? – pergunta ele e posso ver sua irritação.

– Ele é uma criança, sim. Dezesseis anos para mim é criança. – diz ele e começo a rir. – Não importa o que eu fazia quando tinha essa idade mãe. Eu fiz merda a minha vida toda. Eu agradeço a Deus por não ter acontecido nada. O fato é que ele não tem experiência para dirigir. Tá. Ta bom. Ele já deve ta chegando. Vou desligar. Te vejo daqui a pouco. Tchau. – Ele desliga o celular e vem em minha direção.

– Seu irmão ta dirigindo? – pergunto.

– Sim, meus pais são loucos.

– Você não dirigia com esta idade? – pergunto e ele fica sem saber o que dizer.

– Talvez. Um pouquinho só. – mente ele. – Você ta parecendo minha mãe. Eu hein. – ele muda de assunto. – Vamos. Ele chegou.

Pego minha mala e descemos as escadas da estação. Encontramos Jared no estacionamento dentro de um carro. Entro na parte de trás e Josh abre a porta do motorista.

– Passa pro lado.

– O quê? Eu to dirigindo. – diz Jared. – Oi, Daphne.

– Oi, Jared. – digo sorrindo e ele sorri para mim de volta. .

– Bora, Jared. Eu não vou num carro com um garoto de dezesseis anos dirigindo.

– Mas eu tenho a carteira.

– Mas não a experiência. A mamãe concordou ainda por cima. Vamos. – diz Josh.

Foi só falar “Mamãe” que Jared passou para o banco do passageiro. Rio um pouco. Josh colocou sua mala ao meu lado no banco de trás. Após vinte minutos andando por algumas estradas de terra, finalmente chegamos. Josh até que não dirigia mal.

A casa era enorme. O jardim da frente era lindo. Repleto de rosas, tulipas, orquídeas. Uma pessoa cuidava das plantas, até que notou a entrada do carro na casa.

– Meu menino voltou para casa. – gritou a mulher baixa e indo na direção de Josh para abraçá-lo.

– Oi, mãe. – diz Josh, saindo do carro e abraçando-a.

Jared entra na casa. Pego minha mala e a de Josh na parte de traz do carro. Fecho a porta do veículo. A pequena mulher vem me abraçar.

– Mãe, essa é a Daphne. Minha amiga. – diz Josh. Ele dá certo ênfase à palavra amiga.

– Daphne. Como vai? – diz a mãe de Josh, me abraçando.

– Bem e a senhora?

– Muito bem. Estou tão feliz que você tenha vindo. – diz ela. – Desculpe-me. Eu não me apresentei. Eu sou Eleanor Parker. A mãe de Josh.

– Um prazer, senhora Parker. – digo e sorrio.

– Vamos entrar irei mostrar seu quarto. – diz Eleanor. – A viagem deve ter sido cansativa.

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Depois de conhecer o senhor Parker, Joseph, e resto da casa de sua família, eu recebi um quarto, de muito prestígio. Devia ser maior que meu quarto no apartamento. Uma cama confortável, lindos móveis de mogno branco. Depositei minha bagagem na imensa poltrona com um uma estampa floral.

Olhei pela janela de meu quarto, que possuía uma vista direta para a praia. O sol já devia estar se pondo. O céu estava parcialmente nublado, mas sem indícios de chuva. No jardim da parte de trás da casa, estava Josh, sentado em um balanço de madeira, ao meu avistar, ele piscou para mim e balançou seu celular.

Peguei meu celular que estava em cima de minha cama. Ele possuía uma mensagem.

Josh: Venha apreciar esta vista. Você não veio para cá para ficar presa dentro de um quarto.

Saio do quarto e desço as escadas. A sala de estar estava vazia. Abri a porta de vidro que dava para o quintal e saí. Sentei-me ao lado de Josh no imenso balanço de madeira.

– Me diga. Por que você foi pra Manhattan? – pergunto Ficamos um tempo ali olhando para o mar. Não havia cercas, nem nada, a outra parte do quintal da casa de Josh era literalmente a praia. – É um sonho acordar todos os dias aqui. Sem agitação. Respirando novos ares.

