My Dear Stripper escrita por Bibs Elric


Capítulo 2
Capítulo 2 - Work Sucks


Notas iniciais do capítulo

Enjoy x3



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Thomas’ POV

Se havia coisa que eu odiava mais que meus pesadelos era ter que acordar de manhã e ir trabalhar. Talvez fosse ainda pior por ter sido transferido para outra filial pelo chefe.

Não que eu não gostasse do que fazia. Tinha um emprego em uma grande empresa de fotografia, mas como uma aliada estava sobrecarregada, Jorge me transferiu para eles, com a minha condição de ter Brenda junto comigo. Ele não gostou muito, mas não é como se tivesse muita escolha.

Então ali estava eu, olhando para o grande prédio que se erguia à minha frente. Soltei um suspiro carregado e entrei.

– Bom dia – ouvi Brenda dizer ao que entrei no local. A garota tinha os cabelos presos em uma trança, o que era diferente, mas caía bem nela. Trazia consigo duas pastas lotadas de papéis.

– Tenho medo de perguntar o que é tudo isso – resmunguei. Ela abriu um sorriso.

– Isso é o seu trabalho. Boa sorte – ela me entregou um papel com meus horários. Meneei a cabeça.

– Vai me ajudar, certo? – ela negou, entregando-me uma das pastas e ficando com outra.

– Tenho minha própria parte. Até mais.

Desabei em uma cadeira ao perceber que teria trabalho até tarde da noite. Então olhei o primeiro nome, encontrando ali o nome de um garoto. Sem foto, sem detalhes, apenas um nome estranho e uma sala no papel. Então me levantei e segui até a sala indicada. O local ainda estava vazio, então dei uma olhada nas câmeras enquanto esperava.

– Com licença. Mandaram-me para cá, você é o novo fotógrafo? – gelei ao ouvir aquela voz. O mundo definitivamente me odiava. Resolvi que agiria normalmente, então respirei fundo e me virei. Notei a surpresa em seus olhos azuis.

– Sim. Você deve ser o Newt.

Ele estava parado, absorvendo minha atitude. Então abriu um amplo sorriso, e notei que ele estava muito bonito. Vestia uma camisa xadrez e uma calça jeans, com sapatos sociais. O cabelo estava bem arrumado, diferente da noite anterior.

– Eu mesmo. É um prazer...

– Thomas – completei sua frase. Ele olhou fundo em meus olhos e sorriu maliciosamente.

– Encantado, Thomas – senti-me incomodado e pigarreei.

– Bom, podemos começar?

Se ele estava incomodado, não demonstrou. Ele era bom, precisava admitir, e fiquei admirado com as fotos. Ele tinha uma beleza natural que faria qualquer fotografia bonita. Não percebi o tempo passar, e surpreendi-me quando ele chamou minha atenção.

– Thomas? Nosso horário não acabou? – notei com surpresa que ele estava certo.

– Ah sim, desculpe. Pode pegar suas coisas.

Ele trocou de roupa e, quando passou pelo meu lado a caminho da saída, parou.

– Apareça hoje à noite – sussurrou em meu ouvido. – Ficarei esperando.

Então colocou um pedaço de papel em minha mão e mordiscou minha orelha, saindo da sala logo em seguida. Encarei a porta, embasbacado, perguntando-me se devia contar à Brenda sobre isso.

***

Quando o trabalho acabou, a garota me encontrou na saída e preferi continuar quieto sobre o loiro, Newt. Não parecia certo contar sobre o garoto de bar que também era meu modelo.

– Vai para casa? Quer carona? – ofereceu, mas neguei com a cabeça.

– Acho que vou passar em outro lugar antes. Vejo você amanhã – ela pareceu desconfiada, mas não perguntou nada.

– Tudo bem. Boa noite então.

Segui meu caminho de sempre, mudando a direção algumas quadras antes. Quando parei, estava novamente em frente À Clareira, receando se deveria mesmo estar ali. Então, em um impulso de coragem, entrei. A bagunça era a mesma do dia anterior. Quando olhei para o palco não encontrei o loiro, então sentei e esperei.

– Sabia que você viria.

Newt’s POV

Precisava admitir, estava surpreso de ver Thomas. Achei que ele não voltaria, apesar de meu pedido naquela manhã, mas ali estava ele. As roupas denunciavam que ele tinha saído direto do trabalho sem passar em casa, o que me alegrou sem motivo.

– Ah... oi – ele murmurou com receio, se levantando. Sorri e passei meus braços ao redor de sua cintura.

