Nothing Is How Looks Like escrita por BabyMurphy


Capítulo 22
Arte.


Notas iniciais do capítulo

Por onde eu começo?
A última vez que eu atualizei essa história foi 19 de Outubro de 2015, às 22hrs. Muita coisa aconteceu nesse 1 ano e 4 meses.
Eu parei no final de 2015 por conta das provas finais e porque estava muito atolada com o trabalho, e com isso veio um bloqueio e um desânimo enormes.
Em 2016 eu entrei em uma depressão muito fudida, e crises de ansiedade que eu costumava ter de 3 em 3 meses, eu estava tendo umas 4 por dia. Eu estava entrando no último ano do técnico e com ele a responsabilidade de desenvolver um aplicativo e escrever um artigo científico para o meu trabalho de conclusão (TCC). A pesquisa foi incrível e eu amei todas as etapas do desenvolvimento dela, principalmente a parte de ganhar prêmios (entre eles projeto destaque na UFRGS). Com isso, eu me formei no técnico no final do ano com um trabalho que será usado como modelo para os alunos dos próximos anos, porém com um estado mental destruído.
Eu não sei o que me levou a estas crises e a cair tão fundo na depressão, eu só sei que se não fossem pelos meus amigos e família eu não estaria aqui.
Enfim, depois desse resuminho da minha vida nesse tempo que fiquei desaparecida, eu espero que vocês gostem dessa atualização.

Eu estou meio enferrujada, então peguem leve.



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Uma semana inteira havia se passado. Foram sete dias. 168 horas. 10.080 minutos. É possível contar os números, mas para Blaine àquela semana parecia infinita. Muito havia acontecido e muito ele havia perdido. Há sete dias atrás ele tinha Kurt em seus braços, por mais que o castanho estivesse doente, ele ainda podia abraçá-lo e cuidá-lo. Há sete dias Blaine poderia dizer que tinha um filho.

Hoje ele não tem nada.

Quando Kurt acordou sem lembrar dele, Blaine manteve a calma, mas no exato momento em que ele saiu, com uma desculpa qualquer, ele sentou no chão do banheiro, escorado na parede, as mãos cobrindo o rosto e às lagrimas lavando toda a sua dor. Aquele era o maior medo que o moreno tinha no momento: perder Kurt.

Mas o fato do castanho não lembrar dele não impediu Blaine de voltar todos os dias ao hospital com um sorriso no rosto. Todas as vezes que eles conversavam parecia que nada havia acontecido, eles estavam se dando bem. Por mais que Kurt ficasse tentando se lembrar de Blaine, e sem ter sucesso até então, eles conseguiam manter uma linha de conversa extremamente comum.

No segundo dia da sua semana, Blaine recebeu a notícia de que o musical para o qual ele havia composto todas as músicas estava sendo indicado ao Tony e ele definitivamente iria ganhar créditos por isso. Mas nem a notícia de um possível Tony em seu nome o animou, pois Kurt ainda não se lembrava do que eles haviam passado.

Kurt não se lembrava de muitas coisas, a àrea na qual se encontrava a sua lesão é a área do cérebro responsável por guardar memórias recentes, ou seja, desde o início os médicos sabiam que ele estaria começando a esquecer coisas de sua rotina diária, ou algo que aconteceu recentemente. Eles só não esperavam que a lesão se estendesse e que Kurt começasse a esquecer até de suas lembranças de criança, dos momentos que passou em Paris.

Cada minuto ao lado do castanho era como um ano de sofrimento. Kurt não se lembrava de Blaine e agora quando olhava para o moreno, seus olhos não tinham mais o brilho ou a paixão que tinham antes. É possível esquecer um amor assim? Aparentemente, era!

Porém, Blaine precisava focar em outra coisa agora: a audiência que iria decidir se James ficaria com ele. Após contratar um advogado e explicar toda a situação, Blaine recebeu o alerta de que as chances de ele vencer este caso eram pequenas, uma vez que ele não tinha nenhuma relação familiar (de sangue) com James e Jude era a avó materna do menino. Ainda assim, Blaine estava dedicando toda a força que lhe restara, para não perder mais outra parte extremamente importante da sua vida.

B

Kurt se perguntava como que os hospitais eram sempre tão brancos. Havia algum motivo especial? Era para trazer claridade e paz as pessoas que passavam dias, semanas, meses ou até mesmo anos internados ali? Para ele, trazia apenas uma confusão tremenda. Imagine uma pessoa que está sofrendo com a perda de memória, passar dias trancado em um quarto branco só piora esta situação. Kurt estava com medo de perder a noção das cores do mundo, afinal, ele era um artista.

Já fazia uma semana que ele estava neste quarto, e as pessoas entravam, perguntavam como ele estava e saiam. Alguns alertavam ser amigos antigos, mas que ele não se lembrava mais. E outros não diziam o que significavam na vida do castanho, mas faziam com que Kurt sentisse um conforto e um estranho sentimento de que tudo ficaria bem.

Quando se trata de ficar preso em um quarto de hospital, qualquer mera atividade fora dos padrões esbranquiçados da parede faziam com que Kurt se animasse um pouco. Mas nada se comparava a visita de Blaine, um moreno que Kurt achava fascinante, porém não conseguia decifrar. Blaine sempre dizia a Kurt que eles eram conhecidos, mas o castanho sabia, no fundo, que eles eram mais do que isso. Todos os dias que ele via Blaine, ele tinha dores de cabeças ainda maiores, por tentar se lembrar.

