Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 45
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Notas iniciais do capítulo

Penúltimo!! Gente estamos com fic nova se chama Xaque-Mate!!!! Passem la :*)



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BELLA

Não consegui esconder a decepção ao escutar a voz de Jasper do outro lado da linha, ao mesmo tempo me sentia aliviada por ser ele. Mesmo assim era decepcionante. Uma hora depois havia um taxi me esperando na porta de casa, sorri a meu pai parado na porta perguntando se estava tudo bem. Nunca estava, mas ficaria. Depois que desliguei a chamada de Jasper, Charlie me fez perguntas. Se tínhamos alguma coisa, se Jasper estaria me dando um emprego. Se eu não achava que estava muito cedo para ter a vida real de volta.
Eu não sabia.
–Qualquer coisa, você nos ligue. – Meus pais pareciam dois viciados em celulares se você visse de longe. Eles não largavam aquilo.
–Eu vou ficar bem. –Sempre fico.
–Não demore.
Acenei do banco de trás do taxi. Fechei meus olhos e fingi não perceber que o motorista curioso estava me encarando. Era o preço que se pagava por ter se tornado público, quatro meses já foram. Não são mais quatro dias.
Chegamos a empresa minutos mais tarde, ficar presa dentro do elevador subindo todos aqueles andares me dando tempo para pensar. Como Edward vivia quando não estava sendo ilegal? Como as pessoas o olhava? Como era seu outro lado? Tentei sorrir com o mínimo possível de reflexo, mas não consegui. Quando as portas se abriram, vários pares de olhos se viraram a mim, mesmo já tendo estado ali, isso não parecia mudar. Seriam sempre curiosos acreditando no que disse a jornais, estava quase começando a acreditar nisso também.
Jasper me abraçou me recebendo na porta e agradeci quando me puxou para dentro rompendo a ligação com as outras pessoas.
–Por que sumiu? Onde estão todos? –Tentei manter minha voz firme.
–Me desculpe, estava resolvendo algumas coisas...
–Que coisas? –Me afastei para fita-lo.
–Coisas de Edward. –Se afastou.
Respirei fundo encarando a sala.
–Tomaram a decisão do que fazer sobre ele?
Jasper assentiu.
Me aproximei me sentando na cadeira a sua frente, por um longo tempo tudo o que fazia era respirar fundo. Pensar que ninguém estava me poupando da verdade não me fazia mais forte. Queria gritar para me enganarem só um pouco, não me importaria com as mentiras.
–Me desculpe. –Pedi.
–O que?
Jasper estava me olhando com aqueles olhos, eram tão familiares que precisei desviar o olhar para o ponto fixo no chão.
–Por ter matado ele.
–Você não fez isso, Bella.
–Eu fiz. Se eu tivesse ficado.... Com Phill... Ele estaria aqui.
–Não. –Jasper se aproximou. –Ele teria se matado muito provavelmente. Edward jamais a deixaria, e você sabe disso.
–Eu o deixei.
–Com as suas razoes.
–Jasper. –Segurei seu rosto. –Tem noção do que fiz? Do que deixei acontecer? Eu entrei na vida dele para destruí-lo... desde o começo.
–Você começou fazendo seu trabalho, o que aconteceu depois é outra história.
–Eu sinto que estou começando a pirar.
Jasper me abraçou.
–Não. Ninguém vai deixar isso acontecer.
–Você tinha que me odiar.
–Eu sinto muito por não conseguir fazer isso. Edward me mataria. Tem uma pessoa que pode te ajudar, por um tempo até toda essa pressão abaixar.
Funguei o encarando.
–Felix e eu achamos que você não vai ficar bem aqui.
–Não posso deixar meus pais.
–Podemos inventar alguma coisa. Bella, você precisa se sentir bem e tudo isso aqui te traz lembranças.
