Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 46
Fim


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todas que chegaram até aqui... talvez não seja o fim que todas esperam (Nem o meu) mas as circunstâncias e o tempo me fez acelerar o processo. Espero que gostem e muito obrigada a todas. E aqui eu me despeço das fics❤



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BELLA

Edward ainda estava ali quando abri os olhos. Ainda me segurava, ainda conseguia escutar sua respiração. Mas tudo parecia errado e perdido. Me afastei um passo, ele me puxou para o sofá como se ficar em pé fosse um problema para ele também. Leah nos observava com um sorriso, mas eu estava assustada o suficiente para não respirar.
Edward estava mais pálido que o normal, um pouco magro – não muito, mas o suficiente para vermos a mudança. Seus dedos tinham pequenos vermelhões. Me sentia uma doente o observando procurando qualquer diferença. Tinha uma cadeira de rodas em um canto da porta e voltei meu olhar a ele.
–O que aconteceu? Você.... Você morreu... Jasper disse...
–Shhh. Eu vou te explicar.
Encarei Leah pelo conto dos olhos.
–O que ela faz aqui?
–Ela esta comigo. Sempre esteve.
–Edward...
–Eu vou explicar, mas Leah pode começar.
Me virei para ela. Leah ajeitou os cabelos escorridos para trás das orelhas e encarou o relógio no pulso como desse a largada.
–Primeiro de tudo, me desculpe por isso e desculpe todos os outros.
–Eles sabiam?
Edward assentiu.
–Mas...
–Shhh.
–Quando me entregou os relatórios do dossiê sobre Phill, foi uma surpresa. Primeiro porque todos achavam que estava morta. Edward me procurou e comecei a cuidar disso para ele, estava no meio do seu rastro quando comecei a juntar as peças e antes que eu pudesse entrar em contato com Edward sem levantar suspeitas para ele. Você apareceu.
O encarei.
–Depois disso eu não sabia de que lado você realmente estava, se estava me mandando o dossiê, eu poderia controlar a situação e maquiar as investigações. Se mandasse para Aro, eu não poderia mudar nada do que viesse acontecer. Eu contei a Edward sobre isso e ele disse que cuidaria do resto, mas que eu seria útil no fim. E foi o que aconteceu.
–Mas você estava com os outros e ... –Minha cabeça estava uma bagunça.
–Depois que te joguei do carro, atirei em Phill e depois na algema. Eu não sabia se iria conseguir saltar antes do carro despencar. –Edward sussurrava. – Quando acordei já não estava mais lá.
–Eu os fiz ficar de olho em você, todos os focos estavam em você. O carro estava destruído. Os homens de Edward desceram para o penhasco depois que o carro explodiu. O encontramos na agua, então conseguimos um barco e o tiramos de lá.
–Por que não me falaram!?
–Porque ele estava morrendo. Não tinha nenhuma possibilidade dele se salvar. Edward estava com todos os ossos do corpo quebrado. Foram um dia e meio de viagem na estrada tentando mantê-lo respirando. Ele não parecia alguém que fosse sobreviver e você estava em choque. Quando conseguimos ajudam eu voltei para ficar com você. Tomei a frente do seu depoimento porque se não me desse alternativa eu teria de contar que ele estava vivo, mas não sabia ate quando.
Estava ficando enjoada, Edward me apertou em seus braços.
–E depois?
–Edward começou a ser operado e decidimos não contar absolutamente nada quando entrou em coma.
–Coma? –O encarei.
–Dois meses e meio.
–Pensamos maus uma vez que ele não iria acordar. Foram transfusões, operações, reconstruções. Dizer a você que ele poderia estar vivo era faze-la sofrer duas vezes, porque ninguém tinha certeza.
–Por isso sumiram? –Falei comigo mesma.
–Sim. –Edward falou novamente. Queria apenas ouvir sua voz o máximo de tempo possível.
–Mas o corpo...
–Eu coloquei um corpo lá. –Leah falou. –Tomei a frente de tudo para protege-la e protege-lo. Por ora, era meu trabalho.
