Merida DunBroch Point Of View

Eu não aguentava mais, minha mãe querendo que eu me casasse, querendo me tornar a princesa perfeita. Ela não entende? Estou longe de ser perfeita, imagina a princesa perfeita.

Mas, eu podia aguentar, certo? Ela é minha mãe, eu podia aguentar suas baboseiras (que ela não me escute), o problema foi o que aconteceu depois.

DunBroch foi atacada, e eu precisava fazer algo para impedir, e foi o que eu fiz. Mas, tudo em completo sigilo, a não ser por aquela pessoa, que me viu ali. Tudo acabou depois que isso aconteceu, eu precisaria ir embora e quanto mais rápido eu o fizesse, melhor seria.

Então, eu descobri uma escola. Powers High, uma escola que ensina os jovens a controlar e aprimorar seus poderes e talentos. E era para lá que eu iria. Agora, o maior problema seria falar com a minha mãe, nunca que ela deixaria eu ir para essa escola. Por isso, eu disse à ela que passaria uns tempos com a tia Rose, “porque eu não queria ficar aqui com essa guerra”, na verdade, eu queria, tudo que eu queria era salvar o reino, mas, com aquela pessoa aqui, eu não poderia fazer isso.

Ela disse, que era melhor mesmo que eu fosse, porque lá estaria segura.

O meu primeiro instinto, foi ligar para minha tia. Ela não era muito mais velha que eu, tínhamos apenas quatro anos de diferença (Eu tenho 17 e ela 21).

“Alô?”

“Tia Rose?”

“Mer, mas que surpresa agradável”

“Escuta tia, eu preciso de um favor”

“O que foi dessa vez, Mery?”

“Aquela pessoa voltou e eu preciso sair daqui”

“Oh, e você quer vir para cá?”

“Na verdade, eu vou para uma escola, onde posso aprimorar meu arco e flecha. Mas, falei para a mamãe que iria para aí. Então, preciso da sua colaboração. Se ela ligar, você diz que eu estou aí”

“Oh, certo! Boa sorte, Mer.”

Ela desligou e eu fui arrumar as malas, depois, minha mãe passou para ver se eu já havia arrumado tudo. Ela revisou as roupas e aprovou tudo. Quando estava saindo de casa, coloquei o arco e flecha lá dentro.

–Merida, porque você está levando o arco e flecha? – minha mãe pergunta e eu arregalo os olhos.

–Porque lá tem muito espaço, sabe, o bosque e eu quero me divertir, entende?

–Hum, eu nunca vou entender você. – ela sorri e me dá um beijo na testa.

Fomos andando até o porto, onde tinha muita gente, mas fomos passando, e as pessoas se distanciando e se curvando. Pelo canto dos olhos, eu vi uma garota.

Uma garota que parecia loira, eu não podia ver, o capuz a escondia. Com um longo vestido roxo e parecia descalça, mas, espera. Não, ela usava uma sapatilha lilás.

O navio se aproximara e eu nem percebera, minha mãe me cutucou e eu comecei a andar. Antes que pudesse subir, ela me puxou e disse:

–Mande lembranças à tia Rose. – deu um beijo em minha bochecha e então eu subi, entrando na cabine.

Entrei no quarto que me disseram ser o meu e me perguntaram se havia problema se eu o dividisse com alguém.

–Louis, preste atenção, ela é a princesa, não ouse por alguém junto a ela. – o capitão o repreendeu.

–Não se preocupe, Marco, eu não vejo problemas em dividir o quarto. – eu disse, logo pedindo licença e fechando a porta.

Me joguei na cama, logo após deixar os sapatos em algum lugar do quarto, achei uma revista, mas não queria ler agora. Eu cochilei, mas acordei quando alguém abriu a porta.

–Vossa alteza – a garota loira disse, deitando-se na cama. Me sentei.

–Hã... Eu não conheço você? – perguntei, tentando me lembrar. Talvez de um reino?

–Acho que não.

–Qual é o seu nome? – insisti.

–Elizabeth.

–Arendelle? Elizabeth Arendelle?

–Sim, e você é Merida DunBroch. Ouvi falar sobre você e conheci seus pais.

–O que exatamente você ouviu falar de mim? – perguntei, assustada, como assim? E se alguém contou a ela? E se alguém tiver contado tudo?

–Apenas o que seus pais diziam para os meus, e eu ouvia, enquanto bisbilhotava as conferências reais.

–Ah – suspirei aliviada – E então? Onde estão Idun e Adgar? – perguntei, informal.

–Eles... Estão bem. – ela mentiu, eu sei disso. Mas respeitarei seus limites, é importante ter privacidade. – Eu... Eu realmente preciso dormir. Você se importa?

–Oh, claro que não. Vá em frente! – eu comecei a ler uma revista, mas logo adormeci e a revista caiu em meu rosto.

Só lembro-me do sonho, que na verdade, foi um pesadelo.