Mulher escrita por Half Fallen


Capítulo 1
Mulher.


Notas iniciais do capítulo

Então, tia Jane, eu fico muito feliz em saber que você foi quem eu tirei. Queria te proporcionar uma fic legal, uma fic divertida, mas, eu me enrolei muito pra escrever. E eu nunca escrevi sobre o casal. Então pode tar bem ruinzinho, mas eu fiz o meu melhor pra poder ficar bom. Desculpe se não foi tão bom como você merecia, mas, queria muito que você aproveitasse mesmo que um pouco dessa fic.
Desculpa não ter usado uma flor que você mencionou, usei as prímulas que significam 'Eu gosto bastante e você' pelas coisas que eu consegui achar ;A; mas também significam uma amizade profunda, ai é tudo lindo assim.
E eu também queria te agradecer, pq eu gostei TANTO de escrever essa fic que eu vou começar a escrever mais sobre o casal. Espero que goste linda!



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14 de fevereiro. Que coisa mais irônica! É um dos dias que todas as pessoas iam atrás de coisas para se dar aos namorados e namoradas como ursos de pelúcia, flores, chocolates, um encontro no cinema, bom, tudo o que há de meloso. Menos Roy, é claro. Ele simplesmente não sabia o que fazer.

Não que ele estivesse apaixonado, ou algo do gênero, mas certo dia quando foi visitar a mulher de Hughes, ela lhe disse que deveria fazer algo para Riza. “Por que Riza?” fora o que ele perguntara. A mulher deu um risinho, segurou a amada filha nos braços e, percebendo que o melhor amigo de seu falecido marido estava completamente perdido, respondeu com um dar de ombros descontraído “Talvez seja algo bom, para fazê-la mais feliz. Você não percebe Riza sorrindo com frequência, não é mesmo?”

Sinceramente, aquilo o fizera pensar. Realmente, não era muito comum ver Riza sorrindo, e quando se era possível ver um sorriso nos lábios da loira este era escondido quase que imediatamente, deixando a dúvida se aquilo fora real ou apenas uma miragem. Portanto, não seria tão ruim ver a loira sorrindo de vez em quando.

Mas como e o que fazer? Roy sabia muito bem como cantar mulheres, fazer com que se apaixonem e fiquem aos delírios e suspiros quando ele passa. Porém, Riza era diferente. A loira não parecia não ter nenhum tipo de interesse em relação nenhuma, parecia que achava os homens desprezíveis, não soltava nenhum suspiro quando Roy estava sem camisa. Será que Riza era mesmo uma mulher? Ela não é normal!

Então, o que fazer? Era a pergunta que restava em sua cabeça

Como Riza não é uma mulher normal provavelmente ela não ia gostar de coisas normais. Com essa reflexão em mente, Roy começou a preparar coisas que supostamente fariam Riza suspirar de felicidade, ou ao menos dar um risinho.

E a primeira delas era uma caixa importada com várias armas e munições diferentes. Uma dessas armas era até interessante: um rifle com detalhes em diamante, um adorno romantico, não?

— Coronel, você tem certeza que isso vai dar certo?

Colocando a caixa pesada no chão do escritório “ajudando” Roy, que só observava o trabalho do companheiro, Havoc perguntou, olhando para o item com uma certa incerteza. ‘Tá que Riza era uma mulher diferente, mas não deixava de ser mulher! Será que aquilo realmente a agradaria?

— Claro que sim. Aposto que ela vai adorar!

— Coronel… são armas…

— E não é uma das coisas que ela mais adora? Imagina, Riza no campo de batalha com a arma de diamantes que eu dei pra ela! Não é a coisa mais romântica?!

— Se você diz…

— Eu não digo, eu afirmo!

Roy estava entusiasmado! Apesar de que sua relação com Riza fora dos olhares de conhecidos era bem mais aberta, ou seja, eles poderiam conversar sobre qualquer tipo de assunto sem se importar em se esconder em personalidades, fazer uma surpresa para Riza era alguma coisa diferente. Imaginava-a abrindo, olhando feliz, sorrindo brilhante! Uma visão divina.

— Vem Havoc, vamos nos esconder! Logo ela vai aparecer!

