Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 18
17


Notas iniciais do capítulo

AVISO, LEIAM O CAPITULO ANTERIOR, SEM QUERER EU O PULEI NA HORA DE POSTAR A FIC. ENTAO O CAPITULO NAO LIDO É O 16



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BELLA

Meus olhos não se fecharam a noite toda, meus braços ainda doíam da força que usei para me afastar de Edward, seu choro estava me sufocando sempre que ecoados alto em minha cabeça. Eu estava cansada de palavras jogadas ao vento, cansada de apenas eu ceder. Cansada da mesma coisa, sabendo que no fim ele recuaria e eu estaria sozinha.

Emmett bateu em minha porta pela manhã, eu já estava pronta e repeti várias vezes na minha cabeça tudo o que deveria falar. Phill não me assustava, nada mais me assustava, quando se está cercada pelo abismo o que você deve temer é onde a queda doerá mais.

–Tudo bem? –Perguntou.

Assenti.

–Da tempo de voltar atrás.

–Por que?

–Eu não estou cofiando nisso, Bella. Heidi está envolvida.

–Em que ela não está desde que chegou? -Encaixei a arma em minha cintura abaixando minha camisa.

–Se você ver que algo está errado, não ínsita. Recua. –Me parou.

–Tudo bem. Obrigada.

Jack nos encarava, esperando que Emmett lhe desse um espaço. O Jack que eu conhecia tinha sempre um meio sorriso brincando em seus lábios. Não dessa vez, não havia nada, nem o brilho em seus olhos. Sem dizer nada, ele me abraçou e me mantive ali.

–Boa sorte. –Murmurou.

Dei de ombros.

–Eu confio em você.

–Obrigada.

–O carro está pronto.-Felix falou. Seus olhos me avaliavam baixos.

Era um clima de funeral. Todos falavam ao mesmo tempo e armas eram carregadas a todo instante. Edward segurou meu braço quando passei por ele, em direção a garagem.

–Ainda dá tempo de desistir.

–Por que eu faria isso? –Perguntei.

Jacob se pôs entre nós como se fossemos nos matar em segundos.

–Edward, é um pouco tarde para isso você não acha? -Jack respirou fundo e me afastei.

Encarei os dois carros a minha frente, havia quatro ocupantes armados, eram homens novos ali. Me encaravam, Heidi estava em outro carro me observando. Peguei as chaves de Emmett e andei até o volvo passando Jacob, as portas destravaram e entrei vendo Edward se aproximar com Jack em seu encalço.

–O que está fazendo? –Perguntou.

–Mudança de planos.-Avisei.

–Bella...

–Não temos muito tempo.

–Você não vai sozinha.-Edward estava bufando, os nós de seus dedos marcados pela força que usava contra a janela.

–Não vou estar sozinha, ou vou?

–Não.-Jacob respondeu.-Vamos estar lá te vigiando.

–Então não tem problemas. Vou fazer meu trabalho, você faz o seu. Posso ir agora?

Jack agitou a garagem e os carros começaram a se afastar. Jacob me mandou ter calma que ele estaria bem atrás de mim, mas eu não estava com medo agora. Ainda não. Era como se minha mente tivesse gravado de alguma maneira a saída. Depois que chegamos na estrada tudo o que precisei foi acelerar sentindo minhas mãos tremendo e meu coração batendo surdo dentro de mim.

No fim eu sabia o que estava acontecendo e era obvio.
Isso era um teste. Um maldito teste que Edward estava fazendo comigo. Jack sumiu em uma rua como planejado e segui sozinha, rodando por cerca de vinte minutos até meu destino final. Estava na saída da cidade onde pequenos estabelecimentos se espremiam para receber ou se despedir de visitantes. Estacionei a menos de três metros e desci do carro batendo a porta, atravessei a calçada até o pequeno café cercado por famílias e casais. Podia contar quantas batidas meu coração deu antes de me sentar diante a ele. Era como se eu já estivesse tido ali antes.

–Bom dia.-Sua voz soou animada.-Devo dizer que mais uma vez esta encantadora.

Cruzei minhas mãos sobre a mesa e encarei cada rosto presente. Ninguém estava prestando atenção em nós.

–Esperando alguém?

–Não.-Minha voz saiu firme o que me surpreendeu.-Apenas não confio em você.

–Depois do nosso último episódio, também devo dizer o mesmo a seu respeito. –Um sorriso cresceu em seus lábios. Phill era calculista e ele sabia cada passo que estava dando ali.

