Enquanto você dança escrita por Raissa Vilas Boas
Notas iniciais do capítulo
Primeiramente miiil desculpas pela demora!
Sei que prometi postar capitulo uma vez na semana, mas faço parte de um grupo de hip hop e essas semanas foram combos de apresentações *-* nao tive tempo para escrever, mas agora vai...
Agradeço de coração os poucos comentarios que ja me animam, e leitores fantasmas, por favor, apareçam!
Espero que gostem e boa leitura!!
Dor de cabeça
Uma terrível e agoniante dor de cabeça me atormentava. Talvez se eu reunisse força suficiente para chamar por Alice ela traria um remédio ótimo que...
E então eu me lembrei.
Alice nunca traria meu remédio, e a dor não passaria. Porque Alice estava muito longe nesse momento, provavelmente muito preocupada e deixando todo mundo irritado com seu chilique. Eu já sentia tanto a falta dela!
Faziam dois dias que eu havia sido sequestrada, e um bom número de horas que estava deitada nessa cama imunda, morrendo de tédio e de fome. Eles trouxeram um pão amanhecido e um café provavelmente coado em meia suja para eu tomar. Como não tinha muita escolha tomei esse simplório café da manhã de uma vez, se estivesse envenenado, pelo menos eu morreria e não teria de aguentar mais alguma piada ou insinuação daquele urso gigante.
Sorri com o pensamento. Rose, minha irmã, é quem tinha o costume de chamar esses homens gigantes de ursos. Emmet era um monstro de tão grande, ou eu que sou muito pequena, pois a diferença entre nós dois é gritante. Fico imaginando o que ela acharia de Emmet, ou o que ela diria desse lugar todo sujo, como ela sairia daqui, sempre tão esperta...
Meu peito apertou de saudade, e coloquei a mão como se pudesse aplacar a dor por fora. Alice nem era minha irmã de sangue, era adotada, mas eu a amava da mesma forma que amava Rosalie. Nós três juntas éramos imbatíveis, e se elas estivessem aqui comigo, duvido que ainda estaríamos presas.
Esses homens, os Cullen, são pessoas estranhas. Peter eu não cheguei a ver pessoalmente, a não ser por foto. Mas já o odiava. Ele matou minha avó, uma segunda mãe para mim e isso eu jamais vou perdoar.
Jacob e Edward eram os filhos legítimos, homens lindos e fortes, mas de caráter igualmente corrompido. Principalmente Jacob.
Emmet eu mal vi, pelo que entendi ele fora adotado, infelizmente para ele. Eu acho que entre ser adotado por alguém como Peter, e ficar na rua, ou num orfanato, a segunda opção é melhor. Eu ainda não tinha ouvido nada sobre ele, mas é como diz o ditado “Diga com quem tu andas que digo quem tu és!”.
E tinha Jasper.
Jasper também fora adotado. Ele foi o loiro bastardo que fora na minha casa com a desculpa de que era técnico de internet, para me sequestrar. Ainda me lembro do choque de reconhecimento que senti, assim que coloquei meus olhos sobre ele...
– Desculpe, como é seu nome mesmo? – Perguntei, observando o loiro arrumar alguns fios no quintal de casa, de hora em hora olhando para a porta que dava saída na rua. Estranhei.
– É Jasper. Jasper... Hale, senhora. – Respondeu, acuado. Recolhia todos os seus materiais e enrolava um fio entre a mão e o antebraço.
– Eu acho que o vi em algum lugar – Comentei baixinho, para mim mesma. Mas ele certamente ouviu, pois ergueu a cabeça e franziu o cenho.
Aqueles cachos loiros, e aqueles olhos castanho mel eram muito, muito familiares!
– Senhora, peço que vá para o meu carro comigo, há um documento que precisa assinar. – Ele pediu.
Nunca vi um técnico de internet tão enrolado!
– Não pode trazer aqui? Eu espero. – Eu disse, sorrindo.
– Desculpe senhora, é que...
– Bella?- Uma voz feminina interrompeu, e olhei para porta da cozinha, reconhecendo Alice no avental verde e branco. Ela sorria de orelha a orelha. – É, hm, sua torta de limão está pronta, e Charlie a está procurando – Informou.
Acenei para ela, e percebi Jasper digitando apressadamente no celular, que logo após caiu no chão. Dei uma risadinha.