– Então você é fotógrafo?

– E você é modelo. Todos temos nossos segredos.

Ele deu de ombros e meu sorriso aumentou. Ele se desvencilhou de mim e sentou-se novamente. Eu sentei em seu colo, inclinando-me sobre ele.

– Gostaria de descobrir mais de seus segredos.

– Por que está fazendo isso? – ele murmurou, um pouco incomodado.

– Porque me interessei por você – notando que ele iria rebater, adicionei – e não é por você ser o único adolescente aqui. Conheço todos os que trabalham aqui e tenho colegas do trabalho de mais cedo. Você é... diferente.

Ele ergueu uma sobrancelha, e lembrei que devia parecer meio estranho falar aquilo em um lugar como aquele, mas não seria normal falar aquilo enquanto ele tirava fotos minhas para uma revista. Bom, ali também não era tão normal. Suspirei e saí de cima dele.

– Desculpe. Você ainda está com a sua ex na cabeça e só nos conhecemos há duas noites. Vou pedir para Minho atender você.

Esperei que ele me parasse, mas não o fez. Estava atordoado demais. Fui para os fundos, encontrando Minho sentado e conversando com Winston. Toquei-o no ombro e ele me olhou com um sorriso.

– E então?

– Vá atendê-lo.

Ele desmanchou o sorriso, olhando-me com curiosidade, mas não negou. Saiu do local, com um breve aceno de cabeça, e eu me sentei onde ele estava minutos antes. Winston me olhou preocupado.

– Você não parece bem.

– Não estou – resmunguei. Ele assentiu e se afastou.

Repreendi a mim mesmo. Aquele garoto com olhar de mosca morta era mesmo o que estava me afetando daquele modo? Não conseguia acreditar que estava de fato a fim dele. Soltei um grito abafado, irritado com tudo aquilo, e decidi mudar o foco de minha atenção.

Janson iria me matar.

***

– O que diabos aconteceu? – Minho não era delicado, e eu devia ter lembrado isso antes de pedir para ele tomar meu lugar. – Onde está o amor que vocês dois estavam sentindo até ontem?

– Não tinha amor – resmunguei. Ele sentou-se ao meu lado e passou a mão em minhas costas.

– Bom, ele acabou só entrando em pânico e foi embora. Então aconteceu algo, e eu gostaria de saber o que aconteceu.

– Não quero explicar.

– Mas vai.

Antes que pudesse reclamar de algo ou continuar insistindo, Janson entrou furioso, com Ava logo atrás dele. Me encolhi, e Minho percebeu, entrando em minha frente em defesa.

– NEWT! – revirei os olhos ao ouvir o homem chamar meu nome, saindo detrás de Minho. O asiático reclamou, mas não voltei. Janson me encarava furioso.

– Sim?

– Você não trabalhou. O DIA INTEIRO! - suspirei ao ouvir Janson. E lá vem a bronca.

– Não.

Seu rosto ficou vermelho ao ouvir minha resposta. Notei Ava um pouco mais atrás e acenei para ela com um sorriso de canto. Ela acenou de volta.

– Eu deveria te despedir. Devia te jogar na rua por essa sua imprudência – Janson ameaçou, e vi Ava avançar.

– Não precisamos disso. Não vai fazer mal ele faltar um dia ou dois – ela disse, tentando amenizar as coisas. O homem se virou para ela com raiva.

“Não vai fazer mal”? Tem milhares de pessoas lá fora querendo ver esse garoto, mais do que os outros! – eu sabia que ele estava exagerando; deviam ter no máximo seis entre os homens e mulheres que frequentavam o local que realmente sentiam minha falta. Ava sabia disso também.

– Dê mais um dia ao garoto. Prometo a você que ele estará perfeito daqui a dois dias – ela prometeu, entrando na minha frente. O olhar de Janson era puro ódio, mas eu sabia que ele já tinha aceitado. Ava sempre tinha a palavra final.

Ele saiu do local, e só então percebi que todos os outros ainda estavam ali. Um olhar reprovador da mulher a minha frente fez com que todos começassem a se arrumar e ir embora.

– Obrigado – sussurrei a ela, que se virou para mim e sorriu.

– Resolva-se com Thomas, por favor. Ou trabalhe direito.

Ela seguiu o mesmo caminho que o irmão, e fiquei olhando atônito para onde ela estava. Não sabia como ela tinha conhecimento sobre o garoto, e estava decidido a perguntar para ela no dia seguinte.

O que não sabia era como ou o que iria falar para Thomas.


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