E os dois se esconderam atrás da mesa, olhando para o local mas tomando o cuidado para não aparecerem. Era esta a ideia: quando Riza abrisse e sorrisse, Roy iria aparecer e todo o show ia começar. Dito e feito, dez minutos após de Roy chamar Riza para o escritório ela apareceu.

A loira estranhou com o fato da sala estar vazia, tudo era estranho demais. Olhou para os lados e foi quando percebeu a caixa. Uma caixa. Não havia nada suspeito nela, não haviam laços, nada.. Era simplesmente uma caixa. Andou para perto e examinou-a, logo constatando que se tratava de armas.

Uma veia saltou de sua testa e ela teve de conter a súbita raiva. Se Roy estivesse lá ela com certeza daria uma bronca bem dada nele! Mais uma vez ele havia a chamado apenas para que ela fizesse algo por ele!

— Preguiçoso. — praguejou

Com um esforço, Riza pegou a caixa pesada e saiu emburrada, sem nem abrir, sem nada. Roy arregalou os olhos e levantou, indo atrás de Riza sem nem entender. Ela iria abrir a caixa sozinha? Não havia gostado? O que ela iria fazer?! Havoc com certeza foi atrás, apenas para dar o prazer de ver o que está acontecendo.

O Coronel então viu Riza entrar em uma sala, era a sala dos armamentos. Ouviu um grande estrondo, e se tivesse que classificá-lo seria um estrondo nervoso, vindo do lugar. Observou então Riza sair, limpando as mãos umas nas outras e andando então para algum outro lugar, algum outro destino.

Os dois uniformizados entraram na sala e viram a caixa, intacta. Vários pensamentos vieram a mente, e um deles era a incrível força que Riza tinha em carregar algo tão pesado quanto uma caixa cheia de armamentos. Mas o que predominava e o deixava incomodado era a pergunta ‘O que fizera de errado?’

Posou a mão enluvada no queixo, olhando para a caixa pensativo. Talvez fosse mais fácil te-la presenteado apenas com um rifle, ou algo do tipo, hm..

— Viu, Coronel? Eu te avisei.

— Acho que ela não gosta de muitas armas, talvez uma só seja o suficiente.

— Talvez algo simples também funcione.

— Não é você que conhece ela desde muito tempo pra saber o que ela gosta!

— E você sabe?

— Sei! — mentiu descaradamente

— Olha Coronel, ela é uma mulher, talvez goste de coisas que mulheres gostam, não acha?

— Mas Riza é diferente. — contrapôs intrigado — Quer saber, vou pensar em algo novo.

Essa era a nova missão do Coronel que não pensava em outra coisa a não ser um presente para Riza. Se as armas não haviam funcionado, o que poderia então dar certo? Realmente, Roy pensava que essa sua ‘missão’ haveria de acabar rápido, mas pelo visto, não é o caso. Ponderando por dois bons minutos, Roy teve uma ideia.

Como Riza amava Hayate tanto quanto alguém poderia amar outra pessoa, então, se ele arrumasse algum presente para ele, talvez Riza fosse gostar não?

A ideia em mente, o sorriso sacana de alguém que tinha a quase certeza de quem estava fazendo o certo. Resolveu ir pessoalmente até o pet shop, onde comprou uma coleira adornada em diamantes e rubis falsos, rosa, algo bem bonito se caso Hayate fosse uma cadela. Porém, Roy não era do tipo que queria distinguir. A verdade era que o moreno havia decidido em aceitar o conselho de Havoc e comprar algo mais ‘feminino’ - se bem que ele não estava totalmente certo de que iria dar certo, mas talvez desse.

Comprou satisfeito, até olhar para uma floricultura. Em frente dela havia um buquê de prímulas de diversas cores, mas a que mais o encantou foram as vermelhas e as rosas, que faziam um grande show de luz, escuro e claro, tons de vermelho. Era simplesmente lindo. Sem nem pensar duas vezes as comprou por puro interesse, querendo levar esse interessante artigo para casa.

Porém, hoje ainda era o dia dos namorados e ele deveria dar esse presente para ela.

