Novo olhar. escrita por Ley Morrigan


Capítulo 4
Feliz.


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a meu amado Jonathan que betou esses dias.

Para mim, Wi é a #beardbaby da January Harshe (Procure-a no instagram, essa mulher é demais) não imagino-a de outro jeito.



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Acordei com seu gemido, e logo estava dispersa.

Minha rotina nos últimos cinco dias era essa. Liguei o abajur de luz neutra e a olhei, dentro do berço, por ela está toda embrulhada, só conseguia mexer a cabeça para reclamar, deveria ter fome. Não me era estranho ter alguém para alimentar mas, tinha um significado diferente, eu era uma nova Katniss, uma que tinha nascido junto com a filha.

A peguei no meu colo, de uma forma que não acordasse Peeta, sentindo meu corpo cansado, mas a minha mente alerta. Era um mundo novo para nós dois, mas ele dizia que conhecia bem o bebê no meu colo “Ela tem seu gene, sei bem o que me espera" e nos dois rimos enquanto tomávamos o café naquela manhã.

Meu parceiro parecia constantemente flutuar entre seu bebê. Seu amor por ela, por nós duas, me fazia chorar incessantemente.

— Tudo bem, tudo bem. — Sussurrei para a bebê quando seu rosto se enrugou novamente impaciente para o aleitamento. Suguei o ar pelos dentes quando sua boca sugou o meu seio extremamente dolorido.

Era insano o quanto a amava, poderia dizer que a amava mais do que ontem e menos que amanhã, e sabia que sempre seria assim. Acariciei seu cabelo ralo, igual de Peeta, mas a cor era minha, seu rostinho era redondinho, e possuía dois enormes olhos de um tom azul tão amado, as bochechas vermelhas por causa do esforço de se alimentar. Segurei sua mãozinha, olhando as unhas que eram iguais as minhas. A mola da cama rangeu quando Peeta se sentou me avisando que acordara.

— Tudo em com vocês? — Meu companheiro ainda parecia grogue.

— Estava com fome. — Soltei sua mãozinha para acariciar o rosto dele, passando os dedos nas olheiras roxas. Suspirou, e voltou a dormir.

Era doce viver com esse novo Peeta, o pegava constantemente olhando para nós duas fixamente, como se me visse a primeira vez. Tinha se tornando extremamente, sufocante, protetor, mas era maravilhoso ver o quando estava feliz, mesmo sem sono.

Dois dias atrás tive que arrancar o bebê do seu colo, e realmente discutir para que fosse dormir. Sentia que a qualquer momento ele iria ficar maluco sem sono, não era necessário observar a filha dormir durante madrugada adentro para garantir que ficaria bem, e quando tomou o quarto copo de café na manhã do terceiro dia eu decidi afasta-lo de nós para obriga-lo a descansar. A falta de sono e a cafeína em excesso o deixavam nervoso e angustiado e eu sabia que senão dormisse, nós dois teríamos ido a loucura.

Toquei sua bochechinha e minha menina abriu os olhos, e era nesses momentos que eu entendia Peeta. Poderia observa-la horas e horas e mais horas seguidas, sem piscar, de tão perfeita. Meu corpo inteiro estava dolorido pelo parto, meus pés eram duas bolas de tão inchados, tinha cólicas inesquecíveis quando amamentava, e outros inúmeros incômodos que minha mãe me alertou, porém fisicamente foi o mais fácil.

Mas emocionalmente estava viciada no meu amor por ela, pela primeira na minha vida os jogos eram a minha mais fraca preocupação, era surreal, e até patético, mas sentia que a minha vida antes dela era apenas um borrão, porque não conseguia sentir nossa vida passada sobrepor essa nova. Todo o choro durante a gravidez, antes dela até, me pareciam bobos, vazios, ainda sentia o medo correr por mim inúmeras vezes durante o dia, mas tinha feito um acordo comigo mesma de não deixar o passado anular as alegrias do meu presente e meu presente era ela, cem por cento ela.

Não precisava do medo agora, poderia lidar com ele mais tarde, quando tivesse tempo talvez, porque Wi ocupava qualquer pensamento meu durante os dias, era como se tivesse nascido com ela e o mais faceto foi perceber que passaria por tudo, exatamente tudo se soubesse que a teria de novo.

Passei mais alguns minutos observando-a apaixonadamente, esperando terminar a amamentação. Quando o fez, a devolvi para seu berço e fechei os olhos, grata pela chegada da inconsciência.

