Dead Girls Never Say No escrita por Hikari Ouji


Capítulo 14
O Último Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Mesmo depois de tudo ter acabado, ninguém esperava que o gringo viesse em pessoa para concluir o trabalho de Rafael e por um fim em todo o plano por completo. Agora qualquer um pode ser a próxima vítima.



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Robinho mantinha-se escondido na sala até não ouvir mais passos de ninguém no corredor. Pela fresta da porta pode ver que alguns policiais rodeavam o local com armas nas mãos já que o som dos tiros devem ter alertado-os, mas nada poderia ligá-lo ao crime, a não ser que Sharon tivesse aberto a boca. Pelo o que ouviu nos momentos em que fingiu estar dormindo, suas mãos não foram encontradas, logo tiveram que fazer uma cirurgia para que suturasse o ferimento. Só não estava 100% furioso por que embora a garantia de dinheiro estivesse fora de questão, já que possivelmente a câmera havia sido pega, ele ainda estava vivo e poderia formar sua própria quadrilha com todo o conhecimento que teve a oportunidade de aprender, caso André e Rafael o abandonassem. E com isso, ele mandaria alguém matar os dois. Outro fato é que ele poderia fugir dali e não ser encontrado novamente, já que suas digitais estavam em seus dedos. Seria questão de meses até conseguir dinheiro necessário para próteses que substituiriam as mãos. Por um lado até agradeceria Sharon por fazer esse favor, poderia continuar no mundo do crime sem ser descoberto. Mas o que martelava sua cabeça era o que teria acontecido a André e Rafael. A polícia teria intervido no sequestro e capturado os dois, já que Sharon ainda está viva? Mas e quanto a esse homem que o está perseguindo? Teria ele sido contratado por Rafael para substituí-los caso alguma coisa acontecesse com um deles? Ou teriam eles fugido e enviado esse cara para matar ele e Sharon e assim não deixaram pistas para trás?

Depois de minutos que pareceram horas, tentando responder seus próprios por quês, finalmente a coragem lhe tomou para que pudesse escapar daquele cubículo de material de funcionários e pudesse caminhar pelo corredor. Pensou em ir pelas escadas, mas poderia dar de cara com o cara que o quis matar antes. O jeito era ir de elevador até o térreo e de lá escapar até a saída. Lá fora, com a liberdade garantida já seria outra história que não seria difícil de fazer. Conseguir um taxi e asfixiar o motorista com um mata-leão até a morte talvez não fosse difícil sem as mãos.

Robinho sorriu ao se imaginar fora dali e longe de todos graças ao seu plano brilhante de cinema. Apertou o botão do elevador e esperou a caixa metálica que descia do quinto andar. Um “plin” anunciou sua chegada e como se estivesse em uma cena de filme de câmera lenta viu seu sonho se desmanchar. Nem pensou duas vezes antes de se agachar e correr feito louco para o mais longe possível da arma que estava apontada para sua cabeça. Era o mesmo cara que antes quase acertou sua cabeça e continuava a sua caçada. Assim que conseguiu chegar ao fim do corredor, o chão recentemente encerado o fez escorregar e quase cair, mas não foi o suficiente para escapar do tiro que atingiu em cheio o maléolo lateral esquerdo do pé. Robinho berrou alto o suficiente para doer à garganta, enquanto se arrastava pelo corredor com o pé fraturado que deixava um rastro de sangue pelo local. Mais uma vez havia sido ferido gravemente. Não tardou muito para que algumas portas se abrissem e pacientes curiosos espiassem pelas frestas, mas logo se fechavam com medo. O homem surgiu no corredor e Robinho pode ver sua fisionomia; ele, já de cabelos grisalhos e feições duras se aproximava sem dizer nada. Deveria ter já seus quarenta e tantos, usava luvas que seguravam uma arma prateada e seus braços musculosos e o peitoral protegido pelo colete a prova de balas indicava que ele gostava de manter a boa forma.

— Vocês disseram que iriam me entregar o filme e já se passaram quarenta e oito horas do prazo – disse com um forte sotaque americano.

— Desculpa! É que houve imprevistos! – disse Robinho ainda se arrastando.