–Vocês estão aqui e estão bem. –Jasper me encarava, não ele não estava bem. –Fugir resolveria alguma coisa?
–Não. Mas quando déssemos a notícia... eu sei como estará e acho que...
–Onde?
Sorriu.
–Manhattan. No litoral, temos uma amiga da família. Era onde Edward planejou deixa-la e não teve tempo... você sabe.
Assenti.
–Ela estará te esperando de braços abertos. É só tempo de tudo ser abafado, ninguém precisa saber como se sentirá com isso. Mas se não quiser ir, não vou...
Pensar que em pouco tempo todos teriam uma falsa notícia de que Edward tinha morrido em um acidente – em parte de verdade. Que todos estariam comentando e que haveria comoção não me deixava respirar. Comecei a sofrer por antecipação com algo que já havia acontecido, só que que agora todos saberiam de outra forma. De uma forma que doía mais do que a da primeira, porque eu sei o que acontece e não será da forma que será contada.
–Eu quero ir. Invento algo aos meus pais e vou. –Sequei as lagrimas.
–Faça as malas.
Jasper me levou para o apartamento de Edward mais uma vez, me deitei em sua cama e dormi. Quando acordei já era um pouco tarde, ele ainda estava ali resolvendo problemas. Algumas roupas de Edward já haviam sido desfeitas, peguei sua camisa a última que usei e deixei o quarto.
–Podemos ir agora? –Perguntei sem esconder que chorei por um tempo.
Voltar para a casa não era a coisa que eu mais gostava de fazer, mas assim que passei pela porta deixei no ar sobre minha viagem. Charlie me seguiu até meu quarto e precisou me parar.
–Para onde vai?
Respirei fundo.
–Jasper disse que posso ficar com uma tia dele... vai ser bom para mim, então eu vou voltar e refazer a minha vida.
–Por que isso agora? Quer dizer, eu te quero bem..., mas você acabou de voltar. Sei que sua mãe e eu estamos sem saber como agir a maior parte do tempo, mas...
Eu preciso ir, apenas isso e todos saberão.
–É só por um tempo pai. Nada de mais, apenas um tempo. Eu preciso disso, e estar com minha irmã não soou muito bem. Você sabe...
Charlie me abraçou.
–Esse rapaz é muito bom.
–Sim. Ele disse que eu precisava sair de foco.
–Talvez ele tenha razão. –Me soltou. –Mas não fique para sempre. Levamos um susto muito grande para perde-la de novo.
–Eu estou bem agora, eu prometo.
–Tudo bem. Eu vou avisar sua mãe.
Contei mentalmente até três.
–Pai.
–Sim?
–Eu amo vocês.
Charlie sorriu da porta do quarto.
–Nós também te amamos, Bella.
Não havia muita coisa que eu queria levar, minha mala não era nada muito grande. Deixei uma mensagem a Jasper antes de me deitar e não dormir esperando que ele me dissesse quando teria de segui-lo. Isso aconteceu dois dias depois, ele estava começando a sumir do meu radar novamente. Como esperando e ainda cedo, ele estava parado na porta de casa com Felix.
–Cuide dela, rapaz. –Charlie pediu.
–Ela ficará bem.
–Fico feliz por ela ter amigos que se preocupam.
–Pai. –O abracei. –Mae. –A puxei para o meu abraço. –Eu amo vocês. Nos vemos em breve.
–Vai ficar tudo bem. –Renee beijou minha testa.
–Podemos ir? –Felix ainda estava atrás de nós como se fosse algum tipo de segurança.
Assenti e os segui para o carro. Quando entramos, o abracei com toda a minha força.
–Nunca mais suma.
Ele sorriu.
–Eu precisei... você sabe.
Tudo giraria em torno dos próximos acontecimentos. Fiquei em silencio durante toda a viagem até o aeroporto. Estava começando a me sentir bem ao lado deles, Jasper sem tirar os olhos do celular e Felix ainda ali segurando minha mão enquanto repousava em seu ombro. O carro parou e era hora, enfrentaria mais olhares de pessoas que estiveram por dentro dos acontecimentos, então andamos o mais rápido que nossas pernas permitiam.
