Todas as noites Sheldon sonhou com Amy, nas noites de tormenta ele tinha pesadelos com a morte de sua amada, mas na maioria de seus sonhos eles eram elfos apaixonados e que se encontravam em uma floresta mágica à beira de uma linda cachoeira.

E naquela última noite antes de Amy chegar ele estava sonhando novamente com sua Amy, em seu sonho ele era o elfo Ethor, alto, branco, esguio e de olhos azul Royal que lutava para defender suas terras e Amy era a princesa Mífin, branca como marfim, cabelos longos e ondulados, olhos verde escuro e tão alta quanto ele que vivia isolada de seu reino, pois fora amaldiçoada quando seus pais descobriram que seus poderes poderiam ser perigosos para o reino.

(Sonho do Sheldon)

“Ethor estava caçando em uma região mais densa da floresta, ele jamais tinha se aventurado tão longe de suas terras, porém, a caça estava ficando escassa e ele precisava alimentar sua mãe e sua irmã. Os anciãos da aldeia diziam que ali vivia um ser místico que encantava quem passasse por lá e nunca essa pessoa retornava, alguns diziam que era uma bruxa que se disfarçava para caçar elfos distraídos.

Mas Ethor não estava interessado em histórias para assustar criancinhas, ele precisava caçar, não podia voltar para casa de mãos vazias, mas ele sentiu sede e seguiu uma trilha úmida até uma cachoeira que soava não muito longe dali. Mas ao se aproximar devagar com o arco em punho ele ouviu uma canção, uma voz feminina muito doce e encantadora, tapou os ouvidos por precaução antes que fosse enfeitiçado ou coisa pior e seguiu adiante curioso por ver quem entoava com tão bela voz.

Ao se aproximar cautelosamente ele viu uma jovem que estava banhando-se na cachoeira e cantava sua doce canção, ela era branca como a neve e seus longos cabelos eram castanhos da cor de madeira, ele ficou encantado com a beleza da jovem e mal conseguia se acreditar em seus olhos.

Ethor nunca havia se apaixonado, mas naquele instante vendo uma beleza única em sua frente ele não conseguia conter seus sentimentos.

Então ela o viu e rapidamente se cobriu com as mãos e saiu da água cristalina procurando suas vestes, assustada ela disse:

– Quem está aí?

Ethor abaixou a cabeça gentilmente e respondeu:

– Sou Ethor, elfo guardião das terras vizinhas, perdão pelo indecoroso flagra, mas eu tive sede e busquei água...

Ela o observou melhor, Ethor era diferente dos outros elfos que se aproximaram dela e tentaram machucá-la, ele foi gentil em não olhá-la em sua nudez e a tratou com respeito, talvez ele não merecesse ser mandado para outro mundo. Ela se apresentou:

– Eu sou a princesa Mífin, vivo aqui nesta região, fui destinada a um triste isolamento e deserção por possuir poderes... Mas não se assuste eu não vou machucá-lo.

Ele finalmente levantou o rosto e se aproximou dela, tão linda e frágil, ele não estava conseguindo resistir. E Mífin estava perdidamente envolvida pelo belo elfo que estava perto demais, tantos anos isolada e agora ele estava tão próximo de seu corpo. Elfos geralmente não precisam de palavras para saberem o que sentem, então a energia de ambos estava se conectando pelos olhares intensos que trocavam, a cada minuto que passava ambos não sentiam necessidade de mais nada que não fosse ficar ali trocando sensações através dos olhares.

Então ele soube quando ela estava pronta, suas almas estavam com a mesma cor e sua conexão ia além do físico, Mífin disse:

– Onde você esteve todo esse tempo?

– Eu estava te procurando princesa!

– Então você me achou! O que vai fazer agora?

– Se me permite princesa, eu queria poder tocá-la!

– Sim, você pode me tocar se quiser Ethor...

Eles se tocavam devagar, descobrindo um ao outro aos poucos, revelando sensações desconhecidas e intensas. Ele a beijou docemente, mas ao sentir os lábios de sua amada ele desejou mais e a apertou em seus braços com tanta força em uma clara mensagem que dizia que não deixaria mais ela sozinha.

