Fazia sol e uma leve brisa corria pelo grande salão da mansão do Primeiro Embaixador da Suécia, mas o clima entre as pessoas ali dentro não poderia ser mais frio. Nenhuma das famílias estavam satisfeitas com a decisão do senhor Persson. Os quatro príncipes eram as mais desgostosos.

Naquela manhã tinham recebido o comunicado exigindo a presença de todos, mas qual foi a surpresa e revolta ao perceberem a real intenção do Primeiro Embaixador. Como ele poderia preferir crianças, repito CRI-AN-ÇAS aos adultos, aqueles que dedicaram suas vidas a apoiá-lo e sabem conduzir suas responsabilidades? COMO?

— Como ele pôde fazer algo assim? Eu tenho condições de escolher uma namorada por mim mesmo! – Oscar Enestad sussurra para os outros meninos – Cara, eu não quero casar agora!

—E alguém de nós quer, Enestad? – argumenta Félix.

A cara de contrariedade de Félix poderia fazer qualquer um acreditar que ele estava odiando aquele circo, mas eles se conheciam, se um dos quatro poderia achar algo bom em estar cercado por várias garotas disputando-o este era Félix, o conquistador do grupo.

— Até parece que você não gostou disso, Félix. Quem não te conhece que te compre. - criticou Omar.

Félix ri debochado:

— Você realmente acha que eu quero me casar agora? Cara, eu só tenho 16 anos! Eu quero curtir a vida, colecionar garotas, fazer festas e cometer burradas. E isso aqui – ele aponta para todo o salão – não tem nada a ver com o que eu quero.

Oscar Molander, também conhecido como O.G., bufa:

— Será que vocês não perceberam? Não há nada que possamos fazer, nem mesmo nossas famílias, isso é uma situação exterior a nossa vontade. Infelizmente, vamos ter que aceitar de boca fechada e tomar tudo que o Primeiro Embaixador decidir como nossas escolhas.

Nenhum queria admitir, mas sabiam que O.G. estava certo, naquele momento seriam tratados como mercadoria. Sem sentimentos. Sem livre arbítrio.

Katia estava a um canto observando todos, ela não precisou de nem um segundo para perceber que as famílias reais achavam da decisão do senhor Persson, ou que o mesmo não se importava com os comentários e insultos sussurrados. Nada mudaria.

— Por favor, se acalmem. Não pensem que eu estou fazendo algo precipitado e mal pensado, pois não estou. Não há uma só pessoa nas famílias reais, além dos jovens Félix, Omar, O.G e Oscar, que possa tomar o meu lugar. - todos olham atônitos para Christer – Todos vocês foram corrompidos pelo egoismo e pela ganancia, deixar meu posto nas mãos de qualquer um de vocês significa suicídio. Suicídio de uma nação que tem muito para prosperar e pouco para perder. Está é minha decisão e eu não voltarei atrás com ela.

Christer deixa a frase no ar e observa enquanto suas palavras são absorvidos por todos. Ele sabia que sua decisão era um risco, deixar seu posto para garotos era muito arriscado, contudo, ele apostava todas as suas fichas – se isso fosse um jogo de pôquer – neles, aqueles garotos têm um futuro difícil pela frente, mas também contam com tudo para terem sucesso. E eles terão.

O Primeiro Embaixador deu as costas para as pessoas presentes e desceu do pódio e foi em direção a sua assistente.

— Senhor…

– Não, senhorita Mosally. Como eu disse, eu sei o que estou fazendo, por isso mande todos os convites. – Katia o olha aturdida, como ele sabia? – Oh por favor, senhorita Mosally, é claro que eu sei da sua reluta em enviar os convites, mas por favor o faça ainda hoje.

E ele saiu do salão deixando todos para trás sem se importar.

Os quatro príncipes continuavam juntos, ali num canto do salão sendo ignoradas. Oh! Se você por um mínimo instante imaginou que as famílias estariam preocupadas com eles, com o fardo que teriam que carregar e as dificuldades que estão para enfrentam, só me resta a infeliz missão de contradizê-los.

Félix, Omar, O.G. e Oscar estão sozinhos. Entretanto, as convidadas vão chegar e eles poderão encontrar companhia, ou estarão cada vez mais sozinhos cercados por bajuladoras?