–Margareth é legal. –Jasper me abraçou. –Ela vai gostar de tê-la como companhia.
–Qualquer coisa que em faça esquecer já é bem-vindo.
–Boa viagem.
Apertei minha mala de mão com força.
–Obrigada.
Meu voo foi chamado e os deixei para trás, as lagrimas já estavam rolavam em meu rosto quando cheguei em meu lugar alguns minutos depois. Quando coloquei os fones e encarei a janela o tempo todo para a pessoa do meu lado não me reconhecer ou querer puxar assunto e o assunto seria minha vida antes. E tudo o que aconteceu antes estava a um passo de esquecido para sempre.
Algumas longas horas depois estava chegando no aeroporto de Manhattan, não percebi a hora passar na verdade, mas havíamos chegado. Abri o papel que Jasper havia me dado, um carro estava me esperando na saída do aeroporto e não havia ninguém me encarando quando andei livremente até lá. Eram quase cinco da tarde quando o carro deixou o aeroporto e seguimos. Fechei os olhos depois de alguns minutos, a paisagem havia mudado gradativamente.
Abri os olhos quando o balaço do carro parou, tirei os fones de ouvido e a tarde havia caído. Estávamos parados em frente a uma casa dois andares, abri a porta e sai encarando uma senhora vindo em nossa direção. Ela tinha um enorme sorriso para mim como se nos conhecêssemos a anos.
–Bella?
Assentiu.
–Seja bem-vinda, querida. –Me abraçou.
–Obrigada.
–Deixe as malas dela lá dentro, por favor. –Falou com o motorista e me arrastou com ela. –Como está o pequeno, Jasper?
Eu ri.
–Bem.
–Como foi a viagem?
–Bem. Só um pouco cansativa.
–Você terá todo o tempo que precisar aqui. Vai ficar tudo bem.
Vai ficar tudo bem, era a frase que mais escutava nos últimos meses. E quanto mais a escutava, mais acreditava. A casa não era grande, era normal e iluminada. Enquanto Margareth dava ordens, encarei a janela a praia não era muito longe apenas alguns metros da casa e o cheiro era diferente.
–Seu quarto fica no segundo andar a terceira porta. –Avisou.
–Obrigada. –Suspirei. –Eu não quero atrapalhar...
–Não atrapalha.
Encarei a foto na parede, Edward e Jasper. Margareth apertou meus ombros e sorriu.
–Lindos, não é?
Assenti.
–Meus meninos são incríveis.
–Os conhece a muito tempo? –Perguntei lutando com a minha voz.
–Muito. Edward ainda era um bebê. –Sorriu. –Posso contar um pouco sobre eles assim que se instalar.
–Mas...
–E vou providenciar o jantar. Eu não demoro.
–Promete que vai me contar?
–Prometo. –Afagou meu rosto.
Não estava me sentindo sufocada, estava me sentindo em casa. Meu quarto era claro, uma cama de casal, uma cômoda. Abri minha mala em cima da cama e peguei uma peça de roupa correndo para o banheiro e tomando o banho mais rápido da minha vida. Era bem idiota estar precisando-me torturar com lembranças de Edward que não fiz parte, mas eu queria saber. Queria saber de cada detalhe, tudo o que não conheci. Margareth parecia alguém disposta a me contar.
Quando voltei meia hora depois, ela estava terminando de tirar uma forma do forno e cheirava muito bem. Margareth não parecia o tipo de mulher que cozinhava, mas ela parecia fazer isso bem.
–Como está se sentindo?
–Bem melhor. Então, como Edward era?
Margareth sorriu.
–É, vamos falar sobre o mais teimoso da família.
Era tudo o que queria saber, podia lidar com isso depois.

