Era um dia como outro qualquer e nem me dei conta quando chegaram, cinco diabos travessos vieram assim de repente e em minha vida se alojaram. O primeiro era um ser ganancioso, de sorriso amarelo e olhos de águia, eu lhe dei tudo, e como dei, mas o diabinho queria sempre mais, vai embora lhe disse, não vê que vais me ferrar? Não vê que um dia vai me derrubar? Mas ele não foi. O segundo era um bichinho apressado, elétrico, hiperativo, passos rápidos, sempre em frente, sem tempo a perder, estou com pressa! Estou com pressa! Repetia sempre, pobre criatura, nunca chegou a lugar nenhum. O terceiro dizia ser poeta, este sim foi terrível, eu lhe dizia todos os dias, devagar diabo, ninguém gosta de poesia, mas o monstrinho gostava e ferrava minha vida me motivando a escrever dia após dia. O quarto quase me matou, tinha tendências suicidas o infeliz, graças a ele escapei da morte mais de uma vez por um triz, mas não era um ser de fato ruim, com ele aprendi que tudo que vive morre, mas nem tudo que morre tem o seu fim. O último porém foi o mais cruel de todos, apaixonava-se todos os dias, pare com isso! vá embora diabo travesso! Gritei, Não vê que me fazes sofrer? Não vê que por sua culpa posso morrer? Mas o infeliz não me dava ouvidos, os apaixonados são assim, nunca escutam ninguém. Hoje depois de tanto tempo desisti de manda-los embora, se ficaram foi porque assim quis, a noite se fizer silêncio pode escutar a bagunça que fazem dentro de mim, sempre trazendo mais e mais amigos para sua festa sem fim.