As If It Were The Last Day - 1ª Temporada escrita por PrisReedus


Capítulo 6
I wanna go home.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595929/chapter/6

Marie passa um gel gelado que alivia a dor no pulso de Daryl e enrola um faixa - Não quebrou, só torceu. Uma semana, talvez, já ta bom. Já o seu rosto, se eu fosse voce desistiria, nunca vai ficar bom.

Daryl a encara bravo e tira a mão machucada da coxa dela.

– Foi um brincadeira - ela fica em pé, no meio das pernas dele, ele ergue o rosto e vira para o lado, para não olha-la.

Ela pega um pano e embebeda com antibacteriano, passa no supercílio cortado e depois uma pomada para cicatrizar. As mãos dela descem para os lábios dele, Daryl os abre levemente e ela limpa o sangue dali, o toque dá garota dá uma espécie de arrepio nele.

– Vira o rosto - ela pede segurando o queixo dele

Ele é obrigado a olhar para ela e é só aí que percebe o quanto ela é bonita. Tem o rosto quadrado e bem marcado, lábios finos e grandes olhos verdes com cílios longos e marcados com maquiagem.

Ela limpa o corte do queixo dele, sem perceber os olhos dele a olhando, passa novamente a pomada e espalha com a ponta dos dedos, fazendo quase um carinho. Então olha para os olhos dele, que mudam de direção rapidamente, já que agora ele encarava o decote da camisa de botão dela, olhos azuis como o céu numa tarde quente.

– Como tá seu abdômen?

– Bom - ele ergue a camiseta até a altura do umbigo, revelando uma barriga bem definida, cheia de hematomas roxos.

– Não, vai ficar feio isso - ela diz e entrega a ele o mesmo gel que passou em seu pulso - Passa você. Não vou me abaixar na sua frente se é o que tá pensando.

Daryl solta um rosnado tentando rir, sua barriga se contorce e dói.

– Boa sorte com seu irmão, estressadinho - ela pega as coisas dela e joga dentro da maleta - Devolve depois tá?

– Tá. Valeu.

– Marie.

A expressão dele não muda, ela sorri - Não tem nome?

– É Daryl.

– É um nome legal… Até a janta, Daryl.

Ele só confirma com a cabeça, enquanto ela anda de costas, segurando firme a maleta contra o peito. Ela tropeça e pra disfarçar, dá um pirueta e se vira para o seu acampamento.

– Eita, Marie. Arrasando corações - fala Ana, bebendo seu café - Ele ainda tá olhando.

– Então eu não posso olhar?

– Não, fica muito na cara - ela começa a rir e logo Marie acompanha, elas se juntam ao fogareiro com July e Drake e tomam o café em silêncio.

As vezes Marie olhava para trás, o outro irmão Dixon ficou talvez dez minutos desmaiado e aí acordou. Ela vê quando Daryl o junta pela gola do colete que usava e o encosta sentado numa pedra.

– Que é?! - pergunta Merle ainda sob efeito da droga - Tá bravo porque eu ia ficar com a outra putinha e só ia sobrar uma pra você? Egoísta.

– Escuta aqui, seu filho da puta. Se você fizer isso de novo, eu juro, mas eu juro pela minha vida que eu eu arranco uma das suas bolas com essa flecha aqui - ele passa um flecha já gasta pelo rosto do irmão - Fica esperto.

– Tudo isso pela ninfeta? Ela deve ser muito boa mesmo… Aposto que você se agarraram gostoso numa árvore. Desculpe tirar isso de você com aquele chute, ela vai buscar consolo… Se é que me entende… no amigo viado dela ali… Ou em mim.

– CALA A PORRA DA BOCA, FILHO DA PUTA!

O grupo novamente olhou para eles. July passa álcool gel nas mãos - Esses dois são esquentadinhos.

– Eu quero ir pra casa - murmura Ana - Eu quero saber o que tá acontecendo, o que eles são, eu quero saber da minha tia, meu Deus, eu só tenho ela aqui… E minha mãe e meu irmão, será que estão bem?

– Ana - Drake balança a cabeça negativamente - Nem pense nisso. Ficar se preocupando só te deixa mais vulnerável.

