Ripper, Jack escrita por Katherine Johnson


Capítulo 5
Capítulo 5- Ok... E agora?




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Entre 30 de Setembro e 8 de Novembro de 1888


15 de Outubro de 1888
Resolvi enviar uma carta para a Whitechapel, direcionada ao "comandante" deles- George Lusk. Queria parecer um homem pobre, sem muito conhecimento, o oposto do que eu era, divergindo a atenção deles.


Do inferno

Sr Lusk
Senhor
Eu envio para você a metade do
rim que eu tirei de uma mulher e
que conservei para o senhor. O outro pedaço
eu fritei e comi e estava muito bom.
Talvez eu envie a faca ensanguentada
que o tirou se esperar um pouco
mais.
assinado
Pegue-me quando
puder.
Mishter Lusk

Espero que isso os distraia.

Meu trabalho e vida seguiram relativamente normais, ajudando as prostitutas do abrigo, tentando controlar meu ódio por elas. Deveria pensar em algo para distrair a polícia, caso meu recadinho sobre os judeus não funcionasse. Algumas semanas depois do crime, tudo que se falava em Londres era sobre mim. Os jornais me chamavam de Jack The Ripper. Gostei do nome, então não falei nada. As pobres garotas estavam morrendo de medo de "trabalhar" e deveriam estar: Quem saberia quem seria a próxima? Poderia ser qualquer uma, pois as escolho por acaso.
Foi então que eu a vi: a garota mais bela que já entrou por aquele abrigo. Ela estava com seu vestido sujo de sangue e sua face extremamente pálida. Tinha os cabelos cor de mel e os olhos de um tom mais verde que uma esmeralda. Sua mão estava em sua barriga e ao me aproximar, entendi o que houve. Sua mão saiu de uma ferida profunda e ela desmaiou.
Fiquei de olho nela no pós-operatório. Algo nela me atraiu, talvez deva matá-la. Acho que não. Passei a noite a observando, inquieto.
‘’Onde eu estou?’‘ -Ouvi uma voz me tirando da confusão interna da minha mente distorcida e olhei para a cama. Ela estava acordada, olhando para mim em confusão.
“Você está no abrigo The Night Refuge.” -ela fez menção de levantar, mas eu a impedi com uma mão em seu ombro.
“Não se mexa ou os pontos podem se abrir. Você se arrastou até aqui e eu fechei sua ferida. Se lembra disso?” -a olhei, como se tentasse ver sua alma, tentando descobrir quem ou o que ela era.
“Um cliente me atacou quando eu me recusei a abortar um filho dele. Nunca faria isso. Ele pegou uma faca, me atacou e saiu correndo. Eu tentei achar ajuda, mas nunca pensei que fosse conseguir.” -nisso ela me olhou com desespero e agarrou meu jaleco, me puxando para perto de si
“Minha criança está bem? Por favor, diga que o bebê está bem...”
“Infelizmente, não conseguimos salvar o bebê. Sinto muito.” -me virei e tentei conter as emoções que passavam por mim naquele momento.
“Tenho que cuidar de outras garotas. Logo estarei de volta” -disse e saí correndo, precisava de ar e um pouco de tranquilidade. Não voltei para vê-la.
Por vários dias, a evitei. Mas não consegui ficar longe por muito tempo. Logo me vi apaixonando-me por ela. Durante os dias que ela permaneceu no abrigo, conversamos sobre tudo: sua vida, meu trabalho no abrigo, nossos gostos em comum e até um pouco sobre o assassino de prostitutas, Jack. Mas os dias voaram. Quando melhorou, saiu do abrigo e pensei que nunca mais a veria. Mas ela surpreendeu-me ao me visitar uma noite.
“Olá, doutor!” -ouvi uma voz atrás de mim, e quase pulei de susto. Me virei rapidamente e a vi, com um grande sorriso no rosto e um pacote de biscoitos.
“Oi, Jullie.” -a abracei por um certo tempo, tempo demais. “Então, o que você veio fazer aqui?”- passei minha mão na nuca, nervoso.
“Eu vim ver o médico que salvou minha vida. E lhe agradecer com isso.” -ela me entregou o pacote. Eu logo abri em ansiedade e vi que eram biscoitos.
“Desculpe por serem tão poucos e simples. Estou passando por dificuldades no momento, então não pude fazer nada muito chique para o senhor.” -ela riu nervosa e olhou para o chão.
“Por favor, me chame de Jack” -sorri para ela e nisso ela sorriu de volta. Resolvi dar uma pausa, já que a noite estava calma. Saí junto com ela e comemos os biscoitos.
Conversa vai e conversa vem, eu só notava o jeito que ela mexia com os cabelos, sua risada, seus lindos olhos verdes... Resolvi me declarar para ela com um beijo. Ela me rejeitou, me empurrando levemente.
“Jack, o que você...”
“Eu te amo”
Silencio se instalou, um silencio desconfortável. “Eu não te amo Jack. Não posso. Sou uma prostituta que é usada e paga para sexo. Não posso ter um relacionamento com ninguém além disso. Sinto muito.” -ela começou a chorar e saiu correndo.


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