I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Como sou boazinha, postando mais um capítulo.

A música desse capítulo simplesmente me embriaga.



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Algumas horas depois, Rick acordou meio dormente por ter passado muito tempo na mesma posição, mas a dor logo foi subtraída quando a viu ainda em seus braços dormindo profundamente. Beckett sempre fora uma mulher forte e independente e ele achava fascinante estar conhecendo sua versão desarmada. Claro que ele preferia, e muito, que tudo tivesse um contexto bem diferente. Ele se moveu cuidadosamente repousando a cabeça dela no travesseiro, temendo despertá-la. Admirou-a mais um pouco perdendo-se em sua beleza, momentaneamente inocente. Levantou-se esticando o corpo, tentando fazer seus ossos voltarem para o devido lugar. Olhou para o relógio: duas da tarde. Rick foi para o seu quarto, tomou um banho e desceu para preparar o suposto café.

Um suspiro, um leve movimento, um abrir de olhos meio embriagado e Kate despertou. Fazia muito tempo que ela não dormia tão bem assim, ainda mais em um lugar “estranho”. Ela olhou pro relógio: três da tarde. Confusa e envergonhada por ter dormido tanto, levantou-se, tomou um banho, e desceu as escadas timidamente. Encontrou Rick atarefado na cozinha, recebendo um olhar de surpresa e ao mesmo tempo frustração quando foi percebida.

– Aaaaaaaah não... Eu estava indo levar o café pra você. – Ele lamentou.

– Obrigada, mas eu não posso ficar o tempo todo deitada. – Ela respondeu sentando-se no banco e pegando uma maçã na fruteira em cima do balcão.

– Pelo menos era uma ótima oportunidade de ficarmos juntos na cama. - Ele resmungou baixo indo na direção dela.

Ela fingiu não ouvir, entretida em degustar sua fruta preferida. Rick então a surpreendeu com um abraço, que ela hesitou em corresponder, mas acabou cedendo.

– Eu estou tão feliz de ter você aqui. – Ele suspirou perdendo-se no cheiro dos cabelos dela ainda molhados.

– Eu também. – Ela respondeu meio corada enquanto ele se afastava. – Então, onde estão Martha e Alexis?

– Minha mãe eu não tenho certeza, mas ao que parece está romanticamente envolvida com alguém novamente. Recebeu um telefonema, arrumou uma pequena bagagem e saiu. Não me deu muitos detalhes, mas creio que voltará em alguns dias. Alexis me pediu para passar o fim de semana com as amigas em uma casa de praia. Acabou de sair, mas deixou um beijo pra você. – Ele disse apagando o fogo de alguma coisa que preparava.

Kate sentiu seu coração disparar levemente. Ela tinha ouvido direito? Ela e ele sozinhos naquele apartamento enorme durante, no mínimo, todo o fim de semana? Mas não havia com o que se preocupar, ou havia? Ela pensou um pouco e disse tentando agir normalmente:

– Onde vocês colocaram minha arma?

Ele riu da pergunta, percebendo o medo na voz dela.

– Você não precisa ter medo de mim, detetive. – Ele brincou rapidamente, não querendo deixá-la mais constrangida do que já estava.

Ela se incomodou por ter sido descoberta e balançou a cabeça dizendo:

– Não é nada disso, Rick, apenas acho que estaremos mais seguros se tivermos uma arma aqui, por precaução. – Ela tentava sair da situação embaraçosa em que havia se metido.

– Ok, estou entendendo. – Ele riu - Está no seu quarto, na mesinha de cabeceira, primeira gaveta. Mas por favor, detetive, prometa que não vai apontá-la para mim. Eu sou apenas um pobre civil indefeso.

– Isso só depende de você. – Ela disse pegando os talheres para começar a comer o que ele lhe serviu.

Permaneceram ali tomando café juntos por alguns minutos. Riam, ficavam sérios, se olhavam, desviavam o olhar, conversavam sobre tudo e ao mesmo tempo sobre nada. Quando terminaram, Kate reuniu as louças e se levantou levando-as para a pia.

– Ei, o que você pensa que está fazendo? – Ele disse, quando ouviu seu telefone tocar.

– Ajudando você. Atenda ao telefone, por favor, sim?

Ele atendeu, afastando-se um pouco dela. Sabia que era um dos seus editores e não queria que ela se sentisse culpada ao ouvir as desculpas por ele ter perdido o prazo do livro. Enfim ele conseguiu desligar após ter conseguido adiar em mais um mês a entrega do manuscrito. Então correu para cozinha após ter ouvido algumas louças caírem no chão. Kate estava apoiada na pia, de olhos fechados, incrivelmente pálida. Além dos remédios estarem sensibilizando seu estômago, ela acabava de ter mais um flash sobre o incidente, o que a deixava sem ação imediatamente. Ele a segurou impedindo-a de ter o mesmo destino das louças espalhadas pelo chão.