Quando o desejo ultrapassou todos os limites que eles conheciam ele a deitou na relva e tocou carinhosamente cada pedacinho do corpo delicado e perfeito de sua Mífin, mas quando ela começou a tocá-lo também um som alto e estrondoso veio do meio da floresta...”.

(Fim do sonho de Sheldon)

O despertador gritava na cabeceira de Sheldon e ele acorda num sobressalto, quase havia perdido a hora, era o dia da chegada de Amy e tudo estava planejado. Sua Amy estava de volta, tantas coisas ele precisava dizer, ela havia conseguido adiantar apenas alguns dias da volta o que deixava pouco tempo para a semana romântica ser realizada.

Enquanto ele tomava banho seus pensamentos foram direcionados para o sonho da última noite, ele e Amy como elfos em um sonho sensual... Oh Lorde! Ele estava tão chocado por ter sonhos sensuais com Amy... Como não sonhar coisas assim? Ele tinha visto todas as curvas de Amy naquela noite na cozinha e sua memória fotográfica não o permitia esquecer cada detalhe do corpo perfeito de sua namorada e apesar de todos acharem que ele era um robô ele tinha desejos também.

Oh Deus! Como ele desejava tocar aquele corpo delicado! Mas seus medos, traumas e concepções idiotas sobre relações sexuais o travavam toda vez que ele imaginava estar intimamente com Amy. Por mais que tentasse todos os métodos para esquecer certos tipos de distração, por mais que tomasse banhos gelados e até meditasse, mas nada impedia os tais sonhos virem perturbá-lo.

Leonard e Sheldon foram buscar Amy no aeroporto, quando ela chegou cumprimentou Leonard e apenas sorriu e disse “oi” a Sheldon. Seguiram para a casa de Sheldon, Leonard percebendo um silêncio constrangedor entre Shamy resolveu quebrar o gelo:

– Amy, eu soube que o resultado do prêmio sai no fim da semana, verdade?

– Sim Leonard! Estou ansiosa por esse resultado.

Sheldon olha para Amy e timidamente diz:

– Tenho absoluta certeza que você vai ganhar Amy.

– Obrigada Sheldon! Mas não estou muito confiante, os outros concorrentes estão muito a frente do meu trabalho.

– Não diga isso Amy! Você trabalhou duro naquela pesquisa é mais que merecido você vencer.

– Obrigada Sheldon! Seu apoio é muito importante para mim.

– É meu dever de namorado apoiar você.

Sheldon e Amy sorriem timidamente e Leonard acha tudo muito estranho, mas resolve não comentar nada. Shamy estão sozinhos tomando um chá na cozinha, Sheldon está curioso para saber da viagem, ele pergunta:

– Então Amy, como foi a viagem? Me conta, você está tão bronzeada e diferente...

– A viagem foi perfeita! Consegui finalizar meus trabalhos e já os submeti a avaliação, depois de amanhã sai os resultados e até o fim da semana recebo meu terceiro PhD.

– Você é a melhor Amy! Vai conseguir tudo o que quer!

Ela sorri triste com a ironia que essas palavras soam, apesar de Sheldon não ter a menor noção disso. Ele nota e pergunta:

– Eu disse alguma coisa errada? Se sim, me perdoe!

– Não, você não disse nada demais! Eu é que estou pensando demais... Então, qual a surpresa para mim?

– Surpresas são surpresas! Não seja impaciente, logo você saberá. Mas tem uma coisa Amy que eu preciso te perguntar e quero que seja honesta comigo.

– Pode perguntar Sheldon, não temos segredos um com o outro não é?

– Era o que eu pensava Amy... O Kripke me disse que você recusou uma bolsa científica em Cambridge naquele projeto que era seu maior sonho, isso é verdade Amy?

Amy quase engasga com a pergunta de Sheldon, como Kripke sabia disso se apenas seu chefe sabia? Não era para ele saber, não era... Como ela ia explicar para ele, ela finalmente disse:

– Sheldon, não era para você saber disso... Mas já que essa conversa chegou até você...

– Explica Amy, eu preciso saber o porquê.

