Growing back escrita por kelly pimentel


Capítulo 15
Capitulo 15




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— Sobre o que vocês falavam ontem? – Pergunto enquanto um Peeta enrolado na toalha passeia pelo quarto. A minha pergunta o faz parar e me encarar, ele tem uma expressão tortuosa no rosto. – Você e aqueles homens... com Beette. – Sinto sua tensão aliviar e percebo que ele temia que eu estivesse me referindo a mulher que conversava com ele, eu não havia pensando nisso até esse momento.

— Bom... – ele começa a falar enquanto seca o cabelo com uma de nossas toalhas de rosto – eu recebi uma proposta de participar do Conselho de Paz dos distritos e Capitol. A ideia é criar um grupo de alerta para questões de direitos humanos e assistência social, evitando que medidas pouco considerativas sejam tomadas pelo governo no que diz respeito à população.

Aquilo parecia bom. Era isso que eu queria dizer, mas eu não confiava neles, em quase nenhum deles, mesmo nas pessoas que eu conhecia pessoalmente. O poder muda as pessoas, o poder faz com que elas se tornem manipulativas. Eu não temia por Peeta, não por ele. Não havia uma só célula nele que pudesse ser ruim sem a ajuda de telesequestros ou ferramentas do tipo, mas eu temia porque não o queria suscetível àquelas pessoas.

—  E você está pensando em aceitar? – Pergunto. Seria isso que Peeta faria por mim, antes de opinar ele me perguntaria o que eu quero, o que eu penso. Eu estava determinada a ser como ele. Se ele quisesse mesmo fazer parte daquilo eu tentaria aceitar.

— Não sei. – Ele me diz sentando ao meu lado na cama. – Talvez seja uma coisa boa, talvez eu possa ajudar e fazer alguma diferença. Além disso, não é algo que vai demandar muito de mim. Posso participar de quase tudo do doze, por teleconferência. O que você acha?

Ele já parecia ter pensando em tudo e aquele esforço me dizia que aquilo era mesmo algo que ele queria. Eu não sabia conhecer bem meus sentimentos naquele momento, em parte eu estava receosa por ele, mas havia ainda uma outra coisa, uma sensação estranha que eu não sabia ainda como nomear.

— Eu acho que você já pensou em tudo. – digo sorrindo. As vezes sorrir diminui a ironia, às vezes piora as coisas. – E se é isso mesmo que você quer.

—Eu pensei mesmo. – Peeta responde colocando sua mão no meu rosto de forma acolhedora. – Mas eu não tomei uma decisão.

— Eu acho que você deveria aceitar. – respondo. – Aceite, se for um erro você sempre pode sair.

— Eu já disse que te amo, não disse? – Ele pergunta sorrindo.

— Real!  - Respondo sorrindo. E Peeta joga seu corpo por cima do meu me beijando.

— Não, não! – digo parando-o. Eu preciso me arrumar pra terapia.

— Não me culpe. – ele responde ainda sorrindo. – Foi culpa deles, não minha. – Ele encara maliciosamente os meus seios marcados na pequena blusa de alça. – Eu acho que eles estão me provocando desde que acordei.

— Eu não acho que eles precisam te provocar. – Respondo me lançando em sua direção para beijá-lo.

— Eu achei.. que... você... tivesse... que sair. Ele diz depositando beijos no meu pescoço em cada pausa.

— Dr. Aurelius pode esperar um pouco. Vinte minutos?

— Trinta. – ele responde puxando minhas pernas. – Não me culpe, é culpa deles, eu juro que eles estão me olhando diferente. – Peeta brinca falando dos meus seios.

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— Eu não gosto da ideia. – Digo. Dr. Aurelius está na sua cadeira com o caderno de anotações preto na mão, aquele livrinho me dá agonia, imagino as coisas que ele coloca lá enquanto eu falo, normalmente são rabiscos rápidos, como se ele apenas anotasse palavras chaves, imagino coisas como: insana, suicida, obcecada. Tento não ser obcecada sobre isso.

— E porque? – ele pergunta – Como isso te faz sentir?

— Eu sinto que ele não deveria querer nada com essa gente. Eu não quero... mas existe outra coisa. – Paro um pouco tentando assimilar. – Algo em mim que não está apenas com medo, está irritada também. Irritada com a ideia de que ele está sendo chamado pra fazer parte desse maldito comitê de paz.

—Talvez você quisesse ser chamada? – Ele pergunta. Às vezes eu questionava se aquela era o tipo de conduta certa de um psiquiatra.

—Não! Claro que não. – respondo.

— Você parece defensiva.

— Eu não estou. Ou talvez esteja. Mas a questão é que eu não queria ser chamada para um conselho de paz, é claro que não queria. Eu sou o tipo de pessoa que se poderia chamar pra uma guerra, não que eu fosse aceitar de qualquer forma.

—Você queria fazer parte disso? Não desse comitê, mas desse novo mundo pelo qual você lutou? Se sim, me deixe dizer que isso é normal. Suspeito ainda que você nem queria mesmo isso, mas que esse sentimento seja inevitável.

Primeiro quero me levantar e socar sua cara, mas depois começo a pensar que ele pode estar certo. Eu não queria mesmo, mas porque eles não me chamariam pra fazer parte?

— Você acha que Peeta não deveria ter sido chamado?

— Não! Eu acho que ele deveria ser o presidente da maldita paz se você quer saber. Ele é bom nisso, ele é bom.

— Então parece que você já tem suas respostas, não tem?

— Tenho. Ou acho que tenho.

— Tente pensar nisso e conversaremos mais na próxima sessão. – Ele diz fechando seu caderninho.


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