The Endless Winter. escrita por PandaRadioativo


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei!
Agradeço aos comentários!
Espero que gostem.



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Tinham deixado Lucia de fora dos planos de batalha. Ela balançava-se para frente e para trás, mudando o peso de pés. Ela queria gritar. Gritar para que ouvissem-na, e implorar para dar um palpite sequer em uma batalha em que ela, de uma forma ou outra, estaria! Mas ela conteve seus impulsos. Talvez... Talvez Pedro e Edmundo preferissem ficar sozinhos com Aslam e Caspian, trancados em uma sala debatendo sobre como matar Jadis - novamente -.

A garota estava sozinha ali. Tumnus estava na cozinha, roubando pãezinhos provavelmente - o que ela concordava, pois os pães que eram feitos ali eram deliciosos - e Ripchip devia estar lutando com Eustáquio. Sem falar de Jill, que estaria, provavelmente, caçando pela primeira vez com os arqueiros. Ela deu meia volta, a capa de inverno balançando atrás de si. Era tudo culpa dela. O inverno havia chegado mais cedo. Os dias pareciam intermináveis.

Passaram-se semanas desde que Lucia foi retirada dos planos de batalha, e que Jill tivera sua primeira caça, e Eustáquio vencera Ripchip pela primeira vez. Ela ignorou todas as mensagens que Jadis lhe mandava:

"De uma antiga amiga, que espera revê-la em breve. Gostaria de um passeio? Os campos daqui são tão verdes..." Ou então: "Ansiosa para rever Cair Paravel. Você me convida para um chá, Majestade?" Cada bilhete mais carregado de falsidade. Ela estava farta disso. Jadis, obviamente, não recebia uma resposta da rainha, que só de pensar nas maldades feitas pela antiga Feiticeira Branca estremecia da cabeça aos pés. Mais uma vez ela se flagrou observando a foto dos irmãos. Ah, como queria que Susana visse Nárnia agora.

Lucia reinava cada vez com mais sabedoria e graça. Era a única Rainha, mas sabia lidar muito bem com as decisões de guerra dos irmãos, mesmo quando não concordava. Se era guerra, quem seria ela para descordar?

Lucia estava concentrada em um jogo de xadrez. Odiava xadrez, mas, para uma Rainha, não é muito bem visto recusar algumas certas coisas. Como um jogo com Caspian X.

– Eu desisto. - murmurou. - Caspian, não sei jogar isso.

Isso, requer paciência, Lú.

– Coisa que está me faltando nas últimas semanas.

– Susana estaria rindo dessa situação, e não tentando criar uma briga.

– Não fale de Susana, você não tem mais esse direito. - rebateu Lucia, se levantando. - Me desculpe se minha irmã sempre foi uma imagem melhor de Rainha do que eu, Caspian.

Ela não sabia o porquê de estar sendo tão rude com a única pessoa que ainda não havia tirado-a de seus planos de jogos ou duelos, mas, isso estava além da compreensão da jovem Rainha. Caspian tentou arrumar toda aquela confusão, mas Lucia já estava fora de seu alcance, subindo os lances intermináveis de escadarias de pedra. Seu destino primário era a biblioteca, mas seu cérebro estava fervendo em respostas que poderiam ter soado muito melhor do que uma garotinha mimada com saudades da irmã. Sentia muita vontade de se sentar e chorar, mas não tinha lágrimas para derramar. Havia aprendido com o passar dos anos em Nárnia Real, que, uma Rainha que chora constantemente nunca é um bom presságio. Reinos da outra Nárnia haviam acabado em ruínas por causa de suas governantes, rainhas que não sabiam a hora de parar de chorar e encarar tudo aquilo como realmente era.

Era difícil? Claro, mas tudo dependia do modo de ver as coisas.

Mudou seu caminho para seu quarto. Sabia que poderia encontrar um bilhete de Jadis, mas nada disso importava, nem uma carta quilométrica dela poderia faze-la parar de pensar.

Ela fecha a porta, escorregando até estar no chão e abraça os joelhos, escondendo o rosto entre os mesmos. Respirava com dificuldade. Qual era o problema de todos ali? Será que não percebiam seu valor? Sua ajuda não era necessária? Mas ela sempre foi necessária. Ela sempre prestou ajuda. E sempre esteve ao lado daqueles que mais precisavam. E agora, ela tinha um plano. Um plano ridículo, mas ainda sim, um plano. Não sabia o que tinha a levado à esse momento, à essa decisão, mas estava completamente certa do que fazia. Ou quase.


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