–Vamos ao que interessa. É para isso que eu vim, certo?

–Sabe.-Falou tocando minha mão.-Você perdeu um pouco do brilho que vi da última vez.

Puxei minha mão gentilmente.

–Vamos falar sobre mim?

–Também, afinal, te mandar aqui foi um pouco arriscado.

Bufei.

–Me matar é um favor.

–Pena que não quis isso da última vez. Edward já arrumou alguém para pôr em seu lugar? Eu sei o quanto isso deve ser horrível, eu ia te avisar que talvez você virasse moeda de troca no futuro, mas você não quis me ouvir.

–Tem algo que queira me contar? -Perguntei, eu queria que ele tivesse. Porque eu sabia que ele tinha.

–Não.-deu de ombros.-Você é esperta. Mas vamos lá, eu não vou matá-la, mas se tentar qualquer gracinha pessoas inocentes vão se ferir.

–Você não teria coragem. –Desafiei.

–Me subestimando? Aquela garotinha ali.-Me indicou com o olhar a alguns metros, um pequeno pacote rosa dentro de uma cadeirinha.-Tao nova para o fim tão cedo.

Senti minha espinha congelar.

–Isso não será necessário, vou te dar as informações que quer.

–Quero um encontro com Edward. Se fizermos isso direito ninguém sai ferido e talvez, até viremos amigos. Eu sei quais são os seus planos e ele precisa entender que abrir mão do que tem é jogar uma vida fora.

–Você quer que ele permaneça na máfia?

–Não. Eu quero que ele a passe para mim, se ele a deixar todo o lucro é desviado. Edward é a nossa pequena galinha de ovos de ouro.

–Se ele deixar a máfia...

–Somos deixados também. Quem irá confiar no nosso pequeno trabalho? -Sorriu.

–Você quer que ele te nomeie sucessor?

–Exato querida. É há apenas uma forma disso acontecer, ou ele faz por bem, ou faz por mal.

–Talvez ele faça por bem.-Menti.-Ele nunca gostou dessa vida.

Phill gargalhou.

–Me desculpe, mas foi engraçado. –Ajeitou a gravata. –Você precisa de um pouco de maldade nessa sua cabecinha querida. Ele nasceu nisso, o que nasce com a gente não pode ser mudado. E sabe o que vai acontecer no fim? Você será nossa moeda de troca porque a polícia está te procurando, eu te acho produtiva para os meus planos. Edward esta te usando para ter a tão liberdade.-Zombou.-Você sabe disso, eu sei disso, todos nós sabemos disso então pare de bancar a mocinha. Você é o objeto da coisa toda. Mas se você me ajudar, eu vou te ajudar. Edward será seu passado quando a polícia encontrá-la. Você será a vítima resgatada e nenhum de nós dois será visto novamente. Isso pode ficar só entre nós, para um reencontro futuro.

–O que te faz pensar que eu quero alguma coisa com você?

–A sua situação querida. Porque você sabe que eu tenho razão, seu livro está aberto para quem quiser ler. Posso poupar sua vida em um estalar de dedos, diferente dele que não está se importando com você.

–Ele se importa...

–Oh sim, se você está dizendo. Eu também colocaria o amor da minha vida diante a morte. Como Romeu e Julieta. –Zombou.

Respirei fundo algumas vezes.

–Ele irá vê-lo.

–Assim espero. Mas o fato de estar aqui, me deixa um tanto desconfiado.

–Edward desviou a atenção da polícia.

–Como? -Uma ruga se formou em sua testa.

–Alguns contatos, isso é fácil para ele. Ele está desviando a atenção de você também, então não terá problemas. Estou trabalhando nisso também.

–Isso é um blefe?

–Não.

–Onde?

–No galpão ao sul. Traga seus homens por segurança.

Phill coçou a barba por fazer.

–Uma armadilha?

Virei os olhos.

–Como quer um encontro se tem medo dele?

–Eu não tenho medo, mas as coisas podem desandar se ele não souber fazer direito.

–A polícia está em sua rota, você tem uma semana para confiar nele. A polícia não estará atrás você durante esse tempo.

–E se você estiver mentindo, posso ser muito mal com quem você ama?

–Você pode me matar.

Estendeu a mão.

–Fechado. Avise-o que estarei lá. E diga o nosso acordo também, talvez ele a peça para escolher suas flores favoritas.

–Foi um prazer revê-lo.-Abri um meio sorriso.