Porém parecia que tinha feito por três minutos quando voltou a chorar, a claridade incomodando meus olhos, mas Wi queria deixar bem claro que tinha acordado. Ainda despertando a peguei no colo novamente, cansada e morrendo de fome.

— Bom dia meninas. — Minha mãe adentrou no quarto depois de alguns minutos, me fazendo quase pular em cima dela quando a vi com um copo de suco. Ela veio até mim depositando o copo no criado-mudo, beijando minha cabeça e a de Wi, depois foi ao banheiro e escutei barulho de água sinalizando que a banheira estava sendo cheia. — Uou.

— Tô quase virando de fome, não me julgue. — Respondi enquanto ela ria da velocidade que eu bebia. Mamãe sentou do outro lado da cama, me aconchegando com um dos braços e o outro segurando a mãozinha de Wi.

— É normal. — Fechei os olhos quando ela me beijou nas têmporas.

— Onde está Peeta?

— Foi repor a geladeira para hoje, acabamos com a comida ha-ha.

— É hoje... — Suspirei me sentando cansada, mas não tinha nada a ver com a falta de sono.

Meses atrás eu assisti irritada com a noticia da minha gravidez vazar por toda Panem, sentindo mais uma vez Panem arrancar de mim outro momento, meu primeiro filho era algo particular e não queria dividir isso com a mídia. Quando as minhas primeiras fotos gestantes também foram exportas nas telas me enfureceu de uma maneira inumana.

Não era algo que me preocupava antes da gravidez, nas inúmeras vezes que Peeta e eu fomos ao Capitol significava as nossas imagens estampadas nas noticias no dia seguinte, não importa se estivéssemos apenas andado, a noticia era sempre “Nosso casal favorito volta ao Capitol”

Não entendia como as pessoas não enjoavam, eram as mesmas pessoas, as mesmas ações, apenas a cada foto estávamos mais velhos. Como Peeta e eu poderíamos ser interessantes mesmo depois de tantos anos que a mídia girou em torno do nosso romance? Meu companheiro que sempre foi mais paciente dizia “A culpa é nossa por sermos tão bonitos e interessantes”

Mas minha filha não seria compartilhada com o país inteiro, ela era minha, e não estava disposta a dividir meu bebê com ninguém, e isso incluía nossos amigos.

Era egoísta e grotesco, mas era a verdade, era meu momento, e queria que ele continuasse assim, queria que eu e Peeta aproveitássemos tudo desse momento que esperamos mais de quinze anos para viver e quando estava para dar a luz, as pessoas que tanto amo foram avisadas que nós iríamos nos resguardar em seus primeiros dias, apenas a família. Nunca fiquei tão feliz com uma decisão.

Peeta e eu precisamos conhecer o bebê que era fruto do nosso amor, do nosso sofrido amor. Tinha aprendido com Annie da maneira mais dura o quão estressante foi à falta de privacidade nesse momento. Annie sofrera, e o mais difícil, Finn também. Desesperava-me pensar em expor o meu bebê a uma situação tão desgastante quando ainda era tão pequena e frágil.

Meu parto foi realizado em casa, apenas com a minha mãe, Peeta ao meu lado, tinha sido magico e inesquecível e super íntimo, nós queríamos um tempo para conhecer nossa pequena filha antes de apresentar a alguém, eles entenderam e aceitaram nossa decisão, e me bloqueei em pensar no quando teria sido magoada se Annie tivesse pedido que nos afastássemos, era meu primeiro parto, minha primeira filha, meu momento, eles iriam conhecê-la, mas eu iria fazer primeiro.

No entanto, um dia depois do seu nascimento assistimos com tristeza o jornal anunciar que o filho de Peeta Mellark e Katniss Everdeen nascera, eles não sabiam informar o sexo da criança, e não tinham fotos. Nossos amigos foram bombardeados de perguntas por jornalistas de todo país a espera de alguma informação, não foi preciso avisa-los que estavam proibidos de vazar qualquer informação.

Plutarch foi rudemente explicado por Peeta que nós não iriamos ceder fotos ou informações e que não dávamos à mínima se a população queria saber e mesmo não querendo, acatou e se calou.

Os únicos que a conheciam era Effie e Haymitch por morarem na nossa frente, puderam dividir alguns momentos do nosso momento pós-parto e nos dado nossa privacidade novamente.

