Após essas palavras de Carlos Daniel eles se olharam profundamente, foi como existisse somente eles ali. Olhares, ternos olhares eram trocados pelos dois... Já tinham se magoado tanto, era um amor impossível por feridas do passado! Preferiam pensar assim, mesmo com todo amor que sentiam um pelo outro... Mesmo assim, não puderam deixar de se olhar como dois apaixonados que eram na realidade por baixo de tudo que toda aquela mascara!

–Você fica?(Perguntou Carlos Daniel coçando a nuca.)

–Eu não se...(Carlos Daniel a interrompeu.)

–Por favor, pelo Dani... Por mim! (Implorou colocando o dedo sobre os lábios de Paulina, mas em seguida voltou em si e afastou-se.)

–Ok...(Concordou Paulina.)

Em um impulso Carlos Daniel a abraçou, estava muito feliz.

–Obrigado! (Sussurrou no ouvido de Paulina.)

O coração de Paulina parou de bater por um segundo, sua respiração se acelerou, suas mãos ficaram suadas, ela as movimentava agilmente sem saber o que fazer, como agir... Ele havia a abraçado? Apesar de saber que era apenas por gratidão sentia-se muito feliz por saber que o ódio de Carlos Daniel por ela estava diminuindo.

–Você... Não tem que me agradecer... Na verdade eu não sei como pensei em ir embora, Edmundo é muito mal... E se ele já sabe de tudo, o Daniel quanto você correm perigo de vida! (Disse Paulina se afastando de Carlos Daniel, que logo voltou a si também.)

–Sim... Imagino! (Disse ao se recompor.)

–Carlos Daniel... Eu preciso conversar com você, mas em um lugar mais reservado! (Disse Paulina.)

–Tudo bem. Podemos ir a uma lanchonete que tem aqui perto. (Disse dando de ombros.)

–Pode ser. Mas não prefere voltar para o hospital? (Disse Paulina.)
–A vovó Piedade já levou o Dani para casa, ele não tem mais motivos para ficar no hospital. (Disse Carlos Daniel.)

–Há sim... (Falou o olhando.)

–Podemos ir? (Perguntou Carlos Daniel.)

Paulina balançou a cabeça em concordância e após resolver tudo para cancelar sua ida ao voo eles foram para a lanchonete.

***Na Lanchonete***

–Aqui podemos conversar. (Disse Paulina sentando-se a mesa e colocando sua bolsa sobre seu colo.)

–Seja rápida. (Falou rispidamente.)

–Er... No mesmo dia que você descobriu que eu era Paulina e não Beatriz... Encontrei provas da sua participação na quadrilha que queria roubar meu marido... Não que me interesse em ajudá-lo, mas é que na verdade foi difícil para mim acreditar que você fosse capaz de... Algo assim. (Disse Paulina, ela foi direta, sem rodeios.)

–Primeiramente por que estava revirando meu quarto? (Disse Carlos Daniel incomodado.)

–Sugiro que você saiba que eu estava em sua casa disfarçada para achar provas sobre isso não é mesmo?

–Não, na verdade achei que era apenas para atrapalhar novamente minha vida! (Disse Carlos Daniel sarcasticamente.)

–O motivo principal com certeza foi para me aproximar de você e do meu filhinho... Mas o que me levou até lá foi isso, meu chefe me ofereceu esse trabalho e eu aceitei... Não para te prender de fato, mas por que queria estar com meu filho e também com você... Eu não arquitetei nada, foi uma oportunidade que me apareceu, foi o destino Carlos Daniel... Foi ele que me deu outra chance para pelo menos conhecer meu filho, poder passar um tempo com ele já que nunca poderei ter você novamente... (Disse Paulina sem para nem para respirar, sua respiração estava ofegante e seus olhos merejados.)

–Hm... Quase me convenceu do seu arrependimento Paulina! Muita coisa mudou... Nada poderia ser como antes. (Disse desviando o olhar, ele ainda insistia em relutar.)

–Sim, muita coisa mudou! Mas a maior mudança com certeza houve dentro de mim mesma, e essa na verdade foi a mais importante de todas, Carlos Daniel. _Paulina segurou a mão de Carlos Daniel_ Eu amadureci muito, cresci muito... Acredite você ou não! (Finalizou soltando a mão dele.)

–Respondendo sua pergunta, eu cheguei a participar sim... Mas foi bem no inicio, mas logo sai.. Isso não é minha praia, dei muitas manotas tanto que logo suspeitaram de mim... Até por que eu não tinha motivos. Só queria ajudar meu irmão Rodrigo, Edmundo matou a mulher dele... Destruiu sua vida, ele nunca mais foi o mesmo! Mas depois nos brigamos e tudo mais e acabei saindo, graças a Deus... Agora só tem ele e meu irmão Alex... Que entrou apenas por que é um suicida de primeira, se tiver perigo no meio ele está dentro...(Disse Carlos Daniel.)

–Sim, eu lembro dele... Ótima pessoa e um palhaço e tanto! _Disse Paulina e sorriu ao lembrar-se de Alex_ Me sinto melhor ao saber disso! Então quer dizer que não é uma quadrilha e sim uma dupla? (Disse Paulina.)

–Exato! Eles esquematizaram tudo muito bem para ninguém saber desconfiar. (Contou Carlos Daniel.)

–Uau! São ótimos nisso hein? Souberam exatamente como passar Edmundo pra trás todo esse tempo...(Disse impressionada.)

