O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 31
Pés no Chão


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Quero pedir infinitas desculpas pela demora!
Muita coisa aconteceu, como expliquei no grupo do Facebook e não vou enrolar vocês explicando tudo novamente.
Foi preciso muito afinco para tomar coragem de voltar a escrever e fazer esse capítulo finalmente sair da minha cabeça e chegar aqui. Estou torcendo muito para que vocês gostem!
Beijinhos e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594678/chapter/31

Ponto de Vista – Bellla

Agora tudo fazia sentido.

É claro que ter passado a noite com Edward era demais para ser verdade. Aliás, o simples fato de estar tão próxima do Sr. Masen já deveria ter sido um alerta de que as coisas estavam além da realidade.

Sejamos sinceros, quais as chances de existir uma criança como Anthony no mundo real?

Ao ver meus pais na porta do meu apartamento enquanto eu ainda usava a toalha embolada no cabelo recém-lavado do banho e Edward estava ao meu lado, sem camisa, com o cheiro do café invadindo minhas narinas, tudo fez sentido.

Eu estava sonhando.

— Isabella, o que significa isso? – meu pai perguntou parecendo um tanto sufocado e eu estaria seriamente preocupara caso já não tivesse descoberto a peça que meu subconsciente estava me pregando.

— Oh, bebê! Eu estava com tanta saudade! – minha mãe falou, vindo me abraçar como se nada de estranho estivesse acontecendo, o que era típico demais dela para um sonho, mas relevei.

— Também senti sua falta, mãe. – respondi enquanto também a envolvia com meus braços e sentia seu confortável cheiro de mãe, só porque era um sonho eu não deixaria de aproveitar aquele abraço.

— Oh, mas que falta de educação a minha, eu nem me apresentei! – ela falou se soltando de mim e se voltando para Edward e estendendo sua mão para ele – Muito prazer, querido, eu sou Renée! Eu sabia que Bella estava me escondendo alguma coisa! Tinha certeza que havia alguém a fazendo feliz!

— Mãe! – gritei quando a gafe da minha mãe foi real demais para ser um sonho.

Ao mesmo tempo, percebi que sentia o frio do chão gelado sob meus pés descalços. Definitivamente não era um sonho. Por que esse mesmo chão não podia se abrir e me engolir?

— Isabella! – meu pai gritou quando seu limite de ser ignorado apitou.

— Eu achei que vocês tinham perdido o voo... – comentei tentando ganhar algum tempo para pensar no que fazer, mas foi provavelmente a coisa errada a se dizer, pois vi uma pulsação na têmpora do meu pai.

De repente, Edward pareceu ter se recomposto, vestiu sua maturidade e começou a agir, apertando a mão da minha mãe enquanto eu ainda digeria os acontecimentos.

— Muito prazer, Sra. Swan. Eu sou Edward Masen e sinto muito por estar conhecendo a senhora de uma forma tão atípica. – Edward falou e depois ofereceu um cumprimento com a cabeça ao meu pai, com tanta compostura que o silêncio tomou conta do ambiente – Sr. Swan, por que vocês não entram enquanto Isabella e eu terminamos de nos aprontar?

— Ótima ideia! Está um cheiro delicioso de café! – minha mãe respondeu como se não houvesse nada fora do comum – Charlie, traga as malas para dentro enquanto eu sirvo o café para nós. Bella não vai se importar.

Com essa deixa, Edward me arrastou de volta para o quarto antes que meu pai conseguisse responder, deixando a porta aberta, provavelmente sabendo que não era bom contar tanto com a sorte.

— Eu não sei o que te dizer! – falei com todo nervosismo à flor da pele pela situação – Eu sinto muito! Eu realmente não sabia que eles viriam, eu nunca iria planejar que eles nos encontrassem aqui! Você não precisa se preocupar, assim que você terminar de se vestir eu te ajudo a sair e nos encontramos amanhã, depois que eles forem, e conversamos melhor, tudo bem?

— Isso é uma forma delicada de me expulsar? – ele perguntou sendo capaz de rir com a tragédia que acontecia a nossa volta.

— Não! – respondi irritada com seu humor – Eu estou te dando uma chance de liberdade!

— Não posso aceitar. – ele respondeu vestindo sua camisa – Pegue os grilhões, sou seu prisioneiro.

— Isso não é brincadeira, Edward! – falei em algum tom entre um sussurro e um grito.

— Isabella, sejamos adultos aqui. – Edward falou me segurando pelos ombros, fazendo-me encará-lo – Qual é o pior que pode acontecer? Seus pais não nos pegaram no quarto! Foi uma situação desconfortável, mas nós vamos nos sentar e conversar.

