(Diecesca) You're the reason escrita por Cami


Capítulo 2
Uma festa à fantasia e um suspeito




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– Alguém pode me explicar o porquê de eu não poder ir usando uma roupa normal? - Francesca reclamou mais uma vez, puxando a saia armada do longo vestido que usava e tentando fazer com que ficasse mais confortável. Sem sucesso.

Ela usava um vestido rosa, como os de princesa, e os cabelos estavam soltos batendo um pouco abaixo de seus ombros.

Já Diego, usava uma roupa de cavaleiro, cuja levava uma pequena espada de plástico pendurada na lateral da calça.

Os dois se preparavam para a festa à fantasia que iriam, em busca de provas e suspeitos para os assassinatos das jovens.

– Porque chamaria muito a atenção, Francesca. - Lara bufou e tirou os olhos da tela do computador para olhar a colega.

– Ah, e desse jeito você acha que eu não vou? - indagou irônica.

– É uma festa à fantasia. - Diego respondeu.

– Cara, nem tenta. - Leon disse antes que o novato pudesse falar mais alguma coisa - Só finge que tá prestando atenção no que ela fala.

– EI! "Ela" tá ouvindo tudo isso. - bufou - Vamos logo. - puxou Diego pelo braço - Leon e Lara, qualquer coisa, avisamos vocês.

XxX

Os dois detetives fantasiados desembarcaram do carro e se aproximaram da entrada, sendo barrados por um dos seguranças.

– Nomes? - perguntou ele, enquanto segurava uma prancheta com vários nomes que Diego julgou ser dos convidados.

– Desculpe? - Francesca arqueou as sobrancelhas.

– Tudo bem, eu cuido disso. - Diego disse à ela e se voltou ao segurança - John, meu amigo, como você foi se esquecer de mim e da minha dama?

– É Peter. - o segurança respondeu, confirmando qual seu nome verdadeiro.

– Oh, claro, Peter.

– Se o nome não estiver na lista, não entra. - encerrou o assunto, o que não deixou Francesca muito contente.

– Ok, vamos lá. - enfiou a mão dentro da pequena bolsinha que carregava e tirou de dentro o distintivo, quase esfregando-o na cara do policial - Estamos aqui pra investigar quatro assassinatos, então, por favor, eu espero que você não nos barre, ou isso lhe trará consequências.

O segurança baixou a guarda e Diego teve uma enorme vontade de rir, mas se conteve em soltar apenas um leve sorriso. A passagem foi liberada e então eles adentraram o clube.

O local estava muito bem enfeitado. Cortinas de várias cores enfeitavam as enormes janelas de vidro. No teto, o grande lustre branco cintilava acompanhado das luzes coloridas que o rodeavam. Uma piscina ficava no centro do salão, e em volta dela estavam várias mesas. Nessas mesas haviam todos os tipos de comida possíveis, e também todos os tipos de bebida. Havia uma escadaria que dava ao segundo andar, que ficava entre os cantos das paredes, e era possível ver várias pessoas bebendo e dançando ali.

– Eu vou ver lá em cima. - Diego disse à Francesca - Como é mesmo o nome da garota?

– Emma Castilho. - Francesca respondeu e em seguida entrou na multidão. Diego se encaminhou até as escadas e subiu os degraus de dois em dois, tentando economizar tempo.

Logo que avistou um grupo de seis meninas, resolveu se aproximar.

– Oi, com licença. - sorriu - Alguma de vocês é a Emma Castilho?

– Sou eu, querido. - a garota loira que usava uma fantasia de coelhinha se atirou em cima do detetive, o cheiro eminente de álcool escapava de sua boca. Diego respondeu fundo.

– Eu sou o detetive Hernandez, e preciso que me acompanhe até a delegacia para um interrogatório. - afastou seu corpo do da garota, e ajeito a gola da camiseta que vestia e fazia parte de fantasia - Mulher gostosa em cima de mim na hora do trabalho não é legal, então mantenha uma distância de pelo menos dois metros.

– Até a delegacia? - Emma franziu o cenho - O que eu fiz de errado, amor? - tentou abraçar Diego mais uma vez, porém, dessa vez ele foi mais rápido e conseguiu segurá-la pelos braços.

– Lucia Smith está morta.

As outras cinco que encaravam os dois em silêncio, se assustaram e murmuraram coisas como "não pode ser", "está seguindo a lista" e "eu estou com medo".

– Perdão, mas de que lista a senhorita está falando? - arqueou uma das sobrancelhas enquanto olhava para uma das outras garotas.

– É uma lista que...

– FIQUE QUIETA, KATE! - Emma gritou.

– Senhorita Castilho, devo dizer mais uma vez que você precisa me acompanhar até a delegacia. - Diego repetiu.

– Eu não vou à lugar nenhum com você. - disse, apontando o dedo na cara de Diego, o que o irritou. Ele aceitava que o chamassem de qualquer coisa, mas ninguém tinha o direito de apontar o dedo para ele. O rapaz respirou fundo e contou até dez mentalmente.

