Até o julgamento escrita por Paola_B_B


Capítulo 15
Capítulo 14. Forks


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Finalmente voltei de férias :D Espero que gostem do capítulo novo!



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Capítulo 14. Forks

PDV Edward Cullen

Eu ainda a olhava embasbacado. Não pela sua incrível beleza e porte de agente fodona, mas pelo fato dela estar andando apenas com um leve mancar, após ter seu corpo atravessado por um projétil e ainda enfrentar uma cirurgia de alto risco. Ela deveria ser daquelas mulheres que na hora do parto sequer grita, apenas coloca a criança para fora sem grandes esforços. Ou melhor, sem reclamar pelos grandes esforços.

O pensamento de Bella grávida me fez sorrir, mas logo em seguida o desmanchei, pois a ideia dela esperando um filho meu era assustadoramente precipitada, porque, diabos, se Bella engravidasse essa criança tinha que ser minha.

Saímos do hospital com grande tensão, pois Chefe Swan, como havia se apresentado a mim, já tinha nos avisado que homens da gangue já estavam dentro do hospital procurando por nós.

A equipe de Charlie era composta por 7 homens que sinceramente me faziam me sentir um franguinho desnutrido. Dois dos homens pareciam ter a mesma faixa etária do pai de Bella, marcados com os grossos bigodes, os outros eram mais jovens e tinham mais músculos do que muito halterofilista. 

Os sete mantinham a expressão fechada enquanto empunhavam suas armas imponentes. Eles formaram uma espécie de escudo em minha volta, de Bella e do Chefe Swan. Desta forma não demoramos a chegar nos SUV estacionados nos fundos do hospital.

No primeiro carro Charlie entrou no banco do passageiro enquanto um dos jovens assumiu o volante. Eu entrei com a agente no banco de trás. Os outros cinco foram no outro carro. Logo tomávamos alta velocidade, porém eu não consegui relaxar. A última vez que estive em um SUV os tiros ecoavam e quebravam o vidro traseiro.

Senti dedos finos entrelaçando com os meus. Olhei para a agente ao meu lado. Seu rosto estava sem expressão, mas de alguma forma eu conseguia enxergar suavidade em seu olhar.

— Estamos bem. – murmurou ela. – Não vai acontecer como da última vez.

— Você não pode ter certeza.

— Sim, eu posso.

E de alguma forma eu acreditei em suas palavras.

PDV Agente Swan

Edward se acalmou visivelmente. Voltei a olhar para frente, mas não larguei sua mão. Já estávamos na autoestrada a toda a velocidade. Não demorou para que eu avistasse uma placa indicando o caminho para o aeroporto.

Voltei meu olhar para o retrovisor e não enxerguei o carro de Harry. Provavelmente eles estavam despistando a gangue. Meu pai continuava em silêncio o que eu estranhei e muito. Ele não era de fazer cerimônias, já deveria ter me perguntado sobre o que tinha visto no hospital. Algo estava errado, Charlie estava me escondendo alguma coisa.

Voltei meu olhar para o motorista. Tyler não havia mudado muito, apenas ganhou mais massa muscular, é claro. Ele notou meu olhar e sorriu de lado, mas sua atenção continuou na estrada.

A última vez que vi Tyler foi num motel barato logo após nossa formatura na academia de polícia. Dormimos juntos e então na manhã seguinte cada um pegou o seu caminho. Eu fui para a capital enquanto ele se contentou em ficar em Seattle. Papai tinha esperanças de que ele fosse capaz de me manter por perto, mas eu sempre soube muito bem o que eu queria para a minha vida e viver numa cidadezinha pequena como Forks estava bem longe dos meus planos.

Tive alguns problemas com Tyler nos anos seguintes. Ele pensou que a distância já tinha sido o suficiente e queria que eu voltasse. Não sei de onde ele tirou que tinha o direito de me pedir algo daquele tipo. Suas ligações e mensagens melosas foram ignoradas com sucesso.

Senti Edward se mexer incomodado ao meu lado. O olhei e notei que ele estava prendendo os lábios um contra o outro. Algo me dizia que ele estava louco para falar, mas estava prendendo a língua para não soltar qualquer besteira.

Como não rir com aquilo?

