Apenas Gêmeas? escrita por Aoshi


Capítulo 1
Capítulo 1




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- O que você está lendo? – perguntou Laís, curiosa.

Envergonhada, fechei o mangá que estava devorando silenciosamente. Coloquei-o dentro de minha blusa. Dei um sorriso inocente e pisquei os olhos, fingindo não ter ouvido-a.

- O que você disse? – falei. Laís ajeitou os cabelos loiros em um rabo de cavalo, e depois cruzou os braços, dando destaque aos seios fartos. Seus olhos verdes conseguiam transmitir a raiva e a descrença.

- Você me ouviu! Eu perguntei o que você estava lendo – Abracei minha barriga, tentando fazer com que o volume não aparecesse.

- Eu não estava lendo nada – argumentei. – Você não devia estar na aula de balé?

Laís ficou emburrada, mas dessa vez eu percebi que não era comigo.

Laís e eu somos gêmeas. Nosso corpo é parecido, e nosso rosto é também, de acordo com mamãe, mas algumas coisas são bem diferentes. O cabelo de Laís é loiro e liso, sem contar que ela quase nunca corta, o que torna o seu cabelo gigante; já o meu é preto azulado, igual ao da nossa mãe, e ao contrário de Laís, eu o deixo no estilo chanel.

Os olhos de Laís são verdes bem vivos, enquanto os meus são azuis cinzentos. E, apesar de eu não gostar de admitir, o corpo de Laís é um pouco melhor que o meu.

Laís sempre foi mais agitada, faz todo tipo de curso, desde línguas à música. Enquanto eu gosto de ficar em casa, lendo livros e mangás, e jogando de vez em quando. Ultimamente eu estava fascinada por um tipo de mangá cujo gênero era “shoujo-ai” com insinuações homossexuais. Não sabia explicar porquê, só sabia que era fofo. Porém, o último volume que estava lendo, aquele que Laís estava me perguntando, tinha umas cenas, hum, picantes. Ela não podia descobrir.

Mudei de assunto na hora certo.

Laís sentou em minha cama e apoiou o corpo em minhas costas. Ela suspirou.

- Eles desmarcaram, Laura. De novo. – Eu não podia vê-la, mas conseguia sentir o revirar de olhos.

- Isso é irresponsabilidade, sua peça será logo agora! – reclamei. Meus pais estavam muito ansiosos para vê-la no palco, e Laís falava de seu papel o tempo todo.

- É, mas não tem problema. Tenho certeza que vai ficar tudo bem! – E lá estava Laís, empolgada outra vez. Era outra coisa que não nos parecíamos, eu era a pessimista e ela era otimista.

Laís abraçou minha cintura e enfiou a mão dentro da minha blusa. Como acontecera rápido demais, eu não fui capaz de pegar o mangá de volta. Ela ergueu bem alto, e saiu da cama, triunfante.

- Eu sabia que você estava lendo alguma coisa! – gritou ela.

Eu corei intensamente e me levantei também. Não podia deixar que ela lesse. Ergui os braços e tentei pegar o mangá, mas Laís me driblava. Com um movimento rápido, Laís me jogou de bruço na cama e sentou em minhas costas.

Eu odiava a maneira como ela ganhava nossas brigas.

- Laís – ofeguei. Minha sorte era que ela era magra. – Não leia!

- Quem vai me impedir? – Ela riu. Escutei o folhear de páginas e parei de me contorcer. Laís iria descobrir o meu interesse, e eu estava perdida. Ela provavelmente me daria uma bronca e acharia que eu era uma lésbica, o que era mentira. Eu só achava legal ler. Não que eu quisesse que alguém fizesse aquilo comigo.

Quando terminou de ler, Laís jogou meu mangá no chão. Quis bater nela. Eu tinha gastado dinheiro comprando-o.

- Eu não sabia desse seu lado. – disse ela. Meu coração bateu forte. Ela iria me matar, eu sabia.

- N-não é assim – gaguejei. – Eu acho a arte bonita, e geralmente a história é fofinha.

- Você terminou de ler, Laura? – interrompeu-me.

- Não. – respondi nervosa.

- Você não sabe o que acontece no final, então. Quer que eu te diga o que acontece? – Laís deitou o corpo encima do meu. O que raios ela estava fazendo? Eu não queria que ela me desse spoiler! – Elas fazem sexo. – sussurrou no meu ouvido.

Senti minha pele pegar fogo. Em nenhum dos outros mangás que eu li, tinha algo assim. Agora Laís devia achar que além de lésbica, eu era alguma ninfomaníaca sem limites.

- Eu não sabia – tentei explicar. Laís ainda tinha sua cabeça em meu ombro, a respiração dela era quente.

- Você ia gostar de fazer sexo com uma garota? – perguntou Laís, ainda sussurrando. Corei ainda mais.

- Não, né? – respondi.

- Nem se fosse com sua irmã? – sussurrou, e enfiou uma mão em minha blusa, procurando meu seio. Comecei a me contorcer para tentar sair de baixo dela, para que ela parasse de me provocar. Laís sempre vinha com brincadeiras sem-graça. E geralmente eram comigo.

No entanto, o corpo de Laís me prendia fortemente.

Sua mão achou o meu seio direito, e ela, depois de colocar a mão embaixo do sutiã, começou a massageá-lo.

- Laís! – gritei. – O que você está fazendo?

A sensação de ser tocada era incrivelmente boa, no entanto, eu não poderia dizer aquilo de maneira alguma. Laís me ignorou e colocou outra mão debaixo da minha blusa, e começou a massagear o outro seio.

- Laís! – arfei. Meu coração batia loucamente, minha respiração estava descontrolada. O que minha irmã estava fazendo comigo.

- Relaxa, Laura. – acalmou-me. – Só aproveita.

- Aproveitar o quê? – Droga, ter os seios massageados era muito bom. Senti-me pecaminosa. – Eu quero sair daqui, Laís. Saía de cima de mim.

Laís tirou as duas mãos de minha blusa e deitou ao meu lado. Eu respirei fundo várias vezes até controlar a minha respiração. Continuei deitada, mas virei meu rosto para encarar o de Laís.

Levei um susto ao perceber que seu rosto estava a centímetros do meu.

- O que raios você estava fazendo? – perguntei.

Laís deu um sorriso malicioso.

- Você é tão injusta, Laura! Você faz a gente sentir esse tipo de coisa, e depois foge. Mal-va-da! – soletrou ela. Arquiei as sobrancelhas.

- Que tipo de coisa? – perguntei.

Laís revirou os olhos e pegou minha mão direita, e, levantando a saia que usava, colocou minha mão em sua calcinha. Estava muito molhada. Eu tirei a mão.

- O quê? – imediatamente, me sentei na cama, assustada. Laís continuou deitada, com um olhar de questionamento. – Laís, você é lésbica?

- Não sei. – respondeu. E pelo seu olhar percebi que eu era quem deveria dar a ela uma resposta.


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Notas finais do capítulo

Então meu povo, o único casal yuri que eu shippava era Luka x Miku. No entanto, eu vi essa imagem no tumblr e pensei: por que não escrever uma história que não tem apenas um tipo de polêmica, mas dois? E é isso. Eu quase deixei esse capítulo jogado no meu computador, pois tenho receio enorme de não gostarem. No entanto, está aí.
Eu particularmente não gosto de capítulos curtos como esse primeiro, só que, como é um começo, eu irei explorar mais conforme os capítulos vierem, e consequentemente, trarei capítulos maiores (assim espero).
Espero ver vocês no próximo, até o//



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