— Por pouco eles não descobriram quem era o cliente de vocês, mas descobriram o e-mail e números de telefones confidenciais graças ao erro do seu chefe. Se eu não tivesse acabado com ele aposto que já tinha confessado tudo.

— O quê! O Rafael?

— Sim, morto. E você é o próximo.

— Perdão! Eu posso te ajudar a pegar a Sharon! Ela tá aqui!

— Eu sei. E não preciso mais de seus serviços.

O último som que Robinho escutou foi do disparo da arma, cuja bala atingiu em cheio sua testa levando a morte instantânea. Um policial surgiu pela escada de emergência e deu de cara com o homem que disparou e o acertou com mais dois tiros. Em seguida, ele subiu pelas escadas em direção ao quarto andar, sentindo a veia de sua cabeça pulsar de tanta raiva por confiar em um grupo de moleques para fazer um simples vídeo de assassinato. Afinal, qual a dificuldade? Agora tinha que eliminar todos os envolvidos e voltar ao anonimato, já que á essa hora poderiam ter descoberto qual era seu nome. Assim que abriu a porta de acesso ao quarto andar se deparou com um guarda no corredor enquanto outro descia pelo elevador. Por mais que sua vontade fosse de matar todo mundo, não queria causar uma chacina e ser descoberto. Não depois de cortar a energia do hospital e desligar pessoalmente o sistema de monitoração no subsolo do hospital. Se pudesse voltar no tempo teria desfeito o trato com Rafael.

Há um mês, ele encontrou Rafael quando esse estava disposto a vender uma arma dourada por uma bagatela de preço. Com certeza, ele sequer tinha pesquisado que a arma que ele tinha em mãos era uma rara Colt M1911, calibre .45 feita em ouro, cuja tiragem limitada a 100 foi produzida em tributo aos Pais Fundadores dos Estados Unidos. Homens do mundo político americano que participaram de importantes atos, como a assinatura da Declaração de Independência, ou participação da Revolução Americana, por exemplo. Como ele havia conseguido essa raridade que ele pensava ser somente pintada de dourado, ele não tinha ideia, mas Rafael lhe disse que precisava urgentemente do valor, para cobrir dívidas que havia feito no tráfico. Além do mais, o trabalho que ele fazia por fora não estava dando muito certo. Conversa vai, conversa vem, ambos acabam por revelar suas profissões. Com ajuda de algumas bebidas, descobre-se que Rafael trabalha como assassino de aluguel, e que também envia vídeos de tortura para diversos cantos do mundo. Logo, viu que isso poderia ser uma fonte de dinheiro, já que o valor que eles cobravam era bem alto – embora não o suficiente. Mesmo que desconfiado com a qualidade de tais feitos, acabou por encomendar um só para testá-los.

Então depois de pagar a bagatela de trinta mil reais pelo revólver, escolheu o que eles chamavam de versão extrema com algum nome cafona em inglês que ignorou de imediato. Era algo ligado a tortura, sexo, drogas, música e morte. Tudo o que ele mais gostava de fazer desde os tempos de policial nos Estados Unidos. Mas devido a um incidente no Afeganistão acabou sendo expulso da academia. Isso não significava que não podia continuar fazendo suas torturas e trabalhos para o tráfico internacional. Uma vez, quase foi pego e se não tivesse posto um de seus capangas para levar os tiros, seria ele que estava enterrado agora. O fato era, se eles fossem capazes de fazerem tudo direito, ele teria o prazer de tê-los em sua equipe de meliantes, mas claro só revelaria isso se tudo o que prometiam de fato fosse realizado.

O valor cobrado foi cem mil – barato até de mais –, sendo que pagou a 25% no ato e o restante pagaria depois do filme estar em suas mãos. Ele fez questão de expressar que queria literalmente a gravação em suas mãos. Nada de CDs, pendrives, DVDs e de jeito algum online. Queria em um cartão de memória, pois era fácil de esconder e passava despercebido em qualquer lugar. Outro pedido foi que Rafael não deveria contar aos outros que tiveram esse encontro, já que a maioria dos contatos – segundo ele – eram feitas por telefone ou online, então logo depois trocaram números de telefone e fecharam acordo, já que ele já tinha a vítima perfeita para isso.