Olhei para a porta e lá estava ela, aquela fadinha irritante que eu tanto amava, se abanando com o babado de seu avental, teatralmente, enquanto soletrava a palavra G-O-S-T-O-S-O para mim, se referindo a Jasper. Revirei os olhos, e Alice entrou. O garoto era até bonitinho, mas haviam melhores, sim.
De repente Jasper mexeu em alguma coisa no fio e todas as luzes da casa se apagaram. E me encolhi, devido ao susto.
– APAGÂO! – A louca da Alice gritou, e ouvi um barulho irritante de panelas se chocando. Alice!
– Você é incapaz de fazer até o mais simples né Loirinha? – Uma voz rouca se fez ouvir, e me virei para procurar seu dono. Mas estava tão escuro que eu mal enxergava. Não bastasse isso, um pano preto foi colocado e minha cabeça, e meus pés foram tirados do chão...
O barulho da porta abrindo chamou minha atenção, e rolei para baixo das cobertas, cobrindo tudo até o pescoço. Não queria que aquele ursão ficasse me olhando daquele jeito faminto novamente.
– Isabella? – Uma voz conhecida me chamou.
– O que é? – Perguntei, bufando.
Jasper entrou no quarto e sentou na ponta da minha cama, me avaliando. Ele estava com um corte na sobrancelha que não estava ali antes, ou eu que não notei. Sua roupa estava toda amassada, e suas unhas sujas. Fico pensando como ele vivera enquanto criança, naquele estado, e isso me perturbou.
– Porque você faz isso? – Perguntei, sem conseguir me conter. – Pra que viver ao lado de alguém como Peter?
Meu cérebro doía de tanto que eu me forçava a lembrar da onde eu o conhecia. Era estranho essa sensação, porque por conta disso, eu não conseguia ficar brava com ele. Era quase um sentimento maternal, e isso era loucura. Eu mal o conhecia!
Ele deu um sorriso de lado, o que formou uma covinha única em sua bochecha.
– Acha que eu tenho outra opção? – Perguntou, amuado.
Jasper com certeza era diferente. Franzi o cenho, tentando entende-lo.
– Eu acho que você não quer ter outra opção – Falei, encarando-o seriamente. – Qual é, você é tão jovem, poderia estudar, arrumar um emprego, e...
– Para com isso – Ele disse, firme. – Isso não fará com que eu a liberte Isabella, não precisa do teatro. Lamento estar acontecendo isso com você, você até me parece ser uma pessoa boa. Você não entenderia o que se passa aqui. – Ele disse, circulando o dedo, se referindo ao depósito.
Engoli em seco e quis bater em mim mesma. O que diabos estava fazendo? Era como se eu não tomasse conta do que falava, e não pensasse antes de agir. Da onde eu o conhecia?
– Eu poderia tentar, mas você jamais entenderia o que se passa aqui – Dito isso, coloquei a mão no peito, por sobre o coração.
Observei o menino comprimir os lábios e se levantar, e uma pequena lagrima rolou por minha bochecha. Eu estava cansada, só se passaram dois dias desse inferno e eu não aguentava mais. Queria ficar longe dessa sujeira, de tanto mosquito, do tédio, da fome, e dessas pessoas horríveis. Estou com saudade de casa, dos amigos, de meu pai, da faculdade...
– Logo eu trarei comida. – Ele respondeu, enquanto saia do quarto e passava a tranca.
Acabei adormecendo por alguns minutos e devido a barulhos, acordei, com muita dor nas costas. Um prato estava estendido a minha frente, e joguei a coberta para o lado, e estendi a mão pegando-o.
Era arroz com farinha de milho. Misericórdia.
– Jasper, quando eu digo em trabalhar... – Eu disse, olhando o prato e dando uma risadinha – Também disse em comer comida melhor, cadê a carne desse prato? – Olhei para cima e o que vi é totalmente diferente dos cachos loiros de Jasper. Assustei-me e acabei derramando uma boa parte da comida sobre minha blusa.
Ótimo Bella! Além de ficar com pouca comida, ainda conseguiu se sujar mais ainda!
– Edward? – Por fim, consegui dizer.
Ele trincava os dentes tentando não rir, por fim pensou um pouco e se permitiu cair na gargalhada. Idiota!
Passei os dedos pela minha blusa para limpar a comida que ficou. Edward tinha parado de rir e só me observava, serio. E com uma expressão muito estranha!
