– 27 de Julho de 1985, 01h57min a.m. -

Isabela Hunt, com cinco anos de idade, estava encolhida num canto de seu quarto, chorando, sem saber o que fazer, sem saber o que falar. Como ela iria explicar? Cleo, sua mãe, acabara de entrar no quarto e assustou-se com o que viu: Objetos flutuando, coisas quebradas e todo o chão envolta da criança pegava fogo. Cleo nem sequer tentou algum feitiço para acalmar a situação, pois já sabia o que estava acontecendo: os poderes de Bela finalmente haviam tornado forma e a única que faria aquilo parar era a própria Bela.

– AAROOOOOOOOON!!!!! – Gritou Cleo pelo marido e o mesmo veio correndo ao seu encontro.

– Minha filha! – Exclamou ele assustado – Temos que tira-la daí.

Aaron tentava entrar no quarto, mas sem sucesso, pois nenhum dos feitiços que conjurava funcionava, já que os poderes de Bela tinham uma forma e uma força completamente diferentes da magia dos bruxos habituais, sendo assim, seus poderes não poderiam ser canalizados por varinhas ou qualquer tipo de magia diferente da dela.

Cinco minutos se passaram e Cleo e Aaron não conseguiam tirar sua filha dali. Nem com água, nem com feitiços, nem com nada. A única mudança que eles presenciaram foi o fogo ficando cada vez mais alto, assim como o choro de Bela, que chegou a acordar o seu irmão Alex de quase 10 anos de idade que dormia.

Alex veio correndo em direção ao quarto da irmã caçula após ouvir o alto choro e sentir o cheiro da fumaça. Assim que chegou à porta do quarto, Bela levou as mãos ao rosto e enxugou algumas lágrimas, encarando-o.

– Alex! – Disse ela em um tom assustado.

Ela se levantou e o fogo abaixou um pouco. Bela correu para os braços do irmão e chorou mais. Não foi surpresa para os pais dos dois a grande afinidade entre os irmãos, já que Cleo e Aaron trabalhavam o dia inteiro para o Ministério como aurores e quem sempre a criou foi Alex.

Assim que Bela abraçou o irmão o fogo ficou muito mais intenso do que estava antes , chegando até a sair do quarto. Aaron pegou Bela no colo e correu assim como o resto da família. Enquanto corriam, o fogo os perseguia: pelos corredores, pela escada, sala e, enfim, a porta da casa. Continuaram correndo (mesmo com o fogo não tendo saído da casa) até chegarem ao carro. Aaron dirigia, Cleo no banco do carona e os irmãos no banco de trás.

Aaron pisou fundo no acelerador e, assim que saíram do terreno da casa, a mesma explodiu. Seguiram a estrada para fora de Brighton a caminho de Eastbourne, onde os pais de Cleo moravam.

– Alex, o que esta acontecendo? – Perguntou Bela em um tom choroso.

– Nada, maninha, nada – Respondeu-a Alex acariciando sua cabeça enquanto ela deitava em seu peito – Durma, você precisa descansar. – Finalizou Alex e Bela apagou em seus braços.

Chegaram à casa dos pais de Cleo em uma hora e eles os abrigaram a noite. Na manhã seguinte, Cleo mandou chamar Dumbledore que, em sua opinião é um ótimo conselheiro. Os três tiveram uma longa conversa sobre a menina e resolveram isola-la da sociedade bruxa e trouxa, levando-a para um lugar onde ninguém possa a encontrar.

– Então é certo. – Afirmou Aaron – Partiremos para a casa do lago amanhã pela manhã. Hoje tiraremos o dia para comprar o necessário.