The Curse of Blood escrita por Morgenstern


Capítulo 10
Nate


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amados leitores. Bem, estamos de volta. Primeiro eu queria comunicar que o ritmo vai diminuir muuuito pelo seguinte motivo : a tela do meu celular quebrou e a fanfic toda está salva no bloco de notas dele, e eu provavelmente vou comprar um novo ao invés de consertar esse. Portanto, algumas coisas que eu escrevi vão mudar do que eu tinha escrito - aliás, o final desse capítulo não era pra ter saído assim - e eu peço desculpas por isso. Então, basicamente, estamos na estaca zero.

Eu queria agradecer imensamente pela primeira recomendação! Obrigada!

Enfim, deliciem-se e não esqueçam de comentar no final!



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Os minutos seguintes foram confusos. Eu queria fazer perguntas a ele, queria consolá-lo, queria saber tudo. Mas não parecia no momento ser o tipo de coisa que meu pai aprovaria. A voz da minha mãe me despertou dos meus pensamentos.

– Como sabe? Você era uma criança quando James morreu. - minha mãe disse, com uma amargura na voz que não era típico dela - Acredite, se eu não tivesse fugido para ir para os braços de Will ele estaria vivo.

Minha mãe parecia louca. A expressão do meu pai era indecifrável e eu tentei imaginar o quanto as palavras de minha mãe estariam causando nele. Resolvi não olhar para Nathaniel naquele momento. Em seguida, meu pai me lançou um olhar muito significativo e eu entendi a mensagem.

– Mamãe, Nathaniel está cansado, vou acompanhá-lo até onde a tripulação está alojada...

Subitamente ela se levantou de onde estava sentada.

– Não! - ela disse, em uma voz tão alta que era quase um grito. - Ele ficará aqui, perto de nós, em uma das cabines.

Meu pai pareceu não gostar da ideia, mas não interviu. Ele me lançou um pequeno esboço do seu sorriso acolhedor de sempre, eu sorri de volta e me virei em direção a porta, e senti Nathaniel atrás de mim, fechando a porta. Assim que ela se fechou, a impressão que tive era que todo a Terra seria capaz de ouvir os lamúrios arrependidos de minha mãe por um homem que jamais poderia responder.

Resolvi que Nathaniel ficaria em uma cabine em frente a minha. Abri a porta e ele entrou atrás de mim. Ele olhou rapidamente o local, pareceu satisfeito e olhou para mim.

– Livie, vou embora. - ele comunicou.

Eu senti um pequeno tremor nas pernas, mas ele pareceu não notar. Por que eu ligava? Ele era apenas um estranho.

–Se acha que isso vai fazer a peturbação da minha mãe passar, está enganado. Se dizer que vai embora, ela vai fazer de tudo para te manter sob as vistas dela. - eu disse, com o meu melhor tom de indiferença.

Ele estudou meu rosto atentamente, depois olhou para o teto por um longo instante antes de me responder.

– Então fugirei.

Uma onda de frustração tomou conta de mim por completo por não conseguir fazê-lo mudar de ideia. E antes que eu pudesse evitar, acabei falando o que não devia.

– Parece que fugir é uma coisa bem conveniente para você. - eu disse, com um tom de voz tão frio que nem parecia meu.

Ele me olhou, mas parecia olhar através de mim. Eu não gostava do jeito que ele fazia isso, era como se ele lesse meus pensamentos. Eu esperava que ele parecesse magoado, mas a expressão dele não se alterou, e foi aí que o remorso me atingiu como uma flechada.

– Não sabe o que me fez fugir. - ele disse em voz baixa.

Eu tinha vontade de correr para a amurada do navio e me atirar de lá. Eu estava morrendo de vergonha pelo o que eu havia dito. Eu não era esse tipo de pessoa.

– Me desculpe, eu realmente não pensei antes de falar. - eu dizia enquanto me aproximava dele.

Ele me olhava com uma firmeza desconcertante. Eu coloquei a mão em seu braço e antes que eu pudesse impedir o movimento, ele pegou minha mão e me puxou. Nossos corpos estavam colados e eu conseguia sentir a respiração dele. Sentia o movimento de seu peito ao respirar e a batida constante de seu coração.

– Eu...eu não costumo falar esse tipo de coisa - eu disse em voz baixa.

– Eu sei que não. Mas por que disse? - ele usou exatamente o mesmo tom de voz que havia usado comigo na noite anterior.

Seus olhos eram a coisa mais enigmática que eu já tinha visto. Eram lindos e estavam cravados em mim.

– Porque sou insensata e não quero que vá embora - eu assumi, imitando o tom de voz dele com perfeição.

Ele riu suavemente e se aproximou ainda mais. Quando percebi o que estava prestes a acontecer, o pânico me dominou. Habilmente, com um floreio tão gracioso que eu não sabia que era capaz de dar, me afastei.