Porém o prazo não foi comprido, e para piorar eles ainda conseguiram deixar Sharon escapar, ferir um, matar outro e por pouco não revelou sua identidade. Eles não sabiam, mas o gringo que julgavam estar em algum ponto dos Estados Unidos, estava o tempo todo perto deles. Com a ajuda de um rifle SVD Dragunov russo, que adotou depois das missões como sniper no Iraque, ele matou Rafael antes que abrisse a boca e contasse quem estava por trás do crime. Afinal ele conhecia seu rosto e faria qualquer coisa para sair ileso. A gravação por fim caiu na mão da polícia, mas não foi preciso muito para recuperá-la. Depois de capturar um dos policiais que estavam na região, retirou seu uniforme e disfarçado entrou no carro onde a câmera havia sido deixada. O cartão de memória foi substituído por outra com uma gravação de mais de oito horas onde quase nada aparecia. Era uma filmagem antiga de uma missão feita no escuro gravada com uma câmera no capacete no meio do deserto do Egito.  Ele já estava indo embora, mas então descobriu que além de Sharon, outra garota que ele julgava ser amiga dela e que ele não sabia o porquê de estar envolvida – e pouco se importava -, e um dos parceiros de Rafael ainda estavam vivos, se revoltou e resolveu acabar logo com todos e apagar essa burrada que deixou acontecer. Nada garantia que Rafael houve contado o plano, logo eliminar todos os envolvidos era o seu trabalho.

Até ali tudo fora muito fácil, os policiais eram tão incompetentes que infiltrar no hospital foi fácil de mais. Um tiro de grosso calibre acabou com um transformador e a luz foi junto, iriam pensar que foi algum raio que causou o dano. Fingir que estava a trabalho da polícia e apagar todos os arquivos das câmeras também foi fácil. As câmeras continuavam funcionando, mas nada podia ser gravado já que um programa instalado no computador fazia todo o trabalho em incógnito.  Agora com um alvo a menos, finalmente havia descoberto o quarto onde podia por fim terminar a gravação pela qual pagou cem mil reais. O cartão de memória estava seguro dentro de sua mala no quarto de hotel pronta para ser pega por ele assim que chegasse lá e voltasse para os Estados Unidos. Perfeccionista desde sempre, ele iria acrescentar sua própria filmagem ao filme original e vender no mercado negro, já que uma câmera instalada no botão de sua camisa estava gravando tudo nesse exato momento e ele tinha outra preparada para gravar a cena principal.

Sharon roia as unhas quase inexistentes de tanto nervoso. A enfermeira tentava esconder o nervosismo, chegando inclusive a dividir um comprimido para acalmar com Sharon que via o sol nascer pela janela do quarto. O som de descarga que veio do banheiro a trouxe de volta de seus devaneios para a ansiedade onde só queria que tudo acabasse logo. Suellen não demorou a acordar e com ajuda do policial, o mesmo que a socorreu dias atrás, e a enfermeira, foi levada para o banheiro para fazer suas necessidades. Minutos depois um tiro foi disparado no corredor e os alertou. Ela sabia que ele estava vindo. Mais dois tiros foram ouvidos e o policial de dentro do quarto pediu para que se afastasse. Assim que abriu a porta, dois tiros atingiram o policial do corredor que caiu com um baque surdo no chão. A porta se escancarou e fez o policial de dentro recuar. O homem surgiu na porta com a arma na mão apontando diretamente para o policial que manteve Sharon escondida em suas costas. Ela, por sua vez, olhou para a porta semiaberta do banheiro e sinalizou para a enfermeira manter silêncio com Suellen.

Sem sequer olhar para a cama circundada por uma cortina branca típica de hospitais, ele disparou mais duas vezes contra a cama, sem saber que não tinha ninguém lá. Logo depois voltou a apontar para o policial e Sharon, ao mesmo tempo em que tirou uma pequena câmera filmadora de dentro do bolso da jaqueta que usava.

— Saia da frente. Eu só quero a garota – disse com seu sotaque americano.

— Por quê? – perguntou o policial. Sharon o sentia tremer.

— Não lhe devo explicações!

— O reforço já está chegando – disse o policial – renda-se agora.