Era engraçado que nós tínhamos nos dados cinco dias, apenas cinco dias de repouso para receber todos na nossa casa, mas eu tinha sentimentos confusos dentro de mim. Um instinto selvagem, como um enorme monstro se enrolava em torno de Willow e a protegia, mas o meu lado sensível estava ansioso para mostrar o bebê mais lindo que tinha visto para os meus amigos, queria que eles a conhecerem também, eles me faziam tão feliz e sabia que ela era amada e querida, mas o monstro dentro de mim ainda cuspia fogo.

— Oh falando nisso, Johanna ligou ontem à noite para dizer que nossos hotéis são um lixo.

— Por que você a passou a ligação para mim? — Perguntei surpresa, não fazia ideia.

— Johanna não queria conversa, acredite em mim, só queria alguém para reclamar. Perguntei se precisava de algo e ela só respondeu “Blá pelo menos a comida é boa” — E nós duas reviramos os olhos divertidas.

— Bem de qualquer maneira, preparei uma grande banheira cheia de sais e água quente, você precisa do melhor banho da sua vida, me dê o bebê. — Passei Wi, que tinha acabado de largar o meu seio para a mamãe que a pôs em seu ombro, dando batidinhas nas suas costas. — Aproveite esse momento só para você, acredite em mim, vão ser mais raros agora.

[...]

O cheiro que vinha do andar de baixo quase me fez desmaiar de fome, e quando entrei na cozinha vi a cena que tinha se tornado a minha favorita: Peeta carregava a nossa filha nos braços e fazia caretas, sorrisos e conversava com o bebê, tinha a impressão que nunca deixaria de me emocionar em ver eles dois, mas não estava preocupada.

Beijei sua bochecha enquanto passava por eles e me sentava no outro lado da mesa.

— Bom dia querida. — Peeta virou o rosto para que pudesse ver seu sorriso, mas rapidamente voltou para o bebê.

— Bom dia a vocês. — Respondi enquanto cortava uma torta que tinha feito especialmente para mim depois que Willow nasceu. — Eu tô simplesmente roxa de tanta fome.

— Fui ao centro e reabasteci tudo aqui, usamos uma quantidade incrível de produtos de limpeza e comida.

— Vida de pais agora. — Sorri o vendo mover Wi para um dos braços e beber o café.

— Nunca, mas nunca mesmo, pensei que amamentar pudesse me tornar um saco sem fundo.

— Bobagem sua, você está maravilhosa. — Seu sorriso carinhoso apareceu por cima da xícara.

— Tudo pronto para hoje? — Resolvi ignorar seu elogio sobre minha aparência pós-parto.

— Esse cheiro justamente é de bolo, três bolos esquentando dentro do forno, e a massa de pães esta ali. — Apontou com o ombro para uma bacia com uma massa dentro, na bancada. — E sua mãe vai me ajudar com o resto, ela só ia pegar a roupa suja do bebê lá em cima.

—Urgh, vou sentir sua falta disso mais do que posso explicar. — Gemi me servindo de outro pedaço de torta.

— Bem, ainda temos uma semana com ela aqui, vamos relaxar. — Seu olhar brincalhão me divertia.

Mamãe resolveu entrar nesse momento, com um enorme cesto fedorento.

— Vocês falavam de mim crianças?

— Mãe, me dê isso, é pesado para você.

— De jeito maneira, você está louca? Nada de esforço físico, você acabou de ter um bebê e de qualquer forma, posso não ter mais vinte anos, mas não me trocaria por duas de quinze. — E marchou rumo ao quarto de lavagem de roupa.

— Haha , concordo com ela.

— Oh Peeta. — Revirei os olhos, voltando a me sentar. — Pode me passar o copo?

— Claro. — O pôs na mesa e ainda com a mão livre colocou água para mim. — Katniss?

— Sim? — Olhe intrigada, nunca usava meu nome se o assunto não era serio.

— Você está realmente bem? — Peeta me olhava serio.

— Sim, eu disse a você.

— Não me refiro a isso querida, quero que vocês duas estejam 100% para expor vocês a qualquer situação, não me importo nenhum pouco em esperar mais, Willow não vai estar falando daqui duas semanas mesmo. — Peeta esticou a mão para entrelaçar com a minha.

