Miss Simpatia escrita por Little Queen Bee


Capítulo 2
Rotina




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POV. Daphne

Meus olhos já estavam abertos quando o despertador tocou. Desliguei-o e continuei a olhar para o closet que estava com as portas abertas, apenas pensando em qual roupa vestir. Quando tive ânimo para levantar, fui para cozinha preparar meu café. Separei duas frutas e cortei em pequenos cubos enquanto a cafeteira esquentava. Olhei no relógio e eu estava um pouco atrasada.

Enquanto eu saboreava os pequenos cubos de frutas, meu celular tocou. Não estou acostumada com pessoas me ligando pela manhã. Atendi o numero desconhecido por curiosidade.

– Alô?

– Daphne! – disse uma voz masculina do outro lado da linha, que eu ainda não havia reconhecido.

– Oi...

– Sou eu, Christopher. – disse ele se identificando. Uma vaga memória de algumas noites atrás clareou minha mente.

– Ah, Sim. Oi, Christopher. Como você está?

– Estou bem. Eu estava tentando te ligar esses dias, queria te convidar para sairmos novamente, sabe.

– Ah, sabe o que é, Christopher. Eu estou meio ocupada, não vai dar sabe?

– Mas eu nem falei quando.

– Eu sei, mas minha semana está lotada. Por que você não chama a Wendy? Ela com certeza deve querer ir.

– Mas... – ele tentava falar.

– Sinto que nós seremos bons amigos. Que tal na próxima? Quem sabe? – Foi tanta coisa pra ele assimilar, que ele mal conseguia começar uma frase, e eu enrolava tanto que nem ele conseguia se pronunciar. Eu uma ás para enrolar. – Tenho que desligar. Foi bom falar com você. Beijos.

Desliguei o telefone e joguei-o em cima da mesa. Fechei meus olhos e segurei meus cabelos. Não gosto de fazer isso, de dar fora nos homens. Mas eles não entendem de que eu não me envolvo a partir de certo ponto. Não saio com um cara mais de uma vez. Simplesmente não posso, não quero perder o foco do que eu quero.

Coloquei a xícara e a tigela vazia dentro da pia. Lavei rapidamente a louça e me encaminhei para meu quarto.

Moro sozinha desde quando completei vinte e um anos, quando saí do Queens onde eu trabalhava como garçonete, e comecei a trabalhar em uma boutique em Manhattan, onde eu moro hoje.

Entrei no banheiro e tomei um banho relaxante com sais. Saio do banho e seco-me com uma toalha felpuda. Deixo-a de lado e piso na balança.Sempre me esforço para manter meu peso. Cinqüenta e três quilos. Todos os dias corro no Central Park e vou na academia antes de ir trabalhar, mas hoje eu teria que sair da rotina para me consultar ao nutricionista.

Visto o roupão e vou para o closet. Essa é a parte preferida do meu dia. Escolher minhas roupas. Ligo o meu aparelho de som colocando em uma rádio para animar.

Muito bem ouvintes de Nova York são 08:50 da manhã. E vamos começar com o nosso NONSTOP aqui na Jovempix!

Vou passando os cabides, vendo qual é a melhor roupa para hoje. Fico um tempo parada admirando minhas prateleiras de sapatos. Ás vezes me sinto com uma adolescente, assim aos vinte e quatro anos, porque, bom, no meu pensamento eu sempre tive minha infância e adolescência retirada de mim pelos concursos. Nunca fui capaz de aproveitar nada.

Pego um scarpin preto simples da Vizzano, e visto um par de calças jeans escura. Depois, já toda vestida, voltei ao banheiro para me maquiar. Nunca gostei de me ensopar de maquiagem. Passo apenas um batom vermelho com uma sombra dourada, e um pouco de delineador.

Já toda produzida, saí de casa e peguei um táxi. O consultório é no sul da ilha e como estamos no “horário do hush” é possível que pegue engarrafamento.

Faz um tempo que eu não saio da Big Apple para visitar minha família. Sinto falta dos meus dois irmãos mais velhos, de meu pai, que sempre me considerou sua garotinha e até de minha mãe. Na última vez que fui visitá-los arrumei uma grande confusão com minha mãe, pois estava decidida em desistir do concurso de Miss Nova York. Mas tudo tem que ser do jeito dela. Minha mãe fez um drama enorme, falando que fez tudo aquilo por mim, e tive que ceder. Mas agora não é mais tão fácil ir visitar eles. Meus pais estão morando em Long Island e meus irmãos moram em Nova Jersey, o mais velho com sua esposa e sua filhinha, o mais novo mora junto com namorada.

Eu ainda estava no táxi quando Eliza, minha melhor amiga da faculdade mandou-me uma mensagem. “CESARIO’S. Hoje. 20:00.”. Eliza sempre gosta de me tirar de casa nos fins de semana, para não precisar ir sozinha para bares e restaurantes e encontrar alguém para transar. Mas nem sempre dá certo e eu fico lá dando apoio moral. Ás vezes acabo encontrando um cara para passar apenas uma noite e ser despachado na manhã seguinte. Mas eles não entendem que eu não posso me meter em nada sério. Se eu quero mesmo ser Miss Universo não posso ter um relacionamento sério com um cara. Mas a questão é: eu quero mesmo ser Miss Universo?

Pago o taxista e saio do carro balançando a cabeça, tentando me afastar desses pensamentos para não gerar mais confusão.


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