I always loved you escrita por Just for Stana


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então, esta fic foi escrita em 2011, ela é uma das minhas primeira fics escritas, portanto a escrita vai estar um pouco diferente. ;)
Espero que go
stem. :*



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Com toda certeza aquela era última cena que ele desejava ver em toda a sua vida. Nem mesmo toda a sua experiência em cenas de crime ou em imaginações para seus livros de mistérios poderiam descrever o horror de tal cenário. Ele encontrava-se em um matadouro com certeza: materiais de tortura, restos de algo que pareciam ter pertencido a um humano. Aquele lugar emanava dor, desespero, sangue... Muito sangue. Rick caminhou lentamente, cambaleante, tentando manter a respiração. Na verdade, tentando manter a sanidade. Automaticamente surgiram cenas em sua mente: lembrou-se do dia em que se conheceram, de cada sorriso contido dela, de cada momento em que ela cedia às suas insinuações... Ah, se ele nunca tivesse invadido sua vida, se ele somente tivesse ido embora... As boas lembranças foram ofuscadas pela imagem em sua frente. Se ele nunca tivesse inventado Nikki Heat, ela ainda estaria viva!

Aquele estava sendo o desfecho de duas semanas de investigações ininterruptas. Mais um fã psicótico havia sido motivado pela leitura do livro de Castle. Porém, com toda certeza esse era o pior de todos: ele não fazia ameaças, não fazia ligações, não cometia erros, não era exibicionista como os outros. Não, ele tinha absoluto controle da situação, e todos estavam a mercê de sua vontade. Mas agora aparentemente ele havia se cansado de brincar. Após duas semanas ligou dando charadas sobre o lugar onde estavam, deixando claro a ineficiência da NYPD. Todos estavam ali desesperados à procura de Kate. Sabiam que havia pouquíssimas chances de ela realmente estar lá, mas era a única pista que realmente tinham. O lugar indicado estava vazio... Seria uma armadilha?

As chamas, iniciadas aparentemente por um fantasma, começaram a tomar conta do lugar e todos tiveram que sair às pressas. Todos, exceto Castle. Ele estava tão perto! Sabia que era mais uma jogada macabra. Por que aquele lugar? Qual dor seria maior do que a de saber que estavam no lugar certo e foram embora desistindo de dar a ela a única chance de ser livre? Era apenas uma intuição, mas ele sabia que não devia duvidar dela; a própria Kate não duvidaria. Duas semanas de trevas haviam se passado e ele sabia que se saísse dali sem tentar, sua vida nunca teria luz outra vez. Ignorando os gritos dos rapazes que o chamavam já do lado de fora do prédio tomado pelas chamas, Castle observou algo reluzente no chão. Era o colar com o anel da mãe de Kate, preso em uma das frestas do chão de madeira. Se não fosse pelo fogo que fez o objeto brilhar ele não o teria percebido. Era a prova que ele precisava para continuar. A luz do incêndio começava a revelar mais coisas naquele lugar abandonado. Rick foi atraído pelo que parecia ser um alçapão perto da porta dos fundos. Seria aquele o lugar?

Com certeza era um lugar impossível de ser imaginado, mesmo para um novelista de crimes. O lugar todo era revestido acusticamente de material não inflamável, abafado, sem ventilação nenhuma, apesar de ser incrivelmente grande. Era terrível respirar ali dentro para alguém saudável. Realmente era perfeitamente bem elaborado por uma mente doente e sedenta de ação. Que mente maligna havia projetado aquilo tudo?

Aos fundos, ocultada pela penumbra da má iluminação do lugar, finalmente a encontrou. Aproximou-se lentamente, terrivelmente abalado, não acreditando no que via. Beckett estava pendurada pelos braços, seus pés não tocavam o chão, seu corpo havia sido moído, submetido a várias torturas. Não havia uma parte de seu corpo que não tivesse sido violada. Suas roupas estavam rasgadas e... Castle não conseguiu mais pensar. Apenas a abraçou e chorou; seus pensamentos abafados em desespero, desejando ardentemente estar no lugar dela; desejando por um momento que ela tivesse morrido rápido, pois não teria sofrido tanto; que ela estivesse viva para que pudessem sair dali e talvez superar tudo juntos; desejando por um momento apenas morrer ali com ela! Se não fosse a imagem de Alexis e de sua mãe invadindo sua mente, não teria despertado de seu lamento. Ao respirar ouviu um curto gemido. Kate ainda estava viva!

Seu rosto estava desfigurado pelos hematomas e a respiração era de alguém que estava lutando pela vida, mas que já estava perdendo-a.

- Kate! Sou eu Rick, você pode me ouvir?

Nenhuma resposta. Ele observou ao redor para ver se achava algo com que pudesse soltá-la. Na verdade, poderia escolher o que quisesse, pois em qualquer lugar havia instrumentos de tortura dos mais diversos e um mais afiado que o outro. Não conseguia imaginar o que sua parceira tivera que suportar. Conseguiu soltá-la com o que estava mais perto. Algo cortante, provavelmente aquilo que o agressor utilizou no corpo da detetive. A dor de ser movimentada até o chão fez ela despertar brevemente.

- Castle... Vá embora... Ele pode voltar. – Kate sussurrou com muita dificuldade.

- Não vou deixar você morrer aqui, não depois de ter encontrado você.