— Não temos mais o que fazer meu amor, por mim ficaria dez anos preso em uma caverna com ela aproveitando nosso momento, mas não posso. — Beijei seu dedo com a aliança, deixando claro que também o prenderia na caverna. — Já tomei um tempo para conhecer meu bebê e estou bastante segura que nos saberemos quando ficar estressada ou irritada com algo, e seria patético fazer nossos amigos esperarem mais, eles também nos amam, Peeta.

— Eu sei. — Respondeu comprimindo os lábios. — Mas me sinto no direito de ser egoísta e manter vocês duas e isso só nosso, ela muda tão rápido, juro que sinto que a cada dia é um novo bebê e esperei mais de quinze anos para tê-la aqui comigo, que não quero dividir.

— Vai ficar tudo bem, prometo. — Estiquei minha mão livre para acariciar seu rosto. — São nossos amigos, eles merecem conhece-lá, e depois nós iremos para a caverna e assim fugimos da mídia.

— Oooh, não me lembre. — Gemi, me lembrando das cartas. — Panem ainda esta enviando os papeis de intimação para registrar Wi?

— Peguei o quarto envelope hoje, decidiram que vão mandar um por dia e nos avisaram que se não a registrarmos em menos de oito dias, será cobrado uma multa.

Depois de dar a luz o governo nos mandou uma carta com a intimação para registrarmos nossa filha, porém a carta chegou no mesmo dia com a noticia por toda Panem do seu nascimento, junto com os rumores e a vontade de ver o rosto dela, isso me irritou até os ossos e Peeta e eu decidimos não registra-la por enquanto, assim nenhuma informação vazaria e nossa privacidade seria mantida.

— Temos dinheiro para pagar a vida inteira de multa, que venham elas. — Ergui o copo de água como se fosse brindar com sua xícara de café.

— Ha, que venham. —Tocou a xícara na minha, rindo.

O telefone começou a tocar na sala e como Peeta estava com a filha no colo, eu decidi ir atender.

— Alô?

— Oh, oi tia Katniss. — Sua voz jovem ressoou.

— Finn! Onde vocês estão?

— Mamãe acabou de entrar no banho e pediu para avisar que nos já chegamos.

— Ótimo garoto, então vejo vocês mais tarde?

— Até lá. — E nos despedimos.

Peeta estava curioso quando voltei à cozinha.

— Era Finn avisando que já tinha chegado.

— Filha você vai conhecer a tia Annie. — Peeta se dirigia ao bebê adormecido no seu colo. — E seu quase irmão também, mas seja experta viu garota, ele é tão galanteador quanto o pai então não se deixe enganar.

— Finnick esta rindo de você agora, posso apostar. — Mas era eu que ria deles.

— Ha-ha, a minha filha não viu ela é difícil, tem o temperamento da mãe. — Ignorei sua brincadeira não se dirigia a mim, tinha falado para o mundo, torcendo para onde Finnick pudesse está, estaria ouvindo. — Querida, tire os bolos do forno, por favor?

Para minha surpresa, os três eram em diferentes tons de rosa. Coloquei em cima do fogão.

— Ainda falta recheá-los, pretendo coloca-los juntos e por um creme de morango entre. — Ele deu uma piscadela para mim. — Obviamente tudo rosa.

— Você terá que conviver com duas meninas Peeta, ainda bem que já se espiritualizou. — Minha mãe brincou entrando na cozinha.

Ela tinha chorado horas seguidas quando a neta nasceu, e não perguntei o porquê. Seu cabelo tinha mechas brancas misturado com loiro, aparentava ter mais anos do que deveria, mas tinha se esforçado muito para seguir em frente, o excesso de trabalho com a tristeza do seu coração faziam-na aparentar ter mais anos do que deveria, mas ainda era muito bonita.

A segui com os olhos quando veio atrás de mim, puxando meu enorme cabelo molhado, que pendia abaixo do quadril, para trás, e sem pedir permissão acariciou meu coro cabeludo e começou a trançar o cabelo.

Todos os dias desde que chegara fazia isso, já que me nego a cortar o cabelo, mamãe o trançava para me facilitar, o que tinha sido maravilhoso principalmente depois que Wi nascera e seus dedinhos ficavam loucos para emaranha-se nos fios, mas especialmente porque eu gostava desce cuidado, pós-parto mexia com você inteiramente e qualquer carinho era bem recebido, principalmente vindo da mãe. Ela retirou a liga do seu próprio coque e prendeu no fim da trança, depois a jogou para frente e beijou meu rosto.