O tempo passa, talvez duas, três horas, já está muito escuro e o grupo fica em volta do fogo -é frio a noite ali em cima, muito frio- em cadeiras de praia.

– Cadeiras de praia - diz Drake parando com os braços cruzados ao lado de Marie, eles observam o reflexo da lua cheia no lago translúcido - Quem tem isso?

– Aposto que aquele velho - ela responde no automático, sem mover muito a boca ou piscar - Devia estar indo pra Miami hoje de manhã.

– Pois é… Caramba, eu to muito confuso. Hoje de manhã estavámos trabalhando normal. De noite, estamos acampados com desconhecidos por que a cidade tá um caos… Francamente, vamos jantar um cervo!

– Entendo. Acho que se eu e July não estivéssemos tão bem preparadas, eu não estaria nem aqui.

– Credo. Não fala isso. Mas por qual motivo vocês sempre estiveram preparadas pra essas coisas?

– Porque a gente achava que a terceira guerra mundial estava pra estourar.

– Quantos anos tinham?

– Seis... sete.

– Crianças evoluídas.

– Sim! Com essa idade já atirávamos com chumbo em pássaros.

– Marie! - os dois se viram, é Carl - Oi.

– Oi!

– O cervo tá pronto, Carol e Jacqui fizeram só um parte, a perna.

– Tá certo. Temos que guardar essa carne, mesmo pequeno, ele pesa.

– Sabe se aqueles dois vão comer com a gente? - ele pergunta apontando com a cabeça os Dixon.

– Eu pergunto. Fica tranquilo, eu sei eles dão medo. Vai chamar a July e a Ana, a July tem cara de brava, mas não é não.

– Tá bom!

– Eu vou com você, garotão - Drake apoia a mão no ombro dele e se afastam conversando - Qual seu nome?

– Carl Grimes.

– Que nome de chefão. O meu é Drake e Josh.

Carl dá uma leve risada.

– Drake Soul Moroe.

Marie olha mais alguns segundos o reflexo da lua e se vira para descer até o “Mini acampamento dos esquentadinhos”.

– Vocês vão jantar com a gente?

Daryl olha para o irmão que dá de ombro - Não - diz em seguida

– Ah! Porque não? Eu to com fome.

Daryl arremessa com raiva um pote de macarrão instantâneo dele. Marie joga as mãos pra cima e se vira enquanto diz ironicamente - Tá bom! Boa noite, anjos.

– A propósito, gata - Merle diz e ela vira o rosto - Eu sou o Merle.

– Tá. Tanto faz - depois vai embora

Daryl faz aquele barulho de risada e dá um sorriso debochado enquanto olha a moça ir embora - Se fodeu - diz pro irmão.

Marie para ao lado de Lori e Carl, ele diz - Marie, essa é a minha mãe.

– Oi, Lori… Sinto pela sua perda - ela coloca a mão no ombro dela

Lori toca os dedos da moça - Obrigada.

– Os dois lá não vão comer com a gente. Vou levar pra eles.

July encara ela, pegando seu canivete suíço e abrindo o garfo, chega bem perto e sussurra no ouvido dela - Eu sei qual é a sua, sua safada.

Marie olha para ela incrédula - Cala a boca.

Ela faz dois pratos com carne e arroz, viu que eles tinham talheres então nem se importa em pegar os de plástico. Merle vê ela chegando e fica em pé - Olha só, tenho que dizer madame… Obrigado.

Pelo jeito que ele falou, o efeito da droga estava passando, ela se permite até dar um leve sorriso, Merle foca o olhar nas covinhas na bochecha, para ele, ela parece um bebê.

– De nada - diz esticando o prato para Daryl.

Ele fica em pé e chega bem perto dela pra pegar o prato, enquanto ele se aproxima, ela é obrigada a olhar pra cima para encara-lo. A verdade é que Marie tem um efeito nele, um efeito que os dois desconhecem. Ele pega o prato e, em troca, coloca o gel na palma da mão dela. Ela enfia no bolso da calça social que usava para trabalhar e vai embora.