Meu protegido fez uma careta desgostosa para mim e encostou sua cabeça no vidro da janela. Quando voltei meu olhar para frente meu sorriso sumiu, pois meu pai me fitava com olhos arregalados. O ignorei e olhei para o retrovisor, lá estavam os olhos escuros e indagadores de Tyler. Deus!

— Te deram morfina? – perguntou ele.

Ignorei a pergunta, pois me lembrei da dor em meu abdome. Respirei fundo e senti as gotículas de suor se acumulando em minha testa e costas. Eu odiava admitir, mas eu precisava descansar.

Fechei meus olhos e encostei-me no banco, logo meu corpo pesou e eu me deixei levar.

PDV Edward Cullen

Lentamente a agente foi caindo em meu ombro.

— Ela desmaiou. – avisei um pouco apavorado.

Nenhum dos dois disse nada. Eu começava a odiar esse silêncio mórbido. Virei-me para acomodá-la melhor em meu peito. Os próximos minutos passaram-se voando com meus braços em torno de minha protetora.

Entramos no aeroporto, mas não pela entrada normal. Seguimos de carro direto até as pistas e paramos perto de um jatinho. Eu odiava voar. Engoli em seco e abri a porta. Tentei pegar Bella no colo com o máximo de cuidado, mas me desequilibrei e sua testa bateu levemente na porta.

— Jesus! – murmurei com os olhos arregalados.

Um riso soou atrás de mim.

— Deixe que eu a pego, garoto.

Estreitei meus olhos. Como se ele fosse muito mais velho do que eu!

— Tudo bem, era só minha perna que tinha amortecido, mas ela já voltou ao normal. – retruquei tentando manter o resto do meu orgulho intacto.

Quando tudo se acalmasse eu conversaria seriamente com a agente sobre uma coisinha chamada regime. Cristo, ela parecia pesar meia tonelada.

Usando de toda a minha técnica dramaturga a levei para dentro do jato sem demonstrar nenhum sinal de esforço... Ou quase isso. Coloquei-lhe o cinto para em seguida colar o meu. Minha poltrona era em frente a dela e eu foquei toda a minha mente em seu rosto bonito, pois se eu se quer pensasse que estava a não sei quantos mil pés fora do chão eu provavelmente passaria uma vergonha ainda maior na frente de meu futuro sogro e do halterofilista.

No meio da viagem o cara veio sentar-se ao meu lado. Não gostei nada da sua expressão sagaz.

— Não vá para frente com isso. – disse ele como se fosse um grande sábio.

— Do que está falando?

Ele sorriu conhecedor e olhou para a agente.

— A psicologia explica o que você está sentindo. Chama-se transferência.

— Oh! Você é psicólogo? – ironizei.

— Não, mas já fui objeto de paixão de algumas garotas que protegi. Na verdade até de um cara.

— Bom para você.

— Não me leve a mal. Ela até poderia cair nas suas graças... Você é exótico, acho que toda mulher gosta de sair de sua zona de conforto de vez em quando. – esse cara está falando sério? Jesus! – Mas ela não poderá se envolver. Você é trabalho. Apenas isso.

Estreitei meus olhos. Suas últimas palavras foram amargas e eu saquei na hora o que tinha acontecido. Tentei a todo custo prender o riso.

— Então... Quando foi que ela chutou sua bunda?

Ele abriu a boca, mas nenhum som saiu dela. No mesmo momento escutei a gargalhada do Chefe Swan, só então notei que ele estava sentado na poltrona atrás da minha.

— Ela não me chutou, nós apenas concordamos que era melhor terminarmos.

Charlie continuava gargalhando. Sorri.

— Bem... A psicologia também explica isso, chama-se dor de cotovelo.

Ele levantou-se me fulminando com seu olhar e foi até o banheiro.

— Eu gostei de você garoto. – sorri com as palavras de Charlie e pela primeira vez naquele voo eu relaxei.

[...]

PDV Agente Swan

Acordei me sentindo uma merda. Meu corpo inteiro estava dolorido, principalmente meu abdome. Mas o que realmente incomodava era uma pulsação no lado direito da minha cabeça.

Olhei ao meu redor e notei que estava em um quarto de casal. Não demorei a reconhecer a cabana de inverno da minha família. Levantei-me lentamente e caminhei para fora.