— Você está linda. — E me beijou novamente, desta vez na testa.

— Obrigada, mamãe. — Agradeci e virei para ela que abriu os braços, me aconchegando e distribuindo beijos no meu rosto. E senti a necessidade de lembrá-la que meus agradecimentos não eram só pela trança, mas por tudo.

Seus braços me apertaram mais ainda, mas disse nada. Um começo de choro me fez voltar à atenção ao bebê no colo de Peeta.

— Vovó, larga minha mãe! — Mamãe falou em uma voz infantil, me soltando e fazendo todos rir. Caminhei até meu parceiro que me entregou um pequeno bebê embrulhado em uma manta roxa, que tinha um lindo biquinho de choro.

— Pronto pronto, senti sua falta também. — Sentei em uma cadeira enquanto embalava-a nos meus braços beijando sua cabecinha quase careca e o efeito sobre ela foi instantâneo, friccionou sua bochecha na minha pele nua do peito, deu um suspiro alto e voltou a cochilar.

E eu apenas fiquei lá, enquanto Peeta e a mamãe cuidavam da comida, me deliciando com o amor que fluía de mim para ela, sentindo cada respiração sua encher meu corpo de adoração e algo mais forte do que qualquer sofrimento. Poderia olhar aquele rosto tranquilo e pequeninho por eternidades e mais eternidades, e tudo que ela pedia em troca era meu toque, meu cheiro, meu amor, e eu sabia sem sombra de duvidas que a seguraria por mais milhões de anos sem nunca cansar.

Renovei minha promessa silenciosa de protegê-la de tudo e de todos, terminei meu café da manhã sorrindo para meu companheiro fazendo o que fazia de melhor, confeitando seus bolos.

[...]

Horas depois estava deitada de novo na minha cama, esperando a bebê terminar o aleitamento enquanto o assistia sair do banheiro apenas enrolado em uma toalha. Quando esse homem deixara de ser bonito? Pensei orgulhosa.

Tinha deixado à barba crescer o que dava a ele um ar maduro e muito sexy, mas quando olhava aqueles olhos azuis, sabia que aquele menino do qual me apaixonei ainda morava lá, tinha ganhado peso com o passar dos anos, não tanto quando eu tinha, mas seu corpo mostrava o quão bem alimentado e saudável era. Continuei curtindo meu show particular enquanto ele coloca a cueca, a calca e a camisa, e apenas o bebê no meu colo que me impedia de soltar algum comentário explicito. Também tinha trocado de roupa por um vestido listrado com decote em V, confortável e bonito.

— Pare com isso mulher. — Peeta reclamou, enquanto abotoava a blusa. — Você fica me despindo enquanto está intocável durante semanas, não é justo.

— Ha-ha, desculpe se toda vez que eu olho para você entendo o porque aceitei ter filhos. — Assisti brincalhona ele bufar.

— Você fala isso, mas não tem noção da tentação que é ficar perto de você, com esses enormes. — Sinalizou com as mãos meus seios. — E não poder me divertir com eles.

Parei de gargalhar quando Wi se assustou com o som, alheia aos pais jogando.

— Deveríamos ter vergonha, nós aqui a mais de 16 anos juntos e agindo como dois adolescentes.

— Culpa sua, que é a mamãe mais sexy que eu já conheci.

Rindo silenciosamente para não incomodar o bebê no meu colo, curti esse momento com Peeta, estava tão acostumada a ser só eu e ele que era estranho pensar que éramos uma família agora, e o quanto ele guiou minha vida: Casei porque ele insistiu, engravidei porque ele queria, mas sabia que nunca estive tão feliz, sim, eu era feliz, por mais difícil que fosse admitir, mas era, e duvidava que existisse alguém que fosse mais que eu.

Daqui a algumas horas as pessoas que mais amava nesse mundo iam conhecer minha filha, tinha um marido bonito, do qual me achava a mulher mais sexy do mundo, era rodeada de amor por todos os lados, e minha vida tinha uma razão para existir, e ela estava me fitando com seus olhos infantis nesse momento.

Oh sim, eu definitivamente era feliz.


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Notas finais do capítulo

Eu tomei um susto com a quantidade de pessoas que abriram a fic, mas a quantidade de pessoas que me deixou alguma opinião foi tão pequena comparando-as que me fez suspirar

De qualquer forma, obrigada aqueles que fazem.

Vocês são demais.