– Prima! - July bate num canto ao seu lado, ela está sentada na frente de Carl e estica um prato caprichado para ela.

– Obrigada - Marie retira do outro bolso seu canivete suíço e também abre o garfo.

– Sempre quis um desse - diz Carl

– Ué… pra que? - July pergunta mastigando

– Não sei. Acho legal.

– Não te dou o meu porque tem valor sentimental, mas se eu achar um…

– Valeu!

Uma garotinha senta ao lado de Carl e diz para July:

– Obrigada, moça, pela carne.

– De nada. Agradeça àquele cara também - ela mostra Daryl com a cabeça.

– Não. Eu tenho medo dele.

Marie dá um risada - Ele não vai brigar. Se ele for grosso, vai se ver comigo - enquanto falava, ela colocou o canivete aberto ao lado do rosto e fez uma expressão de vingança que fez a loirinha rir.

– Como é seu nome? - pergunta July

– Sophia.

– Que lindo. E você é namorada do Carl?

Os dois se encaram, e então Carl faz uma careta e Sophia murmura “UI!”, as primas riem e continuam comendo.

Sophia suspira enquanto engole - Eu não quero ficar aqui - diz olhando a boneca - Eu quero a minha casa, minhas amigas.

– Pensa pelo lado positivo!

– Qual?

“Boa pergunta… Merda” pensa July, se arrependendo de ter falado.

– Ah… Vocês não tem lição pra fazer - diz Marie em tom óbvio com um sorriso sapeca - E eu não tenho nenhum chefe chato.

– É. Quanto tempo será que a gente vai ficar aqui?

As duas D’Jacques encolhem os ombros e fazem um bico ao mesmo tempo e as crianças dão risada. Marie sorri enquanto mastiga e sente que alguém a olha. Era um dos integrantes do “Acampamento de baixo”.

Daryl a viu conversando com os pequenos, de certo modo, ela parecia uma criança, com as caretas que fazia. Ela percebe e olha para ele e ele desvia rapidamente o olhar para seu prato.

– Eu sei que você tá olhando aquela mulher - diz Merle repentinamente, de boca cheia.

Os Dixon tem aquele jeito brusco, mas se tem uma coisa que respeitam é a garota do irmão… E Daryl percebeu que ele já estava começando a respeita-la só por não chama-la por um apelido vulgar.

– Não, cara. Conheci ela hoje.

– E daí? Não to dizendo que vocês vão casar e me dar sobrinhos pentelhos. To dizendo que você ficou afim dela, achou ela gostosa, quer comer, essas coisas… Ou você odeia ela com todas as suas forças.

– Cara… Cala a boca.

Merle balança os ombros - Só to dando um toque.

Ana senta ao lado de Drake e Dale, eles conversam sobre o trailer. Drake está bem interessado, mas Dale para e olha a morena tristonha.

– Quê foi, menina?

Ana o olha - Eu não sei. Eu quero ir pra casa, eu não nasci pra comer carne caçada… Ou dormir em sacos. Tomar banho no lago, ou fazer xixi num arbusto. Eu quero a minha casa. Eu não tenho nem as minhas roupas! Essa aqui - ela aponta a roupa que usa, uma calça social, uma camisa de botão, um blazer e uma sapatilha - É a única coisa que tenho.

– Todos nós abandonamos alguma coisa… Veja o que você trouxe consigo, seus amigos. Isso vale mais que uma roupa ou… Um vaso sanitário - ele ri.

Duas loiras sentam com eles e a mais nova dirige um sorri a Drake e Ana - Vocês estão com as gêmeas, né?

– Gêmeas? - Drake sorri - Eu não diria isso… Elas são primas.

– Não! Sério? Uau. Nem eu e Andrea somos tão parecidas.

– Jovens - diz Dale - essa é Andrea - ele aponta a mais velha - E Amy

– Ana.

– Drake.

Mais dois se juntam a eles, um negro, com estilo rapper e um asiático que usa um boné azul com vermelho e um colete da mesma cor, um uniforme.

– Glenn - o asiático - E T-Dog

– E aí - diz Glenn erguendo uma mão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As If It Were The Last Day - 1ª Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.