Elsa Arendelle Point Of View

Arendelle, sábado, duas e meia da tarde.

Eu precisava sair daqui, tudo estava destruído. Por minha causa! Arendelle estava completamente congelada, não via-se as águas cristalinas, não via-se nada, além de gelo e neve. Eu havia perdido o controle novamente! Há dois dias, meus pais saíram para uma conferência de alguma coisa relacionada ao reino. Eu perdi o controle quando recebi a notícia de que a tempestade de quinta-feira com a sexta-feira, havia sido mais forte do que o esperado, e eles não sobreviveram.
E agora, eu estou sozinha. Todos em Arendelle estão congelados, e a minha irmã, está entre eles. A culpa é toda minha! Por sorte - ou destino, eu soube sobre uma escola que poderia ser a minha única esperança. Powers High, a escola onde jovens com poderes e talentos poderiam aprender a controlar e aprimorar seus potenciais.
Consegui escapar do palácio pela sacada, e o que mais eu podia fazer? Não havia como sair de Arendelle de navio, já que a partir de ontem, não existia mais mar no reino. Ou sequer algum sinal de água. Eu parti andando por onde um dia foi mar, segurando um mapa. E de acordo com este mapa, havia um reino, que eu não conseguia ler o nome, bem aqui perto. Com tanta neve, eu mal sabia por onde ir. Estava usando o palácio como referência, o que facilitou as coisas para mim.
Parti andando até o reino, e em mais ou menos uma hora andando, cinco minutos descansando e mais meia hora de caminhada, eu cheguei no reino.
E então, pude ver que era o outro lado da floresta de DunBroch, que também fora atingida pelo meu descontrole.
Fui caminhando até o centro de DunBroch, onde finalmente, as águas não estavam congeladas. Cheguei ao porto, e para minha sorte, haviam jovens partindo dali, e um navio se aproximava. Vi todos se afastarem e se curvarem, para seis pessoas que passavam. Ou eu devo dizer quatro pessoas e meia? Uma garota de cabelos ruivos, três garotinhos ruivos, uma mulher de duas longas "tranças" e um homem ruivo.
A rainha Elinor, o rei Fergus, a princesa Merida e os trigêmeos. Eu já os vira algumas vezes em conferências do reino, que quando pequena, eu bisbilhotava. Apenas ouvira falar sobre Merida, nunca havia a visto pessoalmente. Poxa, quanto cabelo! O navio se aproximou e a princesa começara a subir, mas sua mãe a barrou.
–Mande lembranças à tia Rose! - ela disse, dando um beijo na bochecha da filha, e logo, Merida subiu no navio, ficando fora do meu campo de visão.
Mais três pessoas subiram e eu subi, agradecendo mentalmente por ninguém ter notado uma presença estranha.
Era uma viagem de nove horas, eu deveria dormir. Ninguém pareceu perceber que eu não pertencia à aquele lugar, e do mesmo jeito, me ofereceram um quarto. E adivinha quem estava nele? A princesa, que estava esparramada na cama.
–Vossa Alteza - eu disse, me curvando, em ato de educação, é claro.
–Hã... Eu não conheço você? - ela perguntou, sentando-se.
–Acho que não. - eu disse, tirando minhas sapatilhas e deitando na outra cama.
–Qual é o seu nome? - ela insistiu.
–Elizabeth.
– Arendelle? Elizabeth Arendelle? - ela perguntou. Nossa, mas que insistente.
– Sim, e você é Merida DunBroch. Eu já ouvi falar de você e conheci seus pais.
–O que exatamente você ouviu falar de mim? - ela perguntou, preocupada. Há algo que ela não quer que eu saiba, mas se é um segredo, tem um motivo. E disso eu entendo. Então, vou respeitar seus limites.
–Apenas o que seus pais diziam para os meus, e eu ouvia, enquanto bisbilhotava as conferências reais.
–Ah - ela suspirou aliviada - E então? Onde estão Idun e Adgar? - ela perguntou, de maneira informal, o que me deixou um tanto sem reação.
–Eles... Estão bem - menti. Não sei por que fiz isso, mas ela não caiu nessa, mas fez como eu, e respeitou meus limites. - Eu... Eu realmente preciso dormir, você se importa?
–Oh, claro que não. Vá em frente! - ela disse, deitando-se novamente, lendo uma revista.
Antes que eu pudesse cair no sono, pude ouvir Merida roncando e olhei para ela. Estava com a revista na cara.
Ri da cena, e logo adormeci.