Não é lindo Vera? - indaguei mostrando o anel que estava em meu dedo.

- Hum... Não sei, ele parece velho, feio... Coisa usada sabe? - Vera disse zombeteira para mim. Henry estava aprendendo a sentar-se sozinho enquanto conversávamos no seu jardim.

- Pára! Ele é lindo, e você sabe disso! - disse rindo. Henry me acompanhou.

- Estava falando de Royce King III, quer dizer II. Qual vai ser o nome do seu filho?

- Não, sei... Não pensei em nada ainda. - disse respondendo com o mesmo olhar de brincadeira que esta conversa tinha tomado.

- Espera! Eu sei um super criativo!

- É mesmo? - disse sabendo que a resposta não ia ser das melhores.

- Sim. Que tal Royce III?- arranquei uma das tulipas que ela plantava eu seu jardim e joguei-a no seu rosto.

- Não. Estou tão feliz!! - disse me jogando na grama, Henry veio na minha direção e subiu em mim como um macaquinho.

- Eu sei, dá para ver. Você é a mulher mais desejada dessa cidade. E ele o mais desejado... O casal perfeito. - percebi que o seu olhar mudara, uma insegurança misturada com tristeza passou em seus olhos.

- O que foi?

- Nada... É só que... Bem, você acha que ele é perfeito demais, mas talvez não seja. Ou foi uma conclusão errada que eu tomei.

- O que você tem a me dizer Vera? - perguntei séria. Royce era um bom partido, sabia que muitas mulheres queriam estar no meu lugar. Por isso tinha que tomar conta do que era meu, minha mãe sempre me falou isso. - Alguma mulher está envolvida na história?

- Só uma. - eu me arrepiei - Você.

- Como?

- Bem, sabe. Royce é muito cavalheiro, e ele já tem você. Já conseguiu o que queria. Bom, talvez o seu par perfeito não seja tão perfeito assim. Eu o vi admirando algumas mulheres enquanto vocês bem... Passeavam.

Não! Não era verdade!

- Bom, Royce não é assim. Meu pai me preveniria sobre algo do tipo.

- É tem razão Rosalie. Foi besteira minha. - ela disse concordando comigo. Royce era perfeito. - Então, quem está na sua lista de casamento?

- Bem, sua família, alguns parentes meus e do Royce... E pessoas da cidade. Os Cullen não confirmaram.

- É mesmo? Eles são estranhos né? Qual foi a desculpa dessa vez? - Vera também tinha notado. Os Cullen não eram vistos com freqüência e basicamente quando o tempo melhorava eles sumiam. Quer dizer, iam à cidade "visitar alguns parentes do Dr.Cullen e seu irmão".

- Bem, o Dr. Cullen vai a uma palestra em Oregon com sua esposa. Seu irmão vai viajar. Então eu acho que eles não vêem.

- Já pensou se chove no dia Rosalie?

- Não! Nessa época sempre faz sol, por isso que escolhemos essa data. É certeza absoluta de sol! - disse convicta.

- É Rosalie. Você vai virar Rosalie King daqui a uma semana...

- Eu sei. - E novamente os desejos voltaram a minha mente. Um filho, um marido. Tudo perfeito em uma semana.

- Já está ficando tarde. Venha eu te acompanho.

Vera me acompanhou até a porta, Ethan, colocou sua mão na cintura dela e beijou-a na testa quando achou que eu não estava vendo. Aquilo me incomodou de certo modo. Quando Royce me beijava não era da mesma maneira... Não tinha tanta doçura. Afastei os pensamentos da minha mente. Royce era um príncipe, e eu seria sua rainha em poucos dias. Disse a ela que não ligasse para meu pai. Era besteira, morava ali perto. Uma pequena caminhada.

Sai de sua casa, estava escuro nas ruas, as lâmpadas dos postes já acesas. Já estava tarde. Fazia muito frio para o final de abril, aquilo me preocupou, torci para o clima mudar a tempo do meu casamento. Não queria que ele fosse transferido para dentro de casa.

Foi nesse momento que notei que havia um grupo de homens bêbados em um poste quebrado. Pensei em ligar para o meu pai naquele momento, mas faltava poucas ruas para chegar ao meu destino. Tomei coragem e como desejei estar acompanhada de uma figura masculina como meu pai ou Royce. Foi aí que eu ouvi sua voz me chamando.

- Rose! - Royce gritou, e os outros ficaram rindo como idiotas. Ele estava bem vestido, como os outros rapazes que o acompanhavam. "Filhos de pessoas importantes como Royce" pensei. - Esta é aminha Rose! Está atrasada e estamos com frio, você nos deixou esperando tempo demais.

Fiquei assustada, nunca havia visto Royce beber mais de dois brindes, nunca tinha notado que ele preferia algo mais forte...

- O que foi que eu lhe disse John? - disse ele se dirigindo ao homem bronzeado de cabelos escuros. Royce pegou-me pelo braço com força e me mostrou como se fosse um prêmio.

- Ai Royce! - disse tentando-me soltar.

- Quieta! - ele disse. Seu braço afrouxou e John tomou a palavra.

- É difícil dizer. - ele disse de forma lenta e arrastada - Ela ainda está completamente vestida.

Todos riram. Foi quando percebi no que tinha me metido. Como queria chegar em casa!

- Mostre-lhe como você é Rose! - ele arrancou meu casaco brutalmente, fazendo com que os botões de bronze caíssem quebrados sobre a rua. Ele arrancou meu chapéu, os grampos arrancaram algumas raízes do meu cabelo. Eu gritei de dor.

O meu grito, a minha dor, os incentivou ainda mais...

- Boa noite Rose. – foram as últimas palavras que eu ouvi naquela noite gélida e iluminada pela luz artificial. Royce sabia que eu não iria acordar. E eu fiquei feliz de não poder acordar daqui á alguns minutos. “Boa noite Rose”. Eu a sentia, ouvia seus passos vindo na minha direção. Meu instinto me disse pra correr, mas eu não conseguia. Eu pressentia.

A morte esta vindo.