— Levando em conta que meu pai é chefe de polícia, o pior que pode acontecer provavelmente envolve tiros! – respondi ainda exasperada – E dizer que essa situação foi desconfortável é o eufemismo do século! Você tem ideia de como pareceu?

— Eu duvido muito que ele esteja armado e nossa aparência vai melhorar assim que você tirar isso da cabeça. – ele respondeu desembolando minha toalha – Não precisa ter tanto medo, eu te protejo.

— Edward, você precisa ir! – falei irritada com o fato dele não conseguir enxergar a situação – Sentar e conversar vai dar a eles uma impressão errada.

— Isabella, sair daqui agora vai dar a eles a impressão de que eu sou algum cafajeste se aproveitando da filha deles. – ele falou parecendo muito sério – Não vai acontecer.

— Qual a sua ideia? – perguntei exasperada – Me pedir em casamento?

— Não exatamente, mas acho que me apresentar como seu namorado pode ser um bom começo. – ele falou, fazendo com que eu levasse um certo choque – Se você quiser, é claro.

— Edward, você não pode fazer isso! – falei me afastando dele e pegando um pente, como desculpa para a distância que na verdade deveria me ajudar a pensar e não me deixar levar – Nós já falamos sobre isso, você tem prioridades! Você não quer se envolver com ninguém, você precisa se ajustar com Anthony antes, você disse isso hoje!

— O quê? Não! – ele falou parecendo nervoso pela primeira vez desde que havia tomado as rédeas da situação – Isso era o que eu pensava antes! É um pouco tarde demais para não querer me envolver.

— Edward, eu não posso ficar entre você e o seu filho! – falei parando de me pentear para encará-lo – Você estava lá no mercado! Você viu como ele estava confuso e sofrendo!

— Não por sua causa! – Edward falou se aproximando de mim – Eu conversei com ele sobre isso, sobre a ideia de nós dois estarmos juntos e ele estava pronto para me ajudar no que precisasse e me oferecendo palavras de apoio. Isabella, eu entendo que seja muita bagagem. Namorar um cara três anos mais velho, que não sabe exatamente o rumo que vai tomar, que tem um filho e que é seu chefe... Eu queria poder te oferecer algo melhor, mas por agora é isso.

— Você esqueceu de adicionar a parte do mulherengo na lista. – comentei enquanto começava a digerir a ideia de que Edward estava, por mais infantil que parecesse, me propondo um namoro. Um relacionamento oficial, não mais escondido, pelo menos entre os nossos familiares diretos.

— Podemos adicionar ex-mulherengo, se você fizer tanta questão. – ele respondeu sorrindo – Eu sou um pai de família agora, caso você não saiba. Só tem uma mulher na jogada.

— Droga, Masen, eu realmente estava começando a cair na sua, até você falar dessa mulher... – antes que eu conseguisse terminar a provocação, Edward já havia me puxado para ele e unido nossos lábios.

Como sempre, me derreti em seus braços e, apesar de todos os imprevistos, da situação desconfortável, dos acontecimentos atropelados, eu senti como se estivesse exatamente onde deveria estar. Rodeada por seus braços, apoiada em seus ombros e com nossos lábios unidos.

— Ainda temos outras questões para acertar. – lembrei assim que nos separamos e a realidade voltou a me bater – Você tem certeza de que você quer incluir uma estudante que se divide entre dois empregos e também não tem a menor certeza do que quer fazer na vida?

— Contanto que essa pessoa seja você, eu tenho. E vamos resolver todas as questões por partes. – ele respondeu beijando minha testa e me puxando de volta para seu abraço, me acolhendo como se quisesse ter a certeza de que eu estava ali – Vamos começar resolvendo as coisas com o casal na sala.

— Depois com o menino na casa dos tios. – comentei e ele concordou – E depois reunimos os três?

— Parece bom para mim. – ele respondeu depois de suspirar.

Aproveitei mais alguns segundos em seu abraço antes de nos separarmos e irmos para a sala com nossas mãos unidas enquanto a ficha realmente caía.

Eu estava namorando o Sr. Masen, que era meu chefe duplamente e tinha uma lista de mulheres em seu currículo. Eu estava namorando um cara que tinha um filho e que era um tanto instável profissionalmente. Eu estava namorando um cara que provavelmente conquistaria meu coração.

Era surreal demais, então antes de calçar minhas sandálias, a caminho da porta do quarto, olhei mais uma vez para meus pés, testando a sensação do chão frio, confirmando que eu não estava sonhando.

Era real.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, não deixem de comentar para eu saber o que estão achando! Estou me corroendo para saber se vocês ainda estão por aqui!
A depender dos comentários, vou tentar postar na outra semana (a semana seguinte a semana que vem).
Beijinhos e até lá!