Comecei a comer o que restou, morrendo de fome. Percebi que o Cullen não havia saído de lá e levantei a cabeça arqueando a sobrancelha.
– O que foi? – Disse por fim, sentando na ponta da cama e passando a mão naquele cabelo castanho dourado.
– Não pode ficar aqui! – Eu respondi, assim que terminei de mastigar.
Ele fez um som estranho com a boca, como se bufasse e desse risada ao mesmo tempo.
– Quem você pensa que é pirralha? “Diga para ele andar logo”, “Cadê a carne desse prato”, “Não pode ficar aqui”. Eu não sei se essa sua cabecinha está funcionando direto então entenda, você foi sequestrada. Aqui não é um hotel de férias onde possa dar opinião. – Ele disse, enquanto se sentava um pouco mais perto de mim.
– Até porque eu processaria se isso aqui fosse um hotel, por Deus! Já perdi a conta de quantos ratos eu vi perambulando por ai. Fora a comida sem gosto e a falta de lazer.- Eu disse,
Quando olhei para o Cullen ele estava de olhos arregalados, me encarando.
– Você é bem estranha – Ele disse.
– Hah, olha quem fala! – Respondi, terminando de comer e passando o prato para ele.
– Garotas normais não falariam de forma normal com um sequestrador nem pagando, muito menos do jeito que você diz, e manda. E não tirariam sarro, mesmo! Elas tem amor à vida – Ele disse, me observando.
– Ser normal não é atraente para mim. Elas não tem amor à vida, ou não estão sabendo aproveitar, porque como eu, adorariam ver sua cara de bobão enquanto eu te respondo. Em condições normais eu jamais falaria com o tipo de vocês, mas é que estou entediada. – Eu disse, e dei um sorrisinho provocando.
Edward balançou a cabeça como que desacreditando, e colocou o prato no chão. Passou a me encarar, mais do que a cortesia permitia.
Ele sentou ainda mais próximo, fazendo eu me inclinar para trás para poder ter um espaço entre nossos corpos. Isso não o impediu de se aproximar ainda mais, me fazendo deitar por completo . Tive de colocar minhas mãos em seu peito para freá-lo.
– O que está fazendo? Ficou maluco? – Perguntei, nervosa.
Ele deu aquele sorrisinho torto que eu odiava, e praticamente subiu em cima de mim, tirando minhas mãos de seu peito e prendendo meu pulso acima da minha cabeça.
– Estou dando diversão à minha querida hospede, não era isso que queria? – Ele disse e a essa altura de aproximação eu já podia sentir o seu cheiro... Algo com mel, lilás e sol. Era gostoso. Espantei esse pensamento e respirei fundo, os nossos hálitos se misturando.
– Sai d... – Comecei a protestar, mas fui impedida de continuar falando graças aos seus lábios que se colaram aos meus.
O gosto é tão bom quanto o cheiro, e por pouco não me deixei levar na maravilhosa sensação de seus lábios macios contra os meus.
Sua língua pedia passagem para aprofundar o ato, mas manti os lábios bem fechados com o resto da razão que ainda me sobrava.
Era como se eu fosse dividida ao meio. Metade de mim queria correspondê-lo, ansiando por uma diversão como ele havia proposto. A outra metade era a que estava certa, implorando para sair daquele abraço.
“Isabella Swan! O que pensa que esta fazendo? Tire dai ele daí já! Ele te sequestrou!”
“Mas é tão gostoso, faz tanto tempo que eu não beijo ninguém e ele é tão bom...”
“Por Deus, eu não vou perder minha virgindade com esse cara Isabella!”
“Ninguém falou em perder a virgindade, é só um beijo Isabella, só um...”
“Não vai ficar só no beijo, você sabe. Ele é filho do Peter, que matou a vovó Liz!”
E com isso, o lado da razão venceu.
Consegui me desvencilhar, arrumando meus cabelos e conseguindo certo espaço entre nós.
Respirei fundo e mirei um tapa bem dado no lado esquerdo do rosto dele, e só voltei a encará-lo ao ver que ele me olhava de olhos arregalados, estupefato.
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Finalmente Rose e Alice apareceram na historia *-* E conhecemos o lado da Bells ;D
Espero que tenham gostado!
Tem alguma ideia do que pode acontecer la na frente? Quer que aconteça algo? Comente aqui, quem sabe eu não coloque na historia C;
Obrigada desde ja!
xoxo
Raissa Vilas Boas
email: raissaluanavb@hotmai.com