Na manhã seguinte Draco acordou sendo chacoalhado por uma impaciente Hermione. A castanha estava com uma vestimenta incomum, e o loiro não conseguia entender para que tudo aquilo.

_Granger...que droga de roupas são essas? - perguntou Draco bagunçando seus cabelos rebeldes.

A vestimenta consistia em uma espécie de colete com uma cor de titânio, uma calça comprida da mesma cor só que um pouco mais escura e botas de coturno estilo militar.

_São as roupas que vamos precisar usar na missão. - disse Hermione atirando uma muda de roupas do mesmo estilo para Draco. - E essas são as suas.

_Eu não vou vestir essa bosta. - disse o loiro olhando enojado para as roupas - Isso é tão...trouxa.

_Isso é o tipo de vestimenta que pode salvar sua vida. Se um dementador tentar tirar seu braço, isso vai tardar o efeito. E quem sabe você tenha a chance de escapar antes de isso acontecer.

Draco apenas olhou para Hermione com uma expressão mal-humorada.

_Humpf...

_Agora vista-se, precisamos ir.

Hermione saiu do quarto deixando Draco segurando as vestimentas que recebera.

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_Bom dia, Mione! - exclamou a senhora Weasley servindo o café-da-manhã do marido.

_Bom dia, senhora Weasley. - cumprimentou Hermione. - Bom dia, senhor Weasley.

_Para que tanta formalidade?! Pode me chamar de Arthur. Ou até de pai. - disse o senhor Weasley todo brincalhão. - Afinal, Molly e eu estamos cuidando de você.

_Desculpe-me...eu não consigo... -disse Hermione baixando os olhos.

Hermione para não fazer os pais sofrerem caso morresse durante a missão de ajudar Harry a destruir as horcruxes, apagou a memória deles com ela usando o feitiço Obliviate. Depois da guerra, Molly e Arthur acolheram a castanha como se ela fosse uma filha, mas a garota nunca conseguiu superar sua perda.

_Tudo bem, Mione. - disse Molly com uma voz maternal. - Mas saiba que você tem a liberdade de nos chamar de pai e mãe.

_Mas me chamar de irmãzinha, isso será lei! - exclamou Gina envolvendo seus braços em volta do pescoço de Hermione.

Harry apareceu logo depois de Gina, ainda com pijama e os cabelos totalmente desarrumados. Estava com uma expressão cansada e abatida, como se não tivesse conseguido dormir.

_O que aconteceu, Harry? - perguntou Hermione olhando preocupada para Harry. - Parece cansado.

_Insônia.

_Ou preocupação. - disse Rony terminando de tomar seu café. - Harry ficou a madrugada inteira conversando comigo sobre a sua missão, Hermione.

_Rony! - exclamou Harry, censurando-o.

_Ué, Harry?! Não é verdade? -disse Rony erguendo as mãos em sinal de rendição. - E não tem o por que de se envergonhar. Eu também estou preocupado. Ainda mais por causa daquela doninha do Malfoy. Não confio nele...

_Ronald, dá um tempo. - disse Gina soltando um suspiro. - Ele não me parece mal, só rabugento. Além do mais, não somos mais crianças para agirmos como antigamente.

Hermione ficou com vontade de dizer que Draco ainda parecia uma criança birrenta, mas isso não ajudaria a deixá-los menos preocupados. Alguns minutos depois , Draco apareceu com as vestimentas que Hermione havia lhe entregado, eram iguais a dela, até as botas.

_Estou pronto. - disse Draco friamente, ignorando todas as pessoas presentes. - Vamos.

_Ok... -disse Hermione com um sorriso forçado. - Então já vamos , pessoal. Nos deseje boa sorte.

_Boa sorte. - disseram todos em uníssono.

Hermione deu as costas , pronta para sair da casa, mas alguém segurou-lhe a mão. Era Rony que mantinha uma expressão de enterro. A castanha não compreendia o que ele queria.

_Mione...eu queria falar a sós com você lá fora.

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Draco não entendia o por que de tanta demora, ele queria ir logo para a missão. Mas nenhum sinal da castanha. Talvez ainda estivesse falando com os amigos , se despedindo aos choros, todos aos abraços e beijos. Isso fez o loiro lembrar que ele não tinha ninguém para se preocupar com ele.

"Amar e ser amado. Nem me lembro mais o que é isso." - pensou ele.

De repente ele ouviu a porta da frente da casa se abrir, ele esperava que Hermione viesse sozinha, mas ela estava acompanha do Rony. O loiro se escondeu atrás de uma árvore não querendo parecer um intrometido e tentando não ouvir o diálogo. Mas era impossível , a voz de ambos soava muito nítida.

_Em que posso ser útil, Rony? -perguntou Hermione.

_Olha, Mione... eu como seu amigo, fico muito preocupado com você indo para essa missão. Não tem como outra pessoa ir em seu lugar?

_O Ministério acha que eu seria a pessoa mais qualificada, por usar a inteligência. E Malfoy só foi aceito para a missão porque Harry pediu e porque ele é bom usando magia.

_Mione...eu não quero perdê-la...

_Como você vai me perder se você não me tem?

_Eu a tenho, como minha amiga...

_Sim...

_Desculpe-me, acho que você ainda está triste... por nós dois...não termos dado certo.

_Não, estou de boa. Não se preocupe.

_Mesmo?

_Sim.

O silêncio pareceu reinar por um momento. Draco querendo saber o que estava acontecendo, deu uma espiada. A cena era Hermione com a expressão impassível enquanto Rony a olhava com extrema preocupação.

_Então...estou indo. - disse Hermione cabisbaixa , porém com passos firmes.

Mas Rony segurou-lhe o braço. Hermione totalmente espantada com tal atitude, nada disse, apenas encarou o ruivo que agora sorria docemente.

_Pode achar que eu a amo menos. Mas isso não é verdade. - disse Rony com lágrimas caindo. - Mesmo que eu ache outra mulher, você sempre será preciosa para mim. Não é só porque você é minha amiga que a amo menos.

_Rony...me solte. - implorou Hermione. - Você faz isso, porque sabe muito bem que eu não superei ainda te perder...

_Mione...

_Me solte!

_Não...

Antes que Hermione implorasse mais uma vez, Rony levou sua mão até a lateral do rosto da castanha, acariciando-a. A castanha, nesta hora, começou a soluçar deixando as lágrimas escaparem livremente de seus olhos.

Em seguida, Rony deu-lhe um terno beijo. Hermione de tão surpresa, não foi capaz de retribuir, mas seus olhos estavam entre-abertos como se a castanha se segurasse para não chorar ainda mais.

_Volte sã e salva. - pediu Rony parando de beijá-la. Em seguida, o ruivo entrou em casa, deixando Hermione chorando silenciosamente.

Draco ficou indiferente diante da situação. Em seguida, sentou-se no gramado apoiando-se na árvore. Tentando se lembrar de suas paixonites juvenis, mas foi interrompido com a voz de Hermione dizendo:

_Espero que tenha se divertido. Vamos.