Estou me olhado no espelho, com o vestido branco que tinha encostado no fundo da minha mala desde que me mudei para New Orleans. Coloco meus brincos, e vou em direção ao sofá, me sentando e esperando a campainha tocar.
Ás 15:00 está marcado para os caçadores chegarem. Hoje é o grande dia em que está marcada a invasão. Sou a única mulher do grupo. E a única bruxa também. SraMorgenstern. A famosa, que com uma semana já registrou cinco assassinatos a bruxas. Claro, todos são ensaiados. Simplesmente filmei enquanto mato as meninas. Zoe aplicou o Vitalum Vitalis nelas. Zoe está conosco nisso. Mais cedo ou mais tarde, o quarteto fantástico iria descobrir do nosso plano. E não foi para menos: bastaram cinco dias para que elas descobrissem. E aí já imagina-se o que aconteceu: brigas, gritaria, objetos voando, e tudo mais. Mas no final, dada a evolução do plano, elas cederam.
Ouço a campainha tocar. Meu coração dispara. Levanto-me, e giro a maçaneta da porta, dando de cara com um homem alto, ruivo, barba cheia. Atrás dele, pelo menos seis homens.
– SraMorgenstern? - pergunta o homem. Ele está vestido com uma camisa branca e calça branca.
– Sim, imagino que seja o SuperBurner, não? - digo.
– Sim, senhora - diz ele, rindo.
– Entrem, sintam-se a vontade. - digo, abrindo meu braço direito para dar-lhes uma ideia de bem-vindos.
– Com licença - diz ele, entrando.
Os outros homens entram em fila indiana na casa da mãe de Maggie, todos com camisas de botão brancas. Segundo os caçadores, camisas brancas revelam posição contrária ás bruxas, que, segundo eles, pretendem atrair as trevas com as roupas pretas.
Sento-me no sofá, vendo todos os homens olhando para mim.
– Querem alguma coisa? Um suco, uma água, uma cerveja... - pergunto.
– Não, Thalia. - diz o SuperBurner, também conhecido como Taylor. - Pretendemos ficar sóbrios para a invasão.
– Ah, claro. - digo, ficando corada.
– Então - começou Taylor. - agora que estamos todos reunidos, vamos falar como iremos invadir a "academia"...
Com ideias geniais e total conhecimento da casa, Taylor deu um plano até então infalível para a invasão da academia. Cobertura em todas as áreas. Árvores, quartos, portas e janelas. Além de tudo, com armas além de dardos venenosos. Muito além.
– Entenderam? - perguntou ele.
Balanço a cabeça em concordância. Tento me manter na minha personagem. Os outros concordam.
– Está na hora - disse Taylor, olhando para o relógio da cozinha que está marcando 15:40. - de 16:00 invadimos. Vamos, as armas estão no carro.
Me levanto, e deixo todos os outros passarem. Nervosa, seguro meu braço com muita força.
– O que foi, SraMorgenstern? - perguntou um homem - Você já matou tantas bruxas...
– É que eu nunca me juntei a outros caçadores antes - digo, descendo as escadas junto ao mar branco feito pelas camisas dos caçadores.
– Relaxa - disse outro - não mordemos.
Vamos ao carro, e Taylor dá em minhas mãos uma serra elétrica.
– O que eu devo fazer com isso? - pergunto.
– Matar bruxas, ué. - diz ele, rindo.
– Ah, claro. - digo, dando um sorriso forçado.
Entro numa van velha e enferrujada que está na frente do carro, e partimos em direção a academia. Sento-me na frente, junto com Taylor.
– Animada? - pergunta ele.
– Claro. - digo.
Paramos na frente da academia, que está totalmente silenciosa, com os portões abertos.
– Eles estão abertos agora? - pergunto, disfarçando.
– Na carga horária diz que sim. - diz Taylor. - vamos logo, elas devem estar comendo.
Descemos da van, com armas imensas. Eu com a serra elétrica nas minhas mãos, e vamos até o quintal da frente da casa.
Olho para Taylor.
– Preparada? - pergunta ele.
– Já nasci preparada. - digo.
Ele se vira para a casa, coloca uma cara de mal. E grita:
– Queimem a bruxa!