20 Regras para Alcançar a Felicidade escrita por Summer


Capítulo 5
Espiando pela janela


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, decidi postar mais um capítulo essa semana. Para os leitores ansiosos para Fourtris, se acalmem a hora vai chegar.
Espero que vocês gostem, de verdade.


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— Eu não quero dar uma volta. — hesitei — Porque você insiste tanto?

— Eu apenas quero ser gentil, isso é ruim? — perguntou colocando a blusa novamente.

Não, não é ruim, é até um gesto nobre vindo dele, porém eu não o conheço, não sei as suas reais intenções, e também gostaria de tirar aquela noite para pensar na vida, fazer os meus planos e enfim, dar continuidade ao resto da minha vida (ou tentar) será que isso é pedir demais?

— Você não confia nem um pouco em mim? — perguntou Quatro.

— Não é que eu não confie — comecei — Mas é estranho, um “estranho” ser gentil comigo, entende?

Quatro apenas me olhou com “aquele olhar de cachorro sem dono”. Balançando a cabeça respondeu:

— Não, não entendo. — sentou-se na areia — Se você quer saber o porquê eu sou gentil com você, é simples. Eu quero ser gentil com todo mundo, não se sinta a privilegiada. — disse meio grosseiro — Outra coisa, quando eu te vi sentada naquela mesa do Aloha Vegan, eu te analisei, e vi que você era uma adolescente com alguns problemas sentimentais, sua aura estava meio escura, você ma passa uma imagem depressiva.

Boquiaberta, consegui apenas absorver aquilo tudo como uma grande ofensa, engraçado, um cara que eu mal conheço me analisa e conclui que eu sou depressiva, qual o sentido disso?

— Você é formado em psiquiatria ou algo do tipo? Ou só é formado em falar merdas? — fui grosseira — A princípio você me aparece um cara legal que apenas quer me ajudar, porém agora vem e me fala que eu “passo uma imagem depressiva”. Bom agora sou eu que vou dar uma de psiquiatra e vou te analisar. — coloquei a mão no queixo — Você teve ser um cara frustrado no amor, sua namorada deve ter de deixado na pior, te transformando em um louco bipolar.

Logo após da minha “disparada de ofensivas” percebi que quem havia se precipitado era eu, então me sentei na areia ao seu lado e fiquei em silêncio.

Quatro está sério — pensei.

— Olha, eu sei que eu falei muita besteira, mas você realmente tocou em um ponto dos meus sentimentos que me magoou bastante — sussurrei — Aliás, você nem sabe a minha história para tirar decisões precipitadas, não é?

Quatro continuou em silêncio.

Então me levantei e saí andando em direção ao hotel, eu não estava nem um pouco a fim de ser ignorada, mesmo sendo a errada da história, eu estava me redimindo. E outra coisa, eu estava de TPM, que mulher nessa fase aguenta desaforos?

— Espere. — senti a mão de quatro segurando o meu braço. — Quem foi o errado nessa história fui eu, novamente eu agi mal, vamos começar tudo de novo?

— Você faz ideia de quantas vezes começamos de novo hoje? — revirei os olhos.

— Meu nome é Quatro. — Quatro me estendeu a mão — E o seu?

— Meu nome é Tris — apertei sua mão — E eu estou de TPM.

Quatro balbuciou logo depois disse:

— Eu sei o jeito para dar um fim a essa maldita TPM.

— E qual é esse jeito? — perguntei

...

— Isso é delicioso! — bradei.

— Eu sabia que ia gostar Tris. — sorriu.

— Eu nunca comi uma pizza tão boa como essa! — bradei novamente.

Quatro havia me levado a uma pizzaria na esquina do Hotel, e pediu uma pizza de chocolate com morango e outras delicias calóricas.

— Porque não come carne? — perguntou Quatro.

— A vida dos animais é tirada por um motivo tão banal. — respondi — Vejamos você gostaria que tirassem a sua vida para servir de alimento para alguém? — perguntei.

— Sou um humano, não tem como. — mordeu a fatia de pizza e acabou sujando os cantos da boca com chocolate.

— Porque se acha tão superior aos animais? — perguntei.

— Porque nós somos! — bradou, depois limpou sua boca com guardanapo — Você acha que estamos no mesmo nível de evolução deles?

— Não quis dizer isso... — respondi — Bem voltando a sua pergunta, eu não como carne pois a matar os animais para o nosso alimento é banal, se temos tantas plantas comestíveis e até mais saudáveis que carne.

— Sabe o que você está comendo? — Quatro apontou para o meu prato.

— Uma pizza de chocolate?

— Vai leite na massa do chocolate — Quatro arregalou os olhos — Você acha justo espremerem as tetas da vaca para tirar leite?

— Mas não estão matando ela. — respondi.

— Mas estão torturando ela — falou — Se eu fosse a vaca preferiria que me matassem ao me torturarem dessa maneira.

— Vamos parar com esse papo? — perguntei — Vamos concluir esse assunto, eu vou parar de beber leite, assim que voltar para Chicago. E até lá você vai parar de me encher sobre isso, certo?

— Tudo bem. — respondeu. — Para onde você quer ir agora? — perguntou.

— Quero ir para casa. — limpei a minha boca com um guardanapo.

— Mas já? — bradou e olhou para o relógio de pulso — Agora são quase... Meia noite. Está tarde mesmo.

— Então vamos. — levantei-me, tirei o dinheiro do meu bolso e coloquei em cima da mesa.