–O prazer foi todo meu.-O vi se levantar.-Não se esqueça, meus homens estão por aqui, qualquer gracinha a garotinha vai para os ares. E você também o que será um desperdício. –Me avaliou.

Mantive o ar muito tempo preso em meus pulmões, quando me levantei depois de seu carro se afastar, caminhei lentamente ao o volvo trancando as portas e respirando fundo me afundando no banco. Meu coração estava batendo rápido demais. Mas eu consegui, sem tiros, sem polícia. Ele iria. Phill mordeu a isca.

Bati a porta do carro assim que entrei no estacionamento duas horas depois, não fiz nenhum contato desde que deixei o café, nem atendi as ligações de Jack. Eu precisei de um tempo para mim, poderia estar morta agora se algo desse errado.
Jacob estacionou do meu lado descendo e correndo para minha janela. Ele parecia preocupado.

–Que droga, Bella. Por que não me atendeu? –Jacob discando um número, provavelmente o meu quando entrei.

–Estou bem...

Edward veio em nossa direção seguido por Felix e Jasper. Jacob o empurrou.

–Você disse que está tudo bem.

–O que está fazendo, Jacob? -Edward o empurrou.

–Ela estava em perigo. Tinha atiradores, pelo menos seis deles em pontos que eu não conseguiria ajuda-la. Ela poderia ter morrido! -Gritou.

Edward o encarava.

–Era esse o maldito plano? Matá-la? –Jacob o encarava, as veias de sua testa saltando.

–Não.-Passei por eles.-O plano era me testar, não era Edward? –Não consegui conter a magoa em minha voz. - Phill mordeu a isca, ele vai te encontrar.

–Você é um idiota.-Jacob se afastou.

Rose apareceu ao lado de Heidi e um sorriso cresceu em lábios assim que me viu, eu consegui, foi o que disse antes de segui-la. Mas eu precisava ficar sozinha por um tempo, então fui para o quarto deixando toda a carga deixar meu corpo com uma sensação de alivio não era o fim ainda. Peguei no sono pouco tempo depois, todo o meu corpo estava sendo forçado ao descanso, eu não me incomodava com isso. Era a forma do medo mostrar como ficava depois de toda adrenalina. Era uma forma de esquecer cada palavra que Phill havia me dito, porque no fim, ele era o único que tinha razão em toda a história.

Não sou mais nada para Edward, talvez eu não nunca havia sido realmente. O motivo de eu estar aqui, era por saber demais sobre ele. Nada se tinha a ver com o que havíamos dito, essa foi a maneira de me manter ali, de tornar as coisas mais fáceis. A porta se abriu e encarei Edward parado com uma bandeja em mãos, como se tivesse levado um soco eu senti a necessidade de me curvar e chorar, mas me mantive firme.

–Seu jantar.-Falou entrando e fechando a porta atrás de si.

Esperei que saísse, mas tudo o que Edward fez foi se encostar na parede.

–Sai daqui, Edward.

Ele apenas me encarava, sem expressão.

–Por que está aqui?

–Isabella...-Deu um passo em minha direção.

–Sai daqui Edward.-Gritei saltando para cima dele. Minhas unhas cravavam em seu peito, tentei soca-lo e empurra-lo.

No fim eu só estava tentando lhe causar dor. Edward não fez nada, apenas me deixava machuca-lo, seu rosto vermelho pelos tapas. Eu queria que ele reagisse porque muito em breve minhas forças iriam embora.

–Eu odeio você. Odeio tanto que machuca, mas eu odeio você.-Encarei seus olhos.-Odeio por tudo que me fez.-Solucei.

–Eu amo você, mas...

–Não.-Minha voz saiu estrangulada.-Você não me ama. Nunca amou, nunca!

–Não diga isso.-Suas mãos seguraram meu rosto com força.-Você sabe que eu amo você!

–Não! -O empurrei.-Você me usou, Edward. Me usou todo esse tempo e agora sou apenas sua ponte. Você não me ama e eu não acredito nisso. Todo aquele sentimento ilusório, não existe mais.

Seus braços me envolveram, fazendo minhas forças irem embora.

–Às vezes eu gostaria de te odiar o tanto que eu tento, mas isso está difícil.

–Não sou sua propriedade.-Murmurei, meus joelhos cederam e Edward caiu comigo me puxando para o seu colo.

–Já se sentiu cega alguma vez? -Sua voz soou tremula.

Eu não queria falar, nem me mover. Eu só queria estar ali o que era ridículo e masoquista.