— Kurt, está tudo bem? – Perguntou Elizabeth.

— Sim, apenas com dores de cabeça. – Respondeu Kurt.

— Precisa de remédios? – Disse Elizabeth, pronta para chamar as enfermeiras.

— Não, estou apenas tentando me lembrar daquele moreno. Eu sei que ele foi uma parte importante, mas ele se recusa a me contar. – Kurt disse frustrado.

B

Após a última reunião com seu advogado antes do julgamento, Blaine resolveu passar no hospital para visitar Kurt. Ele estava ansioso, e não aquele sentimento com um frio na barriga que você sente antes de ver o amor da sua vida. Ele estava ansioso, suando frio e triste. Ele sabia que chegaria no hospital e teria de se apresentar novamente, teria que explicar porque ele estava ali e dizer a Kurt que eles costumavam ser amigos. Mas ele sabia que a única resposta que teria seria que Kurt não lembraria dele.

— Oi, Kurt. – Disse Blaine ao se aproximar da cama do hospital.

— Oi, moreno que me visita todos os dias e que eu acho muito familiar, mas ainda assim não consigo me lembrar. – Kurt disse com um sorriso torto.

— É um apelido muito grande esse. – Blaine riu. – Não temos que perder tempo com pequenos detalhes agora, o foco principal é você ficar forte de novo para sair desse quarto.

— Nem me fale, não aguento mais encarar essas paredes brancas. – O castanho olhou ao seu redor. – Sinto falta das cores.

— Posso trazer o seu material de arte, se quiser. Acho que os médicos vão aprovar você fazer esse tipo de atividade, faz o seu cérebro trabalhar. – Blaine parou ao lado de Kurt.

— Eu ia adorar! – Kurt sorriu para ele, e pegou em sua mão. – Muito obrigado, moreno que me visita todos os dias e que eu acho muito familiar.

Blaine sorriu e saiu do quarto para procurar o médico de Kurt. No final do corredor ele encontrou o Dr. Roger falando com os pais de Kurt, provavelmente os atualizando sobre o estado do castanho.

— Ele está estável agora, acreditamos que até o meio da próxima semana ele possa ir para casa. – Dr. Roger disse à Elizabeth e Burt.

Oh, mon dieu, nosso menino está melhorando. – Elizabeth abraçou Burt.

— Dr. Roger? – Chamou Blaine com o tom de voz baixo, para não atrapalhar o momento dos Hummels.

— Sim, Blaine. – O médico olhou para o moreno.

— Estava falando com Kurt e ele mencionou estar com saudades de fazer seus trabalhos de arte. Não acha interessante trazermos para ele alguns materiais como pinceis, telas, tintas para que ele trabalhe um pouco a mente? Ele pode até mesmo usar como um diário, ao invés de escrever as lembranças que vem a tona, ele as desenha.

— Está é uma ideia incrível, Blaine. Kurt se recusou a manter um diário sobre as suas lembranças, e até mesmo teve dificuldades em expressar elas. – Dr. Roger disse com um sorriso.

— Ótimo! Irei trazer os materiais para ele amanhã. – Blaine tinha um sorriso enorme no rosto.

O médico saiu e deixou Blaine com os Hummels, porém o moreno não estava prestando atenção nas duas figuras a sua frente. Ele estava fazendo uma lista mentalmente dos materiais que ele poderia trazer para Kurt, e até mesmo sonhou se em algum momento o castanho iria desenhar o seu rosto.

— Blaibe, Burt e eu queríamos falar com você. – Elizabeth chamou a atenção do moreno.

— Claro. O que precisam? – Blaine os olhou, ainda com o brilho de excitação em seus olhos.

— Nós achamos que as suas visitas à Kurt estão o prejudicando. Sempre que você vai embora ele fica mais ou menos uma hora tentando lembrar quem você é, e com isso, ele tem fortes dores de cabeça. Isso pode estar afetando o progresso dele no tratamento. – Disse Elizabeth.

— Vocês preferem que eu visite ele com menos frequência? – Blaine perguntou, já com a voz sem toda aquela animação.

— Nós não queremos mais que você o visite. – Disse Burt.

— Vocês não podem me proibir de vê-lo. – Blaine estava ficando nervoso e irritado.

— Nós somos os pais dele, e nós vamos. Sinto muito, Blaine, mas estamos pensando na saúde do nosso menino. – Elizabeth segurou a mão de Blaine.

— Vocês estão querendo privar ele de uma parte da vida dele. Eu sou parte dele, vocês não entendem? – Blaine soltou a mão de Elizabeth com força. – Eu sou importante, ele me ama e nós estávamos juntos.

— Se você fosse tão importante assim, ele teria lhe esquecido? – Perguntou Burt.

E Blaine não sabia como lhes responder. Naquele momento, ele apenas fechou suas mãos em um punho e saiu correndo do hospital, não sabendo se ele poderia voltar.


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Notas finais do capítulo

Vocês não tem noção do quão nervosa eu to por postar isso. Mas ao mesmo tempo eu to tão feliz de conseguir escrever de novo.
Eu não vou prometer nada, espero que eu consiga continuar com as atualizações... mas quem sabe o dia de amanhã?
Beijos e tenham uma ótima semana!



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