–Quando acordei, não havia mais porque me esconder. Mas precisava me recuperar de varias fraturas, Felix me mandou escolher entre ficar na minha ou faze-lo manda-la para o outro lado do mundo caso eu aparecesse. Recuperei meus movimentos, eles me tiraram todos as talas e faixas.
–Isso é serio?
Edward levantou a camisa me mostrando uma enorme cicatriz em sua costela.
–Jamais te deixaria sem motivo, e para todos os efeitos eu fui obrigado a isso. Agora estou de volta e não vou deixa-la.
—Está tudo bem agora, Bella. –Leah falou mais minha atenção ainda estava voltada a Edward. –Eu preciso voltar, qualquer coisa apenas ligue.
—Obrigado, Leah. –Edward agradeceu.
Só senti o vento frio varrer meu cabelo, deveria ter me virado e trocado algumas palavras, mas não conseguia. Meu estomago estava se revirando, não conseguia acreditar que estava acordada.
—O que foi? Sou eu.
Senti as lagrimas descendo por minha bochecha, a ponta de seus dedos impedindo que fossem mais além.
—Hei, está me assustando.
O abracei, ouvindo um leve gemer de dor muito provavelmente. Tentei citar todos que eu mataria por ter me escondido sobre ele. Tentei não pensar que poderia realmente tê-lo perdido para sempre. Pensei em Jacob, ele foi embora, ele não ficou quando poderia ter ficado. Pensei em tantas coisas que minha cabeça estava começando a doer.
—Eu amo, você. Todos os dias aceitar que não o teria novamente estava me matando. Eu amo você, Edward. E não me deixe nunca mais seu bastardo.
Ele sorriu.
—Não tive culpa. Jamais aceitaria ficar longe de você, não é a condição.
Segurei o rosto em minhas mãos, sua pele morna contra meus dedos. Me aproximei o beijando, sentido seu perfume. Queria vira-lo de cabeça para baixo e procriar qualquer coisa que o colocasse em perigo, mas ouvi seu protesto de que estava tudo bem. Mesmo assim, eu queria vê-lo. Encarei suas cicatrizes vermelhas por todo seu corpo, mesmo assim era incrivelmente perfeito para mim. Me abaixei beijando cada uma delas, me voltando a seus lábios.
—Vamos ficar aqui. Vamos ficar longe de toda essa bagunça. –Pedi.
—Vamos ficar bem agora, em qualquer lugar.
—Mas... –Me beijou.
—Eu vou viver a sua vida agora. –Tocou minha testa. –Sem riscos. Você vai pegar suas coisas e vai se mudar para o meu apartamento. Vamos no casar assim que voltarmos, eu vou falar com seus pais. E vou prometer cuidar de você até o fim.
Funguei.
—Vamos ter... –Pensou. –Três filhos e algum animal de estimação. Vamos fazer coisas normais de pessoas normais.
—E os outros?
Sorriu.
—Vamos ter padrinhos para três gerações.
—Não é sobre isso que estou falando.
—A vida ilegal vai ficar na gaveta por tempo indeterminado. –Me abraçou. –Pelo menos a minha parte. Sempre achei que Felix fosse melhor nisso do que o restante de nós.
—Isso quer dizer...
—Que eu quero viver a minha vida com você. Quero ter filhos com você, uma casa com você. Quero esquecer tudo o que fiz de mal a você. Quero recomeçar, não quero a mesma vida que meus pais. Não desejo que tenha a mesma vida que a minha mãe. Acho que esta na hora de se aposentar, o trabalho está em boas mãos.
Beijei seu pescoço.
—Tem certeza disso tudo?
—Eu quase morri, quer mais certeza do que isso? –Edward tinha uma sobrancelha levantada.
Sorri.
—Eu não vou acordar, não é?
—Isso não é um sonho. –Segurou minha camiseta a puxando de mim. –Isso é o nosso começo e bem acordados. –Me abraçou. –E talvez eu comece expandindo a família. –Me beijou.
—Sim. –Falei me afastando apenas um centímetro. Seus olhos me avaliaram. –Eu aceito me casar com você.
Uma risada escapou de seus lábios.
—Se lembra quando brigamos naquele quarto?
Assenti.
—Seria exatamente daquela forma novamente se sua palavra fosse não, então não teria escolhas. –Deixei meu corpo cair sobre o colchão. –Eu pertenço a você e você pertence a mim.
—Sempre?
—Até o último suspiro. –Me beijou.