Ele continuava parado no mesmo lugar e olhava cada centímetro do meu corpo. Ele finalmente pareceu notar o que eu vestia e me deu um sorriso torto.

– Você está vestida como uma pirata. - ele comentou.

Eu quase ri diante daquele comentário em uma hora como aquela. Eu estava quase em prantos porque não queria que ele fosse embora e ele comentando sobre a minha roupa.

– Sim, porque sou filha de piratas, estou em um navio pirata, cercada de piratas. - eu disse com impaciência - Vai ficar ou não?

Ele parecia se divertir imensamente diante daquela situação. Ele era manipulador, sabia como ter alguém nas mãos. E eu estava nas dele.

– Tudo bem, ficarei. - ele disse devagar e senti um sorriso se abrir em meu rosto. - Mas tenho algumas condições.

Senti meu sorriso vacilar um pouco, mas acenei positivamente com a cabeça, incentivando-o a continuar.

– Quero passar mais tempo com você, quero saber porque vamos a Tortuga - eu sorri abertamente de novo, feliz por passar mais tempo com ele e por poder dividir essa história que tanto pesava em meus ombros, mas a pausa que ele fez me preocupou. - E quero que peça ao seu pai para que não me submeta ao juramento.

Havia um tom na voz dele que eu não soube identificar. Súplica? Mesmo que eu não fosse tão encantada por ele, jamais negaria um pedido desses. E mesmo que ele não me pedisse isso, minha mãe jamais permitiria isso e meu pai também não faria. Eu me aproximei dele alguns passos e disse com a voz séria:

– Eu prometo a você que nada o prenderá a esse navio. - eu disse.

Ele sorriu em resposta. E foi o sorriso mais resplandescente que eu já vi. Eu me sentei na cama e contei toda a minha história.

Ele era um bom ouvinte e não me interrompeu. Contei sobre Jack e ele fez uma cara de desagrado, mas ainda sim, não me interrompeu. Quando eu finalmente terminei, ele parecia contemplativo.

– Então temos que ir a Tortuga e enfrentar o que quer que seja que Sparrow está armando. - ele falou, num tom de voz como quem toma uma decisão inútil.
Eu levei um instante para pensar no que ele havia dito.

– Temos? - perguntei.

Ele riu como se eu fosse uma boba e eu me irritei com isso.

– Sim, 'temos'. - ele disse lentamente, como se explicasse algo extremamente complexo para uma criança - Vou com você, é claro.

Eu usei todas as energias que encontrei para não sorrir. Ele parecia distraído e não prestava atenção em mim.

Eu não tive muito tempo para pensar no que aconteceria em Tortuga. Eu não me sentia nem um pouco segura em ir para um lugar para onde meu pai não poderia ir. Em contra partida, ele iria.

– Livia, eu acho que Jack teme seu pai. - ele disse, olhando para mim - Não é bem temer, é mais como invejar, não sei explicar direito.

Eu entendi o que ele disse e concordei, mas eu tinha que protestar contra o Livia.

– Não precisa me chamar de Livia, - eu falei, enfaticamente - na verdade eu prefiro que me chamem de Livie.

– Todo mundo te chama de Livie. - ele disse, como se isso fosse um absurdo.

–E qual é o problema disso? - eu perguntei, começando a ficar consternada.

– O problema é que eu não quero te chamar como todo mundo te chama. Me prometeu que passaríamos muito tempo juntos, então vamos fazer um combinado. - ele assumiu um tom de quem planeja alguma coisa secreta, e me surpreendi amando aquilo - Você me chama de Nate e eu te chamo de Liv e somente nós dois nos chamamos assim, certo?

Eu sorri e assenti. Ele era incrível e eu subitamente comecei a rir. Ele pareceu extremamente confuso no início, mas depois começou a rir também. Mas antes que as risadas se interrompessem e as perguntas começassem ouvimos uma batida na porta.

Meu pai entrou e sorriu para mim como sempre, mas viu Nate e seu rosto voltou a ser a máscara de ferro de antes. Ele parou a porta e não parecia nada satisfeito por me ver deitada na cama rindo alucinadamente com um quase desconhecido. Um quase desconhecido que é irmão do homem que era para ser o marido da sua esposa.

– Livie, sua mãe está chamando vocês para jantar. - ele disse, e parecia que ia sair, mas mudou de ideia e eu percebi claramente que ele não sairia daquele quarto sem mim.

Eu suspirei, calcei os sapatos e dei uma piscadela para Nate antes de sair do quarto. Eu mal podia imaginar no que aquela piscadela significaria depois. Eu mal podia imaginar no que Nate significaria para mim depois.


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Notas finais do capítulo

It's all folks!



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