Riza sempre trazia Hayate para que ele não ficasse sozinho em casa, e com isso, Roy decidiu que o cachorro iria participar de sua pequena surpresa. Deixou perto dele a coleira, pois sabia que uma hora ou outra Riza iria aparecer para visitar seu pequeno amigo.

E o Coronel estava pronto para ficar esperando a aparição de sua Tenente.

Demorou apenas vinte minutos para a mulher aparecer, ração em suas mãos e um sorriso que ela dava apenas para o cachorro, mesmo que não fosse tão percebível. Ela agachou e colocou comida para o animalzinho, que mostrou para ela a coleira.

A loira pareceu observar a coleira e ao olhar-la logo constatou: alguém a deixou lá, provavelmente perdeu. Pegou o item e guardou no bolso de sua roupa, afagando o pelo misto de Hayate e sorrindo gentilmente.

— Muito obrigada, Hayate. — disse a tenente, elogiando o companheiro — Muito obrigada por ter achado, vou achar a dona ou dono, ok? Fique despreocupado.

O cachorro tentou latir para avisar a dona de que ele sabia quem havia deixado, mas, ela já estava com aquela responsabilidade em mente. Saiu da sala, deixando um alquimista bobo. Realmente, aquilo já estava começando a ficar pessoal. Será que era possível que Riza não gostasse de nada? Não tivesse a vontade de ter um namorado ou algo do tipo?!

Suspirando irritadiço, Roy levantou e colocou o buquê que havia comprado em cima da mesa e então saiu atrás dela. Ele iria pensar em algo, talvez uma cantada. Foi atrás dela, a viu colocar a coleira nos achados e perdidos e logo andar para algum outro lugar.

Praguejando Roy começou a andar para fora onde ficavam os jardins e onde as pessoas ficavam para relaxar.

Presentear uma mulher nunca fora tão difícil. Pensava ele. Por que Riza tinha que ter gostos tão peculiares? Não seria tudo mais fácil se ela fosse como uma mulher normal?

— Vem cá, Tenente, você deve estar bem sozinha hoje, não?

— Ah, Tenente, eu até entendo! Você não recebeu muitas declarações, não é mesmo?

— Se você fosse um pouco mais feminina, talvez.

— Será que você é mesmo mulher? Hahaha!

— Venha, vou te mostrar como ser mulher.

A atenção de Roy foi completamente presa por aquela cena. Uns novatos, abusados e idiotas, provocavam Riza com olhares famintos, como se ela fosse algum tipo de carne. Os olhos de Riza estavam impassíveis como sempre, mas, quando os homens atacaram todos de uma vez, ela demorou um pouco para reagir.

Rasgaram suas vestes, até a camisa que usava por baixo do uniforme azul, expondo seu corpo definido e belo. Foram apenas alguns rasgues, mas o suficiente para ver parte do seio esquerdo e parte de sua barriga.

Foi o suficiente.

Faíscas, explosões sem a mínima vontade de se conter foram ouvidas, e logo os agressores estavam no chão, alguns conseguiam se manter conscientes. Roy se aproximou, os olhos em pura raiva e quando avistaram os de Riza, encontraram algo que ele nunca achou que iria encontrar. Riza estava envergonhada, não corava mas estava se repreendendo… Provavelmente achava ridículo ter que aparecer assim na frente de seu Coronel. Preparou-se para ouvir sermões, mas apenas sentiu o casaco azul na frente do corpo e a voz baixa e irritadiça de seu companheiro.

— Vamos para o escritório, depois eu te levo pra casa. Agora, esses malditos vão pagar nem que eu tenha que matar cada um. — disse no mesmo tom, alto o suficiente para ser ouvido por aqueles que foram suas vítimas segundos atrás — Vamos, Riza.

Chamou-a pelo nome e a colocou nos braços. A loira não debateu sobre, deixou-se ser levada para o escritório. Roy estava irado, ninguém ousava entrar em seu caminho e se o fazia, por vontade ou por erro, recebia o olhar de fogo que pairava nos olhos do moreno. O escritório estava vazio se não fosse pela presença de Hayate, que latiu assim que a dona entrou.

Roy posicionou a mulher na cadeira e a cobriu direito com o casaco, e quando estava abotoando-o, quebrou o silêncio com uma pergunta apenas:

— Você demorou para reagir, por quê?