–O tempo todo.-Murmurei.


Consegui me soltar de seus braços assim que despertei, Edward estava dormindo, Deus ele mexia com minha sanidade. Ele sabia disso e usava isso. Abri a porta do quarto e voltei para o corredor silencioso, Jasper estava sentada no último degrau da escada segurando um copo com alguma bebida. Eu queria saber onde Rose estava, pelo menos agora ela era alguma distração.

–Hei.

Jasper se levantou acenando para segui-lo, a casa estava em silencio, então o segui. Jasper segurou a porta da biblioteca esperando que eu entrasse, ainda me sentia estranhamente cansada. Me ofereceu alguma bebida que dispensei me encolhendo no sofá, abraçando minhas pernas.

–Ele só está assustado.-Sussurrou se sentando ao meu lado. –Ele não sabe mais o que fazer.

Falar das dúvidas de Edward me colocava contra um muro. Era difícil saber em que acreditar a essa altura. Então eu não diria nada, mais nada.

–O que ele fez... foi errado. Eu falei para ele assim que eu soube, mas Edward... Você o conhece.

–Não.-Sussurrei.-Eu não conheço ninguém além de mim. Não conheço meus amigos, minha família, meus colegas de trabalho, muito menos o homem por quem me apaixonei e que provavelmente vai desistir de mim no fim.

–Ele não vai.

Não discuti.

–Você acha que ele teria coragem?

–Você acha que ainda tenho alguma esperança em mim? Olhe para mim, Jasper. Mesmo que saia daqui viva, vou passar por coisas lá fora. Eu estou perdida.-Deitei a cabeça em meu joelho.

–Não desista dele.

–Não dá para seguir em frente quando já desistiram de você.

–Ele não vai deixa-la.

–Ele já me deixou, Jasper. Por ela.

Jasper não disse nada, porque sempre haveria uma razão. A razão dessa vez era a minha. O sono estava me tomando novamente, mesmo ali sentada em uma posição não tão confortável quanto deveria parecer.

–Eu tive medo...-Minha voz saiu como um fio.-Tive medo de ser ele a me matar. Eu ainda tenho esse medo.

Seus olhos encontraram os meus, Jasper tinha traços, pequenos traços de Edward e isso o deixava angelical a maior parte do tempo.

–Se ele fizesse isso, eu mesmo o mataria.

Encarei o chão.

–Mas o conheço, sei que ele não teria coragem.

–Se importa deu ficar sozinha?

–Sim.-Murmurou.-Me importo.

Tudo bem, eu não queria brigar mais. Quando abri os olhos mais uma vez, eu tinha certeza que agora já era manhã. Edward estava me encarando, sua mão pressionando contra minha nuca segurando cada pequeno fio de cabelo ali. Seus olhos estavam vermelhos, uma lagrima silenciosa escorregou por sua bochecha e teve seu fim no travesseiro. Estávamos no quarto secreto da biblioteca. Passamos um tempo apenas nos encarando, deixei meus olhos passearam por seu peito largo, pequenas cicatrizes avermelhadas desenhadas sobre ele.

Eu queria tocar cada uma delas, mas meu cérebro estava em um processo de afastamento. O quanto antes, melhor. Seus dedos se mexeram e meu corpo ganhou vida, como se só estivesse despertado agora. Percebi a pequena força que usava para me aproximar, mas me mantive parada apenas observando e controlando a dor.

Edward endureceu as feições e mais uma linha fina de lagrima desceu por seu rosto destorcido, ele queria que eu obedecesse. Ele queria me fazer obedecer. Mas eu não queria, não agora, não mais. Por nós dois. Seu corpo se aproximou, apenas um pouco escorregando do travesseiro. Seu nariz tocou o meu e arrepiei, sua respiração era alta e pesada.

–Me beije.-Pediu olhando para minha boca, como uma criança admirando um doce.- Me beije.

Continuei imóvel, até sentir uma de suas pernas abrir passagem por entre a minha e seu corpo me prensar contra o colchão. Edward acariciava seu rosto no meu como um gato, um soluço baixo escapou de sua garganta. Sua boca desceu e encontrou a minha, como peças perfeitas era algo que tinha que admitir, alguma coisa tinha que parecer certa entre nós dois. Seus dedos infiltrados em meu cabelo, puxando os como se houvesse alguma passagem de ar entre nós. Apesar de tudo, ainda estava imóvel.