– Quando eu comecei esse projeto eu estava terminando meu doutorado e tinha muitos sonhos, então submeti minha tese para os doutores de Cambridge e esperei por anos uma resposta que nunca veio, eu nem conhecia você! Eu não tinha planos na minha vida pessoal, eu só pensava em pesquisas e mais pesquisas. Mas perdi as esperanças de entrar na Cambridge depois de uns meses sem resposta.

Então poucos dias antes da minha viagem eu recebi um email do colegiado de doutores de Cambridge e lá dizia que minha solicitação de bolsa científica havia sido aceita e eu poderia ir a hora que quisesse, claro que depois de um longo pedido de desculpas pela demora. Na hora eu pensei em aceitar, mas então lembrei o porquê de depois de tantos anos eles resolveram me aceitar lá.

Simples, a minha nomeação para o prêmio repercutiu muito além da Califórnia Sheldon, mas apesar de querer muito ir para Cambridge e trabalhar naquele projeto eu simplesmente travei em uma coisa... Então eu recusei gentilmente.

Sheldon estava calado e atento a tudo que Amy dizia e apesar de saber a resposta para sua pergunta ele estava aflito, desesperado para que ela não dissesse o que ele temia que ela dissesse. Ela suspirou e disse:

– Sheldon, existe você agora na minha vida! Eu não posso simplesmente virar as costas para nossa relação e ir embora para a Inglaterra, mesmo que isso me custe um possível Nobel...

–Por que Amy? Por que? Eu não entendo, eu não sou o que você quer, não sou o namorado perfeito embora eu diga isso muitas vezes. Mas eu sei que você não está perfeitamente feliz comigo, eu sei que não te completo...

– Shelly! Para de dizer tantas bobagens! É claro que eu estou feliz com você, é claro que você me completa! Eu sei que não somos um casal comum, mas eu te amo! E você é perfeito para mim de qualquer jeito Sheldon... Por favor, entende de uma vez que eu não vou te deixar, eu te amo Sheldon Lee Cooper!

Sheldon não precisou responder, ele sabia o que fazer naquele momento, ele queria beijar Amy, ele queria senti-la, precisava urgentemente dela...

Ele foi até ela e a beijou levemente nos lábios, suas mãos a apertavam na cintura e a cada movimento dos seus lábios sobre os de Amy ele queria mais e ela não oferecia resistência. Ele puxou os cabelos dela pela nuca docemente enquanto ela o acariciava nas costas.

A intensidade do beijo aumentava junto com a necessidade de tocar mais, ele abriu o robe que ela estava usando e beijou seu ombro e pescoço sentindo seu perfume suave, seus lábios descobriam como era deliciosa a pele branca e macia de Amy, mais e mais ele queria, mais beijos e toques...

Amy estava em êxtase quando Sheldon subia e descia com as mãos em seu corpo, como que descobrindo, como que desvendando um mistério e ele sorria divinamente com cada toque e beijo de Amy. Sheldon estava fora de si, não podia acreditar no que estava fazendo, seus instintos mais reprimidos estavam o deixando louco, fazendo coisas que ele nem imaginava que sabia fazer, deixou se guiar por seus instintos e esqueceu tudo, todo seu autocontrole foi pro espaço.

Amy estava presa em seus braços, entregue e perfeitamente excitada, então ele a levou para sua cama e queria fazer o que há tempos já deveria ter feito... Ele retirou com facilidade as poucas roupas que ela usava e em cada pedaço de pele depositava um beijo apaixonado, demonstrando seu intenso desejo.

Mas ao ver sua Amy desnuda e adorar a sua perfeição ele hesitou e se afastou. Amy que estava perdida no seu desejo por Sheldon não conseguia falar nada, estava em choque com a reação dele. Ele conseguiu estragar tudo mais uma vez, ela entendeu que ele não a achou bonita o suficiente e ele não pode explicar que teve medo de machucá-la e perdê-la.

Sem dizer nada Amy saiu do quarto se sentindo a pior de todas as mulheres, humilhada e desolada pela rejeição de Sheldon ela chorou mais uma vez e se perdeu em suas infinitas emoções até dormir. Sheldon sabia que sua relação com Amy estava por um fio e agora tudo estava perdido, ele estragou tudo e não tinha coragem de dizer a ela o que aconteceu, talvez ele a perdesse para sempre e seria um eterno covarde arrependido.