Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 17
Capítulo 16 - Encontros e Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora. Problemas pessoais como sempre sendo empecilho. Espero que gostem do capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594126/chapter/17

#16 – Encontros e Reencontros

O grandão tinha se entocado no quarto para assistir futebol. Queria se atualizar sobre o que estava rolando na atualidade, pois havia perdido 25 anos de informação. Assistia ao campeonato europeu, Barcelona contra Manchester e comia uma enorme bacia de pipoca, junto de Dohko, Kelly e Astra.

Dohko, que nunca tinha visto uma partida, ficara totalmente perdido. Só estava entendendo que eram dois times rivais, mas o objetivo e o porque os olhos do taurino estavam tão focados na tela... Ah, isso ele não entendia, mesmo tendo visto um pouco do treino outro dia, ainda bem no comecinho do ano letivo. Olhava para o restante do grupo, enquanto mantinha Ryu-tan no colo, acariciando o pelo macio do gato.

—O que foi, Zhou-san? – indagou Kelly, que estava sentada na cama do lado do chinês com um balde de pipoca desses de cinema.

—Esse jogo. Eu não entendo nada.

—Não conhece futebol? – dessa vez quem indagou foi Astra, com uma sobrancelha erguida. – É difícil de acreditar!

—Não se espante, Astra. Cada um de nós veio de um canto conflituoso e ele tava perdido no meio do nada na China.

Kelly olhou para Aldebaran que acabara de explicar e então para o chinês. “Canto conflituoso”, o brasileiro dissera. O que aquilo significava?

—Somos crianças de guerra. – disse Dohko simplesmente. Sabia que Atena usava essa desculpa, apesar de achar estranho se chamar de criança pois ainda mantinha a alma de quem vivera quase 3 séculos.

Os olhos da japonesa se arregalaram surpresos.

—Me desculpe, eu... Eu não queria lhe trazer lembranças dolorosas. – disse Kelly

—Nem eu. Eu sinto muito. – ajuntou Astra.

—É passado, meninas. – sorria Dohko com seu ar divertido. – Só preciso me inteirar dessas coisas novas que perdi. Pelo jeito Aldebaran sabe bem certo?

—Todo brasileiro sabe, oras!

Todos riram.

—Então me expliquem, por que todos correm atrás de uma bola.

—O objetivo do jogo é chutar a bola dentro de um espaço chamado gol. – a brasileira começou a explicar. – Só que do lado adversário. Mas devem usar os pés, cabeça, qualquer outra coisa que não seja as mãos e braços. Ganha que fizer mais pontos, ou seja, mais gols.

—Entendo. Por isso todos correm feito doidos atrás da bola. – apontando para a televisão. – E cada time tem um nome?

—Nome, cor, bandeira... Essas coisas. Os listrados de vermelho e azul são o Barcelona, time da terra do Shura. – era a vez de Aldebaran explicar. – Já os de branco é o Manchester United, da Inglaterra. É o campeonato europeu, um dos mais fortes.

—Ah sim... Entendi.

Os dois brasileiros então voltaram à atenção novamente para o jogo. Já Dohko voltou a apenas ver o jogo, acariciando o gatinho que ele e Kelly adotaram, tomando um pequeno susto quando, no intervalo do mesmo, sentira algo quentinho pousar em seu ombro. A japonesa havia adormecido e inconscientemente buscara o ombro do cavaleiro de Libra para ter um apoio confortável.

O rosto do mais baixinho dos cavaleiros corou feito um pimentão. Ficou sem saber o que fazer, se a acordava, se permitia ela continuar daquele jeito, sentindo-se tímido. Temia que Aldebaran fizesse alguma brincadeira com o fato, mas o taurino estava mais preocupado em debater o segundo tempo e em debater o que poderiam aproveitar daquele jogo no clube.

“No final você é igual ao Ryu-tan, né?” – pensou o pequeno tigre olhando de canto a menina, acabando por no meio do segundo tempo também adormecer, dessa vez apoiando a cabeça na da menina.

===================

Aiolia até viu a comitiva das meninas da banda entrar, mas não manifestou interesse em cumprimentar, não naquele momento, pois havia sido incumbido por Camus, o cozinheiro do dia, para ir ao mercado comprar alguns itens.

Eram recheios diversos para os crepes franceses que ele faria para servir a todos na pausa dos ensaios e o francês, apesar de fechado, queria fazer questão de ser um bom anfitrião.

—Aposto que é por que são amiguinhas do Milo. – resmungou, pois queria estar treinando um pouco para não fazer seu corpo se esquecer que, antes de tudo, eram guerreiros de elite.

Mas como o destino era um moleque arteiro, o grego logo se esbarrou em alguém, o que o fez iniciar um pedido de desculpas, mas parar ao notar quem era sua “barreira”: Wanda.

—Gótica azeda... – resmungou com muxoxo.

—Loiro azedo... – retribuiu a morena, arrumando os óculos.

