Naquele momento a mente de Sherlock sempre tão acelerada e cheia de perguntas se resumiu a uma simples palavra: John.

Com um simples tocar de lábios, todas as dúvidas, as inseguranças e incertezas se distanciaram milhas e milhas para dar lugar a pessoa mais encantadora que Sherlock já conhecera.

Mas no momento em que se separaram e se olharam nos olhos as preocupações voltaram. E se John não o aceitasse? Ele o amava? Como descobriria?

Para a sorte de Sherlock John era bem simples. Tudo o que o loiro fez foi encará-lo e sorrir, tirando todas essas questões da mente do moreno e o beijando novamente.

John agora sentado no colo de Sherlock colocou a mão na nuca do moreno e aprofundou o beijo.

– Sherlock... - se sentou de frente para ele - eu... acho que estou apaixonado...

– Pois eu tenho certeza, John.

O loiro deitou-se no colo de Sherlock e sentiu seus cabelos sendo acariciados pelo mesmo, por alguns momentos apenas ficaram ali. Sem preocupações, sem problemas e sem preconceitos. Naquele refúgio eles poderiam ser um do outro sem interrupções.

– Sherlock?

– Sim.

– Você já pensou em que vai trabalhar? Digo... qual universidade vai fazer?

– Eu vou criar meu próprio emprego. Vai ser algo único - sorriu orgulhoso.

– Não esperava menos de você - riu o loiro - mas qual é esse emprego único? - perguntou imitando o tom empolgado de Sherlock.

– Detetive Consultor. É simplesmente perfeito e genial.

– Ok senhor modéstia. Já entendi - riu.

– E você vai para a faculdade de Medicina do Bart's.

– Nem vou perguntar como você sabe disso, Sr. Detetive Consultor - John se esticou e alcançou os lábios de Sherlock, sentindo orgulho do futuro que os aguardava.

Mais tarde quando voltaram para a mansão Holmes, Sherlock resolveu apresentar oficialmente Barba Ruiva para John que instantaneamente amou o cachorro.

O quarto do moreno era grande e espaçoso, o piso era de madeira escura e luz emanava de uma janela no canto, havia uma cama de casal sob um quadro de época, uma estante cheia de livros, experimentos químicos espalhados em uma mesa e um belo violino sobre a poltrona.

O loiro foi atraído pelo objeto musical, passou os dedos pelas cordas enquanto analisava o local onde estava.

– Já tocou? - perguntou Sherlock, observando a curiosidade do menor.

– Só piano, mas meus pais me obrigaram.

– Oh... quer ouvir?

– Adoraria - sentou na poltrona entregando o violino a Sherlock, sentindo Barba Ruiva deitar a cabeça em seu colo.

O moreno logo assumiu a postura ereta que o instrumento exigia. As mãos longas e finas tocavam com maestria uma melodia calma, mas feliz. Geralmente as músicas que Sherlock tocava eram tempestuosas ou tristes, hoje porém, ele se sentia bem o suficiente para expressar através do violino.

John observava com atenção o corpo esguio, as mãos firmes porém delicadas, os olhos fechados apreciando o som que emanava dali. Ao fim o loiro aplaudiu e Sherlock lhe fez uma reverência. Rindo o moreno ofereceu a John:

– Não quer tentar?

– Não tem medo de eu quebrar seu filho? - riu

– Eu não permitiria - Sherlock arrumou John na posição correta. Envolveu seus braços no do loiro e arranharam algumas notas desafinadas juntos. Acabaram em gargalhadas.

– Acho que vou deixar o violino para você. Mas ainda lhe toco piano um dia.

– Vou adorar esse dia, John - beijou-lhe uma última vez antes do loiro voltar para casa.