— Então é melhor eu terminar logo com isso...

Antes que pudesse sacar o revólver, o policial é atingido por um tiro no peito e cai de costas sobre Sharon que grita com o ocorrido. O homem sequer se importa e caminha em direção a ela, ignorando o som de sirenes da polícia.

— Como pode uma criatura tão frágil como você, ter conseguido escapar de três homens? Bem, agora sorria para a câmera. Você está sendo filmada.

Em meio às lágrimas misturadas com raiva e tristeza ela pensou que aquele realmente era o fim, mas ao ver o brilho metálico de algo perto de sua mão pensou que poderia ser sua última salvação. A arma do policial estava no seu lado e o homem não tinha visto. Com todo o cuidado ela segurou firme e pôs o dedo no gatilho.

Dois tiros foram disparados.

Como tudo aconteceu, ela não sabia. Como ela pode ser tão rápida, ela não sabia. Mas foi. Um atirou contra o outro, mas só um acertou o alvo. Sharon se ajoelhou e mirou no homem. O tiro dele acertou a parede a centímetros da cabeça da garota. O tiro dela acertou a câmera, atravessou o equipamento e penetrou o olho direito dele que cambaleou, tropeçou nos próprios pés e caiu com um baque surdo no chão tingido o piso de vermelho. Sharon permaneceu na mesma posição pelo que julgou durar uma eternidade. Um policial adentrou no quarto e com cuidado tirou a arma de sua posse. Outro verificou os batimentos cardíacos do homem e com um sinal negativo de cabeça o declarou morto. Logo depois se aproximou do policial caído e verificou o dele e rapidamente disse algo ao rádio que carregava. Algo que ela não conseguiu ouvir, pois não escutava nada. Assistia a tudo como se via um filme mudo. Pensou estar morta, mas quando sentiu a mão quente de um policial a tocar, percebeu que estava em viva e assim como o som sumiu, sua visão também apagou.

Quando acordou já era tarde e soltou o grito preso na garganta. Seus pais, a enfermeira e Suellen levaram um susto com tal fato. A luz, os sons, as emoções voltaram como se ela tivesse levado um tiro. A primeira coisa que fez foi abraçar os pais e voltar a chorar, mas dessa vez eram lágrimas de alívio. Alívio por todo o pesadelo ter acabado, por estar viva e por seus entes queridos estarem ali. A sensação de ter nascido de novo enchia seu coração de felicidade e por mais que sua mãe cismasse em agradecer a Deus, ela sabia que se não fosse por ela mesma, ela não estaria viva. Foi graças a ela que podiam abraçar a filha que ainda estava com medo, assustada e se questionava o que faria da vida agora.

Uma semana e meia depois, finalmente puderam sair do hospital e voltar para casa. Isso claro sem antes não darem incansáveis depoimentos e entrevistas, cujas muitas foram proibidas pela polícia devido ao trauma que causou nas duas. Todo plano de Zane D. McGregor, um americano de 43 anos e ex-militar que havia sido preso e afastado do exército americano depois de excessiva tortura e morte de dezenas de inocente durante um período da guerra do Afeganistão enquanto comandava com mãos de ferro sua tropa, foi investigado e descoberto. A polícia americana fora alertada sobre o caso, o que abriu um novo leque de investigação mundial em busca de outras possíveis vítimas e aliados. O vídeo foi encontrado dentro de sua mala dentro de um compartimento secreto em seu em quarto de hotel. Devido ao alto teor sexual o objeto foi dado à Sharon e por ela foi destruído antes que qualquer outra pessoa assistisse. Afinal não havia necessidade de investigar seu conteúdo. Depois que o telefone de Rafael ter sido recuperado, mas de cinquenta contatos foram descobertos. A quantidade de trabalhos feitos pelos três ainda está em processo de investigação, mas, quinze assassinatos, oito extorsões e mais de vinte vídeos foram enviados para diversas partes do Brasil e países como Estados Unidos, Inglaterra, México, China e Afeganistão. A polícia não entrou em consenso sobre o caso de que André tenha sido morto dentro da cabana por Rafael em uma crise de fúria, devido ao valor negociado do sequestro que havia sofrido constantes descontos devido à demora em concluir o trabalho. Logo depois foi descoberto que Rafael foi morto por Zane com a ajuda de um rifle de fabricação russa que também foi encontrado entre os pertences no Hotel. As reais intenções da quadrilha talvez nunca fossem descobertas pela polícia, mas as investigações continuavam dentro e fora do país, em busca de prováveis ligações com outras pessoas e aliados. O fato de Robinho ter perdido as mãos foi dita mais tarde por Sharon, após ter dado uma entrevista detalhada a um canal de televisão, e de fato foram encontradas em meio à lama. O caso das duas garotas sequestradas no carnaval acabou ganhando repercussão mundial, mas o problema era; teriam as pessoas aprendido algo com isso, ou cairia no esquecimento? Quantas outras pessoas ainda seriam vítimas de outros Andrés, Rafaéis, Robsons e Zanes pelo mundo em todos os dias do ano? Quantas estariam vivas? Ao perguntar isso em uma de suas palestras, a resposta era sempre a mesma: Ninguém sabe.

