Carta a um Ex-Traidor escrita por Denise Liz


Capítulo 2
Salvação - Next to me


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capitulo... não tenho nada para dizer...
Para este capitulo escrevi ouvindo essa música
https://www.youtube.com/watch?v=rm1XDFU4FXE
A letra é totalmente o oposto do que o meu personagem sente nesse momento. Mas retrata perfeitamente o que no fundo Alice esperava que o seu amor fizesse por ela.



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Depois de algumas horas, levanto-me, confusa. Adormeci no chão, minhas cotas doem, meus olhos não me deixam enxergar claramente.

Zonza levanto-me, e de imediato dou de caras com o espelho enorme, que decora a parede do meu quarto. Aproximo-me, sim agora lembro-me de tudo. Ao deparar-me com o meu rosto vermelho, a minha vista inchada, o meu cabelo desalinhado, minha pele baça, minhas mãos com riscos de caneta... fico com pena de mim mesma. Começo a chorar novamente, inspiro soluçando, com os olhos desfeitos em água.

Numa velocidade estranha ao meu corpo, pego um pano e cubro o espelho, não me quero ver, porque sinto que não existo, porque sinto que não passo de algo sobrenatural, de algo metafisico.

Agora protegida da minha imagem e do presente, fecho-me neste mundo puramente sentimental em que me afundaram.

Atravesso o quarto, tropeçando nos papeis espalhados pelo chão, chego finalmente à escrivania e alcanço a minha tão presada carta.

Pego nela, levo-a ao alto, releio tudo andando de um lado para o outro, com os dedos trémulos sobre os lábios.

Sem desviar o olhar da carta, pego numa cena, derrubo outras tantas.

Caio sobre o chão, ainda com os olhos fixos nas minhas palavras. Estico as pernas, olhando em volta perdida nas palavras, sem saber o que mais escrever, " a escuridão do meu quarto. O meu mundo", lembro.

Ao tentar encontrar as palavras certas, sinto-me um toxicodependente tentando se saciar, sinto-me como se procurando uma gota de água no deserto. Finalmente encontro a essência da minha dor e prossigo mais uma vez.

"Ainda aqui, ferida e presa sinto, depois de muito sofrimento, um raio de luz aquecendo o meu corpo, finalmente tenho uma boa sensação! Atrevo-me a abrir os olhos e vejo luz! Era um ponto minúsculo que irradiava uma iluminação tão forte, tão quente que secava as minhas feridas expostas e abertas.

Oiço uma voz!

–Ajuda-me.- Suplico, sentindo as correntes em volta de meu pescoço sufocarem-me.

–Salva-me...-Sussurro, quase sem respiração, sentindo as correntes magoando o meu pescoço.

Já sem esperança uma mão suave, me solta das correntes, respiro ofegante prestes a perder os sentidos. Essa mesma mão tira todos os meus cadeados como se num movimento de mágica, libertando-me completamente.

Fraca, não consigo me levantar, essas mãos me levantam e agora me suportam. Abro os olhos, é um homem, que sobe uma escada rumo à luz sobre nossos corpos, me salvando desse mundo de terror.

A subida é turbulenta, quase cai mas ele pegou na minha mão. Digo para ele me deixar cair, ele não diz nada, me pega, me puxando pelo pulso magoado.

Ele não me largou nem por um segundo, finalmente emergimos ao topo e juntos estamos atravessando a luz.

Cá em cima tudo é florido, tudo é luz, tudo é belo. O excesso de luz perturba minha visão. O sol ajuda a sarar minhas feridas que certamente deixarão cicatrizes por todo o meu corpo. Mas o homem, o salvador, permanece aqui comigo do meu lado, não sei quem ele é mas me sinto na obrigação de agradecer de coração.

Olho para o lado, pouso minhas mãos sobre as dele, olho-o nos olhos.

–Obrigada!-Digo com uma olhar de agradecimento.

Ele olha para as minhas mãos sobre as dele e depois pra mim, me sinto constrangida, desvio o olhar dirigindo-o para baixo. Sinto-o ainda me fixando e levanto o rosto, encaro-o novamente.

Ele me olha, seus olhos eram lindos, seu olhar penetrante… Não, Não de novo Não! Aquela cambria, aquela sensação de não sentir nada. Estou me apaixonado.

Ele aperta as minhas mãos e eu sinto o coração querendo explodir o meu peito.

–Bem vinda de novo ao paraíso!-Sorri pra mim.

Num impulso, largo as mãos dele, e corro pelos jardins do paraíso, lutando contra os sentimentos. Meu vestido outrora preto e agora bege, insere-se perfeitamente na paisagem florida por onde corro. Só o meu corpo, só ele ainda carrega o pesar dos erros cometidos. "

Paro novamente, tentando prever se o meu futuro leitor entenderá o sentido de todas as minhas palavras e o motivo da minha dor.

Só queria saber porque fez toda a imensidão de sentimentos que nutria por você se virar contra mim?


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Notas finais do capítulo

Até a próxima !!
Me dêem a vossa opinião !!! ;)



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