***

UM MÊS DEPOIS

Depois que voltamos para casa, fui surpreendida com fotos minha e de Edward em pequenas revistas dizendo que o multimilionário que havia ajudado em minhas buscas com custos financeiros, havia me levado a um tempo longe de toda a agitação das notícias da cidade grande. Encarei Edward por um tempo e ele apenas sorriu, eram fotos da casa, de estarmos caminhando e tudo o que puderam captar. Mamãe queria saber, papai estava confuso e dizendo: Eu sempre desconfiei que ele havia se apaixonado. Então inventei a melhor mentira da minha vida para falar sobre nosso encontro e como ele foi gentil e eu precisava seguir em frente.
Me mudei para o seu apartamento, todas as minhas coisas haviam ganhado seu lugar e foi mais uma coisa para ser explicada aos meus pais. Dormi por quase dois dias seguidos tentando controlar a ansiedade e Edward não me deixou durante esse tempo.
Dois dias depois ele estava me mandando me arrumar, iriamos a um lugar. Tentei fazer Jasper me contar, mas ele estava irredutível quando a isso. Passei algum tempo ao telefone com minha mãe, ela ainda estava me investigando tentando não me achar uma louca – não estava mais inclinada a ser uma.
—Cinco minutos. –Edward bateu na porta.
—Mae, eu preciso desligar. Pode avisar ao papai que iremos vê-los no domingo?
—Tudo bem, querida. Ligue para sua irmã.
—Certo. –Desliguei me encarando no espelho.
Estava usando um dos vestidos que Edward me ajudou a escolher, deixei o cabelo solto como se isso me mantive bem comigo mesma. Então sai o encontrando parado no meio da sala usando um terno cinza. Ele estava mais forte, seus olhos incrivelmente brilhantes. Ainda era estranho todo o clima, sem a aflição de saber que alguma coisa ruim poderia acontecer a qualquer momento. Isso não existia mais.
—Você está linda. Se não sairmos daqui, vou tirar esse vestido...
—Estou pronta. –O puxei.
A porta se abriu e Felix sorriu ao nos ver.
—Olha como essas crianças estão. Parecem até inofensivos.
O abracei apertado.
—Eu preciso de você, Edward.
—Estamos de saída.
—É um pouco urgente.
—Seja lá onde estão indo, eu vou. –Avisei.
Edward me beijou.
—Tudo bem, seremos rápidos.
—Jasper estar te esperando lá embaixo.
Encarei Edward.
—Eu não demoro, não tem mais perigo. Pode ir. Eu amo você.
Pensei em ficar e lutar pelos meus direitos, mas desci. Tinha uma van parada no estacionamento e Jasper sorriu para mim abrindo a porta.
—Sabe o que está acontecendo?
—Sim, deixa de ser neurótica.
Bufei fechando os olhos e respirando fundo. Nossa viagem durou alguns minutos, mas senti como se estivéssemos rodando no lugar. Os primeiros sussurros vieram, Jasper abriu a porta e desceu dando a volta para o meu lado e me ajudando a descer. Tentei reconhecer o lugar, mas estava escuro.
—Certo, o que está acontecendo?
—Deus, pode apenas me seguir? –Me deu o braço.
—Me tornei uma pessoa ansiosa. –Expliquei.
Assim que passamos algumas arvores, encontrei alguns rostos conhecidos. Homens de Edward que tentavam se comportar lado a lado arrumando suas gravatas em roupas sociais que provavelmente nunca usaram na vida. Sorrisos e acenos. Um: Olá senhor Cullen, surgindo de alguns. Toques em minha mão para me cumprimentar. Eles estavam em filas em minha direita e esquerda.
—Vocês estão incríveis. –Falei e um riso coletivo encheu o espaço. Meu rosto estava esquentando quando o vi.
Edward estava sorrindo, parado no fim da fila. Felix estava a seu lado com um sorriso orgulhoso que um pai dá um a filho.
—Está atrasada senhora, Cullen.
—Isso é sério?