*Meses depois:

                Como a onda de crimes no Brasil é tão comum, não tardou para que as incansáveis entrevistas tanto da polícia, quanto dos repórteres, por fim dessem uma pausa. De volta à cidade natal, Sharon e Suellen aliaram-se a uma ONG que protege os direitos das mulheres e percorrem o Brasil para ajudar quem precisa, dando palestras e entrando em debates. Nada iria apagar aquilo de sua memória e às vezes ela mesma se encontrava presa dentro de um pesadelo com os fantasmas de André, Rafael e Robinho que cismam em aparecer nas madrugadas aleatórias do tempo. O medo de andar sozinha tomou conta de sua cabeça e a traumatizou em diversos pontos como em sair à noite e de confiar nas pessoas, embora às vezes fizesse exceções.

— Vamos Sharon! Vamos dançar! – chamou Suellen indo para a pista de dança na comemoração de seu aniversário.

— Depois eu vou! – riu pegando um copo de refrigerante – Vai dançar com seu guarda-costas de olhos azuis - riu.

— Nem precisa dizer! – riu Suellen pegando na mão de Ângelo que sorriu e a acompanhou.

Mesmo depois de tanto drama, Sharon admirava o fato de Suellen ter conseguido encontrar espaço para amar alguém. Segundo ela, foi paixão a primeira vista, pois ele parecia um anjo que foi salvá-la. Ângelo só se salvou naquele dia por que usava um colete a prova de balas, caso contrario seria mais uma vítima. Depois do ocorrido, ele ainda ficou para protegê-las. Sharon sabia que tinha algo rolando entre os dois, mas se manteve quieta. Tempos depois ele e sua amiga começaram a sair e hoje comemoravam os cinco meses de namoro.

— Pelo menos ele é policial – disse Suellen no dia que ela confessou que havia sido pedida em namoro por ele – E os olhos dele são de verdade – riu.

Sharon por sua vez não sabia se um dia voltaria a confiar nos homens que a galanteavam, mas não seria por isso que não sairia com alguém.

— Com licença... – disse um rapaz se aproximando. Tinha lindos olhos castanhos e cabelos encaracolados – Eu te vi sozinha, e sua amiga tá dançando, então gostaria de te chamar pra dançar que tal?

Sharon riu diante do nervosismo dele. Fez-se de difícil e com uma mordida no lábio acabou aceitando. Enquanto sorria, pensava que talvez um dia ela voltasse a acreditar nos homens e no amor verdadeiro. Além do mais agora ela se sentia um pouco mais segura já que sua cinta-liga escondia perfeitamente uma arma entre suas coxas. Confiante ela deixou ser pega pela mão e conduzida foi para a pista de dança. Suellen sorriu ao vê-la interagir com o sexo oposto, mas uma coisa ela tinha certeza. Ela nunca mais seria a mesma pessoa.

