Casal Não Usual escrita por Freak Kyoko


Capítulo 1
Capítulo único e sem continuação.


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem!



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As sirenes soavam ao redor do casal. A maior parte delas vinha de longe, na diagonal esquerda, e aproximava-se vagarosamente deles.

Mesmo com a demora, Brad, o marido, sentia sua libido mais ativa que nunca e desejava por demais ter sua esposa ali, exatamente ali: no centro de Seattle.

Poderia se dizer que seus gostos eram peculiares, tanto do marido quanto da esposa, no entanto, naquele instante ele desejava que a mulher arribasse a saia no meio de uma praça e se debruçasse sobre o capô da moto. Ele queria, literalmente, comê-la a luz do dia na presença de várias pessoas. Mas Vivian se manteu firme e irredutível: só transaria se fosse completamente nua e durante uma perseguição policial.

Brad não hesitou em caçar confusão. Ele gostava de realizar todos os caprichos da mulher, fossem eles de transar em público, transar no alto de um prédio ou transar dentro de uma igreja em plena missa. Vivian era a mulher mais louca e envolvente que seus bigodes tiveram o prazer de tocar.

Mas muitas vezes ele não conseguia satisfazê-la, principalmente se tratando de sexo convencional, já que a bicha não curtia nada menos que fodelança desenfreada e o coroa já não dava mais no couro no sentido boa forma. Então os dois decidiram partir para as fantasias e fetiches, eram menos agressivos e mais intensos e era tudo que Brad conseguiria dar.

Muitos o julgavam dizendo “você mima demais essa mulher, um dia ela vai perceber que você tá envelhecendo e te larga!”, mas obviamente nenhum deles entendia a situação. Vivian era vívida e transpirava sexualidade e emoção, mesmo nos seus sessenta e sete quilos distribuídos entre braços, pernas e barriga. Não era exatamente o tipo mais esbelto de mulher, mas tinha uma graça inigualável e um fogo impossível de apagar.

Mas voltando as sirenes... As sirenes chegavam de longe depois de Brad arrumar briga em um bar para chamar atenção da polícia, antes de fugir derrubou algumas mesas e ainda saiu sem pagar. Vivian ficara extremamente amedrontada com a reação do marido, mas nada disse, pois tudo o que Brad fazia tinha uma razão. Do lado de fora do bar Brad pediu que ela tirasse a roupa.

— O que? Agora? — ele concordou com um aceno. — Por quê?

— Porque a policia vai chegar num instante, mulher. Ande logo! — explicou e finalmente Vivian entendera o que ele estava querendo dizer. Eles realizariam mais uma de suas fantasias e ela sorriu amplamente sabendo exatamente quais seriam os próximos passos.

Rapidamente tirou sua saia e sua regata, fazendo o mesmo com suas peças intimas, Brad imitou a mulher ficando somente com sua usual bota e guardaram tudo no bagageiro da moto. Vivian se encaixou na moto atrás dele e ele deu partida cantando pneu ao sair do lugar exatamente quando as sirenes soaram mais próximas. A mulher acariciava o peito cabeludo do marido enquanto andavam nus pela cidade fria e úmida. Vivian teve uma ideia e se inclinou para dizê-la ao marido.

— Baby, você pode ir para perto dos cais? Tem algo que preciso pegar numa das guaritas. — pediu e Brad tomou o desvio necessário para chegar ao cais.

Todos na rua olhavam abismados para a cena sem ter ideia do que estava acontecendo, mas ambos passamos rápido demais na moto e não podiam escutar muito bem as especulações.

Chegando ao cais Vivian indicou quais das guaritas deveriam entrar. Na indicada havia o numero 24 pintado em tinta azul e a mulher bateu três vezes seguidas vagarosamente, dando uma pausa de um segundo entre cada uma delas. A porta abriu-se e mostrou um porteiro de bermudas e camiseta amarela de flores vermelhas, ele reconheceu a mulher de imediato e deu espaço para que entrassem mesmo na ocasião.

— Precisamos de algumas armas Robert, pelo menos duas. — a mulher foi direta e o marido quase enfartou de susto.

— A-armas? — perguntou amedrontado e a mulher lançou-lhe um olhar de reprovação.

— Sim, estamos com problemas com a polícia... — explicou para o homem mal vestido e suado. Ele deu de ombros e procurou dentro de sua bolsa e entregou duas armas na mão de Vivian.

— Estão carregadas e são semi-automaticas.

— Eu sei usar, Rob. Obrigada, te pago se sobreviver. — disse e deu um beijo no rosto do homem e quando ia sair da guarita Brad a impediu.

— Você realmente sabe usar isso? — ela fez que sim com um gesto. — Tem certeza, babe? — Vivian revirou os olhos e empurrou uma das armas para o marido, na que restou destravou a arma e num rápido movimento atirou na barriga de Robert, que caiu para trás da cadeira gritando de dor e xingando a ambos de palavras inimagináveis.

— Desculpe Rob, pode dizer a polícia que foi um assalto! — Vivian brincou e sorriu, contagiando o marido, que deveria estar mostrando alguma preocupação com o senhor, mas não teve a menor reação em prol ao coitado.

Ao invés, ele entrelaçou os dedos nos da mulher e voltaram para a moto, mas nesse instante um carro da polícia que estava parado ligou sua sirene e correu na direção deles. Brad rapidamente ligou sua moto e esperou sua mulher aconchegar-se nele, porém ela fez o contrário e usou suas costas como apoio, agarrando um dos braços de Brad para manter-se no lugar.

— Querida, o que está fazendo?

— Só dirija essa joça de moto, eu vou dar um jeito nos tiras. — informou e apontou a arma para um dos pneus da viatura, sem pensar muito atirou, fazendo com que o carro perdesse o controle e Brad rugisse com a moto saindo do cais.

Ambos sabiam que estavam correndo perigo e que provavelmente entrariam em problemas, mas Brad não conseguiria evitar. Ainda mais quando outras viaturas apareceram e Vivian seguiu atirando em cada uma como se não houvesse amanhã.

Mas esta era exatamente a questão: talvez o amanhã jamais chegasse e tudo aquilo teria valido a pena para ambos. Eles poderiam se ferir ou machucar outras pessoas, quiçá morrer ou serem mortos. E se nada desse certo?

Transariam.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram do resultado? Sinceridade é tudo e estou preparada para pedras e flores. Até o próximo desafio da madrugada!

~~Não esqueçam de marcar a história como lida, é muito importante!