Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 25
24


Notas iniciais do capítulo

Obrigada meninas que recomendaram, obg Brubs graças a vc esse cap saiu ♥



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BELLA

Teresa sumiu por dois dias e eu sabia que Phill havia feito isso para mantê-la afastada de mim. A cada segundo que passava sentia meu coração se esmagar dentro do peito, era medo e eu tinha certeza disso. Mesmo que lá no fundo que eu acreditasse que seria possível uma vingança, eu estava com medo. Phill me deixou solta, então eu me preparei, prendi meu cabelo apertado no alto da cabeça e vesti as calças leves que Teresa me deixou, coloquei a arma cuidadosamente presa atrás das minhas costas e passei o resto do tempo encarando a porta.
Não sei quanto tempo se passou ate vê-la se abrir, Teresa estava com um pouco de pressa indo em direção ao armário e puxando minha mochila.

–Está tudo bem?

–Sim, não tem nenhum capanga de Phill lá embaixo, estão todos espalhados pela casa. Então precisamos ser rápidas.

–Você vai ficar bem?

Sorriu.

–Eu sempre fico.

Segurei sua mão.

–Tem certeza?

–Absoluta. Agora vamos.-Ajeitou a mochila nas minhas costas e me puxou para fora quarto.

Não havia ninguém nos corredores, Teresa foi na frente e acenou para que eu fosse até ela. Descemos correndo pela cozinha, a porta estava trancada e senti um certo desespero em Teresa, até ela achar as chaves em uma das gavetas da bancada e abri-la. Senti o vento gelado bater em meu rosto e tudo estava escuro do lado de fora, minhas mãos suavam a ponto de me fazer xingar baixinho.

–Certo, você precisa correr. Apenas siga por esse caminho.-Apontou uma descida ao lado da casa.-Eu o fiz três vezes hoje e não tem como se enganar, são apenas alguns minutos se você for esperta, eu sei que você é.

Assenti.

–Tem um carro lá.-Me entregou uma chave.-Você vai usá-lo para voltar para casa, mas use-o ate achar outro carro, um taxi o que for. Mas não siga com ele, o abandone aonde quer que você vá longe do seu destino.

–Obrigada.-A abracei.-Me de noticias, você sabe onde me achar.

–Não se preocupe comigo. Agora vá!

Ajeitei a mochila nas costas e ouvimos passos vindo da sala quando corri para pequena descida. A porta se fechou atrás de mim e eu sabia que era vez de Teresa despistar minha fuga. Uma mistura de medo e alegria me tomou quando me vi do lado de fora, eu estava livre, era um meio termo ainda, mas eu estava do lado de fora e eu sabia o que queria a partir dali.
Depois de cair e ouvir cachorros latindo, eu consegui ver o carro na saída da estrada de terra, era velho e pequeno. Um ótimo disfarce. Assim que me joguei dentro dele, demorei alguns segundos até me lembrar, como colocar uma chave na ignição, minhas mãos suando até dar partida e o carro sair do lugar. Pisei fundo no acelerador e sem saber ao certo aonde estava indo, eu deixava o máximo de distancia do meu cativeiro para trás.
Deixei o carro uma hora depois em uma saída, corri mais alguns minutos até um ponto de ônibus e peguei o primeiro que passou colocando meu capuz para ninguém me reconhecer. Fiquei sentada encolhida e isolada no ultimo banco ignorando olhares não acusatórios, mas assustados. Eram esses olhares que suspeitos ganhavam, quando reconheci minha antiga rua, dei sinal e o ônibus parou. Saltei para fora e corri pela calçada escura, as luzes precárias piscando a um passo de se apagar. Não havia uma alma viva ali.
Me sentei na escada enferrujada, sentindo meu sangue voltar a circular. Minha cabeça apertando meu cérebro e minha roupa colada de suor pela adrenalina. Eu queria chorar, agora que estava livre, eu mal sabia onde realmente era o meu lugar. Morta, talvez? Quando me levantei, tirei a arma da cintura e me arrastei até meu apartamento. Minha mãe pirou quando eu disse que fiz um mal investimento comprando isso, apesar dela nunca saber onde ele ficava – ela enfartaria se soubesse. Agora eu vejo que não foi de tão ruim assim, era meu esconderijo, de todos.
Abri a porta e entrei lentamente, a luz estava queimada então a lua fazia seu serviço. Bati a porta e esperei qualquer movimento, mas ele não ocorreu, então entrei e desabei ali mesmo. Deixei tudo ir junto com a noite, toda a dor, todo o medo. O meu desespero. Tudo! Essa seria a primeira noite que eu dormiria bem, de verdade.