Algumas semanas depois....

Precisei ligar pelo menos todas as noites para casa e dizer que estava bem. Margareth passava as notícias para Jasper e Felix. Estava começando a me sentir melhor, de forma que não tinha mais pesadelos. Estava sorrindo, Margareth me mantinha ocupada o tempo todo me contando histórias ou apenas ali do meu lado.
Fiquei tentada a perguntar se todos já sabiam o quer havia acontecido. O que Jasper inventou, mas ela não tocava no assunto e parecia não querer tocar.
–Na próxima semana terei que me ausentar. –Falou. Estávamos na praia, ela havia se aproximado lentamente para me dar a notícia.
–Por que?
Seus olhos estavam em mim. Não havia nada ali que me desse uma dica de sua ausência, mas então eu entendi.
–Eu só vou precisar ficar fora por um tempo. Você vai ficar bem?
Assenti.
–Bella...
–Margareth, você não precisa ficar por mim. Eu estou melhor.
–Sabe, algumas coisas acontecem porque precisam acontecer. Isso nos torna forte.
–Nem todo mundo é forte.
–Já se passaram cinco meses e olhe para você. –Afagou minha mão. –Você é forte mesmo que não ache isso.
–Eu vou ficar bem. –Pelo menos tentar. Essa seria a primeira vez realmente sozinha.
O resto dos dias tentei parecer distante do que estava perto de acontecer, mas eu não estava. Margareth fez as malas e a cada dia ela estava em um lugar até que chegou ao primeiro andar. Ela me manteve falante, tentei relaxar e fingir que estava tudo bem, mas só o fato de estar ali sozinha já me deixava hiperventilando.
–Acho que vai chover. –Falou.
–Que horas você vai?
–Daqui a pouco. Fiz sua comida favorita, espero que coma antes de dormir. –Era assim a um mês.
Margareth cuidava de mim.
–Eu vou.
Na verdade, eu queria que o tempo parasse e ela não fosse. Queria questiona-la sobre ser forte e poderíamos lidar com isso juntas. Mas eu não podia mais exigir nada de ninguém. Estava doendo em mim e não conseguia imaginar o quanto doeria nela. Edward esteve bem mais presente em sua vida do que na minha.
Antes das sete o carro estava parado na nossa porta, Margareth se apressou em levar suas coisas para fora e voltou a mim me apertando em seu abraço. Mais uma vez cogitei pedir para que ficasse, mas recuei. Você vai ficar bem, está longe de tudo o que te faz mal. Ela precisa do espaço dela e você do seu. Não, eu não me importava de tê-la ali comigo.
–Vai ficar bem?
–Sim. –Menti.
–Agora acabou, querida. Recomeçar, é assim que funciona.
–Eu não vou mentir, não sei quando vou recomeçar. Mas não vou guardar isso por muito tempo.
–Não precisa mais.
–Você vai voltar?
–Claro. –Piscou. –Algumas idas, é preciso. Qualquer coisa ligue para Jasper. Você não está sozinha. Ou quer me acompanhar?
Neguei.
–Estou bem. Obrigada por ser forte para mim.
–Eu que agradeço. Nos vemos em breve, Bella.
Apertei meus braços a meu redor e fechei os olhos quando o carro começou a se afastar. Depois que fiquei sozinha foi impossível não sentir medo e chorar. Acabou, Bella. Todos sabem a essa hora que Edward está morto. Quando você voltar para casa tudo estará melhor e mais calmo. Acabou. Há muito tempo havia acabo. Naquela noite dormi sem mexer no jantar, apenas fechei a casa e me tranquei em meu quarto. Não tive medo, só me senti vazia.
Quando acordei pela manhã, estava chovendo. Não conseguia me lembrar o que sonhei, mas não havia sido algo bom. Afastei os cabelos do meu rosto e respirei fundo acendendo a luz, calcei meus chinelos e me aproximei da janela. Havia um carro preto parado na porta. Margareth voltou? Eu não iria me matar em algumas horas. Puxei o casaco na cama e sai do quarto ajeitando o cabelo.
–Margareth? –Chamei. Assim que entrei na sala senti meus pés pesados. –Leah? O que faz aqui?
Leah sorriu.
–Olá, Bella. Eu já estou de saída.
–Onde está a Margareth? –Perguntei. –Aconteceu alguma coisa?
Leah suspirou.
–Margareth está bem, Bella.
Me apoiei na parede ao ouvir aquela voz. Você está sonhando, Bella. Você vai acordar quando abrir os olhos. Abri os olhos e Leah sorria para mim e quando me virei para onde vinha a voz, todo mundo desabou. Tudo parecia fora do lugar e girar sem parar.
–Edward? –Mexi as mãos nervosa. –Você... –Fechei os olhos e abri. –Edward?
Ele sorriu e não esperei por uma resposta, meus pés deslizaram para ele apenas alguns passos. E o senti.
–Por favor, não seja um sonho. –Supliquei contendo os soluços.
–Eu estou aqui. Estou aqui com você. Eu voltei, e não vou a lugar algum.


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Notas finais do capítulo

Gente estamos com fic nova se chama Xaque-Mate!!!! Passem la :*)