— Você não que pagar, não é? — Quatro levantou sua sobrancelha esquerda.

— Claro que eu quero. — sorri — Não quero ficar te devendo nada.

— Não, você não vai pagar. — tirou o dinheiro de sua carteira e colocou na mesa também.

— Que machismo é esse? — perguntei.

Ele se levantou e pegou o meu dinheiro me entregando.

— Vamos, pare com esse feminismo idiota.

— Olha, eu acho que se você continuar com essa baboseira machista vamos brigar novamente. — bradei.

— Com licença. — o garçom colocou sua mão no ombro de Quatro. — Vocês estão falando muito alto.

— Relaxa cara. — Quatro entregou o dinheiro dele para o garçom — Aqui é o Havaí, não é?

— Creio que sim. — ironizou o garçom.

— Não existem regras nesse lugar. — falou Quatro.

— Não confunda o Havaí com Las Vegas Quatro. — falei — Aqui está a minha parte da conta — Peguei o meu dinheiro da mão de Quatro e entreguei para o garçom.

Quatro me fuzilou com o olhar, saí da pizzaria e fiquei próxima ao estacionamento, a noite estava incrível, o céu do Havaí é tão lindo, bem diferente do céu de Chicago, um céu sem vida, sem luz.

— Você é muito cabeça dura. — disse Quatro chegando atrás de mim.

— Você que é irredutível Quatro — falei sem deixar de prestar atenção — É lindo.

— O que? — Quatro sorriu — Eu?

— Não o céu. — apontei para uma estrela.

— Vai crescer uma verruga bem na ponta do seu nariz. — com o indicador Quatro tocou na ponta do meu nariz.

— Você está achando que tem muita moral comigo para tocar no meu nariz não é? — falei em um tom sério.

— Você não dá nenhuma trégua. — Quatro coçou a cabeça.

— É brincadeira. — balbuciei.

— Então, quer passear amanhã bem cedo? — perguntou.

— Faz exatamente dez horas que eu te conheço, será que não é cedo demais para aceitar o seu convite? — perguntei.

— Bem, eu já disse e repeti quais são as minhas reais intenções e...

— Não ouse dizer que eu sou depressiva — o interrompi.

— Bem, você aceita ou não? — disse impaciente.

Bem, pensei alguns segundos e eu não saberia me virar sozinha ali naquele paraíso.

— Eu aceito.

Quatro sorriu, um sorriso tão largo que chegava quase as suas orelhas.

— Então vamos acordar bem cedo, vou te levar aos melhores pontos turísticos desse lugar!

— Então combinado. — estendi a minha mão.

— Combinado. —Quatro apertou a minha mão.

— Esse lugar é Espetacular você vai ver. — disse Quatro.

O Espetacular pode acontecer agora. — pensei.

E se Peter estivesse aqui seria tão espetacular quanto agora.

...

— Você não pode se prender a mim! Eu sou um peso morto porra! — Peter gritava loucamente.

— Peter, você não pode se alterar por que... — dizia o médico, porém Peter o interrompeu gritando:

— Porque o que? Vou morrer mais cedo ou mais rápido? Cala a boca e tira a Tris daqui!

— Peter você não sabe o que está falando. — minhas lágrimas escapavam.

— Não chore! — gritava Peter — Não chore Tris!

— Melhor a senhora sair da UTI senhorita Prior — o médico segurou o meu ombro — Se não o estado de Peter pode piorar. — sussurrou.

— Me prometa que vai fazer o possível para salvá-lo. — supliquei ao médico.

— Eu prometo que vou tentar.

— Não chore Tris! Não chore! — gritava Peter.

— Melhor sedar ele! — o médico gritava para enfermeira. — Saia daqui senhorita Prior.

— Posso dizer algo para ele? — supliquei para o médico.

— Sim. — concordou o médico.

Corri até a maca e beijei a boca de Peter.

— O Espetacular pode acontecer agora meu amor. — sussurrei em seu ouvido.

— Tris — Peter segurou a minha mão com força — Não chore Tris, viva.

— Peter, você vai ficar bem. — sussurrei novamente.

— Tris. — os olhos de Peter se fechavam — Viva Tris. Não deixe apagar...

— Apagar o que? — perguntei.

Peter desmaiou, e o médico acabou me tirando dali a força.

Não deixe apagar, não deixe apagar, não deixe apagar.

— Não deixe apagar Tris. — acordei com a voz de Peter ecoando pelo o quatro.

Olhei para o relógio, eram cinco quatro e meia da manhã, ainda madrugada. Não iria conseguir dormir novamente, então me levantei para tomar um banho e limpar a minha mente daquele sonho. Que me trazia más lembranças.

Abri o chuveiro e deixei a água quente massagear as minhas costas, que doíam terrivelmente.

— O Espetacular pode acontecer agora, o espetacular pode acontecer agora. — recitava o mantra.

...

Coloquei minhas roupas intimas e uma roupa qualquer. Peguei a caixinha de regras e estava tentada a lê-las.

— Não Tris, Peter não gostaria disso. — repreendi a mim mesma.

Coloquei a caixinha novamente na mochila e suspirei.

— Que hoje seja melhor que amanhã, e que amanhã seja o bastante para eu concluir a minha missão. — recitei o mantra que Peter também me ensinou.

— Amém. — ouvi a voz de Quatro do outro lado da porta.


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Notas finais do capítulo

O Espetacular pode acontecer agora.
Até a próxima.



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