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Blaine estava mais focado do que nunca. Ele precisava compor dez músicas até o final do mês, e ele havia escrito apenas uma. Ele estava gravando em um CD, onde entregaria para o diretor. Ele não viu Wes naquela semana, mas ele viu Kurt, e não gostou da novidade do castanho.

Kurt contou para Blaine sobre a ligação de Sebastian, o médico havia quebrado as leis e invadido o sistema do hospital, conseguindo o número de Kurt. Aparentemente a noite com Kurt fora inesquecível para ele, e ele queria repetir a dose, até mesmo mais de uma vez.

– Você vai, Kurt? – Blaine perguntou, não acreditando no que o castanho dizia.

– Por que não? – Kurt deu de ombros. – Ele é gentil e tudo mais, e um pouco de diversão não é nada demais. – O moreno revirou os olhos.

– Boa diversão, então. – Blaine levantou-se da mesa, deixando o dinheiro para a conta. – Eu preciso terminar minhas músicas, então vou indo.

– Tudo bem. – Kurt sorriu fraco.

O moreno voltou para casa e se trancou no quarto, compondo. Ele queria tirar os pensamentos de Kurt com Sebastian de sua mente, mas era praticamente impossível. Quando ele terminou a primeira estrofe, ele a releu e percebeu que aquela música tinha tudo a ver com Kurt.

É comum sentir ciúmes de amigos, não é? Blaine achava que sim. Mas ele se perguntou se os ciúmes eram de Kurt ou de Sebastian, pois o médico sempre fora apaixonado por ele, e em uma noite Kurt toma este cargo. E por mais que ele não quisesse nada com Sebastian, saber que alguém está interessado em você faz com que você se sinta melhor.

Blaine se focou em suas letras, e no meio da madrugada, ele havia completado mais uma. Gravou-a e deitou em sua cama, olhando para o teto e perdendo-se em pensamentos. As luzes estavam apagadas, e apenas as luzes da rua invadiam o quarto. Ele pegou o celular e viu algumas mensagens.

Wes havia pedido para encontrar com ele no dia seguinte, pois tinha novidades para contar e queria saber das novidades de Blaine. As outras pertenciam a Kurt. Se Blaine estivesse certo, na hora em que Kurt mandou aquelas mensagens, ele estaria em seu encontro.

“Sebastian está de terno. –K”

“De verdade, Blaine, ele está de terno e (ele está lindo) mas isso é meio estranho. –K”

“Queria poder me atirar na frente de um carro para poder fugir deste encontro. –K”

O moreno gargalhou com a última mensagem e começou a digitar a sua resposta. O sorriso em seu rosto era largo, pois se Kurt estava enviando mensagens a ele, e aquelas mensagens, queria dizer que o encontro havia sido um desastre.

“Me diga que você não se jogou na frente de um carro. – B”

Blaine largou o celular ao seu lado e deitou na cama. Fechou os olhos e respirou fundo. Ele sempre fazia isso antes de dormir, pois havia lido em algum lugar que isso tirava o estresse do corpo, e ele teria uma boa noite de sono. Porém, seus planos foram interrompidos.

“Não, mas quase. –K”

Blaine estava cansado e seus olhos já começavam a pesar, então ele decidiu que seria mais fácil se ele ligasse para Kurt. E foi o que ele fez, e no quarto toque o castanho respondeu, sussurrando.

– Blaine, oi. Espera um pouco. – E Blaine ouviu o barulho de uma porta sendo aberta.

– Kurt, o que você está fazendo? – O moreno franziu o cenho.

– Estou saindo da casa de Sebastian. – O castanho já estava na rua quando respondeu Blaine novamente.

– Achei que o encontro estava ruim. – Blaine estava confuso.

– E estava. Como estava, ele não parava de falar umas coisas chatas, e de como gostou de mim, e de como queria me ter de novo. – Blaine ouvia atentamente.

– Então, por que você acabou na casa dele? – Kurt suspirou e decidiu contar a verdade.

– Blaine, se vamos ser bons amigos eu preciso lhe contar a verdade. – Blaine prendeu a respiração por alguns segundos. – Eu sou viciado em sexo, de verdade. E eu não desperdiçaria uma noite, por mais chato que Sebastian seja.

– Então você apenas transou com ele e saiu? – Blaine estava surpreso.

– Sim. – Um silêncio se instalou por um, talvez dois, minutos. – Mas dessa vez eu lembro de tudo, e Sebastian não é nada surpreendente.

Blaine começou a rir. A rir muito. Kurt acabou rindo com o moreno. O ar faltou para os dois.

– O que é um homem surpreendente para Kurt Hummel? – Kurt não respondeu de imediato, pensou bem na sua resposta.

– Acho que é aí que mora a questão, um homem surpreendente é aquele que eu não sei o que é. – Blaine estava sério, ouvindo a cada palavra.

– Kurt, por mais que eu esteja adorando falar com você e das suas experiências com Sebastian.- O que era uma completa mentira, pois Blaine preferia se matar ao ouvir mais alguma coisa sobre o médico. – Eu estou com muito sono e preciso dormir agora. – Outra mentira.

Quando eles se despediram e Blaine deixou o telefone sobre a cama, ele correu até seu caderno e começou a escrever. Outra música estava nascendo, e ele agradecia, mais uma vez, a Kurt.

[%]

Kurt havia chegado em casa naquela madrugada e foi direto para a cama. Pela manhã Rachel fez questão de lhe interrogar e saber todos os detalhes de sua noite com Sebastian. Ele não contou que Sebastian era insuportável, pois a amiga já achava que Kurt era impossibilitado de ter sentimentos, e saber que ele havia continuado no encontro apenas para poder dormir com o médico faria ela ter certeza disso.

Em sua mente, Kurt tinha concluído jamais sair com Sebastian, pois ele via nos olhos do médico que ele estava se apaixonando, e ele não queria que isso acontecesse. Ele nunca queria isso. Mas os planos de Kurt não foram como ele esperava, no dia seguinte Sebastian o ligou, perguntando por que Kurt havia saído na madrugada. Com uma desculpa de que não havia avisado Rachel e que não queria deixa-la preocupada, Sebastian o perdoou e marcou mais um encontro.

O cérebro de Kurt gritava nãos e mandava ele rejeitar a proposta. Mas quando o castanho abriu a boca, o som de um sim saiu, e o sorriso de Sebastian se tornou enorme e os ombros de Kurt caíram.

Tudo o que o castanho fez após foi se jogar em uma cadeira próxima e fechar os olhos. Sua cabeça latejava e ele não conseguia acreditar que havia se metido em outro encontro com o médico.