– Pois bem, se você prefere da forma mais difícil, amanhã mesmo eu vou estar com um mandato na porta da sua casa e vou te levar algemada fazendo você passar vergonha na frente de todos os seus vizinhos ricos e mesquinhos. Bela escolha.

Depois de um duro silêncio entre todas as presenças femininas ali, Diego deu um leve sorriso e deu as costas ao grupo, direcionando-se novamente para as escadas, afim de descer atrás de Francesca. Mas algo o impediu.

A vibração do celular em seu bolso fez com que o detetive parasse de andar para atender a ligação de seu companheiro.

– Porque diabos Francesca não atende o celular?– perguntou Leon, parecia nervoso.

– Eu não sei, eu não tô com ela. - franziu o cenho, confuso - O que houve?

– Pela perícia dos corpos, todas as garotas foram mortas em uma quarta-feira. Provavelmente mais uma morrerá hoje.

– Droga! - exclamou e começou a descer as escadas à passos rápidos - O perseguidor deve estar aqui, vou atrás da Francesca.

Desligou antes de obter uma resposta, e seguiu seu caminho atrás da outra detetive.

XxX

Francesca caminhava calmamente pelo corredor deserto. Havia encontrado uma porta que dava direto à onde as bebidas e as comidas eram refrigeradas, e de lá conseguiu seguir para um lugar cheio de corredores. Estava em busca de alguma pista, algo que a ajudasse a chegar perto de algum suspeito.
Um vulto passou entre dois dos corredores, e Francesca franziu o cenho.

– Ei, você! - disse, apressando o passo - Polícia! Fique parado!

Mais uma vez o vulto apareceu, mas dessa vez Francesca pôde identificar que usava roupas e capuz pretos. Logo a pessoa estava correndo, e Francesca o perseguia destrambelhadamente devido ao vestido.

– Droga de saia! - murmurou irritada, e puxou o tecido até que rasgasse e se tornasse algo mais curto e menos incômodo.

Assim que avistou o suspeito adentrando uma das salas que haviam pelo local, Francesca o seguiu.

Péssima escolha.

Não havia luz ali, e a porta tinha se fechado, provavelmente com a força do outro que também estava ali dentro.

– Ok, quem é você? - perguntou. Nenhuma resposta. - Ah, para. Você vai me matar mesmo. Não custa dizer seu nome.

– Eu não vou matar ninguém. - respondeu.

– Então o que quer?

– Me vingar.

– De quem?

– Quer saber, eu não gosto de gente curiosa. - duas mãos grandes agarraram o pescoço de Francesca e a empurraram contra a parede. A moça conseguiu segurar os punhos de quem lhe asfixiava, e conseguiu levemente diminuir a força que era pôsta em seu pescoço.

Os gritos fracos e baixos de Francesca foram o suficiente.

Um chute atingiu a porta e a luz de uma lanterna invadiu o local. Francesca olhou aliviada para Diego, que logo acertou um soco no suspeito, fazendo-o soltar a companheira e cair no chão. Hernandez logo o algemou e o fez se levantar.

– Você está detido por ser suspeito de quatro assassinatos e preso por agredir um policial. - ditou, autoritário e sério. Francesca passou as duas mãos em volta do pescoço.

– Bom trabalho, novato. - puxou o capuz do outro rapaz - E você, - disse calmamente - saiba que o trabalho de um policial é ser curioso.

– Aliás, belo vestido. - Diego piscou para Francesca, que bufou, e saiu da sala tentando cobrir a parte das coxas que estavam à mostra.

XxX

– O que estava fazendo lá, Sr. Jones? - Leon perguntou, de braços cruzados, de pé em um dos lados da mesa, enquanto encarava o suspeito que estava sentado de frente para ele, do outro lado da mesa. Francesca acompanhava tudo do outro lado do vidro de proteção, ouvindo cada palavra dita e vendo cada movimento feito, enquanto Diego checava os álibis que foram dados pelo interrogado nas noites das mortes anteriores.

– Eu estava curtindo a festa, já disse. - bufou - Eu não... Eu não matei ninguém, está bem?

– Você disse à detetive Caviglia que ia se vingar de alguém. - arqueou as sobrancelhas, sugestivo - De quem?

– Era o meu personagem, cara. Aquilo era uma festa à fantasia, e eu não sei se você sabe, nós fingimos ser outras pessoas em festas à fantasia.

– Você tentou matá-la asfixiada.

– EU NÃO TENTEI MATAR NINGUÉM! - gritou e se levantou.

– Aí está. - Leon disse, calmamente, enquanto um sorriso brotava no canto de seus lábios.

– Eu exijo um advogado. - respirou fundo.

– Não se preocupe, você terá.

Após encerrar o interrogatório, Leon saiu da sala e seguiu até onde Francesca estava. Diego logo chegou acompanhado de Lara, e suas expressões não pareciam contentes.

– Eu chequei os álibis, todos confirmaram. - Diego disse.

– E eu recebi um telefone da Municipal, uma garota foi morta na festa enquanto vocês o traziam para cá.

– Esse não é o nosso perseguidor. Voltamos à estaca zero.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?