Então eu a ouvi, Heidi, e toda a raiva cresceu, segurei seus ombros dando vida as minhas mãos para afasta-lo, mas ele não se afastou. Edward protestou contra meus lábios e era quase um grito silencioso. Choraminguei para que me deixasse e ele se afastou apenas um pouco. O suficiente para enxergar seus olhos luxuriosos.

–Apenas, me beije. Por favor.-Choramingou colocando dois dedos em minha boca, como se me obrigasse a suga-los. Automaticamente o fiz, meu mundo estava dando voltas.

Apenas girando. Os mordi e seus lábios tomaram seus lugares, agora mais rude. Edward não parecia estar pensando, ele apenas queria isso, tanto quanto respirar. Seus lábios desceram para meu pescoço e grunhi quando me mordeu, com força enquanto seus dedos abriam agilmente minha camisa.

–Você...precisa ir.-Segurei seu cabelo entre os dedos.-Por que ainda faz isso? -Grunhi.

–Porque te amo sua desgraçada.-Voltou a minha boca, mordendo meu lábio e o prendendo entre os dentes. – E você sabe disso. Se quer a minha cabeça... vou te dar a minha cabeça. Mas vou faze-la... se arrepender antes.

Neguei, sua mão segurou meu queixo com firmeza prensando minha cabeça contra o travesseiro. Mais lagrimas caiam de seus olhos vermelhos, seus lábios estavam grossos e inchados, avermelhados e perfeitos para mim. Edward estava me mostrando partes dele, mas era Edward e eu não conseguia separar o real da ficção agora. Ele me confundiu, ele me deu as dúvidas. E eu nunca entendia suas acusações.

–Você vai me deixar! Vai desconfiar de mim, você não confia em mim.-Bufei um grito que foi abafado por sua boca.

–Você me machuca, Bella. Me machuca todos os dias.

–Como? Por Deus, como?

Senti sua mão afastar minha perna e sua cabeça afundar em meu pescoço. Meu corpo estava focado em um só ponto e por incrível que parece era em meu coração, então fui pega de surpresa quando Edward me invadiu uivando contra meu pescoço. Meus dedos se fecharam em seu cabelo e soquei suas costas com a mão livre. Ele estava me afundando de novo, e de novo e de novo. Malditas e malditas vezes.

–Existindo.-Murmurou.-Você é tudo o que eu não posso ter.-Beijou meu pescoço vindo contra mim. –Tudo o que fiz foi... por você!

Havia uma bola de fogo queimando borboletas em meu ventre. Edward não parecia ouvir, não parecia pensar. Não parecia estar ali.

–Você é a porcaria do meu segredo.-Segurou meu rosto.-Tudo que deveria manter longe!

Edward me apertou contra ele rudemente e tão rápido quanto eu esperava, estávamos explodindo. Era cedo demais, mas toda tensão levou a isso. Não me incomodei com o peso de seu corpo, pelo que conseguia de Edward por nossos momentos eu sabia que ele estaria de volta muito em breve. Mas se afastou, caindo de lado de olhos fechados. Seu peito suado subia e descia lentamente depois de alguns minutos, meus dedos doíam para deslizar sobre eles. Mas me contive me virando para o lado, sentindo pouco depois seus lábios pressionados contra minha nuca. Eu sabia que quando me virasse, ele não estaria mais ali. E ele não estava.

Felix estava gritando quando deixei o a biblioteca quase uma hora depois. Agora parecia que todos estavam lá, mas ninguém deu por minha presença, foi fácil chegar até meu quarto. Rose bateu na porta assim que a fechei, suas mãos estavam tremulas e seus olhos vermelhos.

–O que aconteceu? -Perguntei a deixando entrar.

–Emmett, Edward vai bani-lo.

–Como?

–Heidi... ela disse que... que Emmett está traindo ele. Nós estávamos procurando o maldito celular dela. Emmett estava no quarto de Edward, ele o pegou. Mas ela fez isso porque sabe que estavam juntos... ela...

–Droga! Onde eles estão? –Enfiei uma camisa limpa e deixei o quarto.

–Se decidindo na sala de reuniões. Ele não pode mata-lo, Bella. –Rose choramingou.

–Ele não vai.

–Ele acha que ele é um traidor! -Gritou.-Como você acha que ele não pode mata-lo?!

Segurei seu rosto a fazendo respirar: -Eu não vou deixar, ele não vai fazer nada com ele, eu prometo.

Emmett estava sentado em uma cadeira diante de Edward, dois grandes homens apontavam armas em direção a ele. Era por isso que Felix estava gritando? Edward me encarou.