- Já estou morrendo...

- Você não vai a lugar nenhum, você me entendeu?

- Castle... Eu... Sempre amei você... - Ela tentava conseguir ar, mas seu corpo não aguentava mais.

A revelação fez com que tudo parasse por um segundo. Castle respirou fundo e disse:

- Nada de despedidas, Kate! Kate... Fique comigo... K...

O sangue que começou a escorrer dos lábios dela trouxe de volta a ele a dor e a ansiedade de querer sair daquele lugar. Rick lançou um olhar desesperador a sua volta e percebeu do outro lado do “galpão do terror” o que parecia ser uma escada que talvez o tirasse daquele pesadelo. Tinha que arriscar. Talvez o agressor ainda estivesse à espreita, mas não podia deixá-la morrer ali ou morreriam ambos. Castle tomou Kate em seus braços e correu para a escada que, enfim, tinha acima dela um outro alçapão que forçado daria saída para o casal.

Onde estava? Parecia mais uma das cenas do filme “A colheita maldita”. O lugar subterrâneo acabava embaixo de uma densa e alta plantação. Ninguém imaginaria que ali estaria a entrada para um inferno. Para onde ir? Ela morreria mesmo em seus braços? A claridade ao longe do incêndio que rompia a noite trouxe a resposta que ele precisava. Rick começou a correr o mais rápido que podia, tentando não machucar ainda mais o corpo dilacerado de Kate. Corria com todas as suas forças, porém mais rápido que seu corpo. Corria sua alma numa tentativa de talvez gritar por socorro.

Finalmente a plantação chegou ao fim e o carro dos bombeiros que tentavam controlar o fogo já podia ser visto. Os gritos do escritor foram abafados pela agitação do local e pela ferocidade das chamas, mas felizmente Ryan e Esposito moveram-se e viram alguém carregando um corpo. Percebendo do que se tratava, chamaram imediatamente os paramédicos que já estavam no local, visto que pensavam que o amigo havia ficado preso dentro da casa.

- Ela ainda está viva, ela ainda está viva - Castle gritou com o pouco fôlego que tinha, talvez para alertar os médicos ou talvez para que suas palavras a mantivessem com vida.

A caminho do hospital Kate lutava agonizantemente por sua vida tendo a mão de Rick segurando a sua o tempo inteiro, de um modo que não atrapalhasse a ação dos paramédicos. Beckett seguiu diretamente para a sala de cirurgia, enquanto Castle a acompanhou com sua alma e seu coração. Quando viu as portas da ala cirúrgica se fechando, teve a certeza de que sua vida também não sairia dali se ela não saísse. O escritor foi despertado pelo grito de sua filha:

- Pai! - exclamou a ruiva, por um momento esquecendo que estava em um hospital.

Não entendendo o grande terror estampado na face de Alexis e Martha ele olhou para si mesmo e viu suas roupas encharcadas de sangue, o sangue de Kate.

Duas horas depois, nenhuma notícia, nenhum pensamento a não ser o de vê-la com vida outra vez. Quatro horas e a idéia de pegar quem tinha feito isso com ela, com eles era insignificante perto do que o consumia. “É minha culpa” ecoava na mente do escritor. Cinco horas e finalmente as portas se abriram. A imagem da médica cirurgiã não era nada animadora, o que congelou a todos. Após dar os detalhes da cirurgia ela concluiu:

- Nós fizemos tudo o que podíamos, mas ela ainda está muito debilitada. Tudo o que podemos fazer é esperar que o seu corpo continue lutando e consiga se recuperar. Eu sinto muito.

Quando a doutora ia se retirar, Castle disse:

- Eu quero vê-la.

Todos quiseram protestar, mas ninguém o fez. Foram duas semanas de noites não dormidas no precinto em busca de pistas, mais um dia inteiro sem comer absolutamente nada. Todos sabiam que se ele entrasse ali não sairia até que Kate acordasse e ninguém podia dizer quando ou se isso ainda iria acontecer. Ele também já começava a precisar de cuidados médicos, porém, já o conheciam o suficiente.

- Eu quero vê-la. - repetiu, meio que impaciente.

Rick seguiu pelo corredor calado, tendo flashs de quando sua musa estava bem, podendo até mesmo ouvir sua voz. A doutora o acompanhou também em silêncio, perguntando a si mesma se não havia mais alguma coisa que pudesse ser feita para melhorar o quadro da paciente. Ao chegar no quarto ela o deixou entrar sozinho, apenas o observando pelo vidro. Ele se aproximou de Kate, não conseguindo conter suas lágrimas ao ouvir o som de sua voz substituído pelo som das máquinas e respirador. Ele apenas sentou-se ao seu lado, tomou sua mão e chorou. Chorou o tanto que sua alma queria. Talvez seu choro pudesse ser tão forte que a arrancasse daquela cama. Chorou desesperadamente. Entre suspiros e soluços, entre gemidos e beijos que depositava naquela mão suave e ferida, Rick sussurrou:

- Eu sempre amei você, Kate!

Momentos depois, passada a convulsão de soluços, ele abriu os olhos pensativo. Então observou um pequeno papel dobrado perto da cabeceira da cama. As palavras daquele bilhete foram estarrecedoras:

“Parabéns Castle! Até o próximo ataque!”


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