Riza olhou fixadamente para Roy, não hesitando em responder.

— Não sei. Talvez porque ache que o que eles falaram é verdade.

— Você acha que não é digna de agrados?

— Bom, ninguém nunca fez algo para mim que fosse relacionado ao romance, coronel.

— Como assim?! Fala sério! Do que você gosta?! Eu tentei te dar as armas, você não quis! Comprei até uma nova coleira pro seu cachorro, você não percebeu! O que você quer mulher?! Quer saber, toma isso logo!

O coronel levantou-se e andou até a mesa de seu escritório, tomando em mãos o buquê de prímulas que havia comprado. Andou em passos pesados e irritadiços até a loira cujos pensamentos não tiveram nem o prazer de entender o que estava acontecendo. Com um movimento brusco que causou a perda de algumas pétalas do gracioso buquê, Roy se permitiu fazer um bico infantil e responder:

— Aqui! Feliz dia dos namorados, Riza!

E foi só ao pronunciar a frase tabu que o coronel percebeu o olhar confuso que Riza lhe mostrava. Realmente, ela nunca iria perceber que todos aqueles eram presentes. Claro! Era aquilo algo que se presenteava uma mulher?! Fala sério! Mesmo assim, quando conseguiu processar tudo o que estava acontecendo, todas as informações que não tinha firmado em sua mente, Riza piscou duas vezes e então olhou para Roy.

Seus lábios se mexeram e o moreno pensou que finalmente veria o sorriso da amada loura, porém, não era o que ia acontecer.

— Então quer dizer que o galanteador Roy não sabe presentear uma mulher? Interessante. — zombou

— Riza. — suspirou — Sério?

A tenente riu um pouco e então envolveu o buquê de prímulas com as calejadas mãos de uma mulher que perdera sua delicadeza na guerra, porém, continuavam sendo as mais gentis. Seu sorriso não fora grande, mas fora brilhante. Não fora algo que ele havia imaginado, mas era mais do que precisava.

Riza sorriu de um jeito tímido, as bochechas receberam o leve toque rosado de quem estava realmente feliz e lisonjeada. Acariciou as flores com os dedos e, de um jeito dócil, riu baixinho, sabendo muito bem o significado das flores que recebera.

— Era tudo o que eu queria… — sussurrou ela.

Roy estava encantado. Olhou para a mulher e percebeu que ele sempre queria ver aquele sorriso. Ver aquele jeito meigo que sabia que estava escondido em Riza. E constatou, mais do que tudo, que ele queria ser o único a ver este lado que ninguém sabia que existia. Inclinou-se para baixo e beijou a testa da loira de um jeito amável, acariciando seu rosto gentilmente.

— Riza. — chamou ele

— Coronel. — respondeu a mulher com a voz firme

— Pode me chamar de Roy de novo?

Riza arregalou os olhos e quando os olhos escuros do moreno se encontraram com os dela. Ela deu para ele um outro sorriso, era um sorriso apaixonado, maior do que o tímido que ela havia dado. Parecia que ela estava ainda mais feliz, como se algo se encaixasse dentro dela e dentro dele. Ele sorriu de volta e inclinou-se. Sua vontade era os lábios da mulher, mas, quando estava próximo o bastante para provocar um beijo, um suspiro fora ouvido de seus lábios rosados.

Roy.

Não fora um beijo carnal, não fora um beijo encoberto de desejo malicioso. Um beijo como se fosse o primeiro, um beijo de uma saudade há muito escondida. E quando os lábios se separaram, Roy entenderam finalmente.

Riza era uma mulher, sim, uma mulher forte, uma mulher de bons ideais. Mas, dentro dela, tinha aquela mulher que clamava por amor, atenção. Por olhos que apenas a vissem. Por um homem que tirasse dela o melhor, que tirasse sorrisos que ninguém nunca conseguiu.

E Roy nunca esteve mais feliz em saber que era ele o homem que a faria sentir como a mulher que ela é.

… porém, nunca iria admitir que Havoc estava certo. NUNCA.


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Notas finais do capítulo

Happy Valentines Days tia Jane!
Desculpa pelos erros.
Espero que tenha gostado ♥
Beijinhos *u*