–O que está fazendo? –Perguntei.

–Por favor, Bella...-Edward me estudava.

–Por favor um caramba, Edward. O que vai fazer com ele?

Me dobrar estava sendo difícil agora.

–Estamos apenas conversando.

–Não. Você não está.

–Estamos.

–Abaixem as armas.-Mandei. Só então a vi, sentada em um canto da sala me encarando. Peguei a arma na mesa e apontei a ela.-Mande eles abaixarem ou estouro a cabeça dela.

Heidi gritou correndo em direção a Edward, um dos homens virou a arma para mim.

–Bella, fique fora disso.-Emmett suplicou.

–Mande eles abaixarem as armas, Edward. Eu não estou brincando, você sabe que não estou.

–Abaixem.-Felix mandou. Nenhum deles se mexeu.-Eu mandei abaixar as porcarias das armas.

Foram apenas duas batidas de coração para eles abaixarem, Emmett estava com medo, podia ver o alivio em seus olhos.

–Bella.-Felix segurou minha arma.-Está tudo bem.

Edward ainda me observava, ele estava vendo as marcas que deixou em mim, eram todas as promessas de confiança que ele sempre quebrava em seu próximo ato. Ele era bom nisso.

–Você não vai fazer nada com ele.

–Bella.

–Shhh Emmett, ele sabe que está errado. Ele sabe que você nunca o trairia.

Edward engoliu em seco.

–Emmett estava em meu quarto. Ninguém entra em meu quarto, nem os meus homens. Emmett está tendo atitudes estranhas, além de estar com a Rose.

Uma risada escapou.

–Surpreso por estar perdendo todas as mulheres?

–Bella...

–Ela não ia te esperar para sempre, você fez o amor que ela sentia se transformar em medo, ódio e agora repulsa. Emmett é muito melhor do que você, eu sei, você não acredita porque a pouco tempo atrás estávamos sob uma cama, não é mesmo? Mas eu entendo.

Heidi o encarou, mas ele não retribuiu o olhar.

–Ela não é sua propriedade, eu não sou sua propriedade, mas há sempre quem queira ser. Você já tem a sua.

–Isabella...

–Mas não é disso que estamos falando. Você prefere questiona-lo do que o ouvir, não é mesmo? Felix, você realmente acredita que Emmett possa ser um espião?

Felix o encarou, mas estava claro em seus olhos a negação.

–Eu confio nele.

–Todos confiam.-Falei.-Mas enxerga a verdadeira situação, quem quer. Eu não confio em você, Heidi. Como não confio em você, Edward. Se você tiver que matar qualquer um aqui dentro, Emmett ou Rose, você terá de matar também.

–Você ficará com Jack, fora do casarão.-Edward o encarou.-Ele irá vigia-lo vinte e quatro horas.

–Eu nunca tive motivos para te trair Edward. Eu não preciso mais ficar na máfia, você mostrou que não precisa mais de mim. Eu só peço para levar Rose comigo.

–Emmett.-O encarei.

–Não.-Edward negou.-Estou te dando uma chance.

–Eu não quero uma chance. Não é uma chance quando se baseia em desconfiança.

–Se você sair, você não vai voltar.

–Essa é a ideia.

–Eu não vou.-Rose falou em uma voz engasgada da porta.

–Você tem que ir.-Falei.

Rose encarou Edward por um tempo antes de cuspir no chão.

–Eu nunca pensei que você fosse tão baixo.

–Rose.

–Cala a boca! -Gritou.-Você está afundando, você sabe que está desde que ela chegou. Ela vai acabar com tudo Edward, o pior disso tudo é que você sabe. Ela vai tirar o que te mantem, e isso é uma pena.

Heidi a fuzilou com os olhos.

–Me desculpe, Emmett... você sabe que eu não posso.

–Rose...

–Shhh, eu sei o que estou fazendo, Bella. Eu não vou deixa-la.

Felix encarou Emmett.

–Você fica. Não vamos desfazer a guarda.

Rose entrelaçou nossos dedos me puxando para trás, tudo o que eu queria era acabar de uma vez com aquilo. Mesmo que para isso eu precisasse sujar minhas mãos.

Mais tarde, Edward me confrontou, mas era diferente estava sendo diferente dessa vez. Havia um certo medo em suas atitudes, o que o deixava de guarda baixa, me limitei a repetir todas as minhas desconfianças. Bem lá no fundo eu já sabia como tudo isso ia terminar.


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