Os dois ficaram se encarando. Era comum haver algumas trocas de farpas entre eles nos corredores da escola, mas sempre algum amigo novo ou alguém do grupo “dos meninos transferidos” acabava por distrair o loiro e no final nada passava de uma trocar rápida de “carinhos” verbais.

Wanda, que estava atrasada, apenas estendeu a sacola de papel que segurava.

—Quê?

—Pro seu irmão. Não tive como devolver antes, então entregue a ele.

—Eu lá tenho cara de pombo correio, gótica?

—Não. Tem de coisa pior. Mas não vou dizer em respeito a ajuda do seu irmão que é um cavalheiro. – o cenho se juntou balançando a sacola sutilmente.

Foi num curto instante, mas Aiolia sentiu claramente um cosmo sutil vindo da morena. Meio confuso graças a surpresa, o leonino pegou a sacola de modo automático e viu a bruxa sair de perto, apressada.

—Garota esquisita.

===================

As garotas da banda entraram no hall, encantadas com todo o luxo e espaço do mesmo.

—Marie e Momozinha... Olha o que estão perdendo enrolando! – gracejou Keiko, que trazia o vagãozinho com a bateria.

—Não diga besteiras! – reclamaram as duas, envergonhadas.

Sara apenas suspirou, desanimada. Queria logo que alguém viesse ao auxílio de todas e como se suas preces fossem atendidas, logo dois dos rapazes vinham descendo. Era Shion e Milo.

—Sejam bem-vindas. – disse Shion todo formal.

As meninas sabiam que dos garotos, dois eram adotados oficialmente e eram herdeiros de todo aquele império, e que o tibetano “líder do alojamento” era o principal herdeiro. Já Milo nada teve de formalidade, correu pro abraço, apertando a pequena Morgana nos braços, a aninhando de forma carinhosa.

Shion mesmo ficou desconcertado ao ver a cena, tendo uma sensação inexplicável ao vê-los juntos.

—Fico feliz que tenha vindo, Usamomo!

Keiko apenas ria de canto, em sua cabeça estava criando uma tenebrosa imagem de ménage entre a australiana, o grego bonitão de olhar doce e o grego bonitão de cabelos longos. Morgana estava um pouco constrangida, mas já havia se acostumado a espontaneidade do grego e retribuiu o abraço com igual carinho.

—Claro que viria, Milo. Mas assim vai me sufocar e não vai me ver tocar. – riu um pouco sem graça a mestiça.

Milo a soltou, com um dos melhores sorrisos confiantes.

—Você sempre será bem vinda aqui. – e olhando as demais. – Assim como vocês.

—Obrigada por nos permitir ter um espaço para ensaiar. – disse se curvando a espanhola, em respeito aos anfitriões.

—A permissão saiu da própria senhorita Kido, senhorita Bécquer. – disse Shion. – Porém todos nós ficamos felizes em recebe-las. Sintam-se a vontade.

Milo foi responsável por guia-las a sala de música, as ajudando a arrumar a bateria e o espaço. Não demorou para o som dos ensaios começarem a ecoar pela mansão. O toque melódico de cada instrumento, a voz de anjo de Marie, tudo trazia os mais diversos sentimentos.

Camus, na cozinha, preparava os quitutes com um discreto sorriso nos lábios, Máscara da Morte mesmo que por fora se mostrasse irritado e eternamente mal-humorado, sentia um toque de paz em sua alma, sentindo algo em si ressoar com a música e principalmente com a presença de Sara. Kanon sentia a música ecoar em sua alma, trazendo as mais diversas lembranças e sentimentos conflituosos.

Mas como uma borboleta atraída para o perfume de flores, quem mais sentiu necessidade de ver quem produzia aquele hino de louvor foi Aiolos. Havia comprado um arco esportivo a algumas semanas e estava treinando com ele no fundo do terreno da mansão e com ele foi retornando para dentro da casa, deixando para trás as flechas. Passou por cada cômodo completamente hipnotizado pela música, entrando na sala de música.

Seus olhos se prenderam na morena de olhos verdes mais encantadores que já vira, concentrada em cada nota que produzia em seu baixo. A garota que estava apaixonado estava ali, na sua frente, linda e claramente imersa em algo que amava. O grego estava admirado de como ela tocava o instrumento com paixão.

Quando a música terminou o olhar de Morgana se prendera ao de Aiolos, criando uma conexão ainda mais intensa do que do dia em que seus olhares se encontraram primeiro. Como ela desejou que finalmente os olhos cor de céu a olhassem, ainda que ela não soubesse como reagir ou criar uma situação. E ele como queria que finalmente a mestiça olhasse para si, sentindo o coração ressoar forte no peito matizado de cicatrizes.

Tão distraídos os dois que não notaram Milo convidando a todos para o lanche que Camus preparara, deixando o casal sozinho.

—Você... – tentou murmurar a morena, sem desviar o olhar.

—De novo te encontrei – sorriu sem graça o sagitariano.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Graad Gakkou - INTERATIVA" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.