Tive um pequeno ataque do coração ao avistar meu pai e Edward sentados no sofá da sala assistindo a uma partida de baseball enquanto tomavam cerveja. Ok. Aquela era definitivamente uma cena que eu gostaria que se repetissem e muito no futuro. Pela primeira vez eu pude sentir que aquilo poderia dar certo.

— Por quanto tempo eu dormi?

— Algumas horas. Como se sente?

— Minha cabeça está doendo.

Meu pai sorriu enquanto meu protegido tinha seu rosto tingido de vermelho. Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa papai levantou-se.

— Bem, então eu vou indo. Vocês têm mantimentos pelos próximos dias, Tyler virá mais tarde. – de repente a saída ficou muito interessante para o Chefe Swan.

— O que Tyler virá fazer aqui?

— Bem, você está machucada. Vocês dois precisam de proteção.

— Se Tyler ficar nesta casa quem precisará de proteção será ele. Porque se ele vier com aquele papo de que sente falta de se enfiar dentro da minha calcinha eu colocarei uma bala na testa dele. – informei sem qualquer emoção e segui para a cozinha.

Abri a geladeira em busca de água gelada. Escutei a porta da sala bater e alguns segundos depois Edward entrar timidamente no ambiente.

— Sua cabeça dói muito? – perguntou me entregando um comprimido. – É para dor.

— É como se eu tivesse levado uma pancada.

Sua boca abriu e fechou várias vezes como um peixinho fora d’água.

— Que coisa, não?!

— O que você está omitindo?

— Não estou omitindo nada.

— Está sim. – tomei minha água com calma após enfiar o comprimido na boca.

— Olha, nada disso teria acontecido se você não pesasse tanto!

— O que? – tossi me afogando com a água.

— É isso mesmo! Hora do regime!

Ele realmente estava me falando aquilo! Que merda aconteceu nessa viagem para ele agir como um babaca?

— Então você me acha gorda?! – grunhi e num ato rebelde retirei minha camiseta.

Vi estrelas ao erguer meu braço rapidamente, pois minha pele esticou e puxou minha recente ferida. O que era para ser sexy tonou-se patético quando me encolhi de dor. Meus olhos encheram-se de lágrimas e tive que me apoiar na bancada.

— Cristo Bella! – Edward correu até mim.

Suas mãos escorregaram com delicadeza para a minha cintura e me puxou para o seu peito. Arrepios subiram para a minha nuca.

— Você não é gorda, você tem cada “gordurinha” no lugar certo. Acredite em mim. Você é linda e extremamente atraente. Só não faça essas loucuras. Você foi operada. Precisa ficar quieta.

— Então porque essa história de regime?

— É meio vergonhoso.

— Tudo o que sai da sua boca é vergonhoso.

— Muito obrigado! – resmungou. – Eu apenas fui te tirar do carro e perdi levemente o equilíbrio. Você acabou batendo a cabeça. Desculpe.

E quando eu pensava que o absurdo não poderia ficar maior!

Afastei-me o suficiente para visualizar seu rosto vermelho.

— Você não imaginou que talvez fosse você que precisasse aumentar seus músculos?

— Eu nunca falaria isso na frente do... Tyler. – colocou a língua para fora simulando um vômito.

Minha irritação desmanchou-se com sua infantilidade e acabei gargalhando.

— Que bom que a divirto.

— Você é um bebê chorão, Tony.

Ele estreitou seus olhos antes de sorrir.

— Sabe o que eu percebi Mary?

— O que? – entrei em seu jogo.

— Somos um casal recém casado sem nenhuma tradição.

— O que... Edward!

Fui devidamente pega no colo e se não fosse a pequena veia saltada no pescoço do garoto eu não notaria seu esforço.

Ele me levou de volta até o quarto e me colocou na cama. Sua expressão suavizou-se e ele murmurou.

— Agora descanse agente Swan. Eu preciso de você viva para me proteger. De jeito nenhum eu quero Tyler em seu lugar.

Aí está a diferença entre Tyler e Edward. Meu protegido sabia ser doce.

— Então deite comigo. – pedi e fui atendida de imediato. – Você vai perceber que em Forks não há muito que se fazer além de ficar de baixo das cobertas curtindo o som da chuva.

Ele ajeitou-se me abraçando com firmeza.

— Até agora não tenho o que reclamar.

 


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Semana que vem tem mais ;)



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