Edward

–O que aconteceu? – Deixei a porta se bater atrás de mim. Felix estava ao lado de Heidi e Jasper me encarava sentado afastado em um dos sofás.

–Olhe isso.-Heidi me entregou um pedaço de papel. –Olha o que recebi, Edward.

“Eu sei aonde você está, eu irei pega-la”

–O que é isso?

–Recebemos hoje com uma coroa de flores, Phill sabe que Heidi está aqui, ele ainda a quer.

Heidi o encarou.

–Seu pai? -Perguntei.-Tem alguém atrás dele?

–Eu... eu não sei, desde que fugi eu não tive mais contato com ele. Com ninguém, droga! O que está acontecendo, Edward? –Gritou assustada.

–Eu vou descobrir.

Felix e Jasper me seguiram para minha sala, levei o bilhete comigo analisando a letra. Jasper ainda estava em silencio, se jogou na cadeira livre a minha frente e cruzou os braços.

–Quando chegou?

–Pela manha.-Felix respondeu. –Jogamos a coroa fora, não havia nada nela. Era apenas para assustar.

–Não acredito que seja Phill, não há um motivo para ele fingir ser um anônimo agora. –Jasper me encarou.

–Apostaria em quem? –Perguntei.

–Isso importa?

–Dando em conta todos os acontecimentos dos últimos meses, sim. Isso conta, então vamos esquecer sua aversão por Heidi e vamos evitar outra morte.

–Eu não tenho um palpite, mas falando sério, por que você realmente quer saber se sempre vai contra opiniões que não batem com as suas?

–Eu vou ouvi-lo.

Jasper relaxou em sua cadeira, então voltou a me encarar.

–Bella comentou uma vez que estava com medo de Heidi estar implantada aqui para matá-la. Afinal vocês estavam juntos, eu não sei nada sobre Heidi ou sua família, mas você sabe. O pai dela é um ex policial, e Phill também é. Existe um lado a nosso favor, mas a outro contra nós. Pessoas que quer entrar para essa vida, Phill quer erguer uma máfia, nada como destruir a nossa, nada como ter pessoas do ramo dele.-Jasper apertava as mãos.- Pensando que Bella havia nos traído e ela está morta agora, fomos pegos em uma armadilha. Chegamos lá e fomos recebidos a tiros, voltamos e nossos amigos estavam mortos. Ninguém sabia onde ficava o galpão e ela não estava mais com o celular. O que me diz sobre isso? Se o pai de Heidi é um ex policial, ele protegeria sua filha sob a segurança da escoria podre da polícia. Não é nada contra ela, é apenas os fatos.

–Eu pensei a mesma coisa.-Felix se aproximou.-Estamos tapando um lado do sol e queimando a cara do outro. Se Bella foi questionada, Heidi também poderá ser. É mais do que justo.

–O que querem que eu diga?

–Queremos que faça, eu posso fazer caso seja difícil demais para você.-Jasper falou.

–Quando? -Tentei não parecer negativo contra isso.

–Eu preciso de mais um tempo, então a colocarei contra parede. E se ela gritar, pedir para que se oponha, espero que saiba que não é a sua vez de falar. Se me interromper, eu saio por essa porta e nunca mais volto.

–Jasper...

–É isso. Pegar ou largar.- Estendeu a mão.

Demorei um longo tempo antes de apertar sua mão e o ver deixar a sala. Felix ocupou seu lugar, parecia bem com tudo isso.

–Peter quer deixar o galpão.-Felix falou.

–Eu já imaginava isso.-Afrouxei minha gravata.-Todos estão com medo agora, estão com medo de virar alvo.

Encarei o teto, eu realmente não me importava mais com tudo isso.

–Deve ser Deus levando embora o que eu nunca quis.

–Não é assim que as coisas funcionam, Edward.

–Desde que me envolvi nisso, eu só perdi. Como quer que eu goste dessa vida?

–Não é gostar.

–É morrer nela, eu não vou morrer nela. Estou cansado disso tudo.

–Está entregando?

–Assim que eu descobrir o que aconteceu dois meses atrás.

–Vai deixa-lo realmente cuidar disso?

O encarei. Jasper era irredutível. Não tinha escolhas e estava fora de cogitação perder meu irmão também.

–É a única opção. Eu sei que está adorando isso.

–Basicamente. Vou reunir os demais, tentar reanima-los e colocar um plano em ação.-Se levantou.

–Para que plano?

–Achou mesmo que vou deixar a morte dela por isso mesmo? Não sei por quem começou, mas os farei se lembrar de cada pequeno segundo que me fizeram caça-los. Ela vale a pena. –Felix abriu um meio sorriso.

Eu tinha certeza disso.


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