– Sempre gostei da cidade grande. E não suportava mais minha mãe e meu pai me dizendo o que fazer. Eu fiz apenas uma coisa que eles pediram. Entrei pra faculdade de jornalismo, mas eu dei o fora da cidade. – diz Josh com seriedade em sua voz. Ele pega a câmera que estava ao seu lado no balanço, e mexe na lente para achar o foco. – Ninguém me compreende muito bem. Essas paisagens não me enganam. Apesar de serem perfeitas para uma foto. – observo junto dele o mar. – Eu estou aqui por sua causa, porque nunca tive vontade de voltar.

– Você tem medo de contar para sua mãe sobre nós?

– Você também tem de contar para sua não tem?

– É diferente.

– Talvez.

– Você não diz porque tem vergonha de como eles vão agir. Porque pelo o que parece, eles estão esperando ansiosamente esse dia. – digo irritada. - Onde sua mãe está?

– Deve estar na cozinha, preparando o jantar. – diz ele.

– Vou lá ajuda-la – digo, levantando-me.

– Está bem.

Abro novamente a porta de vidro e adentro a casa. Ela era silenciosa demais, sem barulhos de conversas, televisões ou músicas. Caminhei, em silêncio, até a cozinha onde Eleanor se encontrava cozinhando.

– Quer ajuda, senhora Parker? – pergunto.

– Oi, Daphne. Eu aceito sim se não for incomodar. Descasque essas batatas para mim. – diz Eleanor, me entregando a tarefa.

Começo a descascar, enquanto ela cortava os tomates.

– Eu comecei a ensinar Josh a cozinhar quando ele tinha apenas quatorze anos. Ele tinha de saber se virar como qualquer outro adolescente. Mas no fundo eu fazia isso porque sabia que ele iria sair de casa algum dia, ir embora e não querer mais voltar. – diz a senhora Parker. – Ele era uma criança trabalhosa. Quando era pré-adolescente ele fugiu duas vezes para a casa dos tios no Bronx.

– Jura? – pergunto curiosa.

– Sim, ele era muito fujão. Sempre teve o sonho de ir pra cidade grande. Ser fotógrafo então, nem se fala. Mas não ia dar certo. – diz ela. Fico um pouco irritada por ela mesma não acreditar no filho que ela tem. – Mas e você? Já cresceu na cidade, ou foi para lá após se formar?

– Não, eu cresci na cidade. Eu morava no Queens com a minha família. Depois de passar Universidade Columbia, eu passei a morar sozinha. Como eu era a caçula e não tinham mais filho nenhum para formar, meus pais se mudaram para Hamptons, aqui em Long Island.

– Ah, sim. Você tem quantos irmãos? – pergunta ela.

– Dois, mas sou a única menina. Ambos já tem um emprego, uma casa. O Mais velho tem até uma filha.

– Que lindo! Eu sonho muito em ser avó, mas parece que se depender de Josh, talvez demore. Depois do jantar preciso preparar o recheio do peru para amanhã.

– Eu lhe ajudo.

– Obrigada, querida. – diz Eleanor.

Termino de descascar as batatas e as corto. Poucos minutos depois o jantar já estava pronto. Josh e eu ajudamos sua mãe a pôr a mesa. Chamamos seu pai e seu irmão e todos nós ceamos juntos.

Agradava-me o clima de família. Eleanor e Joseph pareciam muito felizes por ter Josh de volta. Porém ele mesmo não parecia muito feliz, desde quando conversamos no balanço. Ele mal tocava em sua comida, e quase não respondia aos pais, quando eles o chamavam.

– Você está bem? – pergunto, preocupada.

– Estou. Estou ótimo. – diz ele ironicamente, com direito até o sorriso de decepção.

Será que ele estava triste pelo o que conversamos? Acho que não. Ele sabe que tudo o que eu dizer é verdade. Mas ele me ignora até a hora de irmos dormir. Isso me entristecia, pois ele nunca havia me ignorado, mas ao mesmo tempo me irrita. Quero descobrir porque ele está assim. Depois de passar quase uma hora olhando para o teto, sedo ao cansaço e caio no sono.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem! Deem like e recomendem para os amiguinhos. Vou fazer um esforço para escrever hoje, a partir de amanhã demorarei um pouco para postar já que minhas aulas irão voltar. Não garanto nada no meio da semana, tentarei, mas prometo no que postarei no fim de semana. Então, até a próxima.



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