Povoando Suas Páginas escrita por Daniela Mota


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hello, piupou. Lá vai mais um projeto. Esta é a primeira original que eu tenho coragem de escrever. Espero que gostem.
Boa leitura!



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Melanie PDV

“Dizem que somos feitos de pó de estrelas, e era difícil para mim imaginar isso até olhar para os olhos da Elisa. Quando os fitei, vi uma constelação inteira, que enchia de luz o meu céu nublado, e, engrandecido, quis me desfazer para povoar cada uma delas.” – Arthur Dobrev, Povoando Estrelas, 2013.

Fechei o livro, inebriada com minha ressaca literária e com um dos meus trechos favoritos. Um suspiro escapou da minha boca seguido de um bocejo que destacava o meu cansaço de não ter dormido a noite inteira. A verdade é que eu estava ansiosa, muito ansiosa para o dia de lançamento do novo livro do Arthur. Eu acredito que Meu Miocárdio Mais Que Catastrófico me fará ter um enfarte, com o perdão do trocadilho. Mas se for para morrer aos 19, ainda presa no maldito ensino médio, desiludida pelos meus pais e com um ex-namorado que flagrei me traindo com outro homem num carro de sorvete, que seja com estilo. Por isso, deixei a minha amiga Cece de sobreaviso sobre isso, para que ela faça um lindo discurso, nem que seja um: “quem é morto sempre desaparece” ou “virou purpurina” – (isso combina mais com Laurete) –, e anote na minha lápide, nem que seja com giz de cera, coisas que eu não realizei para que minha vida pareça empolgante. Mas ela disse que se eu morrer, ela vai sapatear no meu caixão e vai queimar toda a minha coleção de livros para que eu ressuscite, mesmo sendo para assombrá-la. Infelizmente, hoje em dia, não se pode nem mais morrer em paz.

Rolei na minha cama grande, do tamanho da de um motel – inutilmente, porque, além de mim, só Cece dormia, quando a mãe viajava à negócios, mas isso não conta, porque tesouras cortam papeis e livros são feitos de papeis, e eu amo livros. Por essas e outras, não sou lésbica. Porém, se fosse, a Cece seria um bom partido. O que dizer dela? 2 anos mais nova, porém vários mais experiente. Levemente doce quando feliz, e levemente amarga quando irritada. Extremamente pequena em tamanho, e extremamente grande em coração. Elegante com seu corte channel, e deselegante com seu coque mal feito. Sua pele era clara em impasse com seus olhos e cabelos bem negros. Ela era irônica na medida certa e louca na medida errada.

Ai! – disse, caindo de cara no chão. A minha cama era grande, mas não infinita, e enquanto descrevia mentalmente e distraidamente a minha melhor amiga, fui trapaceada pela gravidade e lembrada o quanto sou lerda.

Do chão, encarei a porta do meu guarda-roupa, com fotos do Arthur, a quem eu chamava carinhosamente de Tutuzinho, porque acredito que muitas pessoas não combinam com o nome que têm. Sou exceção, visto que meu cabelo e olhos cor de mel é mais que combinar. Minha boca e bochechas rosadas, covinhas, e cílios grandes são ditas características doces, fazendo jus. Mais que isso? só tendo um urso Pooh me perseguindo...! elas e os autógrafos eram infelizmente impressas do Google Imagens e colados à cola branca, seguidas de corações que ficaram mais parecidos com bolas. O engraçado naquele quarto era que não havia luz para me incomodar, e ainda assim me refletia por dentro. Não, a minha história não é dramática, é até engraçada, mas também não é a história mais feliz do mundo que me trará romances que valham. Mas é a minha história, e, querendo ou não, tinha que continuar escrevendo-a todos os dias. Mas eu tropeçava mais no papel do que escrevia. Eu estourava mais canetas na minha própria cara e manchava o papel do que fazia letras nítidas. E limpar a tinta impregnada sem deixar borrões era cada vez mais complicado. Tentei, por fim, digitá-la, mas parece que adquiri uma lesão por movimentos repetitivos de tanto ter dias absolutamente iguais.

Ora, se eu não posso viver quase um conto de fadas, eu sonho. E, enquanto sonho, sou feliz. E guardo um pouco de felicidade para usar na minha realidade. Enquanto todos os dias procuro um, apenas um primeiro capítulo que me empolgue a escrever outros.


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Notas finais do capítulo

Gostou da Melanie? Continua lendo. Achou a Melanie uma personagem melosamente irritante, enjoadinha e iludida? Meu conselho é que continue lendo também. Nada é constante.

Explicações iniciais sobre escrita:

1.Uso o xxxxx para fazer pausas grandes.
2. Uso o (...) para pequenas pausas.
3. Uso aspas para pensamento.
4. Itálico para ironia e/ou palavras estrangeiras.
5. Negrito para uma ênfase forte.

Beijo, e até a próxima.