—Tem muita comida aí. –Me virei para voz. Jacob piscou para mim.
—Bem-vinda a seu casamento. –Jasper beijou mão. –Bem-vinda a família, oficialmente agora.
Edward me puxou para ele me beijando mais tempo do que os demais gostariam, fazendo sons de reprovação. Felix pigarreou e nos viramos para o homem a nossa frente. Não escutei nada do que disse, minhas pernas estavam tremendo e minhas mãos suando. Quando Edward disse sim, eu só queria chorar e chorar. Como se todo o pesadelo tivesse desaparecido e não ter passado de nada além de um pesadelo realmente.
Nosso beijo foi interrompido por fogos de artificio, Edward me puxou para seus braços e uma música começou a soar.
—Podemos dançar com a noiva? –Nos viramos para cinco pares de olhos.
Jacob passou a frente.
—Posso?
Edward sorriu me entregando a ele.
—Peter gostaria de estar aqui. –Falou. –Dançarei por ele.
—Faça as honras. –Edward bateu em seu ombro. –Bem-vindo de volta.
Fiquei sem saber o que dizer por um tempo enquanto giramos no lugar, enquanto as risadas ecoavam. Nunca vi nenhum daqueles homens tão a vontade como estavam. Nem Edward sorrir como sorria, ou Jasper fazer piada. Felix estava tão a vontade que não parecia ser o mesmo grandão.
—Eu estou tão feliz por você estar de volta. –Falou. –Eu pensei que se mataria.
—Quase. –Bati em seu ombro. –Vocês são bons em ocultar coisas.
—Foi preciso.
—Você voltou mesmo?
Assentiu.
—Então está tudo bem?
—A muito tempo. As coisas estão mais calmas agora, deu tempo de colocar tudo em seu devido lugar. Estamos de férias. –Piscou. –Está rolando um boato de que temos uma lista de padrinhos para o primeiro herdeiro da família. –Me girou e o encarei. –Eu sou o primeiro oficial.
Gargalhei.
—Vocês podem parar com isso?
—Era só para avisar.
—Vou guardar isso.
Dancei com todos eles, ri como nunca ri em toda a minha vida. Estava em meu casamento surpresa com as pessoas que nunca achei possível serem tão importantes para mim. Enquanto observava do meu lugar, cheguei a me achar uma louca. Uma pessoa normal estaria no máximo traumatizada. Edward se sentou a meu lado e me puxou para o seu colo.
—Como se sente?
—Surpresa.
—Eu queria que essa fosse exatamente sua reação. Queria que eles fizessem parte disso, eles te amam. –Sorriu. – Não me lembro a última vez que isso pareceu tão família.
—Eu gostei de tudo. Ainda não caiu a ficha. –Fechei os olhos. –Parece que a qualquer momento...
—Shhh. –Me beijou. –Estamos bem e ficaremos para todo o sempre, eu acho. –Sorriu. –Vamos esquecer os acontecimentos passados e vamos viver o agora.
—Tudo bem. Vamos contar aos meus pais?
—Não, vamos deixá-los querer dar uma festa e arrumar tudo do jeito deles. Isso aqui é apenas nosso e nosso primeiro segredo de vida nova.
—Vamos ter lua de mel?
Um sorriso rasgou seu rosto.
—Para onde deseja ir?
—Até para dentro de um minúsculo banheiro.
—Hei, estou comendo. –Jacob se afastou de nós. Por um segundo achei que estávamos sozinhos.
Edward lhe atirou um copo vazio.
—Eu gostei da ideia de banheiro minúsculo porque temos um aqui. –Beijou meu pescoço. –Mas acho que podemos decidir isso no aeroporto. –Nos levantamos.
—Serio? Vamos decidir nossa lua de mel em um aeroporto?
—Por que não? Vamos para qualquer lugar e ficaremos o máximo de tempo possível.
—E depois?
Me puxou para saída.
—Depois não importa. Isso ficará no futuro. –Abriu a porta do carro para mim. –Pronta?
Beijei sua mão: – pronta.
E o meu futuro seria eternamente ao lado de Edward Cullen. Até que a morte nos separe.


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Notas finais do capítulo

Obrigada