–Sim... (Concordou Carlos Daniel.)

–Mas por que estava no seu quarto uma arma, balas, e uma espécie de `mapa` que mostrava a forma que invadiriam a mansão de Edmundo? (Disse Paulina.)

–Rodrigo pediu para esconder lá, era o único lugar que vovó Piedade não veria já que de mim ela não desconfia, não teria necessidades de procurar nas minhas coisas... (Explicou Carlos Daniel.)

–Ela não sabe? (Interrogou Paulina.)

–Sabe, mas não apoia! (Disse Carlos Daniel.)

–Entendi.(Disse Paulina e sorriu.)

Ficaram ali apenas para comer algo e depois foram embora, rumo a mansão Bracho.

***MANSÃO BRACHO***

Ao ver Paulina e Carlos Daniel chegarem a mansão Bracho, vovó Piedade olhou encantada, era bom vê-los sem estar brigando pelo menos por um tempo. Já Dani foi correndo ao encontro do pai e o abraçou, Carlos Daniel pegou o niño no colo.

–Oi paizinho! Onde você estava? E quem é está mulher? Ela lembra a tia Beatriz... A minha ex mamãe. (Disse Dani cabisbaixo.)

–Bom, ela é a tia Beatriz mas ao mesmo tempo não é. (Disse CD.)

–Er.. Como assim papai? Desculpe mais agora eu buguei... (Disse Dani confuso.)

Carlos Daniel, Paulina e VP riram pela forma em que Dani tinha falado.

–A tia Beatriz havia enganado a gente, ela não era nenhuma Beatriz entende? Era outra mulher que no caso é essa dai. (Disse CD.)

–Ah... Então essa é a tia Beatriz só que com outro nome? (Disse Dani.)

–Tipo isso. (Disse CD.)

–E como é o nome dela? (Perguntou Dani encarando Paulina que sorria.)
–Me chamo Paulina, meu anjo. (Disse e sorriu.)

Dani olhou para vovó Piedade e depois para CD.

–Ela tem o mesmo nome da minha mamãe... (Disse observando-os.)
–Meu amor, nos temos muito que conversar sobre isso... Tenho que te contar muita coisa!(Disse Carlos Daniel.)

Dani balançou a cabeça em concordância.

Vovó Piedade chamou Paulina para conversar com ela na biblioteca, então elas saíram.

–Sabe papai... Eu achava que a tia Beatriz era a mulher mais linda do mundo, mas essa outra tia Beatriz é mais linda ainda... Você tem muita sorte com as mulheres mesmo hein? Com certeza eu puxei você! (Disse Dani cruzando os braços.)

Carlos Daniel riu tanto que chegou a engasgar .

–Do que você está rindo? (Disse Dani dando de ombros.)

–É que.. Você é muito engraçado filho! (Disse Carlos Daniel ainda rindo.)

–Disso eu também sei papai! (Disse Dani e revirou os olhos.)

–Ai Meu Deus, de onde você tirou esse jeito moleque? Muito convencido pro meu gosto! (Disse Carlos Daniel cruzando os braços.)

–Não sou não. (Dani também cruzou os braços.)

–É sim. (Afirmou Carlos Daniel.)

–Ah papai, você está muito bobão hoje... Tchau! (Disse e deu as costas para seu pai subindo a escada, Carlos Daniel por sua vez voltou rir.)

HORAS MAIS TARDE...

Paulina estava no quarto, iria ficar na mansão Bracho por um tempo. Ela estava deitada em sua cama e chorava muito!

Levantou-se , foi até o radio e o ligou, talvez pudesse distrair-se um pouco com alguma música, porém suas lágrimas só se multiplicaram ao ouvir a música ``Meus medos_Calypso`` conforme o ritmo da música aumentava suas lágrimas aumentavam o compasso... Seu coração estava doendo muito...

``Hoje sei que vou chorar, é preciso chorar, Sei que não tem jeito amor, está tudo bem nossa história acabou...``

Seu coração doía ao imaginar que nunca mais ficaria com Carlos Daniel, que nunca mais voltaria a ter seus beijos e sentir suas caricias...

Antes que ela continuasse tendo seus pensamentos que tanto a deprimiam viu Carlos Daniel entrar no quarto... Tentou enxugar as lágrimas mas foi em vão.

–Por que você está chorando Lina? (Disse e colocou uma mecha do cabelo de Paulina atrás da orelha.)

–Não.. Não é nada Carlos Daniel!

–Ninguém chora a toa...(Contou fitando-a)

–É...que... Sinto-me culpada! Eu destruí sua vida e você nunca vai me perdoar... E como castigo ainda tenho que te amar, amar assim... Com ternura, paixão, desejo... Só pode ser castigo de Deus esse amor! (Disse Paulina e agora sim desabou em lágrimas.)

–Então Deus nos castigou da mesma forma, por que eu ainda te amo também Paulina... Mesmo você tendo me feito sofrer tanto, te amei todos esses anos, por isso sempre odiei sua memoria, odiei que falassem de você.... (Desabafou Carlos Daniel.)

–Me perdoe... Por favor... Me de outra chance, se de outra chance, de outra chance ao nosso amor... (Pediu Paulina o olhando fixamente.)

Carlos Daniel não podendo se conter, a beijou!

Um beijo repleto de amor, carinho, paixão... Demonstrando todo amor que sentiam um pelo outro, toda saudade, tudo... Talvez agora finalmente pudessem dar outra chance para aquele amor tão grande que sentiam!