— Quatro o que diabos você está fazendo aqui? — bradei.
— Me deu curiosidade em ouvir os seus mantras. — respondeu.
— E você tinha que me espionar pela janela, qual é o seu problema? — perguntei.

Quatro bate na janela do quarto.
— Posso entrar? — perguntou com a cara deslavada.
— Você me espiona e ainda me pergunta se pode entrar? Eu poderia chamar a polícia e te denunciar, isso é invasão de privacidade, eu nem te conheço para você tomar esse tipo de liberdade! — perdi o controle e comecei a gritar descontroladamente.
— Tudo bem, mas agora posso entrar? — insistiu.
Sem paciência andei até a porta e a abri, Quatro abriu o sorriso mais cínico da história dos sorrisos mais cínicos. Sem pedir permissão, adentrou o quarto e sentou-se na beira da minha cama.
— Você não pode ser ao menos um cara educado e pedir por favor ou com licença?
— Se eu pedisse com educação, você me deixaria entrar? — perguntou.
— Não. — respondi
— Então, educação não me serviria de nada. — sorriu, aquele típico sorriso cínico e ligeiramente bonito.
— Então, vamos passear um pouco? — perguntou levantando da cama.
— E eu tenho escolha? — perguntei sem paciência.

Saímos do Hotel e paramos em frente a um quiosque, pedi para Quatro me explicar o roteiro do passeio, como eu esperava, ele não tinha planejado nada.

— O improviso que é o mais divertido! — disse Quatro empolgado
— Certo senhor improviso, para onde vamos então? — perguntei.
— Para um lugar espetacular.