 

~[...Dead Girls Never Say No – Fim...]~

(^_^)/

By Hikari Ouji


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Notas finais do capítulo

Comentários do autor:
Finalmente depois de 14 capítulos a fanfic chegou ao fim. Me perguntaram por que demorou tanto, então respondo: bloqueio. Sim o famoso bloqueio criativo me abraçou tão forte que pude sentir meus ossos estalarem, e toda vez que eu me sentava para escrever, o Mr. Block (apelido que lhe dei) me pegava, colocava minha cabeça em seu colo e a com suas mãos quentes me acariciava... Brincadeiras a parte, gostaria de saber como vocês lhe dão com o bloqueio criativo, ou o que faz vocês pararem de escreverem e como se recuperam dessa síndrome. Para mim, escrever essa história foi agridoce. Tudo ia bem até que diversos problemas começaram a surgir, mas tinha algo que me dizia para concluí-la de alguma forma, e assim fiz. Bem, essa fanfic merece ser explicada. Então vamos aos fatos:
“Dead Girls Never Say No” significa “Garotas Mortas Nunca Dizem Não” e as inspirações para escrevê-la foram: A música que leva o mesmo nome, como as pessoas se comportam no carnaval e alguns filmes cuja temática era a vingança. Essa data simplesmente não é uma das minhas preferidas, pois acontecesse tanta hipocrisia que me revolta...

Alguma vez você já mudou toda a história, pois percebeu que ela merecia outro rumo? Pois bem, isso aconteceu nessa fanfic. Quando escolhi ela entre as histórias cuja sinopse já tenho pronta e quis finalmente desenvolvê-la, ela era totalmente diferente. A versão que você acabou de ler é a quarta. Na história original Sharon era uma jovem garota americana que foi morta por acidente pelos amigos do ex-namorado, depois que pediu para que dessem um susto nela, pois ela quase destruiu sua carreira como capitão do time de futebol. Então ela volta à vida no Halloween e tem sua vingança. Na segunda versão o tema mudou para um parecido com a versão final, mas continuava diferente em certos pontos. Nesse Sharon é convidada por Suellen para aproveitar o carnaval com os amigos em uma cidade do litoral. Lá Rafael que já era namorado de Suellen – e era uma boa pessoa -, apresenta seus amigos e entre eles estava André que se apaixona por ela, mas ela já gostava de outro e quando ele viu isso ficou furioso e deu um sumiço no rapaz, aproveitando o dinheiro dele para comprar coisas e conquistar Sharon. André era possessivo e psicótico nessa versão, afastando todos que davam em cima dela. Sharon não estava a fim dele e o fez perder a paciência dando início a um sequestro. Na terceira versão, o rumo mudou novamente. Era para ser um conto de três capítulos que seriam lançados nos três dias de carnaval. Quanto à história, seria toda escrita em terceira pessoa e Sharon seria a protagonista, André, Rafael e Robinho não estavam nessa versão, porém o começo era igual ao da versão final. Nesse ela não está a fim de sair com um cara que insiste em sair com ela (reaproveitei e daí surgiu André), até que ela dá uma chance, mas ele quer mais do que um simples beijo e começa a se tornar agressivo e acaba por abusar da garota. Furiosa depois de saber que tudo não passou de uma aposta, ela vai em busca de vingança. De qualquer forma Sharon sofreria de qualquer forma, coitada...
Eu não sei o que você achou das ideias, mas tinha algo que não se encaixava em cada uma delas, então mudei pela última vez e daí surgiu a versão final. Gostei muito de poder voltar a escrever depois de tantas barreiras. A única coisa que não gostei muito foi que usei muitos palavrões!!! E o engraçado é que eu nem falo kkk Outro fato que coloquei foi sobre a religião nesses tipos de situação, pois é uma coisa bem complexa...

Enfim, quando acabou finalmente senti um alívio por ter terminado essa história tão longa. Eu, particularmente, não sou muito fã de contos que chegam aos dois dígitos, a não ser que a história seja muito boa. A última vez que fiz uma assim foi sobre Titanic, anos atrás, com 12 capítulos.

Esse foi Dead Girls Never Say No. Uma história de sobrevivência de uma garota que se rebela contra as pessoas que fizeram mal a ela, e mesmo contra todas as possibilidades resolve dar a volta por cima. Espero que tenham gostado. Agradeço a todos que acompanharam até aqui (^_^)v

Até a próxima, Hikari-Ouji
~Maio/Junho 2016



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