As Duas Metades de um Coração Partido escrita por CathyCat


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, eu espero que gostem. Postei aqui o prólogo pra que vocês conheçam um pouquinho melhor os dois personagens principais nesse novo mundinho deles. Quero saber o que acham, se gostam da ideia, esse capítulo é só uma introdução básica pra deixar vocês curiosos Mwahahahahaaa *Risada Maligna*

Eu sou retardada gente, então por favor, sem cerimônias comigo. Gostou pode falar, odiou pode falar também, críticas são bem vindas.

Espero que gostem.



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Freddie terminava a terceira xícara de café, enquanto pensava na vida sentado diante da lareira. As chamas passeavam diante de seus olhos, havia algo de hipnótico na maneira como o fogo se movia, e mudava de cor. Queria poder passar o resto da vida concentrado naquela labareda, perdido em meio às lembranças sem se preocupar com a vida real.

Ela se fora há cerca de uma semana. Tão pouco tempo, tantos problemas pra resolver quando menos tinha condição pra isso. Precisava segurar a barra da filha pequena quando mal conseguia segurar a própria, mal acabara de resolver os trâmites do velório e sepultamento, e já estava em contato com advogado e testamento.

Nem mesmo sabia que Melanie tinha um testamento. Sentia-se ferido e traído. A morte da esposa lhe pareceu repentina e trágica, mas considerando todas as preocupações que teve em assegurar o futuro da filha, certamente era algo que já esperava.

Um aneurisma. Uma pequena bomba relógio que pode estourar em segundos ou demorar anos e anos. Há quanto tempo ela sabia? Será que tentara tratamentos alternativos, de repente uma cirurgia? Talvez fosse inoperável. Freddie só queria que ela o tivesse preparado, dividido o problema, como se deve fazer em um casamento. Talvez as coisas fossem um pouco mais fáceis agora.

O toque do telefone o despertou de seu transe. Olhou as horas no visor do celular antes de atendê-lo, mal passara das nove horas da noite. Tinha colocado a pequena na cama há apenas meia hora, parecia que tinha se passado uma eternidade desde então.

Atendeu o telefone com a voz cansada, mas nem um pouco sonolenta, e não se surpreendeu ao ouvir a voz do advogado do outro lado da linha.

- Sr. Benson, existe um detalhe sobre a partilha dos bens da sua esposa. Algo que não foi documentado, ela confiava em você o suficiente para acreditar que atenderia seu pedido sem o uso de tanta burocracia.

Freddie franziu o cenho, confuso.

- Eu pensei que esse assunto estivesse resolvido. Esther é filha única, portando única herdeira. Tudo o que for dela ficará numa poupança até que tenha idade e capacidade para administrar.

- Sim, mas a Sra. Benson me pediu pra ter uma conversa com você, uma conversa de cunho pessoal sobre sua cunhada.

- Cunhada? – Freddie exclamou, completamente estupefato. Só pode ser um engano, ou um engano ou uma brincadeira de péssimo gosto. – Melanie era filha única.

- Aparentemente não. Sua esposa me revelou a existência de uma irmã que foi deserdada pelos pais. Ela queria que você a encontrasse, e garantisse seu futuro. – O advogado falava pausadamente, dando a Freddie a chance de absorver o que estava sendo dito. As novidades não paravam de aparecer, e cada uma delas caía como uma bomba em tudo o que achava saber sobre sua esposa e sua vida. – Existem mais alguns detalhes que precisamos discutir pessoalmente. Quando podemos nos encontrar?

- Se estiver disposto, ainda hoje! Preciso tirar essa história a limpo. Quero saber quantas coisas mais minha mulher me escondeu.

♥♥♥

Samantha debruçou-se sobre o balcão velho porém bem limpo da casa noturna onde trabalhava. A blusa curtíssima e extremamente decotada mostrava a maior parte de seus seios pra quem quisesse ver, e em sua frente, um senhor de meia idade parecia bem interessado no que via.

Odiava essa parte do seu ofício. Ter que exaltar velhos babões e bajulá-los, fazê-los se sentirem másculos e jovens outra vez. Odiava ter de seduzi-los, se deitar com eles. Sam estava nesse ramo há tanto tempo que acabara desenvolvendo métodos para ganhar dinheiro sem necessariamente se deitar com homens desconhecidos todas as noites. Arranjara clientes fixos, alguns deles pagavam por seu tempo, mas não se deitavam com ela. Alguns eram homossexuais enrustidos, queriam manter as aparências com os amigos mas não queriam tocar uma mulher, pra outros ela fazia outro tipo de serviço, como acompanhante, por exemplo. Eles a levavam a restaurantes, e além de saciarem sua fome infinita por comida, ainda lhe davam presentes e lhe pagavam por seu tempo. Esses últimos ainda lhe rendiam histórias divertidas, como aquela vez que foi à uma festa com um garoto de 16 anos apenas pra que a namorada morresse de ciúmes, ou aquele senhor simpático que a pagou pra que fingisse ser sua filha por um final de semana.

Infelizmente esses pedidos não eram tão freqüentes pra que pudesse viver apenas deles. Ainda existiam dias como hoje, dias em que ela era forçada a conseguir um programa, ou não teria sequer o que comer no dia seguinte.

Resolveu investir no senhor à sua frente, já que parecia interessado. A garota guardou Sam num cantinho afastado da sua mente, e tratou de trazer Betty J à tona.

Gostava de encarar essa parte sombria de sua vida como um papel numa peça de teatro. Betty J era apenas um personagem.

Samantha não era uma prostituta, apenas emprestava seu corpo a uma de vez em quando.

Lá estava ela, lutando pelo pão de cada dia sem imaginar a virada que sua vida estava prestes a dar, enquanto Freddie esperava o advogado de maneira impaciente, e por coincidência, o que os dois discutiriam traria mais impacto pra vida de Sam do que ela imaginava. Duas pessoas que não poderiam ser mais diferentes, estão prestes a ter seu futuro entrelaçado na cama de gato que o destino arma na vida das pessoas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Então até o próximo, que vai ser maior, prometo!!!

beeijos