– Kate, você está bem? – Ele perguntou aflito, fazendo-a sentar.

– Sim... Eu só... Sinto muito pelas louças. – Ela disse, já voltando à cor normal.

– Relaxe, pense que elas são descartáveis. – Ele sorriu ignorando a preocupação dela, lhe oferecendo um pouco de água.

Minutos depois ele estendeu as mãos para ela e disse:

– Então, detetive, pronta para o nosso show particular?

Ela não acreditava no que estava ouvindo. O que ele queria insinuar dessa vez? Mas se tratando dele ela não sabia imaginar. Poderia ser algo muito bom que poderia acabar sendo ruim, ou algo muito ruim que poderia acabar sendo muito bom. Ainda indecisa em seus pensamentos ele a fez sentar no sofá e disse:

– Eu preparei um número especialmente pra você Det. Katherine Beckett. Eu garanto que esse é um Rick Castle que você jamais sonhou em conhecer. – disse ele.

Ela não sabia como reagir. Mal ela tinha se recuperado, lá estava ele fazendo ficar zonza de novo com aquela voz ao pé do ouvido. Então ela se assustou com o brado dele:

– Rick Castle, o guitar......... Hero!!!!!!!

Rick sacou uma guitarra enquanto um telão aparecia por detrás dele com as imagens do jogo. Ela olhava para ele incrédula, mas sem deixar de se entusiasmar com a performance de Castle: ele zerava todas as músicas, sendo que algumas ela conhecia e inevitavelmente a faziam vibrar trazendo boas lembranças. Uma hora depois, Castle se jogou exausto ao seu lado no sofá recebendo um olhar frustado de Kate que devorava uma bacia de pipoca que ela mesmo havia preparado.

– Ah não, já cansou? Ah vamos lá, continue, agora que eu estava começando a me animar. – Ela protestou com cara de criança birrenta.

– Você é mesmo impossível de satisfazer não é mesmo, detetive? – Ele falou encarando-a com um olhar de duplo sentido, enquanto uma pipoca descia estreladamente pela garganta dela.

– Além disso, você não pode se encher de besteiras. Vou pedir o nosso jantar. – Ele continuou, conseguindo arrancar a bacia de pipoca quase vazia das mãos de Kate.

Rick foi até a cozinha e ligou para um restaurante pedindo duas porções de comida japonesa que ele sabia ser a preferida dela. Ao terminar de fazer a encomenda virou-se para dar a notícia e quase soltou o telefone no chão.

– Agora é a minha vez! Break me out, MindFlow. – Ela disse. [ouça a música: http://www.youtube.com/watch?v=77AjeL2Kztk]

Rick achou que havia algo errado com seus olhos. Kate havia soltado os cabelos e tirado o blusão que vestia ficando apenas de regata preta e calça jeans que ressaltavam ainda mais as curvas de seu corpo. Ela riu virando-se para o telão, com a guitarra em suas mãos e começou a tocar deixando envolver-se pela música. Era aquilo mesmo que estava acontecendo? Ela estava tocando para ele? Não, ela não apenas tocava, ela o hipnotizava com seus movimentos como em um convite para dançar. Ele a observava surpreso e ao mesmo tempo arrebatado por sua beleza e sensualidade. Ela entregava-se cada vez mais àquele ritmo seguindo a evolução da canção. Rick se aproximava lentamente, mas ela fingia não perceber. Kate acertava todas as pontuações se deliciando com o jogo e também com o fato de saber que estava sendo observada por aqueles olhos atentos.

O escritor já havia imaginado algumas coisas a respeito dela, mas nada se comparava aquela cena. Ela dançava de um jeito vertiginoso, envolvendo todo seu corpo nos acordes daquela música. Ele tentava descobrir em sua mente como um jogo de videogame poderia ter se tornado tão perturbador. Ficavam cada vez mais próximos à medida que ele acompanhava os movimentos dela recebendo um olhar desafiador de volta. Estavam perto, muito perto e ele sentiu algumas vezes o corpo suado dela encostar-se no dele de propósito. Ela o provocava, o enlouquecia e estava ficando cada vez mais difícil resistir tocá-la. Estavam ambos perdidos em uma dança embriagantemente quente. Ao término da canção, podiam sentir a respiração ofegante um do outro através de suas bocas incrivelmente próximas. Alguns suspiros, uma troca de olhares e segundos depois ouviram a campainha tocar.

– É melhor você abrir a porta. – Ela disse afastando-se dele e subindo as escadas.

Ele ainda permaneceu perplexo alguns segundos. A insistência da campainha o despertou e ele abriu a porta com uma certa irritação.

– Entrega para o senhor Richard Castle. - disse o entregador com duas sacolinhas nas mãos.

Rick ouviu, mas demorou a entender o que significava aquilo. A uma altura daquelas Castle, nem sabia mais seu nome.


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